Just Smile. escrita por everbelieber


Capítulo 6
I love you




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Fechei a porta de meu quarto e fui direto para o banheiro, eu estava literalmente horrível, por um momento vi todas as coisas ruins passando a minha frente naquele espelho, peguei a lâmina que estava em cima da pia e sem pensar passei em meu braço, doía muito, junto com a dor de meu coração ficou pior, o sangue escorreu por minhas mãos rapidamente escorreguei pela parede e fiquei vendo o sangue sujar agora o chão. Ouvi alguém me chamar.

_ Kaya, você está bem? Kaya responde!

_ Estou Justin, só vou tomar banho – falei tentando conter a voz de choro.

_ Ok, eu vou descer, daqui a pouco volto – ele falou e eu ouvi a porta se fechar.

Tomei um banho frio um pouco demorado, as lágrimas se confundiam com a água, e aquilo só doía mais. Depois de muito tempo desliguei o chuveiro.

Entrei no closet, vesti uma calça de moletom preto, blusa regata azul e moletom também preto, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo folgado e saí de lá. Deitei-me na cama olhando para o lado contrário a porta.

_ Posso entrar? – aquela voz rouca falou

_ Pode – falei em um quase sussurro

_ Você está bem?... Que pergunta boba a minha – ele falou sentando-se em frente a mim na cama.

_ Você não pode me ver assim – cobri o rosto

_ Claro que posso. Já te vi – ele soltou um leve riso e apoiou a cabeça na cama

_ Justin – o chamei

_ Diga

_ Sabe a promessa?

_ Sei

_ Eu a quebrei, diversas vezes – falei sem graça o olhando

_ Tudo bem – ele deu um leve sorriso

_ Está mesmo?

_ Não, é que... sabe é ruim te ver assim – ele me olhou

_ Eu sei.

_ Posso te perguntar uma coisa? – falou e eu assenti – porque você está fazendo essas coisas por minha mãe e eu?

_ Acho que eu havia me arrependido das coisas que te fiz e os olhos de vocês... são sinceros. – sorri de lado sem graça

_ Isso é estranho...

_ Vindo de mim? Eu sou estranha, então é quase normal.

_ Isso também, mas outra coisa é mais estranha – ele fez uma cara engraçada – vou falar com seu irmão

Nem deu tempo de responder algo ele já estava na porta, levantei-me rápido para pegar o celular e senti uma tontura, sentei-me na cama e aos poucos minha vista foi escurecendo mais e mais, até eu perder todos os sentidos.

- Justin narrando

Aquilo era... estranho, primeiro eu sentia ódio dela, depois eu vi quem ela é realmente e agora que estamos mais próximos eu estou acho que... gostando dela, gostar é pouco, acho que eu estou me apaixonando, isso é ruim, nas séries anteriores eu “gostava” dela, a achava bonita, mas agora... sei que não há chances, mas é difícil para o coração se conformar, é complicado.

Eu e o Kauã somos grandes amigos, dês de que eu entrei na escola, e nós sempre contamos as coisas um ao outro, eu tive que contar sobre eu está gostando da Kaya, ele fez uma expressão pensativa e no fim disse “eu não sei o que fazer”, novidades, por favor!

_ Eu vou lá perguntar se ela quer ir dormir na minha casa, minha mãe é uma ótima pessoa para ouvir – sorri

_ Marca uma seção com a tia Pattie para mim - ele piscou e eu saí do quarto indo em direção ao da garota.

_ Acorda menina, deixa de ser besta, ei garota! – ouvia a mãe da Kaya quase gritar com ela e quando cheguei ela dava tapas no rosto dela, ela estava pálida, e esse mulher é relativamente louca.

_ Não faz isso – falei a distanciando

_ Acho que ela morreu... em fim, menos uma. – ela deu de ombros e me olhou

_ Como assim menos uma? Quando ela tiver morrendo de verdade você vai se arrepender de falar essas coisas, essa menina é uma ótima pessoa. – falei calmo a olhando

_ Você está na minha casa, então me respeite. – revirei os olhos e fui ao banheiro do quarto procurar os primeiros socorros.

Para falar a verdade nunca achei que os cortes dela poderiam ser bem profundos, tinha uma trilha de sangue no banheiro e o pequeno ferro amolado em cima da pia, também com sangue.

Fui obrigado a fingir que aquilo não estava acontecendo, peguei álcool e levei até ela, coloquei para a Kaya cheirar, aos poucos ela foi abrindo os olhos e voltando ao estado quase normal, ela correu de repente para o banheiro e após ouvimos o barulho da descarga, isso é quase normal.

_ Pronto Justin, pode voltar para sua cabaninha de palha e madeira no meio do mato, talvez os seus amiguinhos tenham conseguido comida para você – a mãe dela falou

_ Não se preocupe comigo, talvez eu e minha mãe que moramos em uma cabaninha de palha e madeira sejamos mais humanos que você.

_ Tchau projeto de mendigo – ela falou, que mulher estúpida.

Virei e saí.

_ Até mais senhor Fernandes – sorri e desci as escadas.

...

_ Você não ia almoçar na casa do Kauã?

_ Ia, mas perdi a fome – dei de ombros

_ Ok, sei que aconteceu alguma coisa, pode falar – ela sentou-se e apoiou minha cabeça em seu ombro.

_ A senhora sabe que a Kaya se corta? – perguntei e ela assentiu – ela se cortou de novo hoje depois de uma briga com a mãe dela e depois desmaiou, quando eu fui pegar os primeiros socorros no banheiro dela... tinha sangue, muito sangue no chão e na pia, e eu fiquei mal, muito mal, eu não sei o que é isso, mas eu sinto uma tristeza enorme quando eu vejo uma lágrima no olho dela, ou então ela muito quieta por está triste – falei olhando para a parede.

_ Eu acho que você está gostando dela, e quando a esse probleminha de corte você poderia a ajudar, fala que você já fez isso e encontrou uma solução e que ela também pode parar com isso.

_ É, mas eu me cortava porque eu não tinha nada, e ela tem tudo o que quer, são casos diferentes – falei a olhando

_ Já passou por sua cabeça que se ela ligasse tanto para o dinheiro, nunca teria se aproximado de você? Em fim filho, pensa um pouco, vai descansar que eu estou quase terminando o almoço. – ela deu um beijo em minha testa e foi para a cozinha, peguei um livro e fiquei lendo até alguém bater na porta.

Atendi rápido, era a Kaya, mas porque ela estava aqui? Porque ela está chorando? Ela deitou-se no sofá e cobriu o rosto com um lenço vermelho que já estava com ela.

_ Kaya, o que aconteceu? – perguntei quase sussurrando para ela.

_ Eu não aguento mais Justin, minha mãe me empurrou da cama e ainda jogou meus porta-retratos em cima de mim, ela praticamente destruiu tudo que é meu, e quando eu tentei me defender... O Kauã e meu pai começaram a gritar comigo, falaram que eu não era digna de nada que eu tinha e falaram todas as palavras que poderiam me machucar. O Kauã... eu achei que ele me entenderia, ele me chamou de fraca e disse que eu poderia até me matar de tantos cortes que ele não estariam nem um pouco preocupado – ela falou, cada lágrima dela era uma facada em meu coração.

Sentei-me ao seu lado e a abracei daquela forma mesmo.

_ Vai ficar tudo bem, vai ficar... – sussurrei e lhe dei um beijo na testa

_ Eu só queria um motivo para continuar vivendo, porque para mim... não dá mais.

_ Eu Kaya, eu quero te ajudar, sério, fora a minha mãe você é tudo para mim, não faz besteiras, por mim, por favor, você é linda e uma menina incrível, não joga isso assim, tão fácil, tão rápido. – falei e ela me olhou dando um leve sorriso.

_ Eu te amo Justin, te amo muito – ela me abraçou

_ Não da forma que eu te amo – sussurrei

_ Justin... – minha mãe entrou na sala – oi Kaya, seu irmão estava te procurando, ele disse que quer conversar com você.

_ Se ele ligar novamente diga que eu nunca mais quero olhar na cara dele e que daqui a alguns dias ele vai ser obrigado a me esquecer. – ela falou e nós a olhamos assustados.

_ Ele disse que viria aqui agora. – minha mãe falou calma.

_ Vou dar uma volta então, volto de noite. – ela simplesmente correu até o carro e o ligou dando partida.

- Kaya narrando

Aquilo seria mesmo o fim? Acho que eu estou louca, porque juro que ouvi o Justin sussurrando que também me ama, deve ser coisa de minha cabeça, parei o carro perto de uma praça com poucas pessoas e fiquei ali, até anoitecer, fiquei vendo as pessoas sorrindo, parece ser tão fácil, mas eu não consigo ser como elas.

O celular começou a tocar, era um número desconhecido, mas mesmo assim atendi.

- Kaya, por favor... – era o Kauã, desliguei rapidamente quando percebi isso.

Ele ligou mais e mais vezes até que mandou uma mensagem. Não faria mal algum se eu lesse.

Eu sei que eu sou a pessoa mais odiada por você no momento, mas me desculpa, eu me arrependi de verdade do que eu te falei, eu não pensei naquele momento, você é minha irmã, você é a última pessoa que eu quero perder em toda minha vida, me desculpa, eu te amo muito e só queria que você me perdoasse.

Senti algumas lágrimas escorrendo por meu rosto, e decidi o responder.

Sinceramente, se eu morresse hoje o que você faria? Bateria palmas para si mesmo por ter conseguido acabar comigo?, eu sempre achei que você era a única pessoa que talvez pudesse escapar de toda a arrogância da família, eu sim me arrependo das vezes que te falei que você era importante para mim, você acha que eu não sei o quão fraca eu sou? Acha que eu quero fazer isso comigo mesma? Foram atitudes como a sua que me fizeram quem sou hoje, me esquece.

Mandei dividido em duas partes já que era um pouco grande, eu digitava cada letra com as mãos trêmulas, eu não queria a creditar que aquilo que estava acontecendo era verdade.

Nosso pai fez uma proposta para a Pattie, se ela aceitar trabalhar também pela manhã ele vai dar uma casa reformada e ótima para ela, mas ele disse só se você chegar aqui e conversar como uma pessoa muito educada com ele. Só tem 15 minutos.

Como uma pessoa educada, isso quis dizer que eu não sou educada, mas tudo bem, pelo Justin e sua mãe talvez valha a pena.


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Notas finais do capítulo

Então gente, estão gostando? digam o que pode mudar e etc. A opinião de vocês vale muuuito.
Beijos e obrigado pelos reviews :)



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