Chuviscava em Dras’leona, o sol estava fraco e o tempo era de frio. O inverno se aproximava? É parece que sim. Isso tornara complicado voar, pois o vento se tornara muito gelado e praticamente congelava os Cavaleiros de tanto frio (N/A não vai congelar de calor.). As ruas estavam desertas, mas as poucas pessoas que se encontravam ali estavam extremamente bem agasalhadas.

O Cavaleiro andava por elas (as ruas), e mesmo muito bem agasalhado suas mãos tremiam, o que o forçou a colocar – las no bolso do casaco. Não tinha rumo, apenas observava as casas pensando em anos atrás. Ele sentia falta daquilo, mas seu dever era maior do que seu desejo.

- Imagino como seria legal o Líder dos Cavaleiros com febre. – Uma mulher apareceu ao seu lado, agasalhada fortemente com um enorme casaco e botas.

Ele franziu a testa. – Febre, Ângela?

- Esta chovendo, esta frio e você esta aqui fora andando e tomando um pouco de chuva. Já lutou doente Eragon?

- Não, mas creio que deve ser horrível. – Eragon sorriu com sua fala. De fato seria horrível, a febre o deixaria fraco em todos os sentidos: mal teria vontade de defender sua mente ou de defender fisicamente. Se conseguisse pelo menos levantar – se da cama e segurar uma espada (N/A é fui um pouco dramática).

- Então parece que eu errei na profecia, você voltou. Admito que estou um pouco decepcionada mas é bom te – lo de volta. – Ângela falou pensativa.

- Você não errou, apenas não aconteceu essa ultima parte ainda. Digamos que eu adiei esse trecho da profecia, mas quando essa guerra acabar caso eu esteja vivo, eu irei voltar para a Ilha e lá ficarei para sempre. Fim. – comentou Eragon.

- Ah sim, como contos de fadas. 

Eragon riu. – É como contos de fadas.

Ambos caminharam em silencio, sem pressa. Os pensamentos de Eragon se tornaram aflitos. Ele mesmo odiando a parte que teria quer ir embora, sabia que teria que fazer isso. De novo. Mas ele vivia a se perguntar se ele iria conseguir fazer aquilo. A ultima vez fora extremamente complicado, Eragon teve uma grande guerra contra si mesmo para não voltar. Era complicado para ele rever todos seus amigos, seu irmão, primo, Nasuada e Arya e pensar que dali alguns meses ou talvez anos – ele descartava totalmente essa ultima – ele teria que se despedir.

E agora que ele estava ainda mais próximo de Arya e cada vez mais apaixonado. Ela jamais iria abandonar Alagaesia – ele com certeza duvidava dessa possibilidade estar errada. Ela já havia ficado uma vez, obviamente a segunda também ficaria.

- Você se tornou mais misterioso Cavaleiro, antes era mais fácil conseguir imaginar o que você esta pensando. Mas agora é uma coisa bem complicada. – Ângela comentou e então ele percebeu que a herbanária o observava atentamente.

Eragon franziu a testa e sorriu. – Complicado eu para você? Duvido.

Ângela soltou uma gargalhada chamando atenção das poucas pessoas que passavam pelas ruas.

 - Boa Tarde Eragon. – Dito isso ela se afastou deixando o Cavaleiro confuso, ele esperava uma resposta dela.

Suspirou, Ângela como sempre é Ângela. Ele queria conversar com Saphira, mas o dragão estava fora com Fírnen há algumas horas. Ele ficou satisfeito que ela estava contente. Com a saída de Ângela, Eragon ficou sem saber o que fazer. Voltou a andar pelas ruas e sentir frios nas mãos, respondia educadamente aos comprimentos que eram feitos para ele pelas pessoas que passavam por perto.

Pensou em visitar Arya, conversar com a elfa talvez. Mas logo teve que ignorar, a elfa estava ocupada, muito, ajudando Nasuada, Jörmundur e Roran. E infelizmente também não pudera falar com Nasuada ou Roran.

Murtagh a ultima vez que o tinha visto, fora voar com Thor e observar o acampamento inimigo, apesar de Nasuada e Arya não aprovarem muito isso. E ambos irmãos já haviam conversado o suficiente para ficarem sem assuntos.

- Sem rumo? Ou com tédio? – Uma fria e ao mesmo tempo doce falou a suas costas. Eragon virou – se para ver a Elva vir ao seu lado, e sorrindo gentilmente. Ele notara que apesar dela ter uma aura forte, em comparação de quando ela era pequena, Elva parecia uma pessoa comum. Ou quase. Seus olhos eram terrivelmente frios, sua face sempre pálida com apenas um pequeno rosado na bochecha e os lábios vermelhos.

- Acredite ou não, mas estou sem rumo e com tédio. – Eragon falou retribuindo o sorriso. Ambos se encararam por um momento, e Eragon percebeu que não tinha ódio no olhar que ela lhe dirigia.

- Onde esta Saphira?

- Ocupada, voando com Fírnen.

- Ah. E pelo jeito como as coisas estão parece que não há como recorrer seu irmão, primo, Nasuada ou Arya certo?

- Correto. Então aqui estou eu, num tédio puro e totalmente sem rumo. Alguma dica?

- Treinar até que não é tão ruim... – Elva começou, mas ao ver a cara que Eragon fez ela progrediu. –... Mas eu acredito que você já tenha treinado muito esses últimos anos.

- Hã sim.

- Então caminhe pela cidade e veja as diferenças...

- Já fiz isso.

- Argh. É impossível ajuda – lo. Eu daria a dica para ir pedir alguma “missão” a Nasuada caso seu tédio for muito forte, pois eu realmente estou sem dicas para ti.

Eragon riu. – Segurei tua dica. Até... Elva.

- Até Eragon.

Eragon virou – se e caminhou até o castelo. Estava confuso em relação à Elva, o jeito que ela o olhava o deixava confuso. Era para ela ter ódio dele correto? Não é claro que ele não estava reclamando, apenas achava estranho isso.

Ela é sabia, será? Eragon não podia negar instantaneamente, pois ele já havia visto Elva tomar varias decisões complicadas e suas falas as vezes era de surpreender. Mas isso não queria dizer que ela era sabia correto? Eragon afastou esses pensamentos quando entrou no Palácio, ali estavam Arya e Nasuada conversando.

Elas – ele reparou – não haviam notado a presença dele. Ele não se importou, continuou a chegar, agora diminuindo o passo e andando mais devagar.

- Minha mãe não pretende só enviar alguns elfos, majestade, pelo que bem a entendi parece querer vim pessoalmente. – Arya falou.

- Hm. Ela quer participar dessa guerra? Não entendo. – Nasuada comentou sentando.

Nem eu, Eragon pensou. Ele daria muita coisa para que essa guerra não existisse e que ele pudesse apenas continuar na paz, sem ter que lutar ou ver seus amigos correrem perigos de vida novamente.

Arya deu de ombros, num gesto que Eragon notou que ela não iria querer falar sobre o assunto. Ele suspirou, por mais que Arya se tornara um pouco mais digamos “alegre” seu instinto de misteriosa ainda funcionava. Seu suspiro foi um erro, pois ambas escutaram e olharam para ele assustadas.

- Escutando a conversas dos outros Eragon? – Nasuada fez um careta de reprovação, mas ele percebeu que era apenas brincadeira. Arya olhou para ele sorrindo.

- Ah sim, meu tédio e minha falta do que fazer esta tão alta que resolvi vim aqui escutar a conversa de ambas. Podem continuar. – Sarcasticamente ele falou.

- Claro, onde paramos Nasuada? – Arya resolveu entrar no jogo.

- Nasuada tem certeza que eu não possa fazer nada para ajudar? – Eragon olhou para ela implorando.

Nasuada pareceu pensativa por um momento, então olhou para Arya – um olhar que Eragon realmente não entendeu – e com um sorriso misterioso falou:

- Quando Murtagh veio para ca, ele trouxe com ele um soldado. A alguns dias tentamos e tentamos entrar em sua mente, só que ela esta extremamente confusa dificultando que agente consiga descobrir alguma coisa. Você poderia ajudar Arya a descobrir alguma coisa.

Não parece tão mal, Eragon pensou. Ele olhou para Arya, só que ela parecia olhar para Nasuada e seus cabelos negros e soltos estavam tampando seu rosto. Nasuada sorria esperando uma resposta.

- Ah sim claro. – Eragon respondeu.

- Ótimo, podem ir. – Eragon tentou não demonstrar surpresa com o sorriso de Nasuada, mas mesmo assim ele não conseguiu.

Ela esta ficando louca. Ele virou – se para andar até a saída ao mesmo tempo em que Arya olhava para Nasuada e fazia um gesto tipo “Eu te mato”.  Nasuada soltou uma gargalhada. Eragon olhou para trás e encarou-a por um momento com a testa franzida. Mas foi puxado por Arya e ambos foram ao encontro do soldado.