As Quatro Casas De Hogwarts - Ano 1 escrita por Larissa M


Capítulo 13
Capítulo 13 - Na Ala Hospitalar


Notas iniciais do capítulo

Hey, eu consegui terminei o cap antes, YAY! bem, aproveitem. Vai ficar mais interessante daqui pra frente...



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Todos os cinco, ansiosos, passaram pela porta seguidos um do outro. A enfermeira mal foi escutada enquanto dava as especificações dos ferimentos de Daniel.

O garoto estava repousado em uma das camas do lado esquerdo da enfermaria, uma das mais próximas da entrada. Apenas uma outra pessoa estava na enfermaria, mas sua cama estava cercada por uma cortina de pano, e estava longe demais da cama de Daniel para qualquer um deles poder notar.

Ao ver que Dan, apesar da dor, sorria, Ellen ficou muito mais aliviada. Ele pensou em abraçar o garoto, mas, nas condições que ele se encontrava, se limitou a segurar sua mão.

O resto se aglomerou ao redor da cama dele, todos partilhando o sentimento de alivio.

– Oi, gente. – Daniel conseguiu dizer. Sua cabeça estava enfaixada, e seu braço numa tipoia. Exceto esses dois ferimentos, nada mais era visível.

– Ele sofreu uma concussão na cabeça, e deslocou o ombro. – disse a enfermeira, com um tom clínico na voz. – O ombro necessitará de repouso por alguns dias, coisa fácil de ser concertada com magia. Estou trabalhando num remédio para a concussão, mas você precisará ficar na cama por pelo menos uma semana. Sinceramente, não sei aonde vocês querem chegar com esse esporte. – ela disse, lançando um olhar preocupado para Daniel e para o outro paciente.

Srtª Promfrey se retirou para seus aposentos, deixando o grupo à sós. Assim que ela fechou a porta, Ellen explodiu:

– O que você estava pensando?? – ela gritou para Daniel. – Se jogar na frente de um balaço?! – ela disse se levantando da borda da cama, gesticulando energeticamente na frente dele. – Foi a coisa mais idiota que você já fez, Daniel, foi a coisa mais... Estúpida e ao mesmo tempo corajosa que eu já vi você fazendo.

Daniel, pacientemente, respondeu:

– Você não ia preferir que fosse você quem estivesse deitada nessa cama, não é?

Ellen, sem resposta, voltou a se sentar do lado dele, e colocou o pomo entre os dedos de Daniel.

– Seu esforço não foi em vão. Eu peguei o pomo.

Dan levantou o braço direito, o que não estava na tipoia, e observou o pomo mais de perto. Ele batia as asinhas, agora com menos força do que antes.

– Então você ganhou. É uma melhor apanhadora, de qualquer jeito.

– Se não fosse por você, eu provavelmente ainda estaria desacordada.

Daniel deixou o pomo de ouro voar por alguns segundos, depois o segurou firmemente em suas mãos.

– Você acha que há algum jeito de repará-lo? – Alice perguntou, sentando-se do outro lado de Daniel.

– Pergunte a Srtª Pomfrey. – ele disse, fazendo um gesto para devolver o pomo a Ellen. A garota, porém, recusou, dizendo:

– É seu. Isso é, se a gente não tiver que devolvê-lo à escola. – ela olhou para Erick fazendo uma pergunta silenciosa, que ele interpretou corretamente.

– Tecnicamente, ninguém sabe que fomos nós quem usou o campo pela última vez, e os pomos de ouro são trocados a cada jogo. Então...

– Então é seu.

Ellen devolveu o pomo para Daniel, que, depois de olhá-lo por mais alguns segundos, guardou-o na mesa de cabeceira.

– Depois eu arrumo um lugar mais digno para ele ficar.

Disse ele, tentando esboçar um sorriso. Sua dor, porém, era visível em seu rosto.

– Dan, você está se sentindo bem? – Ryan perguntou, chegando mais perto do amigo.

– Estou. Está tudo bem, é só o efeito do remédio que a Srtª Pomfrey me deu.

– Um remédio que faz doer? – Nathan perguntou, ainda não acreditando.

Daniel não respondeu. Ellen disse, sinceramente preocupada:

– Dan, se estiver doendo é só dizer que nós vamos busca Srtª Pomfrey.

– Está tudo bem, El. Foi só uma tonteira. Já passou. – ele respondeu, de fato dizendo a verdade.

Ellen, mais tranquilizada, relaxou. No entanto, ainda segurava a mão do garoto com firmeza.

– Bom, nós todos temos que concordar que foi um baita susto que levamos, não é? – Ryan disse, e todos assentiram em concordância.

O grupo permaneceu junto por quanto tempo Srtª Pomfrey permitiu. A conversa variou entre as jogadas de Daniel e Ellen no campo (eles não estavam gostando de conversar sobre aquilo) até questões mais triviais, como o Natal ou os deveres de casa.

– Dan, Srtª Pomfrey disse que você sai em uma semana, certo? – Alice perguntou.

– Isso mesmo.

– Então você vai sair exatamente na Véspera de Natal! – ela completou.

– Ainda bem. Odiaria passar o Natal aqui deitado enquanto vocês comiam a ceia lá no Salão.

– Não seja bobo. Você acha que nós deixaríamos você aqui sozinho? – Ryan disse.

– Mas não iam perder aquele banquete, iam? Ia ser idiotice se vocês fizessem isso.

– Bom, nós precisamos comer, sabe como é... – Ryan respondeu, e todos riram.

Naquele momento, Srtª Pomfrey saiu de seus aposentos e se dirigiu ao grupo, levando uma bandeja de comida para Daniel. Ninguém havia percebido, mas já estava na hora do jantar.

– Oh não, eu vou ter que comer essa comida? – Daniel perguntou, olhando de lado para a bandeja de comida que agora a enfermeira colocava em seu colo.

– Exatamente, Sr. Potter. Não faça essa cara, o remédio é muito pior.

Dizendo isso a enfermeira se retirou, mas não sem antes dizer energeticamente:

– Vocês, deixem o paciente em paz! A hora de visitas está encerrada.

– Nossa, que palavras de consolo. – Daniel ironizou, mas estava com tanta fome que começou a comer de seu prato imediatamente.

Os cinco estavam relutantes em ir embora, e ficaram enrolando o quanto deu, até que a enfermeira perdeu a paciência e os mandou embora de vez. Ellen ainda conseguiu trocar algumas palavras com Dan antes de ser enxotada.

– Eu venho te visitar amanhã, assim que possível.

– Não se preocupe, eu sobrevivo por uma noite. A comida não é muita boa, mas eu aguento. – Daniel brincou, sorrindo para Ellen.

Retribuindo o sorriso, Ellen saiu d’Ala Hospitalar acompanhada por seus amigos.



No Salão Principal, os amigos repetiram o que agora estava se tornando costumeiro: todos os cinco se juntaram na mesa da Lufa-Lufa, a mais vazia naqueles dias, para comer. O banquete, como sempre, estava delicioso. Ellen ficou pensando em Daniel, sozinho na Ala Hospitalar, com seu pequeno prato de comida.

Notando a expressão no rosto da amiga, Alice disse:

– Ellen, você sabe que ele estava brincando.

– É, eu sei.

– Mas ele faz falta, você tem que admitir – Ryan falou. Afinal, Daniel também era o melhor amigo dele. E o primeiro com quem ele falara. Alice suspirou.

– Tem razão. – ela disse.

Os cinco amigos continuaram a comer, em silêncio. Desviando um pouco o olhar, Alice notara que a maior parte dos alunos os olhava, assim como alguns professores. Mas a pessoa com quem ela mais se importou foi Emily. Assim que seu olhar encontrara o de Alice, a garota rapidamente disfarçara, olhando de volta para o prato. Alice se perguntava porque ela havia ficado em Hogwarts, enquanto todos as suas outras amiguinhas tinham voltado. Lembrando-se de Chloe, Alice anotou mentalmente que mandaria uma carta para a garota. Afinal, ela poderia estar se sentindo solitária.

O que Alice viu no olhar de Emily não foi o costumeiro olhar duvidoso; parecia mais um olhar cheio de mágoas. Desde raiva a inveja. Resolvendo ignorá-la, Alice fitou novamente a mesa dos professores, notando algo fora do comum.

– Ei gente, - ela disse, quebrando o silêncio – Vocês perceberam que o Hunnigan não está aparecendo mais no salão?

– Ele deve ter ido para casa. – Erick sugeriu, sem muito interesse.

– Oh, isso não é possível. – Nathan comentou – Eu vi ele andando por aí outro dia. Não parecia muito feliz, se quer saber. Carrancudo, como sempre.

– Era de se esperar que ele ficasse um pouquinho mais animado, já que ele não tem que aguentar a gente.

– Nem a gente ele. – Nathan completou.

– Vocês estão esquecendo que estamos falando de Hunnigan. Quando foi a última vez que vocês viram ele feliz? – Ryan perguntou, com razão. – É, nunca.

Os outros nem precisaram relembrar, sabiam que ele estava correto. Prof. Hunnigan raramente esboçava um sorriso, do contrário de outros professores. Geralmente, na época do Natal, os mais simpáticos deles se demonstravam alegres, ou menos rígidos com os alunos. Uma boa parcela deles viajava de volta para casa. Porém, os mais antigos e o diretor permaneciam na escola. Hunnigan era a exceção. Mas agora que nem mais nas refeições ele aprecia, os alunos começavam a ter esperanças de que ele tivesse voltado para casa.

– Mas ele pode ter voltado para casa depois que Nathan o viu andando por aí. – Erick sugeriu, e os outros gostaram da sugestão.

– Quem sabe ele se aposentou? – Ellen sugeriu. Ainda guardava mágoas da última vez que ele tinha tirado 20 pontos dela. Não era pouca coisa, muito menos fácil de recuperar.

– Aí é sonhar alto demais. – Ryan disse.

Eles riram, mas tiveram que concordar.

Olhando por acaso para a mesa da Sonserina, Ellen notou que Holy, não só sua colega de quarto, mas uma boa amiga, comia seu jantar sozinha. Solidária, ela comentou com o pessoal:

– Ah, gente, vocês estão vendo aquela garota ali? – ela apontou discretamente para Holy, mas, ao contrário do que espera, todos viraram a cabeça ao mesmo tempo. – Não, não olhem agora! – ela os repreendeu.

Tarde demais, eles viraram as cabeças de volta para ela.

– Quem é? – Alice perguntou.

– Uma amiga, Holy. Eu acho que eu vou lá. Coitada, está tão sozinha.

– Quer que eu vá junto? – Alice sugeriu.

– Pode ser, vamos.

Deixlando os garotos sozinhos na mesa, Alice e Ellen contornaram a mesa da Lufa-Lufa, e chegaram na mesa da Sonserina. As duas se sentaram à frente de Holy.

– Olá. – Ellen cumprimentou. – Como vai?

– Oi, Ellen. Tudo bem. – ela respondeu, sorrindo.

– Essa é minha amiga, Alice. – Ellen a apresentou.

– Prazer. – Alice estendeu a mão, e Holy retribuiu o aperto.

– Sou Holy.

Por um minuto, as garotas ficaram em silêncio, e Ellen tentou pensar em alguma coisa em que elas pudessem conversar. Viera ali porque sentira pena de ver Holy comendo sozinha, mas agora não ocorria nada o que dizer. Por sorte de Ellen, Holy quebrou o silêncio.

– Ei, cadê o Daniel? – ela perguntou. Holy sabia das amizades de Ellen, pois as garotas haviam conversado sobre isso anteriormente, e Ellen até chegara a apresenta-lo a ela.

– Ah, bem... – Ellen começou, seu sorriso se apagando do seu rosto.

– Daniel sofreu um acidente enquanto ele estava treinando Quadribol, e agora está na Ala Hospitalar. – Alice explicou por Ellen.

– Oh, ele está bem? – Holy perguntou, sinceramente preocupada.

– Está bem, em uma semana ele já pode sair. Foi só uma fratura e uma concussão.

– Eu posso ir visita-lo com vocês algum dia?

– Claro. Nós vamos amanhã de manhã, se você quiser vir. – Ellen a convidou, mudando sua expressão.

– Claro...

Holy foi interrompida por um grupo de garotas que se aproximara delas silenciosamente, sem que nenhuma delas percebesse. Ellen levou um susto quando uma garota de cabelos cacheados e cheios disse:

– Com licença. Espero não estar interrompendo.

– Ahn, de modo algum. – Alice respondeu, com uma educação forçada.

O grupo era composto por três garotas, todas de anos mais velhos e sonserinas. Assim que Alice disse aquelas palavras as três se acomodaram em cadeiras adjacentes. Uma delas era loira, e a outra, morena. A de cabelos cacheados e ruivos falou novamente:

– Eu soube que vocês são amigas de Erick Lavoisier. – ela disse, olhando de relance para Erick, como se Ellen e Alice não soubessem quem ele era. – Isso é verdade?

Percebendo imediatamente do que se tratava, Alice deu um longo suspiro e respondeu pacientemente:

– Sim, somos.

– Ah, isso é ótimo! – a loira disse. – Então você pode nos apresentar à ele? – ela disse, se dirigindo à Ellen.

Ellen estranhando a situação, pensou um pouco antes de responder:

– Sim mas... Eu não conheço vocês direito... Como eu vou apresenta-las?

– Oh, nós somos do mesmo ano e da mesma turma não é mesmo? – A morena falou pela primeira vez. – Então, apenas diga isso.

– Claro, como um favor. – A ruiva acrescentou, olhando para as outras duas, que assentiram.

– Okay... – Ellen disse, já imaginando se aquelas garotas permaneceriam ali.

– Obrigada! – a ruiva agradeceu e as três se levantaram, saindo do Salão. Ellen as acompanhou com o olhar até a saída.

– Não me diga que você conhece elas. – Alice disse.

– Eu não conheço.

– Eu conheço. – disse Holy, e as duas se voltaram para ela. – Quero dizer, mais ou menos. Eu tive o azar de sentar do lado delas num jogo de Quadribol da Corvinal, e, acredite, aquilo parecia o fã-clube do Erick. – Holy falou, e Ellen começou a rir da situação. Alice, por outro lado, não parecia feliz.

– Fã-clube do Erick, honestamente...! – ela disse.

– Mas você tem que concordar que fã-clube é uma boa definição. – Ellen disse.

– Sim, mas, o que elas veem de tão especial nele? – Alice respondeu. – Tudo bem, ele joga Quadribol como ninguém e é bonito, mas elas nem sequer o conhecem! – Alice disse, indignada.

– Eu acho que jogar bem e ser bonito é o bastante para elas. – disse Holy, e Alice concordou, a contragosto. Ela conhecia bem esse tipo de garota.

As garotas continuaram conversando até Holy terminar de comer seu jantar. Quando os pratos foram trocados, para servirem as sobremesas, todas comeram, e continuaram numa conversa animada. Felizmente para todas, assunto agora era o que não faltava. Apenas quando os garotos vieram de encontro a elas que todos se separaram. Já estava na hora de voltar para seus dormitórios.

Ellen queria muito visitar Daniel, e não sabia ao certo se Srtª Pomfrey iria permitir tal coisa. Então, ela convocou Alice e Ryan para irem com ela. O resto preferiu seguir direto para os dormitórios, e Holy prometeu que o visitaria depois. Se despedindo no Saguão de entrada, onde seus caminhos divergiam, cada um foi para seu destino.

Alice, Ellen e Ryan chegaram rapidamente na Ala Hospitalar. No meio do caminho, eles passaram por Srtª Pomfrey, que, pelo visto, seguia para o Salão Principal. Os três estranharam, mas aceleraram o passo, vendo ali uma oportunidade única. Não era muito tarde quando eles chegaram lá, mas mesmo assim, quando Ellen tentou a maçaneta, a porta não deu passagem.

– Eu não acredito! Ela o trancou aí dentro!

Ela continuou a girar a maçaneta, como se a tranca fosse ceder com o tempo. Alice a interrompeu, e sacou a varinha.

– Você vai arrombar a enfermaria? – Ryan perguntou, surpreso.

– Falando assim, parece até um crime. – Alice disse, e sorriu maliciosamente. Antes de fazer qualquer feitiço ela encostou o ouvido na porta, para ver se tinha alguma atividade lá dentro.

– Você tem ideia do que aconteceria se Srtª Pomfrey voltasse e nós estivéssemos aí? – Ryan perguntou, preocupado.

– Vamos ser breves. – Ellen disse. Ela estava de acordo com Alice. - Pelo visto, ela ia comer seu jantar, e ninguém faz isso em menos de 10 minutos. Além do mais, estamos no quarto andar.

Tirando o ouvido da porta, Alice disse:

– Eu diria que Daniel está bem quieto. Vamos? – ela perguntou. Os outros dois assentiram.

– Quanto mais rápido, melhor. – Ryan falou, nervoso, e olhando toda hora para o corredor.

Alohomora. – Alice sussurrou, e eles ouviram um leve clique, indicando que a porta estava aberta. Tentando a maçaneta mais uma vez, Ellen agora conseguiu abrir a porta. O feitiço de Alice tinha funcionado.

Os três entraram na enfermaria o mais silenciosamente possível. A única luz vinha da cabeceira da cama de Daniel, que segurava um livro. A luz vinda da porta iluminou o rosto dele, e ele se sobressaltou quando percebeu quem entrara pela porta.

– Ellen! Alice! Ryan! – ele disse, deixando o livro de lado. Os três avançaram, fechando a porta. A expressão de Daniel mudou de surpreso para aborrecimento. – O que vocês estão fazendo aqui? Com certeza não foi Srtª Pomfrey que deixou vocês entrarem, ela acabou de sair.

– Oh, é muito bom te ver também. – Ellen ironizou. Ela se sentou novamente ao pé da cama dele, e Alice e Ryan se sentaram num leito ao lado. – Nós vimos ela no corredor, não somos malucos de invadir a Ala Hospitalar com ela aqui dentro.

– Mesmo assim, vocês invadiram. – ele respondeu, mas sua expressão agora se suavizara. Ele não tinha como esconder que estava alegre em ver os amigos.

– Foi tudo ideia de Alice. – Ryan foi logo dizendo, em tom de brincadeira.

– É, eu sou a bad girl daqui. O nerd do Ryan nunca faria isso. – Alice brincou também.

– Você pode ter esquecido, mas eu estou aqui dentro. – ele respondeu.

– Cuidado, não seria muito bom pra sua reputação de nerd ser pego aqui dentro. – ela continuou. Ellen e Daniel riam da situação.

– Como está seu braço? – Ellen perguntou. Ela notou que Daniel não usava mais as bandagens que antes enfaixavam seu ombro e braço esquerdos. Alice e Ryan também prestaram a atenção nele.

– Está ótimo, Srtª Pomfrey consertou em segundos. – ele disse – Agora só falta a cabeça. – ele apontou, com o braço bom, a cabeça, que trazia um pequeno curativo na têmpora. – Foi só um corte. – ele disse, notando o olhar de Ellen para o seu curativo.

– Isso é ótimo! Quem sabe você sai antes do Natal? – Alice sugeriu.

– Eu não sei. Ela estava dizendo que eu tenho que ficar em repouso por causa das tonteiras, e que minha cabeça ainda não está bem. – Dan disse, infeliz.

– Isso é ruim. Temos um amigo que está ficando louco. Ou será uma enfermeira exagerada? – Ryan disse, e fez todos rirem.

– Eu acho, - Ellen opinou, ainda em tom de brincadeira – que essa concussão só aumentou a loucura do Dan.

Todos riram mais uma vez, até o próprio Daniel.

– Mas enfim, você sabe onde Srtª Pomfrey foi? – Ryan perguntou. Ele não parava de olhar por cima do ombro, para a porta da enfermaria.

– Ela disse que foi comer. – Daniel respondeu, despreocupado. – Isso deve demorar mais de 10 minutos, pelo menos.

– Viu? – Alice disse para Ryan. Ele não respondeu.

Subitamente preocupada em serem dedurados por outro paciente, Ellen olhou por toda enfermaria procurando por outro enfermo.

– O que você está procurando? – Alice perguntou.

– Se tem mais alguém aqui. – Ellen respondeu. – Sabe, a pessoa pode não ser tão amigável assim, e dedurar a gente.

– Tem só aquele lá. – Daniel sussurrou, pois não sabia se o paciente estava acordado. Ele apontou para um dos cantos mais distantes da enfermaria, oposto a onde eles estavam. A visão da cama estava sendo impedida por uma cortina de pano, por isso eles não conseguiram identificar quem quer que estivesse dentro.

– Eu acho que ele está dormindo, pois Srtª Pomfrey não se demorou quando foi deixar o prato de comida.

– Quando ele chegou? – Ryan perguntou.

– Ele já estava aí quando Daniel veio. – Alice respondeu. Todos olharam para ela. – O que foi? Eu reparo nas coisas, ok?

Ellen voltou a olhar para o paciente, se perguntando se seria algum aluno. Mas então, por que a cortina? Daniel não estava por trás de cortina nenhuma. E o que será que ele estava sendo tratado? Os pensamentos de Ellen foram interrompidos por a fala de Alice.

– Gente, agora eu percebi... Essa é a única vez que nós ficamos juntos, só nós quatro, desde...

– O reencontro. – Ryan completou. – Pode falar, Alice, sem problemas.

Vindo de Ryan, significou muito mais do que vindo dos outros dois. Afinal, ele fora o que tivera mais problemas com ela. Alice sorriu de verdade para o amigo.

– Você tem razão. – Ellen falou. – É a primeira vez...

Ela parou de falar. Estava ouvindo passos vindos pelo corredor, e não era a única. Todos eles se alarmaram, e Ryan se levantou imediatamente.

– Vão, rápido. – Daniel disse, seu tom era urgente.

Eles só tiveram tempo de assentir, pois, quem quer que viesse pelo corredor estava se aproximando cada vez mais. Antes que eles se afastassem muito, Daniel falou:

– Eu gostei da visita, mas não repitam isso.

Sorrindo, Ellen se apressou para seguir os outros dois, que já tinham alcançado a porta. Os três saíram o mais rápido que podiam. Alice só teve tempo de murmurar algumas palavras para voltar a trancar a sala antes que Srtª Pomfrey virasse o corredor e desse de cara com eles.

Escondendo a varinha na manga das vestes, Alice tentou não fazer uma cara culpada.

– O que vocês estão fazendo aqui? Sem mais visitas por hoje, eu já disse! – Srtª Pomfrey disse, passando por eles e indo checar a porta. Quando percebeu que estava do jeito que deixara, ela os mandou embora, murmurando com si mesma.

Quando já estavam a uma boa distância e não podiam ser ouvidos por ninguém (o castelo estava quase vazio àquela hora), Ryan disse:

– Alice, você é maluca. Tem certeza que não bateu a cabeça também?

As duas garotas riram, enquanto Ryan, ainda com as palmas das mãos suando pelo nervosismo, prometia que nunca mais iria se arriscar desse jeito.

Ellen estava feliz por ter visitado Daniel pelo menos mais uma vez. Certamente, se tivesse oportunidade, ia comentar isso com Erick, afinal, ele era neto do diretor. Talvez ele pudesse dar uma palavrinha com seu avô...

– Bom, eu tenho que subir. – Alice disse, quando eles chegaram à escada de descida.

Os três amigos se despediram no corredor e, mais uma vez, se separam, seguindo caminhos diferentes.



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Notas finais do capítulo

gostaram? reviews? digam se eu errei alguma coisa, nem revisei!