No dia seguinte no colégio, Magali e Mônica vem conversando até a sala de aula.

- E então Magá? Achou alguém pra fazer dupla com você? – pergunta Mônica curiosa

- Er... Na verdade, me convidaram – diz Magali.

- Convidaram?! – perguntou Mônica curiosa – Quer dizer então que o Quim finalmente falou algo decente pra você?

- Não foi ele Mô... – diz Magali.

- Não? – perguntou Mônica confusa – Mas... Quem então?

- Bem...

Naquele momento passam perto delas o “trio” da escola, as líderes de torcida.

- Ai meu Deus, e eu pensando que meu dia seria bom hoje – diz Cascuda – Mas quando chego à escola, infelizmente a primeira coisa que vejo são... Vocês.

- Começando a querer arrumar briga de manhã, Cascuda? – pergunta Mônica

- Claro que não amor, hoje não estou em bom humor para isso – diz Cascuda – Vamos para a sala garotas, já estamos perdendo muito tempo com essas desclassificadas.

- Tchauzinho meninas! – diz Carmem acenando com um sorriso.

- Vamos Carmem, para com isso! – sussurra Denise.

As meninas entram na sala, antes de Mônica e Magali.

- Hunf! Essas daí são outras metidas! – diz Mônica – Principalmente a nojentinha da Cascuda, ela se acha a “poderosa” da escola.

- É... Acho que já deu para perceber – diz Magali – É melhor irmos para a sala.

Elas entram em sala junto com o professor, e se inicia a aula, um tempo depois no meio da explicação do professor, Marina entra em sala, e nem olha na cara do professor e nem dos alunos, indo para seu lugar de costume.

- Mas o que significa isso?! – pergunta o professor surpreso com a atitude da aluna

- Isso o que? – pergunta Marina séria

- Ainda se faz boba?! – diz o professor nervoso – Pra diretoria! Agora!

- Tanto faz... – diz Marina pegando suas coisas

Assim que Marina sai de sala, o professor continua a escrever no quadro.

- Tadinha dela, não merecia isso – diz Magali.

 - Ela sempre faz isso, e sabe que não pode ir entrando assim – diz Mônica – Ela é muito do contra!

Marina caminha até a diretoria, quando vê que ela estava ocupada naquele momento, espera sentada do lado de fora em um banco, e de repente escuta um estrondo, não se assusta, mas presta atenção no que estava acontecendo.

- Já te disse que não é permitido jogar basquete aqui dentro dessa sala, rapaz! – diz Licurgo

- Mas professor eu não tava jogando, a bola fugiu da minha mão! – diz o garoto

- Não me engane garoto, agora já para a diretoria! – diz Licurgo

- Hunf! Seu louco! – diz o garoto saindo de perto dele

- Que sujeito mais desrespeitoso, sou totalmente normal! – diz Licurgo batendo a porta da sala de aula

O garoto se aproxima da diretoria e também vê que no momento ela está ocupada, e se senta ao lado de Marina.

- Também está esperando? – pergunta o garoto segurando sua bola de basquete

- Sim, estou – diz Marina.

- hehe, que tipo de confusão arrumou hoje? – pergunta o garoto.

- Por que iria se interessar? - diz Marina - Nem mesmo sei seu nome.

- Ora, que falta de educação a minha – diz o garoto sorrindo – Sou o Franja.

- Franja? Que criativo – diz Marina sem expressão

- Posso saber o seu pelo ou menos? – pergunta Franja

- Marina – diz Marina o encarando-o – Satisfeito?

- É, prefiro assim – diz Franja – Já vi que vai ser interessante te conhecer melhor.

- E quem disse que quero te conhecer melhor? – diz Marina

- Desculpe senhorita simpatia, mas acho que está se precipitando – diz Franja.

- Não estou, sei muito bem o que faço – diz Marina se levantando do banco – Com licença.

Marina percebeu que a diretora estava livre e entrou. Franja apenas continuou sentado no banco, aguardando sua vez, e depois da conversa que tivera com Marina, ele ficou mais curioso ao conhecê-la melhor.

Enquanto isso...

- E então Cascão, achou seu par no grupo? – perguntou Xaveco

- Ah... Achei sim – diz Cascão

- Quem é? Nem acredito que conseguiu! – diz Cascuda curiosa

- Er... Ah vocês vão ver! – diz Cascão nervoso

- Ué, está nos escondendo por acaso? – pergunta Denise

- Fala logo aí Cascão! Quem é?! – pergunta Xaveco perdendo a paciência.

- Não vou dizer e pronto! – diz Cascão nervoso – Chega! Vocês vão ver!

Depois de uma hora, o professor liberou os alunos para o intervalo. Magali precisava falar com Cascão sobre o trabalho, então deu uma desculpa a Mônica e aproveitando que estava sozinho o seguiu até o ginásio.

- Ei! Cascão! – diz Magali

- O que... O que faz aqui?! Está me seguindo agora? – pergunta Cascão irritado com a atitude dela.

- Só queria falar sobre o trabalho de fontes de energia! – diz Magali

- Agora?! – pergunta Cascão

- Que horas então?! Você tem vergonha de mim quando está com seus amigos!

- Só não quero que saibam que estou fazendo o trabalho com você!

- Eu não estou nem aí! – diz Magali irritada – O mais importante agora é o trabalho, quer seu precioso ponto ou não?

Cascão fica calado.

- Acho que entendi isso como um “sim”, pois bem, como vamos falar sobre a energia hidrelétrica, pensei em fazer uma pequena maquete, mas com água de verdade! – diz Magali.

- E como pretende fazer isso gênio? – pergunta Cascão

- Ora essa, é muito fácil, esqueceu que sou “Nerd”? – diz Magali – Só preciso de alguns materiais, e você vai consegui-los para mim!

- Que?! – pergunta Cascão – Eu não vou fazer isso não!

- Ah vai sim! – diz Magali – Temos um trato espertinho!

- Tudo bem! – diz Cascão sem saída – O que devo comprar?

Magali deu uma lista do que ela precisava para construir a maquete, e Cascão se assusta.

- Tudo isso?! – pergunta Cascão – Ficou maluca? Vai ficar caro!

- Eu sei, quando eu tinha meu laboratório era mais fácil de conseguir essas coisas, mas eu me mudei e ainda não tenho um, e afinal, eu divido com você, o trabalho é nosso! – diz Magali – Quando conseguir tudo isso me avise, e a propósito... Você sabe alguma coisa sobre fontes de energia?

- Er... – diz Cascão meio envergonhado

Magali ri.

- Qual é a graça?!

- Só quero ver o que vai dizer lá na frente quando for explicar!

- Você que vai explicar o trabalho ué! – diz Cascão não entendendo.

- Nem se eu quisesse, o professor vai perguntar pra você também, cabeça oca! – diz Magali.

- É... Estou ferrado – diz Cascão tristonho

Magali não acreditava, mas realmente estava ficando com pena dele, então o perguntou:

- Quer que eu te ensine depois das aulas?

Agora é Cascão que começa a rir.

- Ei! Não entendi a piada!

- Você me ensinando? – pergunta Cascão risonho – Não dá, ainda mais por que não temos onde estudar!

- Temos sim, nossa turma hoje é a ultima a sair – diz Magali – De uma desculpa para seus amigos e me encontre no refeitório em 10 minutos depois, entendeu?

- Entendi – diz Cascão

- Está bem – diz Magali

Naquele momento Cascão escuta a voz de sua namorada se aproximando.

- É a Cascuda! – diz Cascão nervoso – Se esconde rápido!

- Aonde?! – pergunta Magali também nervosa

Não havia muitas opções de esconderijo, mas Cascão teve uma ideia boa, se esconder debaixo da arquibancada, então os dois se esconderam lá.

- Podia jurar que ouvi a voz do Cascão aqui – diz Cascuda

- Talvez impressão sua Cascuda! – diz Denise

- Ou pode estar doidinha de pedra! – diz Carmem

- Cale-se Carmem! Não estou maluca! – diz Cascuda nervosa – Deve ter sido impressão mesmo, talvez por que não tenha o visto o intervalo inteiro!

- Mas ainda não acabou querida – diz Carmem – Faltam 10 minutos para terminar, ele pode estar em outro lugar.

- Ela tem razão Cascuda, vamos procurar ele – diz Denise.

Cascuda dá um suspiro, e acena a cabeça. Naquele momento em que estava saindo do ginásio, Carmem disfarçadamente pega um saco de amendoins, e Cascuda a flagra na hora.

- O que pensa que está fazendo?!

- Er... Quer um? – pergunta Carmem

- Claro que não! – diz Cascuda tomando o amendoim de sua mão – Isso vai direto pro seu rosto garota, no dia seguinte ia acordar com várias espinhas no rosto, você é uma líder de torcida, tem que se manter saudável!

- Mas... Só um não faz mal! – diz Carmem tentando pegar o amendoim

- Nem adianta, isso está confiscado! – diz Cascuda – Agora vamos embora daqui!

 No momento em que elas vão embora, Cascão e Magali dão um suspiro e quando olham para a cara um do outro, começam a rir.

- Amendoim?! Até isso elas deixam de comer! – diz Cascão ainda rindo

- Até fiquei com pena da Carmem! A coitadinha não pode comer nada! – diz Magali rindo

Quando percebem que estavam rindo muito alto, foram diminuindo aos poucos, e viraram os olhares envergonhados.

- Bem eu já vou indo – diz Cascão saindo da arquibancada – Não podem nos ver conversando.

- Ei grosso! – diz Magali irritada – Me ajuda a sair daqui, é incrível como aqui em baixo é sujo!

- Tudo bem – diz Cascão estendendo o braço – Segura a minha mão.

- Vai me puxa! – diz Magali com nojo do lugar – Esse lugar fede!

Cascão a puxa e como ela não estava preparada acaba se jogando em cima dele, eles não caem por pouco, mas depois daquilo que aconteceu se separam envergonhados.

- Er... Obrigada. – diz Magali vermelha

- Ah... Não tem de que – diz Cascão – Agora preciso ir mesmo.

- Tá – diz Magali

O garoto sai do ginásio e após alguns segundos Magali sai, ela ficou mexida com o que tinha acontecido alguns minutos atrás, mas logo tentou de esquecer tudo que aconteceu.

- Garota, por acaso passou o intervalo todo no banheiro foi? – pergunta Mônica

- Ai que susto! – diz Magali assustada – Estava aí o tempo todo?

- Não, cheguei agora, depois de te procurar pela escola toda! – diz Mônica inconformada – Aconteceu alguma coisa?

- Er... Bem... Eu... Eu... – diz Magali pensando numa desculpa – Me perdi!

- Se perdeu? – pergunta Mônica estranhando – Mas o banheiro fica ao lado do refeitório!

- Pois é... Mas eu acabei mudando de direção! – diz Magali – Vamos? Já estou aqui!

Mônica não cai na conversa dela, mas acaba deixando passar.

O dia no colégio passou rápido e tranquilo, e no final do dia Mônica comenta com Magali:

- Quer almoçar na minha casa hoje?

- Não vai dar Mô, tenho um compromisso – diz Magali ajeitando os óculos.

- Compromisso?

Magali ficou nervosa, já não sabia como dar uma desculpa.

- É-É... E não seja curiosa!

- Ah desculpa Magali! – diz Mônica – É que ontem você me disse que Sexta não tinha nada pra fazer, por isso te convidei.

- Ah... Então me desculpe, tinha me esquecido – diz Magali – Digamos que surgiu de ultima hora!

- Tudo bem então, vou falar com o Cê – diz Mônica saindo de perto – Tchau!

- Tchau! – diz Magali se dirigindo para o refeitório

Mônica viu onde a menina entrou, e cada vez ficou mais desconfiada, não a seguiu, mas pensou:

- Ainda descubro o que tanto ela está escondendo...

Enquanto isso, um grupo de amigos já estava se dirigindo para a saída do colégio, quando um deles comentou:

- Er... Eu não vou embora agora – diz Cascão

- Como assim?! – pergunta Cascuda

- E-Eu tenho um compromisso – diz Cascão – Não vou poder ir com vocês

- Mas baby, hoje é a festa surpresa da Aninha – diz Carmem .

- É, esqueceu disso? – diz Denise – O que você vai fazer?

- Eu não esqueci! – diz Cascão – Só surgiu um compromisso importante, eu ainda vou nessa festa.

- Cascão! – diz Cascuda – É bom você aparecer lá! Eu NÃO vou ficar sem meu par!

- E você sabe como ela fica quando está irritada – sussurra Xaveco

- Cala a boca! – diz Cascuda

- Já me calei – diz Xaveco levantando as mãos

Cascão fica inconformado com a atitude da namorada.

- Não precisa dar esse show todo Cascuda – diz Cascão nervoso – Já disse que eu vou aparecer!

- Melhor assim – diz Cascuda dando as costas a ele – Eu sinceramente não sei o que anda acontecendo com você esses dias, mas ainda vou descobrir... Vamos!

Os três saíram da escola atrás de Cascuda, e Xaveco sussurro para o amigo.

­- Boa sorte seja lá o que você for fazer!

Cascão deu um suspiro e foi ao encontro com sua colega de trabalho.

Ao chegar lá, ele a viu sentada em uma mesa repassando a matéria, e ela disse:

- Está atrasado – diz Magali

- Espero que esteja feliz – diz Cascão jogando sua mochila na cadeira – Briguei com a minha namorada por sua causa...

- Correção... Você brigou com ela por causa de seu “compromisso” – diz Magali – Não tenho nenhuma culpa disso.

- Ao invés de discutir, vamos estudar logo isso – diz Cascão – Ainda tenho uma festa hoje!

- Tudo bem...

Magali pegou os livros e ao longo da explicação ia fazendo algumas perguntas a ele, para saber se tinha entendido, e ia fazendo essas perguntas até ele entender. O tempo foi passando, até que o Cascão recebeu uma ligação.

- É a Cascuda – diz Cascão verificando o celular – Eu devo estar atrasado!

- Atende logo! – diz Magali

- Alô? – diz Cascão

- Ainda não terminou seu “compromisso”?! – diz Cascuda revoltada ao telefone

- Acabei de terminar, estava indo para aí! – mente Cascão

- Er... Acho melhor não vir! – diz Cascuda

- Por quê? O que houve?

- Titi pegou a Aninha traindo ele, de novo! – diz Cascuda – Esta a maior confusão aqui, ela não sabia da festa surpresa, e quis “aproveitar” do jeito dela.

- Imagino como deva estar aí...

- Eu sabia que isso ia acontecer! – diz Cascuda – Do jeito que aquela lá é piranha, e você sabe que eu não gosto dela, por isso nem comprei nada! Agora estou indo pra casa, onde você está?

- Er... Muito ocupado agora – diz Cascão – Depois eu te ligo!

- Como assim?! Você não disse que...

- Tchau! – diz Cascão desligando o telefone.

- Você... Você desligou na cara dela? – pergunta Magali

- Ela perguntou onde eu estava, não sou muito bom em dar desculpas a ela – diz Cascão guardando o celular – Ela sempre desconfia de tudo!

Naquele momento, a moça da cantina foi perto deles e disse:

- Gente, vamos começar a guardar as coisas!

- Olha só a hora! – diz Magali – O tempo passou rápido... É melhor irmos

- Mas... E o estudo? – diz Cascão – E se eu não estiver preparado?

- Fica calmo, você está – diz Magali com um sorriso – Se ainda achar que não, estude um pouco mais!

Magali estava guardando seu material e Cascão se rendeu dizendo a ela:

- Er... Obrigado pela ajuda

Ela não acreditou no que ele disse e com um sorriso disse:

- De nada... – diz Magali avermelhada – A-Agora da próxima vez, vê se estuda! E sozinho!

- Tudo bem, vou tentar me lembrar disso – diz Cascão com um sorriso.

Quando os dois se dirigiam para a saída, Magali viu que estava começando a chover.

- Que droga, nem trouxe meu guarda-chuva – diz Magali num tom triste – Acho que vou ter que esperar um pouco.

- Er... Então tá, tchau – diz Cascão abrindo seu guarda chuva.

No momento que ele estava saindo, sentiu que não poderia deixa-la sozinha, estava se odiando por aquilo, pois nunca tinha feito isso por ninguém, então voltou lá e disse:

- Quer que eu te dê uma carona?

- C-Carona? – pergunta Magali

- É, já que somos vizinhos... – diz Cascão – Posso te levar até em casa...

- E-Eu aceito! – diz Magali com um sorriso – Obrigada pela ajuda!

- T-Tudo bem – diz Cascão avermelhado

Eles dividiram o guarda-chuva e foram andando até em casa, e mesmo assim, não diziam uma palavra, já que para Cascão aquilo estava sendo estranho, ele nunca fez um favor daqueles para alguém. E Magali ainda estava confusa sobre aquilo que aconteceu, pois se todos dizem que ele é egoísta e mal, por que ele teria ajudado ela? Então ela disse:

- Por que... Por que está me ajudando? – pergunta Magali sem entender

- Bom... Não é isso que as pessoas fazem? – pergunta Cascão

- Mas você é uma em especial, nunca me ajudaria – diz Magali.

- Ah qual é! Não sou tão ruim assim! – diz Cascão – Não dá pra esquecer um favor que você fez por mim!

Agora quem começou a ficar confuso foi Cascão, já não sabia mais o que estava dizendo.

- “O que ele quis dizer com isso?” – pensou Magali.

- “O que eu quis dizer com isso?” – pensou Cascão.

Depois das palavras do garoto, ela não disse mais nada, então ficaram calados e tempo depois, eles tinham chegado à casa de Magali.

- Er... Obrigada por me trazer aqui!

- De nada, está me devendo uma!

O garoto já tinha se virado para ir embora, quando Magali se lembrou de algo importante e chamou o garoto.

- Cascão! Espera aí!

- O que foi?! – perguntou Cascão

- Er... – diz Magali envergonhada – Eu queria te pedir uma coisa, mas estou com medo da sua reação...

Cascão não entende.

- Você... Você podia dar uma chance ao Cebola de entrar no time! – diz Magali – Deixa ele entrar no time? Por favor?

- Como é que é?!

Continua...