Por Detrás Do Livro escrita por Bolinho de Arroz


Capítulo 2
Dia de lavar o carro.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/172941/chapter/2

Por Detrás do Livro.

Dia de Lavar o Carro.


Acordei em plena 9 da manhã, era um domingo radiante, e eu apenas pensava em sair da cama depois das 10...O problema é que Hanabi me acordará as presas porque queria café da manhã.

Perguntei a ela porque papai não fazia, mas ela disse que desde ontem à noite, ele ainda não tinha voltado.

Vagabundeando, pensei. Enfim, passei primeiro pelo banheiro e fiz todas as necessidades. Agora estou parada diante a geladeira, procurando algo que não esteja mofado ou fora da válidade para poder alimentar a peste-mor da minha querida maninha.

Apenas com uma camisola rosinha, meio transparente, e descalça - porque sinceramente amo ficar descalça - fui tentar preparar algo útil e "sustentativo" para que a draga possa ir visitar a casa de uma amiguinha sem fome.

Optei finalmente, em fazer um bom misto quente para nós duas, preparei também um leite com achocolatado pra ela, e um café sem cafeína pra mim. Beber coca-cola desde manhã não faria bem.

Hanabi estava sentada do outro lado da mesa, à minha frente. Me encarando como se eu fosse uma desconhecida.

— Então... — Procurei assunto, pois estava ficando nervosa com o olhar da minha própria irmã — Porque mesmo você vai a casa da sua amiguinha?


– Não sou tão criança assim Hinata. Vou ir para conversar com ela.


— Quis dizer brincar não é?


— Não! Brincar é pra criancinhas! — Ela disse com um misto de aborrecimento e birra estampado no rosto. Apenas terminei de mastigar o último pedaço do meu sanduiche e dei uma risada saliente, que a fez ficar ainda mais vermelinha.


— E vocês são o que, querida? — Me levantei ainda com o copo de café na mão e dei-lhe um beijo na testa, indo ao rumo das escadas,e de volta ao meu quarto. — Me avise quando for sair está bem?


— Pode deixar. — Ela se pronunciou com a boca cheia de farelo. Dei mais uma risadinha rouca e fui direto ao cômodo ao qual tinha uma tremenda vontade de colocar uma placa escrita em vermelho "Não entre!" bem na porta.

Revoltada demais...

Quando cheguei, coloquei o copo de café de um lado, e me atirei novamente na cama desarrumada, olhando para a janela. Foi então que percebi, ainda tinha que descobrir quem era o dono daquele bilhete.

Ao pensar na folha de papel, eu estiquei meu braço pro lado, e a alcancei, lendo e re-lendo a única frase que despertara tanto a minha curiosidade.


"Você dança muito bem, deixe-me tirar uma foto sua." Alguém que me viu dançar... Mas para elogiar só pode ser um homem, e Deus, tinha tantos rapazes naquela festa que eu nem conseguiria contar nos dedos.

Mas o que foi a última parte? Um trocadilho da música que tocava talvez?
Suspirei. Não ia conseguir descobrir tão cedo quem era o autor, muito menos o que ele queria com isso.

Foi de repente que fui desviada de meus pensamentos ao ouvir um toque estilo Messenger vindo direto do meu notebook na escrivaninha, me levantei meio relutante e fui ver quem tanto me chamava.

Holy Crup... ERA INO!

.
.
.

Ah não, Hina! Esse vestido parece de freira. Dizia a loira fazendo uma careta diante um longo vestido que a morena havia lhe mostrado.


M-Mas eu gostei dele...


Mas não combina com você A mesma loira sorriu gentilmente e tirou o vestido das mãos da amiga Venha, vamos achar uma roupa que demostre mais o seu estilo!


As meninas de pelo menos 16 anos passeavam pelo shopping chamando a atenção de todos. Mais por causa das risadas escandalosas da Loira e pela cor tão pimentão que a morena tinha na face.

O que realmente importava é que estavam se divertindo mais do que nunca, enquanto entravam em todas as lojas... Correção, Ino entrava e arrastava Hinata junto. Enfim, as melhores amigas como diriam, se conheciam a pelo menos 3 anos e eram grudadas por super bond.


Ino... Eu não vou usar isso de jeito nenhum! Disse a morena dentro do provador.


Ah, vai sim! Você precisa inovar seu guarda-roupa Hina! Aquelas roupas que seu pai compra são muito broxantes e escondem suas lindas curvas.


INO! Hinata gritou ainda dentro do local, tentando repreender a amiga que acabou por rir ainda mais. Se passou quatro segundos e os risos de Ino cessaram, enquanto Hinata saia do provador com as roupas habituais, estranhando o silêncio da loira.


Ino, algum problema? Perguntou à loira que estava de costas encarando um planfeto de viagem.


Anh... Nada não, Hinatinha. Vamos indo? A loira se virou com um sorriso apagado e saiu as presas da loja, sendo seguida por uma Hinata confusa.

Se passou um longo tempo, e as garotas - cheias de sacolas na mão - Já estavam indo para a casa de Ino. A garota com longo rabo de cavalo se mantinha quieta pela volta de carro inteira, estava aflita com algo. Mas Hinata não tinha idéia do que era.


Chegaram na casa, comeram alguma coisa qualquer e subiram para o quarto da Ino, a mesma se jogou na cama e começou a despejar lágrimas pela travesseiro, com as mãos no rosto e soluçando fortemente.

Ino?!Ino?! O que houve? Hinata ficou desesperada, não sabia o que fazer naquela situação, então apenas segurou a garota pelos ombros e a chamou Ino, pelo amor de Deus me diga o que está acontecendo!


É...É qu-que....Ela respirava com dificuldade, e se mantinha de cabeça baixa.


Se acalma amiga... Murmurou a morena, tentando realmente acalmá-la.


... HINA! EU VOU SAIR DO PAÍS! Soltou com um grito e voltou a cair na cama com mais lágrimas sem cessar, Hinata ouviu a força das palavras virem como um impacto e arregalou os olhos.


C-Como...? Não houve resposta Ma-mas Ino! Você, n-não... Não terminou a frase porque foi amparada por um abraço apertado de Ino.

Agora, elas choravam juntas silenciosamente.

Quando se acalmaram, Ino explicou para a amiga que seu pai havia aceitado uma proposta muito boa de emprego na França.

E por mas que argumentasse, chorasse, ou suplicasse de joelhos, seu pai não mudaria de idéia.

Então, ela teria que ir embora, e nem sabia quando poderia voltar... A única amiga que Hinata teve iria embora por tempo indeterminado.

Então, não posso fazer nada, não é? A dona de orbes perolados perguntou novamente.


Não... Se nem eu consegui. Mas... Ela encarou a amiga e sorriu corajosa Nós nunca vamos nos esquecer da nossa amizade! Vamos nos falar todos os dias, de todos os jeitos. Eu ainda vou voltar Hina, é uma promessa!


Jura? Perguntou com pequenas gotas formando em seus olhos.


Juro. E mais uma vez se abraçaram, dessa vez, era uma despedida.

Se passou horas e elas aproveitaram o máximo possivel. Infelizmente, era hora de ir embora.

Hinata já estava no portão da casa, olhou para trás e avistou Ino lhe acenando fréneticamente pela janela, sorriu, e acenou também.

Um Adeus.

.
.
.


Sorri sozinha, Ino era a melhor amiga que eu poderia querer, por isso desejava tanto que ela ainda estivesse aqui, ao meu lado, me ajudando nessa vida tão... Argh, imprestável.

Ela era tudo o que toda garota sonhava em ser: Engraçada, confiante, atrevida, capitã das lideres de torcida e linda. Tinha tudo o que queria com sua dedicação, e chamava atenção de todos ao seu redor.

Com certeza eramos os opostos uma da outra, mas não importava, Ino era minha melhor amiga, e eu a dela.

"Hina, Hina!" - Foi uma mensagem dela pelo Messenger. Respondi dando risada da impaciência da loira.


"Calma, estou aqui. Como está minha lider de torcida?"


"Melhor agora que posso conversar com você, né." - E me mandou um emoticon mostrando a lingua.


"Já estou aqui ao seu dispor madame, novidades?"


"Sim, muitas! Primeira delas, é que terminei com o Bryan" - Esse garoto era um namorado de Ino, ou melhor, ex-namorado, ficante, seja o que for, ela está sempre trocando.


"Não creio! Eu venci a aposta! Lembra?"


"Lógico que lembro, você disse que demoraria 1 mês para terminar com ele, está ai. Bom, a segunda novidade, e a única realmente importante é..."

Ino se desconectou.

O quê?! Mas ela iria me contar! Droga de conexão!

...

Se passou uma hora e eu ainda estava esperando a Ino entrar de novo.
E nem sinal da loira, o único sinal que ouvi foi o toque do meu celular ao lado da mesa. Atendi na primeira oportunidade:

Alô?


Hinata, é o seu pai.


Ah, sim papai?


Hanabi vai ir para a casa de uma amiga não vai?


Sim, ela vai. Suspirei pesadamente, um certo pressentimento veio à tona.


Ótimo, já que não estará cuidando dela, e hoje não haverá escola, peço que lave o meu carro. Meu queixo caiu, sabia que para me ligar, tinha que ter um bom motivo. Ou melhor, péssimo motivo.


Mas...


Sem mas Hinata, ele está imundo e não vou ter tempo para levá-lo em um lava-rápido hoje, preciso dele o mais limpo possivel até amanhã. Nos vemos tarde.


Quando vai voltar? Perguntei com remorso.


...Logo, faça suas obrigações como uma boa filha faria. Até logo.


Até.

E então o telefone ficou mudo. Nem acredito que terei que lavar o carro dele.

Mas agora já foi, não posso dizer não. Afinal de contas...

Eu sou uma boa filha.


Me levantei da cadeira e procurei uma roupa básica, depois de procurar um pouco, decidi colocar uma jardineira jeans curta com uma camisa regata lilás por baixo. Prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo bem alto, e calçei uma sapatilha roxa.

Nem morta que molharia o meu all star.

Desci apressadamente a escada, e fui em direção a sala, vi Hanabi sentada no sofá, assistindo um desenho entediada. Ela já estava pronta para ir ao encontro da amiga, só estava esperando a garota vir buscá-la, o pai da amiga viria de carro, se não me engano.

Passei reto em frente a Televisão e peguei as chaves do carro do papai que se encontravam no chaveiro, desfilei até o porão, e de lá trouxe baldes e panos.

— O quê está fazendo? — Perguntou Hanabi analisando minhas ações.


— Papai ligou pedindo para lavar seu carro. — Respondi já indo em direção a porta, e ouvindo apenas um murmuro dela.

Fui direto para a garagem, desliguei o alarme do carro- Um alfa Romeo, intacto e imundo- e entrei, rodando a chave, e dando ré, para que eu pudesse lavar o carro no jardim.

Terminei, e "estacionei" perto de uma torneira, enchi os baldes até a boca com bastante detergente neutro, levando-os com certa dificuldade para perto do automóvel.

Peguei uma bucha 'extra-macia', e começei a esfregar em circulos bem cautelosos, aquele era o xodó do meu pai, qualquer dano, e bye bye mesada.

Aquilo começou a me deixar entediada, então coloquei a música "Don't stop the party, Black Eyed Peas" no meu celular ao máximo, e com os fones de ouvido, começei a dançar discretamente enquanto lavava. Fiz e refiz os mesmos movimentos várias vezes, em todo o carro, tirando a lama de tudo quanto é lugar.

Mais onde raios ele foi meter esse carro?

Havia algumas manchas que estavam dificeis de sair, e eu tive vontade de meter um bom-bril nelas.

Lembre-se Hinata, Bye bye mesada.

Se passou pelo menos uma hora nesse lenga-lenga, e consegui tirar apenas o necessário da sujeira, agora só faltava enxaguar com um forte jato de água da mangueira. Fui até a "corda" e fixei a mangueira no local, bem forte.


Pelo menos, eu pensei que fosse bem forte...


A mangueira que não estava bem colocada saiu com tudo e jorrou litros de água pra cima de mim, fiquei desesperada, tentando alcançar a torneira, e quando consegui, a mangueira que antes "chacoalhava" caiu direto no chão.
Em compensação, eu fiquei ensopada. E é estranho, porque juro para mim mesma que pude ouvir uma risadinha baixa e sufocada de algum lugar.

— Anh...Hanabi está? — Foi então que reparei, um carro parou em frente a casa, e eu nem percebi pela confusão toda, me virei para a voz da garotinha que falou aquilo dentro do carro, me deparando com ela e...

Aburame Shino?

— Estou bem aqui! — Disse minha irmã saindo de casa com um sorriso, que logo foi morto quando viu minha situação. — O que aconteceu aqui?


— É...Apenas tive um desentendimento com a mangueira. — Ri nervosa, e automáticamente entrelaçei minhas mãos uma nas outras.


— Claro, tenha mais cuidado. — Disse simplesmente e entrou dentro do carro.


— Podemos ir? — Ouvi a voz tensa do garoto que dirigia o carro, acho que ele era irmão da amiga da minha irmã. Tenho que admitir, que o Aburame é no minimo sinistro com aqueles óculos escuros. — Você vai ficar bem? — Foi ai que percebi que ele se referiu a mim e a minha rival, mangueira.


— V-Vou sim, podem ir, e é um prazer conhece-los. — Ele nada disse, apenas acenou com a cabeça e deu a partida. Assim que virou a curva e ficou fora de vista eu me deixei cair no chão, sentando na grama do jardim e respirando fundo.

Que mico... Na frente da amiga de Hanabi, e do irmão dela, Shino, que na verdade...já conheço pela escola.

Pelo o que sei, é uma pessoa de poucas palavras, que sempre fica passivo, e indecifrável. Ele estuda no mesmo ano que Naruto e Sasuke, ou seja, um ano a mais que eu.

— Você está bem? — Abri meus olhos rapidamente quando ouvi aquela voz rouca e quente soar em meu ouvido, um misto de emoções rodearam o meu corpo ao mesmo tempo, me arrepiando a espinha, eu me virei para o dono dela atrás de mim com a boca em um perfeito "o".

E me deparei com a imensidão dos olhos azuis cristalinos.

Naruto...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Outros casais irão aparecer logo na fanfic.