Apertamos o cinto e finalmente estávamos em solos franceses. Sorri ao sentir o friozinho da França.

Chegamos ao hotel luxuoso que parecia uma casa com três quartos, sala, cozinha e quatro banheiros.

Eu e o Justin ficaríamos no mesmo quarto, já que meu pai pediu um deles com duas camas.

_ Kaya, aluguei dois carros, um para você e Justin outro para eu e a Pattie.

_ Ok, vou dar uma volta então – sorri pegando uma das chaves – Quer ir Justin? – perguntei e ele apenas negou com a cabeça.

_ Filho, fala alguma coisa com a menina, vocês não se falam faz uma semana.

_ Não tem o que falar mãe.

_ Vem aqui – a Pattie o chamou – espera um minuto Kaya.

...

_ Se fosse para ficar com essa cara de mal amado não precisava vir.

_ Mas eu queria vir, nós poderíamos parar na cafeteria bem ali. – falou apontando

_ Eu não trouxe dinheiro.

_ Mas eu trouxe, é que eu to precisando fazer uma coisa a muito tempo. – falou, dei de ombros e estacionei.

Pedimos dois chocolates quentes, ele de repente parou e ficou me fitando, após tirou algo de seu bolso e ficou olhando por debaixo da mesa, depois bufou e me encarou novamente, o olhei tirando meus óculos.

_ O que foi? – perguntei soltando um leve sorriso.

_ Só... só me escuta, e por favor não fala nada. – ele apoiou uma de suas mãos na mesa – já faz um tempo que eu venho pensando nisso e... desculpa por ficar tão longe, é que eu precisava ter a certeza de uma coisa... eu sinto sua falta mesmo a alguns metros de distância, por diversas vezes eu te disse isso, mas nenhuma será tão sincera quanto agora... eu... eu te amo Kaya, quer namorar comigo? – perguntou me olhando a pondo uma caixinha de veludo preta encima da mesa , aberta com uma pulseira prata formando uma trança com um pingente de coração, a arrastando em minha direção com um dedo.

Eu alternava meu olhar entre a caixinha e o Justin, peguei meus oculos e os coloquei virando meu olhar para a rua. O ouvi sussurrando um “ok” baixinho, senti uma lágrima escorrer por meu olho direito, a sequei e virei novamente para o Justin que estava com a cabeça apoiada em suas mãos encima da mesa.

_ Justin – sussurrei sorrindo.

_ Tudo bem... – falou retribuindo o sussurro.

_ Não Justin, eu... eu também te amo e aceito namorar com você – sorri, ele me fitou e sorriu, levantou-se da cadeira e se aproximou de mim.

_ Então... posso colocar em você? – perguntou apontando para a pulseira.

_ Claro – sorri

Ele pôs a pulseira em meu braço afastando as outras que tinha ali e me olhou ainda sorrindo, pousou uma mão em meu rosto se aproximando até colar nossos lábios iniciando um beijo calmo.

Eu confesso que estava esquecendo o gosto doce que seu beijo tinha, eu estava com saudades de seus lábios nos meus, de seu hálito perto de meu rosto, da maciez de seus lábios e de sua língua brincando com a minha.

Sentia falta de seu toque, sentia falta de tudo relacionado a ele, e agora é oficial, eu preciso dele, mais que a mim mesma, eu sei que se não fosse por ele eu ainda seria filha da mãe que eu sempre fui.

Separamos nossos lábios sorrindo e eu deixei mais uma lágrima escapar em seguida abaixei a cabeça.

_ O que houve? – o Justin perguntou levantando meu rosto com um dedo

_ É só que... ninguém, nunca fez a metade disso por mim – falei sorrindo e o olhando

_ Acostume-se – falou me dando um selinho.

_ Você se importa de... me acompanhar até o shopping? Preciso de umas roupinhas novas – falei sentindo o clima mudar totalmente.

_ Tudo bem... eu posso dirigir? – perguntou me puxando e indo até o caixa.

Me surpreendi com o que aconteceu, ele falou em francês, a mulher do balcão falou alguma coisa, que eu não prestei atenção, sorrindo fazendo o Justin agradecer.

_ Ér... você fala francês? – o olhei espantada.

_ Eu precisava fazer alguma coisa que me desse futuro, ganhei uma bolsa por conta do teste de línguas da escola.

_ Ah... que lindo – falei rindo – o que a mulher falou para você sorrir e agradecer?

_ Vou traduzir o que ela disse: “Vejo que vocês são um novo casal, ela é linda e você também é um rapaz muito charmoso, boa sorte na cidade do amor.”, daí eu agradeci. – ele falou e eu sorri lhe entregando a chave do carro.

Fomos até o shopping, comprei de blusas até brincos.

_ Não acha que você já comprou coisas demais? Sem querer ser chato, você já comprou em todas as lojas. – falou ajeitando uma das sacolas em sua mão

_ Só nessa de sapato, eu prometo. – falei já entrando.

Ele sussurrou algo como “O Kauã avisou”, o olhei sorrindo.

_ O que acha desse? – perguntei lhe amostrando um sapato de salto azul.

Tudo bem que ele gostando ou não eu iria levar.

_ É... bonito – ele falou tentando escolher as palavras corretas.

_ Não Chris, olha senta ali, você veio comigo para isso.

_ Você que pensa, eu tenho 16 anos e na primeira oportunidade to fora.

Foi daí que eu acompanhei com o olhar o garoto, era o mesmo do avião, e a garota que olhava uma bolsa era a Caitlin.

_ Hey garota do avião! Como vai? O que achou dessa bolsa? – ela disparou as perguntas.

_ Eu levaria a que tem mais azul e amarelo – falei lhe amostrando a bolsa

_ Boa ideia – ela sorriu

Justin –

Eu finalmente consegui, eu estava namorando a garota mais... linda de todas, para mim era, ela está longe de ser perfeita, mas ainda sim o seu sorriso recobre tudo isso. Minha mãe falou “você está aqui em Paris, você sabe o que deve fazer”, e bom, a primeira, segunda e terceira coisa que veio em meus pensamentos foi usar toda minha cara de pau e pedir a Kaya em namoro. Por um momento confesso que achei que levaria um fora, mas ela aceitou e finalmente eu estava namorando com ela.

Nós andamos o shopping completo, e ela prometeu que a loja de calçados seria a ultima, ela estava conversando com uma menina, ela colocou uma mecha de seu cabelo para trás da orelha e a menina pegou em seu pulso sorrindo, a Kaya sorriu de volta e falou alguma coisa, depois a garota me olhou e sorriu.

_ E aí? O que está fazendo aqui? – um garoto sentou-se ao meu lado

_ Nada – falei

_ Somos dois, estou sendo arrastado por minha irmã. Aquela garota é o que sua?

_ Namorada.

_ Hm.

_ É.

_ Vamos Pequeno – a garota falou o puxando, ele revirou os olhos.

_ Já podemos ir – a Kaya chegou sorrindo e pegando algumas sacolas entre as 8.

Kaya –

A Caitlin é legal, acabei descobrindo que ela está hospedada no mesmo hotel que nós.

Ela é aquele tipo de amiga louca, ela percebeu pulseira em meu braço e me perguntou onde eu tinha comprado, falei que ganhei do Justin e essas coisas todas.

_ Que demora – meu pai falou assim que entramos no apartamento- filha, quero saber porque você trouxe uma mala praticamente vazia...

_ Você vai entender – falei e sorri, o Justin sentou-se ao lado da Pattie.

Alguns minutos depois um rapaz com seus aparentes 25 anos deixou as sacolas no quarto, guardei tudo na mala.

Tomei banho e troquei de roupa.

_ Vocês querem sair para jantar? – meu pai perguntou

_ Eu estou cansada – falei me sentando no sofá em que o Justin estava e deitando em seu colo.

_ Ok, como foi a tarde?

_ Foi... ótima – sorri olhando para o Justin

_ O que aconteceu?

_ Hm pai, eu já estou ligada viu – falei rindo para ele

_ Tá, vou direto ao ponto. Você já se decidiram?

_ De que?

_ Você são: amigo, inimigos, ou estão ficando?

_ Estamos... namorando – falei séria, o Justin riu de lado

_ De verdade...

_ É sério, olha que linda – falei levantando o braço lhe amostrando a pulseira.

_ Finalmente! – ele sussurrou para a Pattie que riu. Cobri meu rosto com as duas mãos sentindo meu rosto queimar. – Nós vamos sair, se comportem.

_ Tchau – sorri acenando e virando minha atenção para a tevê.

Eles saíram e eu e Justin ficamos assistindo um desenho.

_ Vou pedir pizza, quer de quê?

_ Tanto faz – deu de ombros

Pedi uma pizza grande de bolonhesa, uma coca e alguns filmes.

Em alguns minutos chegou, paguei e coloquei um filme.

Nos sentamos e comemos sem dizer nada.

_ Você está cansado Justin? – perguntei

_ Um pouco – falou alisando meu cabelo

_ Se quiser pode ir dormir.

_ Não, vou esperar minha mãe chegar – ele sorriu me dando um selinho.

Sentei-me e fiquei vendo o que ele olhava em seu celular novo.

_ O que estás fazendo? – perguntei sorrindo

_ Nada – deu de ombros e depois riu de algo que leu.

Fui até a cozinha beber pegar água, tomei um copo em goles lentos.

_ Ah, que susto – falei quando vi o Justin a minha frente.

_ Você está com raiva? – perguntou segurando em minha cintura

_ De que? Ah, não – sorri, ele aproximou nosso rosto.

Colou nossos lábios em um selinho demorado e depois mordeu meu lábio pedindo passagem com a língua.

A partir dali começamos um beijo calmo, passei meu braço por cima de seus ombros e ele abraçou minha cintura.

Nossas línguas brincavam entre si, explorando cada canto de nossas bocas. Dei uma leve mordida em seu lábios o olhando e depois o beijando novamente.

Meu celular começou a tocar, o peguei do bolso ainda sem partir o beijo, o dei um selinho demorado e atendi.

– Alô?

– É o Kauã, está tudo bem por aí?

– Está

– O Papai está?

– Não

– E a Pattie?

– Também não.

– Você está sozinha com o Justin?

– É

– Hm... então tá, amanhã vou buscar vocês para ir até o local em que as fotos serão, de 8horas

– Da manhã?

– É claro!

– Ok, tchau, beijos.

– Amo você irmã.

– Eu também te amo, até amanhã.

Desliguei o celular, o Justin me encarava confuso.

_ Era o Kauã – falei sorrindo e guardando o celular no bolso

_ Ah – deu de ombros

_ Eu estou com sono – fiz bico abraçando sua cintura

_ Eu também – falou

_ Vou só guardar as coisas, e já vou para o quarto – lhe dei um selinho.

Peguei as coisas que tinha na sala e levei para a cozinha, tirei o filme e o guardei.

Entrei no quarto e ouvi o chuveiro se desligar.

Passou 5 minutos e o Justin saiu do banheiro com apenas uma calça de moletom, mexendo no cabelo.

Fiquei fitando seu abdômen levemente definido, eu alternava meu olhar entre seu rosto e barriga.

Quando me dei conta do que eu estava fazendo e ele estava me encarando, pigarrei.

_ O que foi? Quer que eu coloque uma blusa?

_ Não, não, é só que você está precisando cortar o cabelo – sorri sem graça pegando minha toalha e roupa e indo em direção ao banheiro.

Tomei um banho rápido, vesti minha roupa, prendi o cabelo em um rabo de cavalo, escovei os dentes e saí do banheiro.

_ Vem pra cá Justin – o chamei batendo ao meu nado na cama

_ Não, vai que seu pai chega, e vê? Ele me mata – ele falou me olhando e sorrindo

_ Ele não liga, é sério, vem. É de casal, não tem nada demais – o olhei, ele deu de ombros e veio em minha direção.

Deitou-se ao meu lado, passei meu braço por sua cintura e beijei sua bochecha.

_ Boa noite Justin – ele virou o rosto e eu lhe dei um selinho.

_ Boa noite – sorriu.

Dormi sentindo ele mexer em meu cabelo.