O Amor É Clichê escrita por Juliiet


Capítulo 27
O Primeiro Lugar Não É Meu


Notas iniciais do capítulo

Heey, sonhos de valsa, tudo bem?
Desculpem a demora, o capítulo pequeno e o fato de ele ser todo divididinho, mas é que eu REALMENTE não sabia como escrevê-lo...aí saiu isso.
Agradecimentos às leitoras lindas que recomendaram a história ♥
- Gabrielle Mariano
- l_Black
- BlackSwan
- Bru Lovato
- GabiHaruno
- anacarol1966
- L Skrzypek
- LittleMoon
Muito obrigada MESMO. Eu sei que ainda nem mandei MP de agradecimento, me desculpem u.u mas vou mandar hoje mesmo!
LEIAM AS NOTAS FINAIS, são importantes.
Boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/174341/chapter/27

– Ei, Vince!

Virei-me e vi Lucas vindo à minha direção.

– Essa foi incrível, cara! – ele disse, batendo no meu ombro.

Eu sorri e finquei a prancha na areia, balançando a cabeça para tirar o excesso de água do meu cabelo.

– Eu sei – disse, sem nenhuma modéstia. – Eu sou sempre incrível.

Ele rolou os olhos.

– E babaca também.

Era fim de tarde de um domingo ensolarado e estávamos na praia, surfando. Bom, eu estava. Lucas era tão idiota que nem nadar sabia, o máximo que ele fazia era boiar na piscina da minha casa, porque além de tudo, era um abusado.

Mas fazer o quê? Melhores amigos não seriam melhores amigos se não fossem abusados.

– Quer ficar mais um pouco ou já podemos ir embora? – ele perguntou. – As meninas com quem eu estava conversando já foram e eu tô começando a ficar meio entediado.

Bom, se Lucas não sabia nadar, por que ele me acompanhava sempre até a praia? As palavras mágicas eram: garotas de biquíni.

– Acho que já podemos ir – eu concedi. – Estou cansado e já está ficando escuro mesmo. E eu ainda tenho que dar uma revisada na matéria pro teste de amanhã.

Lucas negou com a cabeça, incrédulo, enquanto eu pegava a prancha e começava a caminhar para o carro.

– Eu ainda não acredito – ele foi dizendo enquanto andávamos. – Sério, você parece outra pessoa! Ficou estudando a semana inteira pra esse teste e ainda quer estudar mais?

– É sempre bom dar uma última revisada só pra se sentir seguro.

– E desde quando isso importou pra você, Vince?

– Todo mundo tem que crescer um dia, Lucas.

Ele parou quando chegamos ao carro dele e eu coloquei a prancha na parte de trás.

– Você pode não dizer, mas eu sei que é por causa da... –

Não o deixei terminar e peguei a chave da sua mão.

– Não fala o nome dela – eu disse com raiva.

– Mas... –

– Mas nada, eu não quero ouvir o nome dessa garota! – falei quase gritando. – É tão difícil de entender?

Lucas rolou os olhos e tirou a chave de mim, entrando no carro, no banco do motorista.

– Como você quiser – ele disse, ligando o carro. – Agora entra logo que eu tenho hora pra estar em casa.


...

Eu estava deitado na minha cama, olhando para o teto e rodando meu celular nas mãos. Lucas havia me deixado em casa há mais de uma hora e eu já tinha guardado minha prancha e tomado banho. O livro de biologia estava aberto na ponta da cama, com um caderno e um lápis do lado, mas eu nem tinha estudado muito. Depois de alguns minutos, cansado de tentar me concentrar, eu me larguei na cama e fiquei sem fazer nada.

Não. Não era bem assim. Eu estava fazendo uma coisa. Estava pensando. Fiz muito isso nos últimos dois meses. Fiquei parado, olhando para o teto, com o celular sempre nas mãos, pensando no que deveria fazer.

Apesar de ter tentado, no fim, não consegui impedir que Maria Valentina fosse embora. Engoli meu orgulho, implorei a ela que ficasse, abri meu coração, disse que a amava, pedi para ela não me deixar, mas...não foi o suficiente.

Ela preferiu ir embora. Ela preferiu me deixar sozinho. Às vezes eu achava que a odiava, que nunca a perdoaria pelo que me fez, que não me importava mais com o que pudesse acontecer com ela, que a queria longe da minha vida. Mas o pensamento era sempre acompanhado pelo som da sua risada, pela visão dos seus olhos tão lindos se enrugando nos cantos quando ela sorria, pela voz dela me chamando de idiota. Não, eu não podia odiá-la, mesmo que quisesse. Porque só o pensamento de não vê-la mais doía mais do que qualquer dor que ela pode ter me causado.

Sim, eu a amava. Talvez ainda mais do que antes. Talvez por ter passado tanto tempo longe dela, eu tenha percebido que a dor que eu sentia era maior do que eu pensava que seria. Que meu amor por ela era maior do que eu imaginava.

Isso me assustava.

Garotos não admitem em voz alta, mas – e acho que isso acontece com todos – amar tanto dá medo. Principalmente quando se tem 16 anos. Eu nunca podia imaginar que encontraria uma garota que eu sentia que podia amar por toda a vida com só 16 anos. A adolescência foi feita para experimentar, curtir, se apaixonar mil vezes e se “desapaixonar” outras mil.

Mas com a minha bela nerd isso era impossível. Eu não podia simplesmente desligar o botão que me fazia amá-la. Mesmo que ela tenha mentido pra mim, mesmo que ela tenha me enganado...eu não podia tirá-la de mim, da minha mente, do meu coração.

Eu tinha a vida inteira pela frente. Tinha um futuro incerto pelo qual esperar e ansiar, anos de juventude pela frente...e um olhar daquela garota ruiva que assistia South Park, usava roupas largas e só pensava em estudar destruiu tudo isso. Eu não conseguia mais imaginar minha vida sem ela. Eu não conseguia pensar num futuro em que ela não estivesse presente, em que eu não pudesse vê-la, falar com ela, brigar com ela, beijá-la, dizer que ela é linda e inteligente e que eu a amo.

Só isso já me faz querer odiá-la.

Rodei na cama e abri mais uma vez aquela última mensagem, aquele último contato que tive com ela.

Me perdoa.

Depois de tudo o que eu disse, aquelas eram as únicas palavras que ela tinha para mim. E eu não fazia ideia do que queriam dizer. Ela queria que eu a perdoasse pelo quê? Por mentir? Por ir embora? Por não me amar?

Fechei os olhos. Como em muitas outras noites, imaginei que ela estava lá, ao alcance das minhas mãos. Meus dedos corriam pela pele pálida do seu rosto e contavam cada pequena pintinha, como num jogo de ligue-os-pontos. Sua pele era quente e suave sob minha mão e eu podia sentir que ela tremia um pouco com o meu toque. Não como se tivesse medo ou frio, mas como se gostasse. Seus cabelos ruivos caíam em cachos largos sobre seus ombros e eram macios quando eu os acariciava. Eu imaginava que eles caíam sobre mim quando ela se inclinava para tocar meus lábios com os seus, que eles eram como fios de seda tocando meu rosto.

E então eu abria os olhos e não havia ninguém ali. E então eu me recriminava por sonhar acordado como uma garotinha idiota de doze anos. Mas eu sabia que não importava o quanto isso fosse estúpido, eu sonharia com minha nerd de novo. Acordado ou dormindo, eu a veria esta noite. E em todas as outras.


...

– Essa prova estava horrível – reclamou Lucas quando saímos da sala depois do teste. – Sério, minha mãe vai me matar se eu reprovar. E eu acho que vou depois dessa.

Eu ri.

– Quem manda ser burro? – provoquei.

Ele deu um soco com força no meu ombro.

– Não esquece que você era desse clube até bem pouco tempo – falou, me fazendo rir. – Não cuspa no prato em que comeu, ok?

Rimos enquanto nos dirigíamos para a saída. No caminho, não pude deixar de ver Pedro e Fábio correndo até a quadra de futebol para o treino. Eu sempre me sentia meio melancólico ao vê-los treinando, mas não arrependido. É impossível ser bom em tudo e chega uma hora em que é necessário definir prioridades. E a minha agora era estudar e ser alguém.

E por isso eu saí do time.

– Anda logo, Vince – chamou Lucas, irritado enquanto mexia no celular. – A Lana já tá esperando a gente lá fora e sabe como essa maluca fica estressada quando tem que esperar. Sério, essa menina é o cão!

Eu não pude deixar de rir com isso, enquanto me apressava para acompanhá-lo.

– Não era eu o sortudo por ter uma prima gostosa morando comigo?

– Retiro o que disse. Ela pode ser gostosa, mas é insuportável! Ela me deixa louco!

Não disse mais nada, até porque meu amigo não iria gostar nada da minha opinião. Sim, ele estava apaixonado por ela. Muito apaixonado. E ela por ele. Claro que ela já havia percebido, Lana era esperta pra essas coisas, mas ela simplesmente se recusava a aceitar. Minha prima era linda e muito popular na escola dela, tinha todas as atenções e era alvo de inveja das outras garotas. E ela amava isso tudo. Não estava pronta para se importar com alguém e ter um namorado.

Já Lucas, que enxergava os outros tão bem, não entendia seus próprios sentimentos. E agora eu percebia como foi engraçado para ele me ver confuso e perdido sobre a nerd. E, como ele, eu não falaria nada, o deixaria tentar compreender sozinho. Mas, se o pobre garoto me perguntasse, como eu fiz, eu diria.

É, a vingança é doce.

– Estou criando raízes aqui – reclamou Lana quando entramos no carro e acenamos para o motorista partir. – Vocês ficaram namorando no banheiro de novo?

A maior e mais recente diversão da minha querida prima era dizer que nós éramos o mais novo casal gay da cidade.

– Cala a boca – mandou Lucas, emburrado.

– Ah, desculpa, eu feri seus sentimentos de donzela?

Ignorei os dois e a iminente discussão. Era sempre assim, eu quase podia ver as faíscas entre os dois. E não me importava realmente com a brincadeira da Lana, ela só fazia isso para chatear o Lucas. Engraçado que, enquanto para o meu amigo, minha prima ficava mais insuportável a cada dia (mas nós já sabemos a causa disso, é claro), para mim, ela ficava cada vez mais...agradável.

Não, ela não tinha mudado nem um pouco. Continuava sendo egoísta, maldosa e superficial. Mas eu percebi que, bom, isso não a impedia de ser legal de vez em quando. Ou, para ser clichê, isso não a impedia de ter um bom coração. Esse era só o jeito dela. E descobri que gostava dele, era divertido. Não éramos amigos ainda, mas não éramos mais inimigos.

Depois de um tempo, até Lana percebeu que o jeito que minha mãe me tratava não era normal.

Deixamos Lucas na casa dele e depois fomos para a nossa casa. Almoçamos sozinhos, porque minha mãe ainda estava no trabalho e, logo depois, Lana foi se arrumar para ir ao cinema com o garoto da vez. Ela me lembrava muito do meu eu de antigamente. Mesmo apaixonada por alguém, velhos hábitos são difíceis de largar.

– Tchau, meu priminho gay preferido – ela disse quando passou pela sala, onde eu estava estudando.

– Tchau, minha priminha promíscua preferida – acenei e ela revirou os olhos, saindo de casa.

Voltei meus olhos e atenção ao livro de química. Eu não era inteligente como certas pessoas, mas se os últimos acontecimentos haviam me ensinado alguma coisa, era a ter paciência. E foi com muita paciência que eu aprendi a me concentrar e, algumas vezes, até a gostar de aprender. Não vou mentir, isso foram casos raros, porque ficar estudando em casa quando eu podia estar jogando futebol era um saco. Mas eu estava determinado.

Eu não podia deixar de pensar que, se eu fosse diferente, Maria Valentina talvez não tivesse ido embora. Se eu fosse inteligente, esforçado, se eu me preocupasse com o meu futuro, talvez ela tivesse ficado ao meu lado. Não, eu não podia trazê-la de volta com meu esforço nos estudos, mas se ela voltasse, eu estaria preparado.

Eu estaria preparado para ganhá-la para mim, para fazê-la se apaixonar de novo por um garoto que, dessa vez, valeria a pena.

E foi assim, com esse pensamento, que a verdade me atingiu como uma pedrada na testa. Eu não tinha mais nenhum ressentimento. Não havia nada pelo que eu ainda tinha que perdoá-la. Eu não sentia mais raiva, mágoa, angústia. Apenas esperava. Esperava que ela voltasse para mim.

Agora eu entendia. Entendia sua decisão em ir embora. Em pedir perdão. Ela tinha me dado o tempo que eu precisava para que nada mais estivesse entre nós. Ela tinha me dado o tempo para crescer, para amadurecer, assim como tinha dado esse mesmo tempo a si mesma.

Peguei o celular no bolso e li sua mensagem pelo que me pareceu a milésima vez. Antes eu não sabia o que ela queria dizer e nenhuma resposta havia vindo à minha mente. Agora mil palavras surgiam em minha cabeça. Mil maneiras diferentes de dizer “eu te amo e estou esperando por você, não há nada mais para perdoar”. Eu até comecei a digitar uma resposta, com o coração batendo acelerado no peito e as mãos suadas.

Mas parei antes de terminar a primeira palavra. Não. Eu não podia apressá-la. Era frustrante, mas eu tinha que confiar que ela voltaria quando estivesse pronta. Que ela me amava.

Ainda doía que ela não estivesse aqui. Mas eu só precisava pensar que ela voltaria. Ela tinha algo pelo que voltar.


...

Eu sorria enquanto via o meu nome na lista do resultado do último simulado. A sensação era incrível. Meio que fazia valer à pena todas as tardes em que eu me tranquei em casa para estudar. Finalmente eu entendia porque Maria Valentina ficou tão irritada quando eu roubei o simulado no início do ano. E só agora, seis meses depois, eu podia experimentar a sensação incrível de ver os resultados dos meus esforços. Ter meu nome ali era mais gratificante do que eu pensei que seria.

– Cara, pensei que você ia ficar em primeiro lugar – Lucas veio até mim, também olhando para o meu nome no segundo lugar na lista presa no quadro de recados, bem embaixo de um nerd chamado Arthur Cabral. – Do jeito que estudou...o que aconteceu?

– Eu errei as duas últimas questões de História – confessei.

Lucas ficou confuso por um momento, depois negou veementemente com a cabeça.

– Impossível! – falou. – Essas eram as questões sobre a Revolução Russa e você sabe tudo desse assunto. Sem falar que você me deu cola da prova de História inteira, antes do maldito professor me mudar de lugar, e eu não errei nenhuma questão!

Eu olhei para os lados para ver se não tinha ninguém ouvindo e sussurrei:

– Eu errei de propósito.

Meu amigo me olhou como se eu tivesse acabado de confessar ser fã de musicais purpurinados dos anos 70.

– Você o quê?! – ele soltou, batendo na minha testa com a palma da mão. – Fumou maconha, cara? Por que não me chamou? E ainda me chama de amigo...

Eu o empurrei e ri.

– Tá doido? É claro que eu não fumei maconha. Eu só errei de propósito.

– Mas por quê? – insistiu ele, sem acreditar. – Por que você fez isso? Se você não fosse maluco, teria ficado com o primeiro lugar!

Suspirei e tentei explicar o que nem eu mesmo entendia direito pro meu melhor amigo:

– É exatamente isso. Eu não queria o primeiro lugar. Não posso ficar com ele. Ele é dela, entende? Não seria certo. Ela tem que voltar para ficar com ele.

Lucas negou com a cabeça, ainda com a expressão incrédula.

– Você tá doido, Vince. Perdeu completamente a noção.

Eu rolei os olhos e ri.

– Talvez...


...

Cheguei em casa sozinho. Depois de ter visto meu resultado no simulado, resolvi ir logo para casa e não ficar até o fim da aula. Faltavam só mais duas mesmo e, como era o último dia de aula antes das férias, eu me permiti uma folga.

Quando já estava com um pé no primeiro degrau da escada, vi que a porta do escritório da mamãe estava aberta. Durante toda a minha vida, eu só vi aquela porta aberta quando meu pai estava vivo. Desde que ele morreu, mamãe sempre a manteve trancada com chave.

A curiosidade brotou em mim e eu me movi silenciosamente até lá, espiando antes para ver se tinha alguém. A sala estava vazia, então eu entrei. Minha mãe sempre foi extremamente organizada, mas havia papéis e pastas espalhados em cima da mesa e pelo chão, como se ela estivesse procurando alguma coisa. Comecei a passar os olhos pelos documentos, tentando ver se havia algo interessante, talvez sobre o trabalho dela, já que ela nunca conversava comigo sobre nada, mas ouvi o ruído de passos descendo as escadas e me assustei. Na pressa para correr até a porta, acabei derrubando uma pilha de pastas que estava na ponta da mesa. Rapidamente, me abaixei para colocar tudo no lugar. Foi quando eu vi.

Uma pasta onde estava escrito “Documentos do Vicente”.

Estranho...todos os meus documentos ficavam comigo. Certidão de nascimento, histórico escolar, tudo. Ficavam numa pasta na minha escrivaninha, já que mamãe viajava muito e podia não estar em casa quando eu precisasse de um deles.

Então o que era aquilo?

Os passos já estavam próximos e eu tive que pensar rápido. Era o meu nome ali. Então era meu, certo?

Certo ou não, eu abri a mochila e joguei a pasta dentro, fechando-a e colocando-a nas costas bem na hora em que mamãe entrou.

– Vince! – exclamou, olhando-me com raiva e...apreensão? – O que você está fazendo aqui?

Empertiguei-me e tentei usar minha maior cara de inocência.

– Nada, mãe – falei. – Cheguei mais cedo e vi a porta aberta. Pensei que a senhora estava aqui.

Ela passou os dedos pela roupa, ajeitando algum vinco imaginário e indicou a porta com um aceno.

– Saia. Você sabe que não pode entrar aqui.

Assenti e estava saindo, quando ela me chamou.

– Sim?

– A diretora da sua escola acabou de me ligar – ela disse, sem olhar para mim, voltando a se concentrar em uns papéis que tinha nas mãos. – Ela disse que você conseguiu o segundo lugar no último simulado do semestre.

– Ah, é – eu disse, sem ter certeza do que viria a seguir. – E o que a senhora disse pra ela?

– Que me ligasse quando você conseguisse o primeiro.

É claro.

Assenti e fui embora, subindo as escadas de dois em dois degraus. Entrei no quarto e me sentei na cama, jogando minha mochila de qualquer jeito no chão.

Deitei e coloquei os braços atrás da cabeça, passando a fitar o teto. Sorri. Se minha mãe tivesse me dito isso há alguns meses, eu ficaria arrasado. Tenho certeza que, depois de tanto me esforçar, só receber seu desprezo me destruiria. Afinal, qual era o problema? Por que ela sempre me tratava tão friamente?

Mas agora...agora eu simplesmente não me importava. Eu não entendia o porquê, mas não me machucava. O desprezo dela só encontrava o meu.

Sim, ela era minha mãe e eu a amava. Eu acho. Mas não sentia mais a necessidade de ter sua aprovação. Eu conseguia ficar alegre pela minha conquista sozinho e não precisava que ninguém me dissesse que eu era bom. Que eu tinha feito um bom trabalho.

Eu já sabia disso.

De repente, me lembrei da pasta que coloquei na minha mochila e me levantei para pegá-la. Sentado na cama, abri a mochila e tirei a pasta de lá. Segurei-a nas mãos por um instante, percebendo o quão antiga ela era. Então, sem conseguir conter mais a minha curiosidade, abri e passei os olhos pelo primeiro papel que havia lá dentro. Era um documento antigo, amarelado e meio amassado.

A pasta escorregou das minhas mãos e todos os papéis se espalharam pelo quarto.

Certificado de Adoção...?



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, o que vocês acharam? :)
Ah, como vocês já sabem, a história tá no final. Nesse tempão que eu fiquei sem postar, eu já escrevi o epílogo e o capítulo bônus, o problema mesmo foi esse cap aqui que foi super difícil de escrever u.u
Então, eu queria saber a opinião de vocês. Vocês preferem que eu escreva logo tudo e depois poste, pra não demorar tanto entre um cap e outro ou vocês preferem que eu continue fazendo desse jeito? Ainda faltam uns 4 caps pra acabar...
E sobre os reviews, MUITO OBRIGADA pra todo mundo que tá mandando, tá me fazendo a autora mais feliz do mundo. Eu sei que tô atrasada com eles, mas eu juro que vou responder todinhos os do último capítulo e o anterior. Sério! Nem que eu passe a vida toda fazendo isso u.u
Última coisa, uma leitora muito fofa, a Clove Flor, fez um grupo pra mim no facebook. Quem quiser falar comigo por lá, ver minha cara feia...gogogo, e eu tô pensando em colocar um spoilers básicos por lá, já que quando eu escrevo, meu fb tá sempre aberto heasuehuasheusahe
http://www.facebook.com/groups/397500223677027/
Muito obrigada mais uma vez a todos vocês. Tá sendo angustiante escrever os últimos capítulos dessa história que já faz parte de mim...sei lá, é difícil.
Bom, beijos e até a próxima o/