Yume Ni Naritai escrita por Yuu-Chan-Br


Capítulo 1
Yume ni Naritai


Notas iniciais do capítulo

Ok... Essa história é antiga e está cheia de erros e coisas bizarras, como otakices do tipo "onii-chan". ..Sinceramente não estou com ânimo para reescrever.. D: Sinto muito.. Mas, se mesmo assim estiverem dispostos a ler, não fico triste.



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    As gotas de chuva pesadas caíam sobre o vidro da janela, completamente alheias ao sono da pequena garota que permanecia na cama, ainda sonolenta.
    Apertou os olhos, se virou, revirou, afundou o rosto no travesseiro, inútil... Não havia como não ouvir aquele barulho. Encolheu-se um pouco mais nas cobertas, tentando proteger-se do frio que fazia naquela manhã.
    Teve o sono interrompido novamente, sentindo a coberta ser puxada de si, ficando exposta à temperatura. Mas, surpreendentemente, não fez nenhum movimento brusco, apenas deslizou o rosto pelo travesseiro, deixando-o à mostra.
-Hidoi na, Onii-Chan... (você é cruel, irmão).
-Oe, não diga uma coisa dessas, você não lembra que dia é hoje?
-Hm? –Ainda com os olhos entreabertos e o cabelo bagunçado por acabar de acordar, sentou-se sobre a cama e o observou por alguns instantes, calada.
-.......Você é uma tonta mesmo! –Suspirou. –Eu prometi que te levaria ao Parque de Inverno.
-AH! –Os olhos se abriram imediatamente, ao mesmo tempo em que deu um grande salto sobre a cama, deixando o outro desesperado. –O PARQUE DE INVERNO!
-EI, DESÇA JÁ DAÍ, SUA LOUCA!

    Em frente à casa, o jovem, encostado na parede da casa, mantinha o rosto abaixado e bufava, parecia entediado por esperar tempo demais, até que ouviu passos se aproximarem. Virou o rosto e se deparou com a irmã sorrindo.
    Colocou a mão sobre sua cabeça, afagando os longos cabelos negros.
-Vamos logo. –Abriu o guarda-chuva e segurou-lhe a mão, começaram a andar. –Ah, sim. –Assim que chegaram à esquina, o jovem tirou um pequeno pote de dentro do casaco e o entregou para a outra. –Isso é uma surpresa para o fim do dia. –E sorriu.

    Não demorou para que chegassem ao parque, tendo o guarda-chuva fechado.
    O lugar estava vazio, não tinha quase ninguém. Todo coberto por um enorme teto de vidro reforçado, o local possuía grandes tobogãs, camas elásticas, dentre outros vários brinquedos infantis, inclusive um enorme escorregador no qual de descia com o auxílio de um pequeno tapete.
    Passaram um dia muito agradável, até que o moreno foi chamado até a recepção por algum motivo. Para não ficar sozinha e possivelmente se perder, levou a irmã junto.
    Encaminhados por dois funcionários até uma pequena sala, sentaram-se sobre as cadeiras, enquanto a jovem retirava a mochila das costas e a repousava sobre o chão, encostada na mesa.
-O senhor se importaria de vir comigo, por favor? A jovem pode ficar aqui esperando. –Disse a estranha figura que apareceu de uma porta da lateral da sala.
    Um pouco contrariado, o rapaz levantou-se da cadeira, mas não sem antes dar uma última espiada na irmã, parecia ter imenso receio que algo pudesse lhe acontecer.
-...Fique aqui... –Foi só o que disse, seguindo com o outro homem.

    Passou-se por volta de umas duas horas e o homem que estava à mesa em frente à jovem também foi chamado, seguindo pela mesma direção que os outros dois.
    Mais uma hora de espera, já não agüentava mais, precisava procurar por eles, principalmente seu irmão, com o qual já estava consideravelmente preocupada.
    Levantou-se, prestes a dar alguns passos, quando se lembrou de algo, voltando e retirando o pequeno pote da mochila, abraçando-o com cuidado tamanho que parecia ser até mesmo um ser vivo.
    Caminhando pelo lugar, parecia ainda mais deserto que antes. Não sabia dizer ao certo como nem porquê, mas havia algo estranho no ar, algo que lhe causava uma imensa sensação de isolamento, tristeza.
    Deu praticamente a volta por todo o lugar, até que parou em um corredor com várias portas, mas a cada uma que abria, estava vazia. Apenas isso, uma sala escura e vazia.
    Começava a perder as esperanças, os olhos marejados de um azul acinzentado que começava a reluzir pelas lágrimas que se formavam. Solidão. Apenas sentia seu coração se apertar cada vez mais, acompanhado de uma sensação frustrante de abandono.
    Em meio ao pranto morno que escorria por suas bochechas, conseguiu ouvir um estranho barulho, metálico até, e caminhou em sua direção.
    Encontrou um outro corredor, ainda pior iluminado que o anterior,  com uma única porta, bem no fim.
    Ao abri-la, conseguiu enxergar muito pouco com a precariedade da luz vermelha que “iluminava” o local, sequer sabia ao certo se a sala era grande ou pequena, mas julgava ser grande, pelo que percorreu dentro dela. Enxergou  um ponto mais claro, seguindo-o, mas ouviu uma voz.
-Ei, menina! –Disse a voz estranha, sem que se pudesse saber de onde vinha.
    Assustada, sozinha, virou-se imediatamente, afoita à procura da pessoa que proferira aquelas palavras. Quase ficou tonta de tanto rodar pelo lugar, até que percebeu que o som vinha exatamente do ponto mais claro que vira anteriormente.
    Caminhou até lá em passos lentos, conseguindo só então perceber que havia uma mulher, trabalhando em algo que parecia uma máquina, embora não soubesse exatamente o que aquilo fazia.
-O que você está fazendo aqui, garota?
-E-eu... –Sentiu-se um pouco amedrontada, a voz era ríspida, intimidadora. –Eu me perdi... Enquanto procurava o meu irmão... –Sentiu novamente aquele gosto amargo, a saudade mistura ao desespero que tinha por não vê-lo novamente. –Você não o viu? Ele é mais alto que eu, mas tem a mesma cor de cabelo e de olhos...
-Não. –Mal a garota havia perguntado, ouviu essa resposta fria, o que a fez arregalar os olhos. –Agora é melhor você ir para a sala de espera, alguém vai acha-lo para você. –Levantou-se, caminhando até a pequena a encaminhando até uma porta numa das paredes, empurrando-a para fora.
    Não conseguiu enxergar direito, a luz era muita e os olhos haviam se acostumado com a escuridão da sala anterior. Sentiu as pupilas se contraírem enquanto forçava-se a erguer as pálpebras.
    Surpresa, a última coisa que poderia esperar. Ali estavam os dois homens de antes, um sentado à mesa e o outro de pé, ao lado do mesmo. Mas... Não enxergava seu irmão.
-C-com licença... –Tentava não chorar, não soluçar ou mostrar qualquer sinal de fraqueza, aquilo facilitaria para que a intimidassem. –Onde está o meu irmão...?
    Um olhou para o outro, ambos sorriram, da forma mais cínica possível, o que era apenas frustrante, e nada mais.
    Barulho de maçaneta girando, virou o rosto para ver quem entrava... E deparou-se com o que poderia ser a visão que mais a aliviaria desde que chegara até o local, não fosse o fato de achar aquela expressão diferente do normal.
-...Onii-Chan...?
    O moreno passou direto pela outra, sem dizer uma palavra que fosse. Parou em frente a ambos os homens que ali estavam e começaram a conversar sobre algo que a jovem de olhos azuis não fazia a mínima questão de prestar atenção.
    Observou-o por algum tempo, enquanto falava, estava tão sério, bem mais que o normal, parecia até apático, como se não passasse de uma casca vazia, uma marionete. Abaixou o rosto, abraçando forte o pote que carregara consigo até então.
-Vocês poderiam... Pelo menos... Dizer onde está a minha mochila...?
    Eles a olharam confusos, não faziam a menor idéia do que estava falando.
-Mochila?
-Sim... –Mais uma vez, controlava-se para não chorar. –Ela é preta... E tem umas fivelas...
-Como é descuidada. –Disse o seu suposto irmão. –Devia sempre levar consigo o que considera importante e precioso.
-Mas... –Ficou assim por alguns instantes, sentindo as lágrimas que tanto se forçara para conter novamente rolarem por seu rosto, umidecendo-o. –Eu levo...
    Ergueu o pequeno pote com as duas mãos, na altura do peito. O jovem a olhou perplexo, prestando atenção, tinha extrema curiosidade em saber o que era aquilo.
    Curiosidade essa que foi satisfeita numa pequena questão de tempo. A tampa foi aberta revelando uma fatia de bolo de chocolate com diversos confeitos coloridos, adornando-o, era quase como se estivesse acontecendo uma festa sobre a sobremesa.
    A jovem abriu um sorriso triste, enquanto uma lágrima solitária caía sobre o colorido do doce.
-O meu preferido... Ureshii... (seria algo como “estou feliz”)
    Sentiu mãos sobre seus ombros, assim como lábios gentis que repousaram sobre sua testa, depositando um beijo terno.
-Onii-Chan... –Apertou os olhos, eliminando todo e qualquer resíduo de água que pudesse restar nos cantos destes.
-Vamos embora... Não vamos voltar aqui, nunca mais...
    Em todo o mundo, nunca ouvira palavras tão reconfortantes como aquelas, pelo menos não até então. Assentiu com a cabeça, deixando-se envolver pelo que poderia chamar de um abraço disfarçado, nenhum dos dois queria prensar aquele pequeno bolo. Desejava somente ir para casa, fingir que tudo aquilo não passara de um simples pesadelo do qual acordara chorando nos braços da pessoa mais amada.


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