Quando se deram contam seus lábios estavam entrelaçados num beijo apaixonante, Magali nunca havia sentido aquilo na vida, talvez por que tenha sido seu primeiro beijo, mas também por que podia sentir o calor daquele beijo e várias sensações iam surgindo.

Apesar de ter desfrutado cada momento, o beijo foi rápido, e os dois se separaram lentamente procurando alguma resposta, o motivo de aquilo ter acontecido.

Naquele momento, Dona Lili abre a porta do quarto de Magali e diz:

- Aceitam lan... – diz Dona Lili – E-Eu estou atrapalhando?

Ao acordar pra vida, Magali fica parecendo um tomate e empurra Cascão dizendo:

- C-Claro que não mãe! – diz Magali ainda vermelha – Ele já estava de saída!

- Estava? – pergunta Cascão

- Sim! Estava! – diz Magali num tom sério – Tchau! Vai embora!

A garota sai empurrando pela porta de seu quarto, ele se manifesta.

- Ei espera aí! – diz Cascão – Minha mochila!

Ela pega a mochila e joga para o garoto, e continua o empurrando até a porta da frente.

Magali abre a porta e dá um empurrão nele.

- Tchau Cascão! – grita Magali fechando a porta na sua cara

O garoto fica surpreso com a atitude dela, mas acaba indo embora sem dizer nada.

Dentro de casa, Dona Lili diz para a filha.

- Magali! – diz ela – Isso é jeito de tratar o rapaz?!

- E-Ele é muito abusado! – diz Magali – E também já estava de saída mãe!

Magali vai correndo para o seu quarto antes que sua mãe saia perguntando alguma coisa.

A garota se senta na cama com a mão na boca e nem sabe o que pensar sobre o que aconteceu.

- Sua mãe está certa... – diz uma voz

Magali olha para os lados e acha que ouviu alguma coisa, em seguida pensa.

- Devo estar ficando maluca... – pensa Magali

- Não acredito que depois daquilo tudo é isso que você faz! – diz a voz

Naquele momento, Magali se vira para o seu gato, então se toca...

- Darwin... – diz Magali – V-Você falou...

- Sim... – diz Darwin

- Ah! A minha invenção deu certo! – diz Magali com um sorriso

- É, pois é! – diz Darwin

- Mas por que não falou antes hein? – diz Magali

- Ora, sabe como sou tímido... – diz Darwin – E não queria atrapalhar a conversa de vocês dois, estavam tão distraídos, se é que me entende...

Magali ente seu rosto corar novamente.

- Ora seu gato esperto! – diz Magali – Mal começa a falar, e já sai dizendo essas coisas!

- Aprendi muito com você e os outros humanos minha cara... – diz Darwin – Sou inteligente que nem você...

- Percebi... – diz Magali com um sorriso

- E essa coleira combinou com meu tom de pelo! – diz Darwin – Pareço um gato de elite!

Magali começa a rir e Darwin continua:

- Vai pedir desculpas ao garoto, não é? – pergunta o felino

- P-Por que deveria pedir desculpas? – pergunta Magali – Eu nem sei se vou conseguir encarar ele depois de hoje!

- Foi grosseiro o que fez Magali, e também você cedeu vai! – diz Darwin – E eu sei como você às vezes é cabeça dura, dá uma chance...

- Tá bom... – diz Magali vermelha – Amanhã eu tento falo com ele...

- Isso mesmo... – diz Darwin – Aquele garoto parece ser um pouco intimidador, mas gostei dele!

Magali volta a dar risada.

Os dois ficam conversando por um bom tempo.

Enquanto isso, Denise vai a casa de Xaveco, e sua mãe atende.

- Ah! Oi Denise! – diz Dona Xarlene – Como vai?

- Eu vou bem Dona Xarlene! – diz Denise com um sorriso – O Xaveco está?

- Está... – diz Dona Xarlene – E ainda por cima de castigo... Sabe o que ele aprontou?

- Eu ouvi na escola... – diz Denise – Mas... A senhora me deixa falar com ele?

 - Deixo, mas só por que eu gosto de você – diz Dona Xarlene – Pode ir ao quarto dele...

- Obrigada Dona Xarlene! – diz Denise entrando na casa – Com licença!

Denise entra no quarto de Xaveco e se depara com o garoto dormindo, e ainda por cima roncando.

- Aham... – diz Denise – Xaveco...

O garoto continua imóvel na cama.

- Xaveco! – grita Denise

- Hã... O que? – diz Xaveco sonolento – Só mais alguns minutinhos mãe...

- Não sou sua mãe... – diz Denise num tom sério

- Mas... – diz Xaveco levantando a cabeça – D-Denise?!

- É... – diz Denise – Eu vim falar com você!

- Tudo bem Dê? – diz Xaveco se levantando rapidamente – Estava com saudades!

- Agora você sabe ser cara de pau né? – diz Denise – Eu quero saber que história é essa de você ter ajudado a Cascuda!

- A... Cascuda?

- É! – diz Denise – E eu sei que aí tem, por que pra você ter ajudado ela só pode ter sido chantagem...

- C-Chantagem? – diz Xaveco nervoso – Claro que não, dá onde tirou isso?

- Eu te conheço Xaveco! – diz Denise – Pode ir parando, eu até perguntei pro Cascão a história...

- E... Ele te falou alguma coisa? – diz Xaveco

- Não... – diz Denise – Mas eu estou muito interessada nessa história...

Xaveco engole seco, mas rapidamente inventa uma desculpa.

- Como sempre você desconfiando de mim... – diz Xaveco de cara feia – Eu vou te dizer o que foi! Eu queria fazer uma surpresa pra você!

- U-Uma surpresa? – diz Denise

- É! A Cascuda tinha visto o presente que eu comprei pra você! – diz Xaveco – Então ela aproveitou o momento e ameaçou contar!

- Eu... Não sabia... – diz Denise

- Claro, sempre tem que desconfiar... – diz Xaveco dando as costas a garota.

- D-Desculpa Xaveco, eu não... – diz Denise

- Vai embora... – diz Xaveco se sentando na cama

- Mas... – diz Denise

- Vai! – diz Xaveco de cara feia

Denise sai do quarto do garoto triste pelo mal entendido, enquanto Xaveco comemora por ela ter acreditado em sua mentira.

 No dia seguinte, Mônica estava muito animada pela manhã, e logo notou que sua amiga estava agindo muito estranho.

- Tá tudo bem? – pergunta Mônica

- Ah... Sim! – diz Magali – Só estou com um pouco... De sono!

- Ah tá... – diz Mônica

As duas entram na sala e ficam conversando até a chegada do professor.

Naquele momento, o valentão da turma entra na sala, e quando Magali o viu, ficou parecendo um pimentão, e não dava pra não notar sua face muito vermelha.

- Magali? O que foi? – pergunta Mônica surpresa

- N-Nada... – diz Magali – Eu só me senti mal por alguns minutos...

- Sei... – diz Mônica desconfiada – Você está muito estranha...

- Claro que não! – diz Magali – Deve ser impressão sua!

Enquanto isso, Carmem e Denise estavam conversando quando o garoto chega e se senta perto delas.

- Bom dia! – dizem elas

- Bom dia – diz Cascão

- Eu falei com o Xaveco ontem! – diz Denise

- E ele te falou alguma coisa? – pergunta Cascão

- Falou... – diz Denise dando um suspiro – Eu estraguei tudo! Nem devia ter perguntado!

Pensando que estavam falando da mesma coisa, Cascão diz:

- Uma hora ou outra você ia saber mesmo... – diz ele – Quem estragou tudo foi ele, e não você ora!

- Estraguei sim! – diz Denise – O presente era pra ser uma surpresa e eu o pressionei!

- Presente? – diz Cascão não entendendo

- Era isso que ele não queria me contar... – diz Denise – E eu pensando mal dele...

- Esse cara não toma jeito... – pensa Cascão de cara feia.

- Supera amiga! – diz Carmem – Daqui a pouco vocês vão estar bem novamente!

- Tomara... – diz Denise com uma cara triste

Antes que pudesse que Cascão pudesse dizer alguma coisa, o professor entrou em sala de aula, e no mesmo momento a turma ficou quieta, pois hoje haveria um trabalho valendo ponto.

- Bem alunos... – diz o professor – Vocês vão se dividir em duplas, e eu vou entregar o teste a vocês, isso está valendo um ponto na média!

Um burburinho começa a surgir na turma e o professor acrescenta:

- Eu vou escolher as duplas! – diz o professor atraindo a atenção da turma

Todos começam a reclamar, e o mestre continua:

- Querem o ponto ou não? – diz o professor – Eu sei o que estou fazendo!

Então, ele começou a formar as duplas pelo número da lista de chamada e entregando o teste, e a dupla restante foi:

- Número 1 e 23... – diz o professor – Antenor e... Magali!

A turma toda fica surpresa.

- O que?! – dizem os dois juntos

- Podem ir sentando juntos... – diz o professor – Vou lhes entregar o teste...

Contra a vontade, eles se sentaram juntos, e foram fazer o teste como os outros estudantes.

Magali estava mais do que vermelha, parecia um tomate, e também não sabia como reagir a aquela situação.

- O universo só pode estar contra mim... – diz Magali

- Não reclama... – diz Cascão de cara feia – E vê se para de corar desse jeito!

Aquelas palavras só fez com que ela corasse mais.

- M-Mas... – diz Magali – Ora seu... Grosso!

- Sei, sei... – diz Cascão sem paciência – Vamos fazer isso logo...

- Não dá com você provocando o tempo todo! – diz Magali de cara feia

- Ah e você é uma santa... – diz Cascão

O professor percebe a discussão e comenta:

- Algum problema? – ele pergunta

- N-Não... – diz Magali com um sorriso amarelo – Estamos discutindo sobre o teste!

- Menos papo e mais ação gente! – diz o professor – Você tem pouco tempo!

No mesmo momento os dois tentam se concentrar no teste, eles resolvem as questões e aguardaram o fim da prova. Magali mal conseguia dizer algo ao garoto, mas tinha prometido que ia se desculpar.

- Que droga! – pensa Magali – Nem consigo mais encarar ele!

- Você... – diz Cascão – Conseguiu fazer seu gato falar?

- Não é da sua conta! – diz Magali virando o rosto

- Depois eu sou o grosso... – diz Cascão de cara feia.

- Não me venha com essa! – diz Magali – A culpa é sua!

- Como é?! – diz Cascão surpreso

- Isso mesmo! – diz Magali – Se você não tivesse me beijado... Eu... Eu... Ainda ia conseguir olhar pro seu rosto.

Cascão começa a rir, e isso deixa a garota muito incomodada e bem vermelha.

O professor pede silêncio a ele, o garoto obedece e Magali pergunta a ele:

- P-Posso saber o motivo da risada?! – pergunta sem graça

- Só uma curiosidade... – diz Cascão – Foi o seu primeiro... Beijo?

- Ma... Mas... – diz Magali surpresa – Não foi!

- Já percebi que foi... – diz Cascão revirando os olhos

- Mesmo que tenha sido... Você estragou tudo! – diz Magali – Era pra ser uma coisa especial!

- E também já percebi que você é exigente... – diz Cascão - Por que demorou esse tempo todo...

- Engraçadinho... – diz Magali de cara feia – Não sou como você que não dá importância pra essas coisas...

- Acha que não dou importância?! – diz Cascão surpreso – Você está muito enganada, se não desse eu iria virar um Xaveco da vida... E a princípio... Você também já estava querendo um beijo... Devia me agradecer, seu primeiro beijo não foi com um estranho...

- Pra mim, você é estranho... – diz Magali – Até demais...

- Não deveria reclamar... – diz Cascão – Aliás, eu sei que você não achou ruim...

Magali ficava vermelha novamente e antes que pudesse retrucar o que o garoto dizia, o professor comunicava o fim do teste, e começou a recolher todos os testes.

Todos voltaram para os seu lugares anteriores, e Magali pensou:

- Não vou conseguir pedir desculpas por ontem Darwin! Não vou! – ela pensa

Ao se sentar na cadeira, Mônica pergunta a sua amiga curiosa:

- E aí? – diz ela – Aposto que ele deixou tudo pra você fazer, não foi?

- Não... – diz Magali – Nos fizemos juntos...

- Eu vi que estavam brigando... – diz Mônica – Ele te provocou?

Magali não sabia como responder, e Mônica continuou.

- Ora essa! – diz Mônica de cara feia – É só me dizer o que ele fez Magali, e logo logo ele vai se arrepender, já estou com um plano em mente e...

- Não foi nada disso! – diz Magali – É bobagem...

- Hum... – diz Mônica num ar desconfiado

- Para com isso! – diz Magali – Não gosto quando você faz essa cara!

A aula segue normalmente, e quando dá a hora do intervalo, Cascão fica novamente na sala, e Magali estava pensativa desde o início da aula, ela pensava:

- Eu vou falar... Eu tenho que falar... – pensa ela – Que droga! Por que agora eu fico com a consciência pesada?

Mônica percebe que sua amiga estava dispersa.

- Terra para Magali! – diz Mônica – Onde está? Câmbio!

- Hã? O que? – diz Magali confusa

- Você tá muito pensativa hoje, distraída – diz Mônica – Tá acontecendo alguma coisa?

- Nada, nada! – diz Magali – Mô, eu vou à sala rapidinho!

- Vai fazer o...

- Já volto! – diz Magali indo embora – Pode ir na frente!

- Tá... Bem... – diz Mônica a estranhando

A garota chega até a sala, e o Cascão estava lá, ele percebeu a presença dela e disse:

- Esqueceu o celular de novo?

- Não... Eu... – diz Magali sem graça – Vim te pedir desculpas, por ontem...

- Ah – diz Cascão surpreso – Tudo bem, já estava imaginando que iria reagir daquele jeito...

- Que bom, ainda bem que compreendeu – diz Magali.

- Mas... – diz Cascão se levantando da cadeira e se aproximando da garota – Você não respondeu a minha pergunta...

- P-Pergunta? – diz Magali tensa

- Você achou ruim?

Magali engole seco.

- Por que está me perguntando isso?! – diz Magali

- Curiosidade... – diz Cascão – Já que foi sua primeira experiência...

- Eu ainda estou muito confusa sobre o que aconteceu... – diz Magali – Mas se foi um beijo sincero... Ai é diferente.

Eles vão se aproximando cada vez mais sem perceber.

- Pense comigo, do que adianta curtir o momento... – diz Magali – Se você saber que aquele beijo não foi sincero?

- Você... Acha que meu beijo foi sincero?

Magali não conseguia responder o rapaz, estava pensando numa resposta, com isso eles vão se aproximando cada vez mais.

Mas dessa vez, alguém os interrompeu.

Continua...