As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 1 escrita por Larissa M


Capítulo 6
Capítulo 6 - Sonserina versus Corvinal


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpa não ter postado antes, tava com preguiça... Enfim, espero que gostem. :3



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Após terem almoçado, no mesmo dia da briga entre irmãos, os quatro amigos foram para as suas respectivas aulas, pensando em tudo o que aconteceu, e loucos para se reencontrarem. Todos os quatro sabiam que, em segundas-feiras, eles tinham tempo livre no final da tarde. Obviamente passariam juntos, normalmente pelos jardins.

Saguão de Entrada, ao lado das ampulhetas: este local havia se tornado o ponto de encontro deles, e já não havia mais necessidade de dizer: “me encontre perto das ampulhetas”; todos sabiam que era lá onde encontrariam os amigos nos períodos de descanso. Também era um local muito útil para Ellen, que tomara o hábito de checar as ampulhetas todos os dias e acompanhar a perda e ganho de pontos de todas as casas.

- Isso! A Sonserina está na frente! – disse Ellen depois de analisar mais uma vez as ampulhetas.

- Uau. – Daniel disse, ficando do lado dela. – Alguns desses pontos foram seus?

Ellen nem precisou pensar para responder:

- Sim! Foram vinte pontos ao todo.

- Mais do que eu. Hum... eu acho que mais perdi pontos do que ganhei... – Daniel deu uma olhada na ampulheta da Grifinória; o número de rubis não estava muito animador.

Logo Alice e Ryan se juntaram aos dois, e eles seguiram para os jardins.

- Você, - disse Alice, apontando para Dan – Ryan e Albus foram demais! – ela disse, referindo-se a briga de mais cedo.

- Eu ouvi meu nome? – Albus perguntou, chegando por trás do grupo e olhando por cima de suas cabeças, por ser mais alto que todos.

- Sim, Al – Ellen disse – e eu concordo com Alice.

- Obrigado. – Ryan agradeceu sinceramente. – Nem eu mesmo esperava aquilo de mim.

- Você fez bem – Alice disse para ele.

- É. – ele concordou – Mas agora estou preocupado em quando eu vou enfrentar ele. Sabem, talvez eu não seja tão bom assim... – ele olhou preocupado para o chão.

- Deixa disso, Ryan. – Albus disse – Ao longo dos anos você aprende diversos feitiços. Você vai se dar bem. - Albus sorriu para o garoto. Depois desviou o olhar para o relógio, e sua expressão passou de relaxado para preocupado.

- Albus, o que foi? – Ellen perguntou, percebendo a troca de expressões do garoto.

- Eu preciso ir! Eu tenho treino de Quadribol, e já estou atrasado!

Ele mal se despediu de todos e já caminhava com passos largos pelos terrenos quando Daniel o chamou:

- Espere! Eu posso também?

Albus se virou para ele e assentiu, sorrindo.

- Claro, venha comigo! – ele fez um gesto para Dan segui-lo, mas não o esperou.

Daniel ficou para trás com os amigos.

Ele pegou a mochila e disse:

- Vocês querem ir também? Temos tempo livre agora.

- Eu não. Prefiro ficar no castelo. – Alice disse. A ideia de ver um treino de Quadribol não a animava.

- Eu também sou igual à Alice. – disse Ryan – Prefiro ficar longe do campo de Quadribol.

Vendo o olhar de indagação no rosto de Daniel, completou:

- Nunca fui fã de esportes.

Ele deu o braço para Alice e disse:

- A gente se vê!

Os dois seguiram para o castelo, já entretidos em outra conversa. Daniel ficou sozinho com Ellen e nem precisou perguntar para saber que a garota gostaria de ir ao treino com ele. Eles tinham conversado, em outro dia, sobre Quadribol, e ele sabia que uma das coisas que ela mais queria era aprender a voar, assim como ele.

Retribuindo o sorriso de Ellen, a pegou pelo pulso e puxou em direção ao campo de Quadribol, correndo.

- O que aquela garota da Sonserina tá fazendo aqui?

Os dois amigos já haviam chegado ao campo e se acomodado nas arquibancadas, prontos para assistir o treino, mas um dos jogadores gritou para o capitão.

- Não queremos espiões no campo. - ele enfatizou, fazendo com que o olhar dos outros jogadores atravessasse as arquibancadas à procura de Ellen.

- Calma pessoal! – Albus a defendeu, levantando voo para ser ouvido. – Eu trouxe eles comigo. São de confiança, inclusive ela.

Os outros jogadores poderiam ser amigos de Albus, mas lhe lançavam olhares céticos.

- O que você diz, capitão? – O mesmo que tinha falado antes (de camisa número 7) disse.

O capitão - o mais velho deles - era o apanhador, e conhecia Albus desde que o mesmo havia entrado em Hogwarts. Por isso, respondeu sem hesitar:

- Tudo bem, podem ficar aqui. – a última frase foi dirigida aos dois nas arquibancadas, que assentiram, mesmo sem o capitão estar vendo.

Ele continuou falando com o time, mas Daniel já não prestava mais atenção, estava conversando com Ellen.

- Ellen, eu estava pensando...

- O que? Eu não gostei do seu tom. – ela respondeu.

- É só uma ideia... – Dan hesitou, mas disse – A gente podia pedir para Al, depois do treino, para andar na vassoura dele, o que acha?

- Mas você me disse que temos que ter aulas de voo primeiro. – Ellen disse, já pensando em como podia dar errado subir na vassoura sem instruções. Apesar de sua insegurança, ela gostou da ideia de Daniel.

- Albus pode ser nosso professor. – ele disse.

- Não sei... – ela desviou seu olhar para o campo e assistiu assustada com a velocidade com que eles se movimentavam.

- Você está vendo como Albus é bom. – Daniel insistiu; ele sabia o que Ellen queria.

- Eu quase não consigo ver, quando eles vão rápido desse jeito.

- Mas dá pra notar que eles são bons, não?

Ellen suspirou. Ela sabia que Daniel tinha ganhado, mas não queria admitir. Porém, seu sorriso a denunciou, levando Daniel a dizer:

- Isso! Sabia que você ia concordar. – ele disse e ela riu.

- Não vale, você já sabia que era o que eu queria, né?

Ele apenas assentiu, mas disse, para tranquiliza-la:

- A gente vai devagar, e eu vou estar junto de você.

- Mesmo assim, eu posso cair...

- Eu vou estar embaixo pra te segurar. – ele garantiu.

Os dois assistiram o treino até o final, gostando da ação. No fim, todos eles seguiram para o dormitório, e Albus prometeu encontrar os dois na saída do campo. Animados, os amigos desceram as arquibancadas, e encontraram Al aonde ele havia prometido.

- Então, vocês gostaram do treino? – Albus perguntou e começou a andar para o castelo, mas Daniel o segurou pelo braço.

- Al, queremos pedir uma coisa para você.

- Não é certo a gente pedir nem fazer isso... – Ellen disse.

- ...Mas é que nós queremos aprender a voar, na sua vassoura. – Daniel completou. – Tipo, hoje.

Albus fez uma cara séria, como se estivesse tomando uma decisão muito difícil. Ellen pensou que ele fosse dizer não, mas pelo contrário, o que o garoto respondeu foi:

- Claro! Vamos logo que está escurecendo.

Daniel e Ellen não podiam se conter de tanta animação. Ela até tinha se esquecido, mas só por um curto período de tempo, de sua insegurança.

Mais uma vez, Dan pegou o braço, e começou a puxá-la pelo pulso. Eles seguiram Albus até o centro do campo, onde este parou.

- Muito bem. Aqui está a minha vassoura. Quem vai ser o primeiro?

Daniel olhou para Ellen e viu que suas dúvidas voltaram, então ele se prontificou para ser o primeiro:

- Eu vou!

- Ok. – Albus disse – Agora, muito cuidado. Devagar, monte na vassoura e dê impulso.

Daniel fez o que Al pedia, agora se sentindo ansioso.

A vassoura subia lentamente no ar, e, com o tempo, Daniel foi subindo cada vez mais, devagar. Ele tentou controlar a vassoura, e foi de leve para o lado, fazendo uma curva. Ellen assistia a tudo do chão.

- Num verdadeiro jogo de Quadribol, você teria que voar muito mais rápido. Mas até agora está indo muito bem. – Albus elogiou.

Ellen não gostou de “até agora” e não tirou os olhos do amigo, no ar.

- Para você controlar, só basta incliná-la para onde quiser.

Daniel acelerou mais seguro de si. Em poucos instantes, voava com muito mais desenvoltura do que antes. Claro que sua técnica poderia ser melhorada, mas, para alguém que tinha começado naquele dia e não ia jogar pra valer a pelo menos um ano, ele voava muito bem.

- Ellen, você devia tentar também. – ele gritou de cima, o vento agitando seu cabelo.

Albus estendeu outra vassoura para Ellen, que a pegou, agora todo o medo de voar de antes a preenchendo aos poucos. Respirando fundo, ela tomou coragem, lembrando-se das palavras de Dan, e repetiu os passos do amigo. Ela montou na vassoura e deu um impulso, subindo devagar.

Daniel parou onde estava e voou mais para perto, para poder vê-la.

Ellen seguiu as instruções que Albus havia dado para Dan, e, aos poucos, foi tomando mais segurança se si, em segundos estava voando no ar com seu medo já esquecido.

Daniel acelerou e riu dos esforços da amiga para acompanhar seu passo. Ele voltou e ficou do lado dela, dizendo:

- Não é demais?

- O que? – ela perguntou, porque não estava prestando atenção.

- Essa sensação de voar. Não é demais? – Daniel repetiu a pergunta.

Como resposta, tudo o que Ellen fez foi sorrir e dizer:

- Vamos ver quem chega às balizas primeiro?

- Senhoras e Senhores, sejam bem-vindos ao primeiro jogo de Quadribol da temporada! – disse o narrador do jogo de Sábado daquela mesma semana.

Os quatro amigos estavam presentes no jogo, e se sentavam juntos nas arquibancadas. O narrador continuou anunciando:

- Entrando em campo está o time da Sonserina!

Ellen, junto de todos os outros torcedores da Sonserina, vibrou de alegria, brandindo as cores de sua casa. Depois de nomear todos os jogadores, o narrador prosseguiu:

- Do time da Corvinal...

Alice e todos os outros torcedores vibraram com tanto entusiasmo quanto os do outro time. Daniel e Ryan, por seus times não estarem jogando, combinaram de cada um vestir as cores e uma das casas das amigas. Ou seja, Dan foi vestido de verde e prata e Ryan de azul e cobre. As garotas só descobriram isso quando viram os dois chegarem no campo na manhã do jogo.

- Dan, o que você está vestindo – Ellen dissera a ele quando o vira.

- Estou vestido para apoiar a sua casa!

- E eu, para apoiar a Corvinal! – Ryan disse. – Sabe, eu acho que esse azul combina bem com meus olhos. – acrescentou.

- Fica mesmo – Alice concordou – Que fofos vocês!

Ambos os garotos ficaram vermelhos com o comentário de Alice, mas a garota nem pareceu perceber. Juntos, foram escolher seus lugares nas arquibancadas. Alice falara com Ellen mais cedo, e as duas combinaram que iriam torcer para as próprias casas, e, não importa quem ganhasse, elas ficariam bem com isso.

- Agora... – o narrador continuou anunciando – o juiz dará início à partida...

Os quatro, junto de toda a torcida, segurava a respiração.

- E... Começou!

O apito soou e, quase simultaneamente, jogadores e as bolas subiram no ar.

- Sonserina começa com a goles... Farret, que passa para Smith... Que é acertada pelo balaço de Davies... Ouch, deve ter doído. Agora a Corvinal pega a goles e se aproxima do goleiro... Ponto da Corvinal! 10 a 0 Corvinal!

Toda a torcida em azul e cobre agora se agitava, Alice balançava freneticamente, com a ajuda de Ryan, sua bandeira com uma águia estampada. Ellen ainda se mantinha concentrada no jogo, que não era fácil de acompanhar, senão se mantivesse focada.

- Posse da goles para Sonserina... Outro balaço de Davies, ele erra, Powell acelera, se aproximando da goleira... Se prepara para o lançamento...

Ellen prendeu a respiração, na expectativa.

- Ele acerta! O jogo está empatado!

Foi a vez de Ellen e Daniel vibrarem, enquanto Alice e Ryan vaiavam, ainda estendendo a bandeira da Corvinal.

- Mesmo que agora não seja hora para eu ficar feliz, eu não sabia que torcer era tão divertido! – Ryan exclamou.

- Torcer é divertido? Eu não espero a hora de estar em campo! – Daniel disse.

O jogo ainda continuava. Todos assistiam concentrados, igualmente ao narrador. Logo depois de alguns lances, Ellen reclamava, raivosa, que não tinha visto a maior parte deles. Ryan teve que concordar.

- E olha que eu uso óculos! – ele disse depois de ouvir o comentário de Ellen.

Ellen se recusou a tirar os olhos do campo quando Dan a chamou, pedindo para olhar para ele.

- Ellen! Eu tenho um binóculo.

Na mesma hora ela se virou, feliz, mas confusa ao mesmo tempo.

- Isso é ótimo, mas... Porque você não me entregou isso antes?

- Ahn... Eu... esqueci. – ele disse, esperando pelo pior reação de Ellen. A garota suspirou e tomou o binóculo das mãos dele, voltando a olhar concentrada para o jogo.

- Corvinal com a goles, Allen, que passa para Moore... Espera, o que é aquilo?

Ellen moveu o binóculo rapidamente, vasculhando o campo. Ela sabia que o narrador se referia ao pomo de ouro.

- É o pomo, Ellen? – Daniel perguntou, mas foi o narrador que respondeu:

- Parece que Miller achou o pomo!

O apanhador da Sonserina – agora Ellen via com clareza – voava com mais velocidade que ela podia imaginar, com o braço direito esticado a sua frente. Demorou um pouco para ela ver, mais o brilho dourado do pomo vinha à frente de Miller, agora contornando as balizas da Corvinal. Ele desviou de um balaço, e continuou seguindo, sem perder o pomo de vista.

- Onde está o pomo? – Daniel perguntou de novo.

- Perto das balizas da Corvinal, Dan. – Ellen respondeu, ainda sem desgrudar os olhos do binóculo.

Do lado direito de Miller, Ellen via agora quem supôs ser o apanhador da Corvinal, que disputava o pomo com ele.

- Qual dos dois vai apanhar o pomo primeiro? Qualquer um dos times ganharia o jogo, que permanece empatado por 50 a 50. – que narrador dizia.

Os dois apanhadores agora estavam sob os olhares de todos os torcedores. Tentavam, ao mesmo tempo, derrubar o outro da vassoura e pegar o pomo, o que se tornava cada vez mais difícil.

- Ellen, me empresta o binóculo? – Alice perguntou.

- Agora não... – Ellen mal prestou atenção na pergunta de Alice.

Miller e Murray – Ellen conseguia ver o sobrenome estampado nas costas do outro apanhador – estavam tão próximos do pomo de ouro que até deixarem de atrapalhar um ao outro. Quem pegaria o pomo teria que ser o mais veloz e mais habilidoso.

Do outro lado do campo, o jogo continuava, e foi onde Daniel concentrou sua atenção. Dependendo dos pontos do jogo, pegar ou não o pomo faria a diferença. Os dois times ainda jogavam concentrados. Sonserina marcara mais dez pontos e Corvinal mais vinte. Tornando o placar 70 a 60 Corvinal.

- ... Ainda com as alterações no placar, quem pegar o pomo... Vence!

Como se o apanhador da Sonserina, Jonathan Miller, estivessem prestando atenção nas palavras do narrador, ele tomou vantagem de Murray em uma curva fechada à direita e, já com um sorriso no rosto, capturou o pomo.

Ellen demorou para processar a informação. Num minuto, o pomo estava lá, no outro, sumira; Miller voava triunfante pelo campo. Quando ela entendeu, deixou seu binóculo cair de tanta emoção, seus gritos abafados pelos tão igualmente altos da torcida.

- Dan, Dan, a gente ganhou, GANHAMOS! – a garota o abraçou com tal força que ele não imaginava que ela possuísse, mas retribuiu o abraço.

Ellen pareceu se dar conta de que estava junto de Daniel, e o soltou tão rápido quanto tinha abraçado. Ela se virou de costas para ele e pegou o binóculo do chão.

- Ah... Que pena, perdemos. – Ryan comentou.

- Que pena? Só isso que você diz? – Alice o repreendeu – Eu sei que eu posso não ter nenhum interesse em jogar, mas eu levo o jogo a sério.

- Eu sei, eu também levo. Afinal, qual seu time fora de Hogwarts? – Ryan perguntou, tentando desviar a atenção de Alice do jogo perdido.

- Chudley Cannons. Pelo menos eles ganharam a temporada.

- Eu também torço para eles! Viu só? Esse é o Quadribol que importa.

- Humpf, - Daniel disse, fazendo Ryan e Alice olharem para ele – Eles só ganharam porque não enfrentaram as Harpias de Holyhead.

- Isso porque elas perderam antes de ter a chance de enfrenta-los! – Alice provocou.

- Eu vou continuar comemorando a vitória da Sonserina, que, por acaso, foi o primeiro jogo que eu assisti, enquanto vocês continuam a discussão. – Ellen disse se virando em direção ao campo.

- Ellen! – Daniel disse, virando-a para poder encará-la. – Ninguém quis dizer isso, sentimos muito.

Suas palavras foram sinceras. Daniel se esquecera completamente que Ellen era nascida trouxa.

- Sério? Esse foi seu primeiro jogo de Quadribol? – Alice perguntou.

- Me desculpa se eu nasci trouxa, tá bom? – Ellen respondeu, mas não estava verdadeiramente zangada.

- Tá, não precisa ficar zangada.

Se existia uma coisa que Ellen mais odiava que os outros fizessem era dizer que ela estaca zangada, sendo que na verdade só parecia estar. Isso a irritava muito.

- Eu não estou zangada. – Ellen respondeu entredentes.

- Mas parecia. – Alice respondeu.

Ellen se segurou e não deu uma resposta, que já estava na ponta da língua.

Sonserina ganhou!

Somos vencedores!

Somos os melhores jogadores!...

Miller! Miller!

A música recém-criada pela Sonserina ecoava pelo campo, enquanto os jogadores e torcedores, felizes, se dirigiam à saída.

- E você não precisa ficar se gabando igual aos seus amigos, tá? – Alice disse maldosamente para Ellen, mesmo garota não tendo dito uma palavra para se gabar.

- Mas eu não disse...

- Mas tem vontade, admite.

- Não... – Ellen respondeu – Mas você só está dizendo isso porque tá com inveja que fomos nós que ganhamos!

- Eu não preciso me contentar com jogos da escola, eu tenho o Quadribol “de verdade”! Meu time ganhou outros jogos que eu já assisti ao vivo, ao contrário de você.

- É mesmo? – Ellen respondeu, agora de frente para Alice – então eu quero ver a sua pessoa não se importar quando a Sonserina ganhar a Copa das Casas!

Ellen se virou sem nem esperar a resposta de Alice, indo o mais rápido possível para baixo nas arquibancadas. Daniel olhou uma única vez para Alice, e decidiu seguir Ellen, sabendo que Ryan ficaria com Alice.

Foi quase impossível manter os olhos em Ellen durante o percurso de volta a escola. A multidão de alunos era muito grande, e Ellen não queria esperar por ninguém. Daniel abriu espaço entre uma larga fila de alunos que seguia por um único caminho entre o campo e o castelo. Ele ignorou um grupo de amigos da Grifinória de sua série que, intrigados, levantavam a voz para perguntar o motivo das roupas verde e prata de Dan. Chegando ao grupo de Sonserinos que entoava a música bem quando entrava no Saguão, Daniel se perdeu no meio deles, consequentemente perdendo Ellen de vista. O último vestígio dela que teve foi um vulto de cabelos claros subindo pelas escadas, para longe das masmorras. Sem hesitar, Dan se separou do grupo de Sonserinos e foi correndo escada acima.

Ele só alcançou Ellen quando já estavam no quarto andar. O caminho não era problema para Daniel, pois ele já sabia onde a garota estava seguindo.

As portas da biblioteca se abriram quando Ellen entrou, e ela se assustou quando Daniel pôs o braço na porta para impedir que ela fechasse.

- Oi. – ele disse. - Não pensou que eu fosse te seguir até aqui, não é?

- Como você sabia que eu vinha para cá? – ela perguntou.

- Você sempre vem para cá. Alice pode ser da Corvinal, mas é sempre você quem está aqui.

- Tem razão. – ela teve que concordar.

Eles escolheram uma mesa afastada o suficiente para a bibliotecária não os ouvir, o que era fácil, já que a mesma estava sempre concentrada num livro.

- Dan, eu me arrependi assim que gritei com ela.

- Acredito em você.

- Mas ela não vai acreditar.

- Ellen, Alice queria tanto uma briga quanto você. Ou seja, ela não queria brigar.

- Então porque a gente...

- Bom, isso eu não sei explicar... As pessoas brigam, entende? – ele disse - Aposto que amanhã você... Vocês... Vão ter colocado algum sentido nesse briga, e vão fazer as pazes.

Ellen suspirou. Sentia-se um pouco melhor agora.

- A gente tinha prometido não brigar.

- Até os melhores amigos se desentendem, às vezes.

Ellen abriu a boca para dizer algo, mas desistiu.

- O que foi? – ele perguntou – Pode falar.

- Eu ia perguntar se você poderia me prometer que nunca ia brigar comigo.

- Isso eu não posso te prometer.

Ellen olhou para ele, imaginando se algum dia iria se desentender com ele.

- Mas outra coisa eu posso te prometer: – ele continuou – Se algum dia nós brigarmos, eu prometo que farei de tudo para que nós possamos nos falar de novo.

Ellen sorriu.

- Nós nunca deixaremos de ser amigos. – ela completou.


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Notas finais do capítulo

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