“Diário,
Tudo continua igual, eu amando a Carly e odiando Sam. O iCarly está cada vez melhor e nossa audiência aumentou bastante. Sam está interessada por um colega da minha aula de Francês, o Jonah.
É claro que ela não me disse nada, Carly foi quem pediu pra que eu falasse com ele sobre ela. No inicio eu fiquei relutante. Não entendo bem, mas eu não quero que ela saia com ele. A verdade é que não gosto quando ela fica afim de outros caras.
Não é ciúme, pois é super diferente do que sinto quando é a Carly... Não sei, eu só não gosto, me deixa enojado.
De qualquer maneira,amanhã eu falarei dela pra ele.”

Ler fez lembrar-me do idiota do Jonah. Como eu posso ter me interessado por aquele garoto? O fato é que o único garoto “normal” do qual eu gostei mesmo, foi o Freddie. O Nerd mais idiota e tapado da face da terra.

Mais páginas desinteressantes, as quais passei correndo. Minha coluna começou a incomodar, então decidi deitar-me na cama e continuar com a leitura.

“Diário,
A Sam descobriu o maior dos meus segredos, e resolveu contar ao vivo para todo o público do iCarly. Agora eu presencio o verdadeiro inferno no colégio..." — eu comecei a ficar nervosa com esse começo, pois eu sabia bem o que estava por vir. Finalmente, eu teria as respostas que tanto me afligiram por anos, conheceria os sentimentos dele sobre aquela noite e nosso primeiro beijo.

(...)

“E o que eu menos esperava, aconteceu. Sam admitiu nunca ter beijado ninguém ao vivo no programa, assim como fez comigo poucos dias antes. Ela fez pequena ameaça depois, é claro, o que me fez rir, porque é típico dela.
Mas, voltando para o que importa, em quinze minutos ela apareceu na janela da escada de incêndio. Eu não sabia o que se seguiria pela frente ao deixá-la entrar e conversar comigo.— meu coração batia num descompasso agressivo dentro do meu peito. Será que ele gostou tanto quanto eu? - essa era a questão que martelava na minha mente. – Nos beijamos! Entramos em acordo, não envolveu nenhum tipo de sentimento. Como sei, eu amo a Carly.— fiquei arrasada com as palavras e me sentia usada. Ele pagaria por isso. – Foi meu primeiro beijo, e com a pessoa que odeio, então não tenho muito que falar. Só encostei meus lábios nos seus por uns oito segundos. Eu fiquei com uma vontade enorme de usar a língua, mas não abusei da sorte. Se aprofundasse aquele beijo ela poderia me jogar prédio abaixo.”

A raiva deu lugar a conforto. Esse Nerd me conhecia tão bem. Porque eu o jogaria mesmo. Qual é, era meu primeiro beijo! Já estava assustada demais para ter que me preocupar em como usar minha língua corretamente.

Não tive as respostas que precisava. Fiquei contrariada, afinal, ele não dizia se tinha gostado. Decidi virar para a próxima página.

“Diário,
Carly está namorando um badboy babaca. Ela e Sam não param de falar nele, e babar por ele. Eu esperava isso da Carly, porém, nunca da Sam. Acredita que ela até tirou fotos dele sem camisa?! Que ódio.
Por falar nisso, hoje eu me matriculei na academia escondido das meninas e minha mãe. Não quero que a Sam fique me enchendo se descobrir.”

Está explicado agora de onde surgiu aquele físico gostosinho.

“A nova da Sam, inventar que tem uma irmã gêmea. E pior é que a Carly e o Spencer a incentivaram com o plano contra mim. Mas, dessa vez, eu estou um passo a frente! Vou chamá-la para sair sábado a noite, só para irrita-lá. Eu não gosto da Sam, como todos sabem eu gosto da Carly, vou apenas a chamar para sair porque eu sei que Sam nunca sairia comigo, ela não vai levar isso pra frente e eu estarei um passo a frente dele.”

Argh’ Como ele é burro de me confundir com a pequeno “encanto”.

“Estava completamente enganado! Sam aceitou o pedido! Eu preciso pensar... Nada pode dar errado.”

Estava inteiramente absorvida na leitura do diário. Eu me assemelhava aquelas adolescentes irritantes quando lia um romance; ansiedade a cada pagina lida, os risos histéricos, as mordidas nos lábios de expectativa. Carly sempre gostou muito de ler romances, a via fazer isso e não entendia... Até agora.

“Acabei de chegar do encontro com a Sam e ela me beijou! Cara, o que há de errado com essa garota?! Me espanca, xinga, e ainda me beija? Ela está vivendo mesmo a personagem... Ou será mesmo a irmã gêmea dela?
Pensando melhor, Spencer nunca mentiria pra mim. E o encontro não foi lá divertido. Quero dizer, ela não me fez rir uma única vez, e mesmo odiando a Sam, ela sempre me fez rir.
Sem contar que ela era simpática e gentil. A Sam nem se esforçando consegue isso. E quando ela me beijou, parecia ser experiente e ousada. E depois do nosso beijo, Sam saiu apenas com o Pete e até onde sei não houve troca de salivas. Porém, existe tanta coisa que eu ainda não sei dela, né?!
Puckett por que me confundi tanto, hein?!”

(...)

“Diário,
Após um ano e meio com o iCarly, a Sam continua me maltratando. Eu não entendo de onde vem tanto ódio, ela simplesmente decidiu me odiar e o faz.
Devo concordar que é muito boa nisso.
Semana passada, por exemplo, estávamos voltando da escola e passou um carteiro de bicicleta, ela me empurrou contra ele e minha cabeça bateu em um hidrante. Fiquei três dias surdo.”

Foi quando comecei a gostar dele, ou compreender meus sentimentos. Quando o conheci, realmente o odiei. Era mais um Nerd afim da minha melhor amiga. No entanto, a convivência do iCarly me fez perceber o quanto Freddie era inteligente, divertido e bobinho. E o tempo também foi muito bonzinho com ele.

“Diário,
A Carly descobriu que Sam e eu nos beijamos.
Sam acidentalmente contou para ela, e ela ficou toda histérica, seria ciúmes? — imaginei a cara do bobão todo felizinho. Argh’ idiota! – Alguns presos que o Spencer ajudava na prisão fugiram e nos prenderam amarrados juntos numa cadeira. Logo depois, eles voltaram a fugir, mas dessa vez do apartamento da Carly.
Foi o que precisou para Carly perguntar se havíamos gostado do beijo. Não dissemos nada naquele momento, mas, às vezes, eu penso sobre isso. E, é. Eu gostei de beijar a Sam.
Deus, tomara que ela nunca chegue a ler isso ou serei um homem morto.”

Ri de alegria, relendo a página várias vezes. Era maravilhoso saber disso!

“Diário,
Acho que estou ficando louco, mas desconfio que a Sam tenha ciúmes de mim. Sempre que elogio uma garota ela parece se incomodar. E quando uma garota fica afim de mim, ela simplesmente não gosta da menina. Normalmente ela não gosta de pessoas, porém fica mais hóstil com as garotas que gostam de mim.”

(...)

“Carly não me convidou para o baile da Garota que Escolhe. Ela chamou o Nathan, e por uma sorte do destino, ele já tinha sido convidado. Recebi três convites. No entanto, ainda tenho esperanças da Carly me pedir.
E hoje aconteceu uma coisa muito estranha. Quando Carly falava com a Sam sobre quem ela havia convidado, e ela respondia que não achava ninguém interessante e que se alguém quisesse teria que pedir para ir com ela, eu pensei em chamá-la. Foi uma idéia suicida, eu sei. Contudo, não pude controlar. Quando dei por mim, já pensava em como seria nosso encontro.”

Eu não podia acreditar. Ele pensou em me chamar? Então, por quê não chamou? Assim ele não precisaria ir com a Málica e eu não perderia o meu tempo com o Gibsereia. E aquela dança ridícula dele com a Carly, a qual me feriu tanto, nunca teria acontecido.

Mais alguns desabafos sobre sua mãe perturbada, o amor não correspondido da Carly e as ambições de acabar comigo. Não fazia noção de quanto tempo estava presa ali.

“A Carly me beijou. Sei que deveria vibrar de felicidade, desde a 6°serie quero isso, mas não estou! Eu estou confuso. Pensei que iria gostar de beijá-la. O beijo foi estranho. Não se ajustava com o meu. Diferente do que eu troquei com a Sam.”

(...)

“Acabei de terminar com a Carly.
E mais estranho que o beijo que ela me deu é o fato de não sentir nada. Sem arrependimento, melancolia, coisa nenhuma. Sam me ajudou a tomar essa decisão. Ela abriu meus olhos. Fez-me perceber que a Carly não gosta e nunca gostou de mim - do jeito bom, claro - Eu sou só um bacon.”

Após ler sobre o fim do seu rápido relacionamento com a Carly, observei que aos poucos ele não fazia mais declarações de amor para ela. Logo depois, nem mais aparecia no diário. De uma forma obcecada ele escrevia, exclusivamente, sobre mim.