As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 1 escrita por Larissa M


Capítulo 9
Capítulo 9 - Palavras e Promessas


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei pra postar esse hein! hahaha



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O jeito que Alice se sentia quando estava perto de Erick era parecido com aquele que sentia quando estava com Daniel, Ryan e até Ellen. Mesmo aquele constante pensamento, dizendo: não deveríamos estar juntos, mas podemos, era igual. Junto de Erick, esse pensamento era completamente causado pelas garotas, que, assim como ele havia dito, bombardearam Alice com perguntas naqueles dias.

Depois do treino, para a surpresa das quatro companheiras de quarto de Alice, Erick veio diretamente na direção delas, na saída do vestiário. E, mais surpresas ainda, assistiram pasmadas ele ir de encontro à Alice.

- Oi, e aí? Gostou do treino?

Ciente de que estavam sendo observada e ouvida por quatro pares de olhos e orelhas distintos, Alice escolheu suas palavras com cuidado.

- Oi, ahn, eu gostei, mas Quadribol não é muito pra mim, sabe?

- Entendo. Então você nem gostaria de voar? – ele acrescentou depois de ver a expressão de Alice - Nem de tentar voar?

Qualquer uma das quatro assistindo a cena teria dito sim, e ainda pedido para Erick ensiná-las. Ao contrário de Alice:

- Não. Talvez tentar... Mas eu meio que não tenho um bom histórico com vassouras.

Erick riu. Queria perguntar o que houve para ela não gostar de voar, mas estava com receio de que Alice não quisesse dizer alguma coisa na frente das outras. Ele não precisou dizer nada, pois Emily os interrompeu, chegando por trás deles:

- Mas então... Como vocês se conheceram?

- É uma longa história. – Erick respondeu. – E – ele acrescentou antes que Emily pudesse dizer algo mais – eu estou com pressa agora. Então, se me dão licença...

Ele gentilmente abriu caminho entre elas, carregando sua vassoura no ombro. Casualmente, dando a impressão de que fosse uma coisa óbvia, Erick disse, sem nem olhar para trás:

- Alice, você não vem junto? Preciso de sua ajuda numa coisa...

Sem hesitar, Alice acelerou o passo para se juntar à Erick, deixando as meninas para trás.

Quando estavam longe o bastante para elas não ouvirem o que tinham a dizer, Alice falou:

- Pensei que você fosse me deixar lá com elas e uma longa história para contar.

- Eu não faria isso. Deu pra perceber que mesmo que você ande com elas, você não gosta disso. Posso perguntar por quê? Falta de opção talvez?

- Eu... É uma longa história. E digo isso porque é longa mesmo.

- Eu posso ter dito para elas que eu estou com pressa, mas não digo para você. Eu tenho tempo para ouvir. – ele disse sorrindo.

- Por sorte, eu também tenho tempo.

- Me espere na biblioteca, eu vou me trocar. – Erick disse, subindo a escadaria de mármore com velocidade.

Alice sorriu para si mesma, mas não por muito tempo.

Daniel, Ryan e Ellen vinham descendo a escadaria logo naquele momento, e deram de cara com quem eles menos queriam ver:

Alice.

O fato de ela estar sorrindo feito boba não ajudou em nada a situação já complicada.

O pequeno grupo se encarou por algum tempo, o olhar de Alice indo de um para o outro. Eles já tinham se encontrado em um corredor antes, vária vezes, mas nunca tão abruptamente, nem exatamente de frente.

Tomada por um impulso, Alice deu um passo a frente, antes que eles pudessem reagir, e disse:

- Esperem, não vão embora.

Aquelas eram as primeiras palavras que eles trocavam em muito tempo.

- Eu quero ter a chance de falar com vocês. – Alice continuou, mesmo sem saber exatamente o que estava fazendo. Um plano se formava rapidamente em sua cabeça. Um plano no qual ela havia refletido muito, mas nunca tomava coragem o suficiente.

- Aqui, agora? – Daniel perguntou.

- Não. – Alice respondeu. – Mas eu... – ela escolhia as palavras com cuidado – gostaria de ter a chance de falar com vocês, quando puderem.

Os três ficaram em silêncio, trocando olhares.

- Tudo bem. Mandaremos uma coruja. – Ellen respondeu, em nome dos três amigos.

Juntos, passaram por Alice, e os quatro seguiram seus caminhos.

- O que você acha que ela quer? – Ellen perguntou, depois de já terem saído para os terrenos do castelo.

- Eu não sei. – Daniel respondeu.

- Vamos, gente, só tem uma coisa que ela poderia querer agora. – Ryan disse, e eles entraram na passarela, em um caminho que os três já conheciam, mesmo sem terem dito nada.

- Vocês não está dizendo que ela quer voltar a ser nossa amiga, está?

- Estou. – Ryan respondeu.

Os três permaneceram em silêncio até chegarem ao seu destino: A Cabana de Hagrid.

Eles conheceram o meio-gigante por meio de Albus, que foi mandado até lá por seus pais. Numa dessas visitas acompanhadas de Albus e Rose, os três se afeiçoaram a Hagrid, e desde então lhe fazem companhia frequentemente.

- Olá, Hagrid. – Ellen cumprimentou, um pouco sem emoção, ele abriu a porta.

- Olá, vocês três. Eu já te disse que vocês me lembram muito de um certo trio, né?

- Sim. – Daniel respondeu, fazendo um sinal para Ellen ir à sua frente. – Mas agora parece que o trio pode virar um quarteto.

- O que você está dizendo? – perguntou Hagrid, enquanto ia para a pia fazer chá.

- É, o que você está dizendo? – Ryan repetiu, deixando bem clara a sua opinião.

Suspirando, Daniel explicou o que eles tinham acabado de presenciar; Hagrid já estava a par de tudo o que tinha acontecido anteriormente. Depois de terminar a explicação, ele trocou olhares com Ellen. Os dois tinham tentado persuadir Ryan a perdoar Alice e esquecer tudo aquilo, o que os dois vinham tentando fazer. Mas Ryan não queria dar ouvidos a eles, e os dois amigos sabiam que aquilo ainda o estava atormentando.

- Eu não quero falar com ela. – ele disse, tomando um gole do chá já servido por Hagrid.

- Er, Ryan, talvez você não queira reconsiderar o que acabou de dizer? – Hagrid perguntou, colocando chá na xícara dos outros dois.

- Não, eu não vou falar com ela. Não agora. – ele respondeu.

Ellen percebeu claramente que ele havia dito: “não agora”. Então, acrescentou:

- Então vamos pensar num dia que esteja bem distante daqui, assim marcamos com ela, onde a gente quiser.

- Aí nós vamos ter um tempo pra pensar... – Daniel completou.

Ryan permaneceu em silêncio.

- Ryan, o que diz? – Hagrid perguntou.

- Tudo bem. Mas faça com que seja daqui a uma semana, pelo menos. E que seja num lugar privado, de preferencia.

Vendo a oportunidade como desculpa para recusar os bolinhos que Hagrid acabara de oferecer a ela e Daniel, Ellen disse, tirando tinta, penas e pergaminho de sua mochila:

- Eu acho que nós podemos começar a escrever a resposta, então.

Em outra parte do castelo, Alice e Erick estavam sentados na biblioteca, assim como eles haviam marcado. Eles escolheram um lugar mais afastado da bibliotecária possível, para não serem interrompidos. Diziam que a ultima bibliotecária era de longe mais rígida que essa, que parecia estar mais interessada nos livros que nos alunos.

- Então... – Erick disse. – Você parece bem mais... Transtornada, do que quando eu te deixei no pé da escada.

- Isso tem a ver com o que eu vou te contar agora.

- Estou ouvindo.

- Mas antes de eu começar... – Alice se ajeitou na cadeira. Eles estavam numa mesa larga, com vários lugares, porém só eles a ocupavam. – Eu tenho que te avisar: não pense mal de mim e não tire conclusões antes de eu terminar a narrativa.

- Tudo bem, prometo.

Então, Alice começou a contar tudo, desde o início, para Erick. Ele ouvia atentamente, e estava realmente interessado na história.

Na narrativa, Alice não omitiu nada, embora se arrependesse de alguns momentos. Ao mesmo tempo, ela ia pensando em o que iria falar para os três antigos amigos, e, mais importante, como.

 Durou mais ou menos cinco minutos para contar tudo, até o que ela tinha feito minutos atrás. Erick permanecia calado, e apenas assentia para mostrar que estava ouvindo. Alice temia o Erick poderia estar pensando dela. Por isso, assim que terminou de narrar, disse:

- Mas me deixe explicar o porquê, Erick.

- Calma.

- Me deixa explicar...

- Eu prometi não pensar mal de você, é isso que eu estou fazendo. – Erick disse, calmamente. – Mas uma explicação não faria mal.

Alice olhou nos olhos dele, tentando ler sua expressão e adivinhar seus pensamentos. Suas últimas palavras a deixaram na dúvida quanto ao que esperar dele. Não conseguindo capturar seu olhar, Alice desistiu, e começou a explicar:

- Eu fiz isso porque eu fui uma idiota.

Erick olhou para ela, intrigado com o que tinha dito. Não esperava por isso.

- Eu sinceramente estava cansada de ter amigos nas outras casas. – ela continuou – e me sentia – era – diferente por isso. Eu ia tomar café-da-manhã, e se eu me juntasse a Ryan na mesa da Lufa-Lufa todo mundo se virava para mim como se estivesse louca. No corredor, olhavam para gente com intriga, ninguém sabia por que cada um vestia um uniforme de uma cor diferente e mesmo assim permaneciam juntos... Mas eles não percebiam. Parecia que não viam nem ouviam ninguém, e nem queriam isso. Erick, eu queria ser como eles. Mas eu não sou. Eu na verdade me importava com o que diziam da gente. Eu acho que eles nem ouviam, porque eram as minhas... Amigas que diziam isso. Era sempre: “Porque você anda com uma Sonserina?” e “Aquele seu amigo da Lufa-Lufa, sinceramente, Alice”. E o pior é que eu dava ouvidos a elas. E pensava que era melhor eu ter todos aqueles amigos – o grupo de garotas e garotos também – do que ter os meus amigos de verdade.

“Então, eu fiz a besteira de dizer o que eu estava pensando em fazer para Emily... E elas me incentivaram a fazer. Foi por isso que eu cortei minhas relações com eles, sem pensar direito, sem refletir no que eu estava fazendo. Eu me arrependi quase que logo depois, acredite. E nesses dias, eu estou com certeza de que eu tenho que desfazer o que eu fiz. Infelizmente, não é algo que eu possa desfazer com um simples contrafeitiço ou com uma poção...

Alice parou de falar e cobriu os olhos com as mãos, com os cotovelos apoiados na mesa. Ficou assim por um tempo, sem perceber que Erick tinha arrastado sua cadeira até ficar bem do lado dela. Quando reabriu os olhos, percebeu que o garoto tinha passado seu braço por cima do ombro dela, numa posição reconfortante.

Alice não soube o que fazer, estava desconfortável. Erick não pareceu perceber.

- Eu acredito em você. Nós vamos achar um contrafeitiço. E eu acho que você já começou certa.

Ele apontou, com a mão livre, para a janela, onde estava uma pequena coruja rajada, que bicava a janela insistentemente. Alice reconheceu como sendo a coruja de Daniel, e correu para abrir a janela.

Antes de abrir a janela, deu uma olhada para a mesa da bibliotecária, mas essa nem sabia quem estava na biblioteca.

Ela abriu a janela e a coruja voou para dentro, trazendo um pergaminho enrolado e fechado com uma fita. Ícaro – a coruja - não ficou muito tempo, e logo voou para o ar livre.

Alice abriu ansiosamente a folha de pergaminho. Os três responderam rápido, ela não esperava por uma resposta agora. Finalmente, ela conseguiu abrir o pergaminho, e leu junto de Erick, que via a folha por cima do ombro da garota.

Alice,

Nós aceitamos sua proposta. Mas temos algumas exigências.

Gostaríamos de escolher data, hora e local. É o mínimo que pode fazer por nós.

No último dia de aula desse semestre, às 13:00, esteja na biblioteca, desacompanhada. Estaremos esperando, os três de nós.

Ass: Daniel, Ellen e Ryan.

A carta era muito curta, mas Alice não esperava mais do que isso dos amigos. Ela dobrou a folha de pergaminho com cuidado e guardou dentro das vestes. Alice olhou para Erick em busca de ajuda.

- Erick, eu quero voltar a falar com eles. – ela disse como se precisasse afirmar claramente para ele.

- Bem, palavras não são ações. – ele respondeu, segurando Alice pelos ombros. – Nós vamos pensar em como dizer essas palavras para eles de um jeito que eles a perdoem.

Na hora do almoço, Ryan, Nathan, Ellen e Daniel se reuniram na mesa da Lufa-Lufa, sobre olhares indagadores dos outros estudantes. Eles estavam em uma das extremidades da mesa, então não chamavam tanta atenção para si mesmos.

- Então... – Nate disse – Pelo que eu estou sabendo, vocês mandaram a resposta para mais cedo.

- Exato. – Ryan confirmou. – Mas eu ainda não sei o que pensar dela.

- Como assim não sabe? – Nathan perguntou.

- Eu não sei Nate, não quero confiar nela.

Nathan trocou olhares com Ellen e Daniel.

- Mas Ryan, você ouviu o que aquela Lydia disse sobre ela...

- E você confia numa garota que mal conhece? – Ryan respondeu, um pouco rispidamente.

- Ela diz qualquer coisa para qualquer um, eu conheço ela.

- Então o que vocês querem dizer? – disse Ryan, mais irritado com a atitude dos amigos. Ele deixara sua comida e seu suco de lado – Que vocês acreditam nela e agora querem voltar a serem amiguinhos?

- Ninguém aqui está dizendo isso, Ryan. – Daniel falou, tentando tranquilizar o amigo. – só estamos dizendo que nós deveríamos dar uma chance a ela...

Ryan não queria dar ouvidos a nenhum dos amigos. Nem mesmo Daniel, que era mais próximo dele. Eles continuaram tentando a dar pelo menos uma chance a Alice, porque acreditavam em Nathan. Mas Ryan parecia inflexível.

- Gente, esqueçam. Eu vou me encontrar com ela no dia e hora marcados, se ela concordar, depois eu tiro minhas conclusões. - Ryan disse, guardando suas coisas em sua mochila - Agora, se me dão licença...

O garoto levantou seu olhar para onde ia, e deu de cara com...

- Alice! – ele exclamou, parando a centímetros de onde a garota estava parada, do lado da mesa onde o grupo se encontrava. Ele voltou para trás e colocou a mochila na mesa, esperando uma reação de Alice.

A garota percebeu que assim que seus antigos amigos notaram a presença dela suas expressões endureceram, inclusive aquela daquele garoto de cabelos castanhos que ela não conhecia... Na certa amigo de Ryan, ela pensou.

- Ahn, eu estou aqui só para dizer que concordo com o dia e o local.

Alice sentiu que Erick estava atrás dela e que todos olhavam para ele.

- Não achei necessário mandar uma coruja apenas para dizer isso. – ela continuou.

- Ok. Até lá então. – Ellen respondeu.

Alice assentiu com a cabeça e virou para trás, pronta para seguir seu caminho quando foi interrompida pela voz de Ryan:

- O ruivinho não vai te acompanhar, né? É melhor que não vá. – ele disse com amargura.

Não sabendo exatamente por que dissera aquilo, mas sabendo que ainda estava com raiva de Alice, Ryan passou por ela o mais rápido que conseguiu, indo para fora do Salão. Ela permaneceu parada apenas o bastante para poder absorver a amargura das palavras, para depois ir embora à mesma velocidade que Ryan.

Quando não se via mais o cabelo cor de fogo de Erick dentro do Salão, Ellen comentou:

- Você acha que ela o seguiu?

- Ela não é maluca. – Nathan respondeu. – Eu acho.

Os três continuaram a comer o almoço.

- Bom, eu estou disposta a dar uma chance a ela. Soava bem convincente quando veio procurar a gente da primeira vez. – Ellen disse.

- Isso somado a aquela opinião da tal de Lydia também me faz crer que ela não está mentindo. – Daniel acrescentou.

Nathan assentiu. Ele tinha menos participação nisso, pois nunca tinha conhecido Alice antes da briga.

- Eu só não entendo – disse Daniel, entre goles de suco de abóbora – Porque o Ryan ainda está agindo assim com ela?

Ellen deu de ombros, mas Nate respondeu:

- O meu palpite é que ele quer perdoar ela mais do que qualquer um de vocês, mas alguma coisa que aconteceu no passado dele diz que ele não deveria ser tão mole assim. Que ele não devia dar segundas chances.

Daniel e Ellen refletiram um pouco no que Nathan tinham dito.

- Eu acho que você está certo.  – Ellen disse - E pode ter alguma coisa relacionada com o irmão dele. Lembram, Mattew Cooper? – Daniel e Nate assentiram. Ryan contara todos os detalhes da briga para Nathan a um tempo atrás. - Afinal, Ryan recebeu uma resposta dos pais?

- Recebeu. - Nathan respondeu. – Foi há algumas semanas atrás, tempos depois de Alice ter arrumado essa confusão.

- Ele mostrou para você? – Daniel perguntou, com uma ponta de ciúme na voz.

- Não, eu nem tive chance de ler. Ele guardou no bolso assim que terminou, e saiu correndo da mesa.

- Isso não é bom. – Ellen disse. – Isso não é bom mesmo.

Daniel suspirou.

- Temos que falar com ele.

- Não vai ser fácil. – Nathan disse.

- Eu só sei que o Ryan que eu vi chamando o amigo de Alice de ruivinho não é o mesmo Ryan... – Ellen falou, olhando para o nada, seu almoço deixado de lado.

- Bem, é pra isso que servem os amigos, não? – Daniel concluiu, e eles se levantaram para ir procurar Ryan.

No campo de Quadribol, Erick tinha levado Alice para refrescar um pouco a cabeça no ar livre. Ele estava doido para subir na vassoura, porque isso o ajudava ficar mais calmo e por os pensamentos em ordem, mas não faria isso se fosse deixar Alice sozinha no chão, sujeita a companhia desagradáveis.

Então, Erick tentava persuadi-la a voar. Os dois já haviam conversado sobre o que Ryan dissera, e Erick sabia que isso tinha abalado extremamente Alice, embora ela não admitisse abertamente. Ele descobrira que ela era muito sensível, e tendia a chorar. Isso ela contara para ele, entre risos, para esconder a vergonha. E Erick sabia que era exatamente onde ela não queria chegar agora. No choro.

Por isso tentava fazer com que ela concordasse em aprender a voar. Ele achava que isso ia desviar sua mente de todos os problemas e ajuda-la a relaxar. Pelo menos por alguns preciosos minutos, o que ela estava precisando.

- Vamos, Alice... Você não gostaria de aprender? Me ajuda a desviar a mente dos problemas... E, eu acho que você ia gostar. – Erick disse. 

Isso foi o bastante para convencê-la.

Por sorte, ninguém (principalmente nenhuma das garotas) notara que Erick tinha ido para o campo voar, então os dois tinham certa privacidade. Ele deu sua vassoura - uma Firebolt 3.0, uma boa vassoura, mas não muito atual [n/a a história se passa em 2020, caso eu não tenha dito antes, então inventei uma vassoura melhor que a Firebolt do Harry] – para Alice, e ficou com uma que ele pegou do armário do campo.

Alice já estava familiarizada com as regras do Quadribol, então tudo o que Erick fez foi dar uma aula de voo bem parecida com a qual a professora de Quadribol tinha dado, e a qual Albus tinha dado para Daniel e Ellen.

Assim como Erick imaginava, isso ajudou Alice a desviar sua mente cheia de preocupações por um tempo. Ela ainda assim preferia não jogar Quadribol, mas Erick afirmou que ela era uma boa jogadora, mesmo ele não sabendo em qual posição ela ficaria melhor. Alice se divertiu tentando pegar o pomo, o que conseguiu apenas uma vez, de três apostas que fez com Erick para ver quem pegava o pegava primeiro. Mesmo que sua vassoura fosse pior, Erick tinha muito mais experiência que ela.

Quando os dois voltaram ao chão, voltaram rindo, porque Alice pegara o pomo e o segurava no alto, acima de sua cabeça.

- Viu só, Erick? Eu peguei o pomo, e nem foi porque você me deixou. Tá me devendo um galeão.

Ele pousou no chão atrás dela, sorrindo.

- Claro que sim, eu não duvidava de você. Depois eu te pago o galeão...

Ela devolveu a vassoura para ele, mas continuou segurando o pomo quando eles foram juntos para os vestiários.

- Queria ver se eu estivesse com a minha vassoura.

- Aí seria injusto! – Alice falou, com razão.

- É mesmo. Eu posso pagar o galeão em doces?

Alice riu maliciosamente e negou com a cabeça. Mas perguntou, curiosa:

- Onde você ia arranjar doces?

- Na Dedosdemel. – ele respondeu, casualmente – Eu ainda não posso ir a Hogsmeade, mas eu conheço quem vá...

Alice pensou por um momento. Ela já tinha lido aquele nome em algum lugar...

- Ah, claro! Hogsmeade! Só os alunos do terceiro ano e mais velhos podem ir para lá, com autorização dos pais, claro... Eu li que lá, além de cerveja amanteigada no Três Vassouras, o que eu estou louca para provar, tem a Dedosdemel e a Zonko’s, logros e brincadeiras... Eu não sou muito de brincadeiras, mas é claro que eu gostaria de ir lá, quem não? – Alice se deu conta de que falava nem parar para respirar, e se calou.

Erick olhava para ela com uma mistura de divertimento e surpresa.

- Para ser honesto, parece que você engoliu uma enciclopédia.

Alice ficou quase tão vermelha quanto o cabelo de Erick, e se virou para disfarçar, entrando no vestiário.

Quando Erick entrou também, ela viu que ele estava rindo, o que não ajudou muito.

- Eu adoro quando você faz isso. É mais legal quando você não se dá conta do que está fazendo por um bom tempo... – ele disse, parando de rir.

- Não tem graça. – ela disse, ainda de costas, mas se segurava para não sorrir.

- Se você não acha... – ele respondeu, dando de ombros.

Juntos, eles guardaram tudo no devido lugar (Alice evitando o olhar de Erick) e partiram para o castelo. Já estava escurecendo, e se eles demorassem mais poderiam estar em sérios problemas. Primeiro porque Erick não estava certo se poderiam ter usado o campo, e segundo que eles não podiam sair do castelo à noite. Mais isso não foi mais um problema quando eles entraram no castelo.

- Você não sabia se a gente podia usar o campo e só me avisa isso agora? – Alice perguntou, indignada.

- Eu só me lembrei disso agora! De qualquer jeito, eu levaria a culpa, você sairia ilesa.

Alice fingiu estar decepcionada, mas na verdade havia se divertido muito. Erick era muito mais do que ela pensava que ele fosse. Sua primeira impressão dele tinha sido de um garoto metido e popular, que só pessoas como as companheiras de quarto dela se interessariam. Estava muito enganada.

Erick estava feliz porque sabia que sua ideia de se distrair com Quadribol havia dado certo. Alice tinha esquecido de seus problemas pelo menos por uma tarde, o que não fazia a muito tempo.


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Notas finais do capítulo

algum erro só avisem, nem revisei direito! :*