Por Detrás Do Livro escrita por Bolinho de Arroz


Capítulo 26
Agora ou Nunca


Notas iniciais do capítulo

Yooo * leva mil pedradas *
Não preciso nem esclarecer a demora do capítulo; é o mesmo motivo de sempre.
Preciso dizer que fiquei EXTREMAMENTE emocionada com seus reviews no cap. anterior. Poxa, ainda bem que posso contar com vocês, leitores queridos =)
Falando em queridos leitores, gostaria de agradecer MUITO de CORAÇÃO as LINDAS recomendações das BELAS leitoras; Hyuuga Harumi e Sardinhas Coqueiro. Quem diria não é? Chegamos a décima recomendação! Vamos continuar assim, wee!
Sem mais delongas, cá estamos ao capítulo.



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Agora ou nunca.

Por Detrás do Livro.

Muitas coisas me fazem felizes. Pode-se dizer até que sou uma garota de vários sorrisos. Um jantar de família, apenas Hanabi, papai e eu. Ficar horas conversando com Ino pelo computador. Saber que sou importante para alguém. Comer meu prato predileto em um dia de domingo. Ouvir todas as músicas de meu celular até pegar no sono entre outras coisas.


Percebi então que, eu nunca deixei de sorrir... Nunca deixei de sorrir quando Naruto apareceu em minha vida.


(Elite Konoha – Eleição)

Hinata Pov


A surpresa me atingiu como um jato ao sentir a mão do louro puxar a minha, enquanto eu ainda estava em um dos degraus da pequena escada. Virei-me com aquele ato, e no mesmo momento, senti seus braços rodearem minha cintura.


Procurei por seu olhar, extremamente afoita. Encontrei-o perto demais, perigosamente próximo. Tão próximo que senti o hálito dele invadir minhas narinas. Tão próximo que nossos narizes se tocavam. Tão próximo que não conseguia enxergar seus lábios.

Lábios aqueles que roçaram agora em minha bochecha. E como um rastro, eles caminharam até minha testa, deixando ali um beijo estalado. Soltei um suspiro lento, sem intenção, sem vulgaridade. Era só... Emoção.


Nossos olhares se encontraram de novo. A íris cristalina de Naruto, tão azul quanto o céu, mantinha a minha presa. Eu estava no seu controle, para seu completo deleite.


Naquele momento, não me importava se estávamos na frente de todos da escola ou se alguém provavelmente tentaria me matar. Oh, não. Eu só queria senti-lo, mais e mais próximo de mim. E já estava prestes a soltar um palavrão quando o rapaz se afastou.


Encarei-o confusa. O que era aquilo, afinal? Será possível ser mais um de seus planos mirabolantes? Ou ele caiu com a cabeça no chão e esqueceu-se de quem sou?


Naruto Uzumaki havia me dado dois beijos nítidos; respectivamente na bochecha e na testa, em pleno público, sem explicação.


O que raios ele tinha na cabeça?!


– Fale alguma coisa. – Ele sussurrou, parecendo preocupado. Franzi o cenho. Aquela seria uma ordem ou um pedido?


Optei finalmente em respirar. Puxar o ar pelo nariz e soltar pela boca. 1, 2, 3...


– Fale... – Sussurrou novamente. Determinado, talvez.


4, 5, 6...


Ele queria que eu falasse? Pois bem. Vou falar exatamente o que estava sentindo naquele momento. E ninguém iria me atrapalhar agora.


7, 8, 9...


– Eu vou te matar... Idiota.


10.


Como se meu dia não fosse cheio de surpresas, o louro sorrir aliviado, segurando minha cabeça e beijando meu queixo de repente. Arregalei os olhos enquanto um surto de consciência voltava a mim. Pessoas. Olhando. Para. Nós.

Isso me fez despertar todas as sensações. O rosto mais do que vermelho; quase roxo, as mãos ridiculamente suadas e sem saber para onde ir, a garganta seca, a boca entreaberta, as pernas bambas, cabeça zonza entre outros... Sintomas.


Hinata Hyuuga, quem diria, havia pegado o vírus do louro. Eu estava ficando louca, e tudo por culpa de Naruto.


Ele estava me tentando, só podia ser isso. E o pior... É que estava conseguindo me envergonhar totalmente. Se algum buraco estivesse por perto, eu com certeza enfiaria a cabeça dentro, ou melhor, o corpo inteiro.


Outra coisa me surgiu na cabeça. Aquele Uzumaki não tinha o mínimo direito de brincar com meus sentimentos.

Em uma hora me rejeita, me ignora e faz de tudo para que eu jamais pense que podemos algum dia, evoluir nossa suposta amizade para um clichê romance. Em outro momento, se faz de príncipe dos príncipes, de maneira encantadora e sedutora. Que garota não ficaria confusa com sua bipolaridade?


Se estou apaixonada ou não, isso não vem ao caso. O que Naruto faz é abuso, tanto físico quanto mental.


– Quando isso tudo acabar... – Eu balbuciei, fazendo-lhe soltar minha cintura. – Você vai ver. Está tudo bem por agora, Naruto. Desta vez eu vou deixar passar.


– Mas eu fiz isso por que... – Enrugou a testa quando eu atrapalhei sua fala, colocando ousadamente meu dedo indicador em sua boca.


Se ele podia, porque eu não?


– Não importa. Eu vou subir naquele palco e ganhar a competição. Só torça por mim. – Pronunciei sorrindo timidamente. O vi acenar com a cabeça vagamente, ainda absorto com os acontecimentos de agora.


Estranho para mim, porque parecia que tínhamos trocado de posições. Mesmo nervosa, eu estava segura, e me sentia no dever de transmitir essa segurança para ele.


– Hyuuga Hinata. – O professor Kakashi disse meu nome novamente, simulando para que eu subisse no palco. Percebi que tinha perdido tempo demais nessa demonstração de afeto.


Encaramos-vos, um de frente ao outro.


– Boa sorte. – Sorriu, assim como eu sorri para ele. De maneira pura.


– Obrigada.


Sem quaisquer palavras, eu lhe dei as costas, posicionando meu corpo em frente ao microfone que a poucos Shikamaru usara em cima do palco. Peguei-o trêmula. Era esse o momento.


Agora ou nunca.


(Residência Uzumaki)

Sakura Pov


– Haruno! – Sasuke exaltou mais uma vez, do lado de fora do quarto. – Eu juro que ainda vou esganar seu pescoço.


Descontrolada, ri ainda mais, lembrando-me da cena que a poucos fez minha barriga doer.

Havia ficado realmente irritada quando o moreno se recusou novamente a sair de meu quarto, desafiando-me a tirá-lo de lá. Pois bem, foi exatamente isso que fiz. Quando o vi de baixa guarda, olhando uns livros quaisquer em cima do criado-mudo, aproveitei para empurrá-lo da cama, fazendo-o cair diretamente ao chão, e com a força enorme que eu tenho, continuei a empurra-lo, ainda rolando no piso de dor. Parece que a pancada o fez bater sua masculinidade em uma parte da cama. Quando finalmente passou seu corpo inteiro pela porta, bati-a em um baque e tranquei-a, ouvindo Sasuke exclamar mais um ‘’ Caralho! ‘’.


– Sua Neandertal incompetente. – Ele pragueja como um belo velhinho rabugento que era.


Assim que minhas risadas cessaram, foquei minhas mãos nas roupas que trajava, arrancando-as sem dó e jogando-as em cima da cama. Peguei a calça jeans e coloquei-a sem esforço, para logo depois vestir a camiseta bege e, de pés descalços procurar pela escova de cabelo. Achei-a junto com meu coturno, esparramados em outro canto. Penteei meus fios rosados e prendi-os em uma trança mal feita, para logo em seguida calçar o coturno marrom.


Encarei-me no espelho. Estava simples o suficiente para que não achassem que sou uma garota problemática. Se abusasse do preto, como geralmente faço não me deixariam nem entrar na loja de uniformes.


Abri minha mochila de caveiras com asas que se localizava pendurada no guincho improvisado que tinha feito ao chegar nessa casa. De dentro, peguei meu lápis de olho e um batom totalmente nude.


Virei-me até o espelho novamente, delineando meus olhos de maneira leve e passando o batom – que para mim, mais parecia um protetor labial -.


Pronto. Agora é só checar a fera.


Abri a porta devagar, temendo que Sasuke pulasse em cima de mim com uma faca prestes a ser fincada em meu peito. Suspirei aliviada ao não encontra-lo no corredor.


Desci as escadas e o vi sentado na poltrona estilo ‘’ papai ‘’ da sala. A cara fechada e o bico formado.


Que infantil.


– Vamos. – Pronunciei encarando-o de braços cruzados.


– Pode pelo menos me dizer para onde, milady? – Ele indagou sarcástico, deixando um sorriso de canto prevalecer.


– Para a loja de uniformes. O meu ficou pronto com tamanha antecedência que já posso busca-lo hoje e, se tudo der certo, começar a ir para a escola amanhã.


Sasuke não disse nada. Franziu o cenho e pareceu ficar distante em pensamentos. Precisei aproximar-se dele e estalar os dedos em frente ao seu rosto para acorda-lo.


– Depois... – Continuei minha frase. – Iremos à sorveteria da esquina de baixo. Estou morrendo por um sorvete de chiclete.


Ele soltou um muxoxo e arfou derrotado, levantando-se enfim, e acompanhando-me até a porta com sua mochila e capacete na mão. Fiz questão de trancar a residência com a chave que o mesmo trouxe.

Paramos em frente da moto estacionada. Oh, Buda, como eu tinha saudades dessa lata velha. Se bem que ela está bem mais turbinada do que antes...


– Não vai subir rosada? – O rapaz perguntou, já em cima da moto com o capacete na cabeça e outro na mão estendida para mim.


Era o meu capacete. Aquele capacete Pink, com adesivos de rosas sangrentas espalhadas. Peguei-o sem hesitar, segurando contra meu peito.


– Você ainda o guarda. – Murmurei mais para mim mesma, de certo modo, feliz por tal fato.


O silêncio se instalou por uns segundos, antes que eu subisse na moto e ouvisse Sasuke pronunciar baixo.


– É apenas mais uma das coisas que não consegui abrir mão sobre você. – E então ele deu a partida, impedindo que eu indagasse sobre essa frase.


Resolvi deixar de lado. Seja o que fosse cedo ou tarde eu descobriria. Sasuke e eu ainda tínhamos muitas coisas pendentes a tratar, e desta vez, eu iria até o fim com esse assunto.


Por que eu não iria desistir dele novamente.


...


‘’ Inspirando fundo, a garota deixou-se reconfortar ainda mais seu corpo por cima daquele outro. Cobertos por um lençol fino e rosado, o casal descansava sob o luar brilhante, deitados na grama rala, debaixo de uns cobertores improvisados de colchão. Havia sido tudo de repente, não era planejado. Porém, aconteceu.


E ambos não se arrependiam de seus atos.


A loura fitou o rosto do rapaz ao seu lado; de olhos fechados, respirando lentamente, tão sereno e belo. Dormia tranquilamente, como se nada pudesse lhe separar dela agora.


Ela estreitou os olhos, beijando o ombro do ruivo cuidadosamente.


– Eu te amo. – A frase saiu em disparada dos lábios da menina. Cheia de sentimentos, emoções e sensações. De maneira baixa, quase inaudível. Mas não o suficiente.


E Ino nunca desejou tanto que pudesse apagar essa declaração.


Sem ao menos perceber, os orbes esverdeados de seu namorado se abriram, arregalados. Ele a encarava, sem saber o que fazer.


– Ino, eu... – Calou-se. Não podia simplesmente dizer. Não sabia como, se estava preparado ou não. Nunca em nenhum momento de sua vida havia dito tais palavras. Será que seria capaz agora?


Gaara nunca foi bom em lidar com sentimentos.


– Ah, meu Deus. – Balbuciou a loura, levantando-se e cobrindo seus seios nus com o lençol, enquanto balançava a cabeça negativamente. – Você não devia ter ouvido isso.


Sempre soube que eles nunca tiveram nada sério. E que se apaixonar por ele era algo estritamente proibido.


Pena que o proibido fora tentador demais.


O silêncio embaraçoso instalou-se no ar. Diversas vezes, Gaara abria boca para falar, mas dela nenhum ruído escapava. Ino encarava todos os cantos, mas não tinha coragem de olhar para ele.


Palavras não descreviam o que acontecia entre eles. E suas ações apenas pioravam a situação.

E foi dessa maneira, sem dizer nenhuma palavra, que Ino levantou-se por completo, pegando suas roupas jogadas na grama e vestindo-as com pressa. Suspirou fundo enquanto prendia o cabelo em um rabo de cavalo, pensando no que dizer para sair daquele lugar.


Aquela clareira seria nostálgica pelo resto de sua vida.


– Escute Ino. – O ruivo murmurou finalmente, tomando folego – Eu gosto de ficar com você...


O peito da loura encheu-se de esperança. Talvez tivesse conseguido o que tanto desejava. O amor de Gaara somente para si.


Desde que começaram a ‘’ficar’’, começara a sentir novas sensações. No começo, não se importava em ver o ruivo se agarrar com outras meninas no final dos corredores, afinal, tinha seus próprios casos e isso nunca pareceu incomoda-lo. Porém, ao passar do tempo, o ciúmes que tinha por ele aumentara. Odiava todas as garotas que sequer olhavam para Gaara.


O seu ruivo. Pelo menos, desejava que fosse seu.


– Eu realmente gosto de ficar com você... – O rapaz continuou, sem olha-la diretamente. – Mas é só isso.


O mundo havia desmoronado. ‘ Era só isso ‘. Ele nunca a quis verdadeiramente. Não como ela o queria. E ouvir de seus próprios lábios foi pior do que imaginava.


Engoliu em seco. Jamais choraria na frente dele. Ino sempre fora uma garota forte, confiante. E não era um amor de colegial que a enfraqueceria.


Era dessa maneira que pensava. Mas não era o que seu coração mandava.


– Tudo bem. – Pronunciou-se distante. Ao menos não queria dar o gostinho de magoa para o paquera. Era o primeiro não que recebera desde que entrara no colégio. O único não que tinha medo de receber.

Irônico, pensou consigo mesma.


– Então... Eu te levo até em casa. – Ele arrastou-se até sua calça e vestiu-a sem pressa, colocando a regata preta em seguida.


A loura assentiu sem coragem para falar, seguindo-o até a picape que havia os levados até ali.


Quem diria que sua noite dos sonhos iria terminar em... Pesadelos. Muitas coisas haviam ficado sem serem esclarecidas. E nunca seriam.


Nunca. ‘’










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Notas finais do capítulo

Teeeeenso, não é? Quero saber as sus opiniões *-*
Mereço reviews??