Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 43
Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Meninas, desculpem a demora, mas é que esse começo de ano está super corrido!
Prometo terminar essa fic e começar a outra por estes dias, agora no carnaval terei tempo para escrever!
Segue agora o penúltimo capítulo :(( muito triste...



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Nós interrogamos Christian, Mia e Eddie e conseguimos finalmente juntar as peças que faltavam do grande quebra cabeça que foi o acontecimento de Spokane. Realmente tudo tinha iniciado por causa da falta de sigilo de Rose pelo que eu havia lhe contado sobre os Strigois. Ainda assim, ela não podia ser culpada por tudo. Cada um deles teve liberdade para decidir o que queria fazer. Todos os guardiões que acompanhavam as investigações foram unânimes em afirmar que a atitude de Rose em ir atrás deles, apesar de impensada e imatura, foi heróica e corajosa. O caso foi arquivado sem culpados e sem punições. O desenrolar de tudo já podia ser considerado um grande aprendizado para eles. Também concluímos que o Strigoi, que foi morto por Rose, tinha grandes chances de ser o líder deles e aquele que estava comandando todos estes ataques. Ele se chamava Isaiah e era bem conhecido por ser antigo e sanguinário. Claro, todo Strigoi era assim, mas entre eles sempre havia uns que se destacavam mais que outros, e suas histórias chegavam ao nosso conhecimento. Com a morte do líder, os Strigoi se desarticulariam e, por serem muito desorganizados, levariam muito tempo para retomar os ataques.

As aulas já haviam iniciado e, aos poucos, os alunos começaram a esquecer tudo que tinha acontecido, apesar de ainda se ouvir muitos comentários pelos corredores. O campus ainda tinha muita gente de fora, muitos pais que ainda aproveitavam estes últimos dias para passarem com os filhos.

Eu estava me dirigindo para uma das minhas atividades de rotina, quando  passei por um dos jardins da Academia e senti um forte cheiro de cravo da índia. Imediatamente Adrian Ivashkov me veio à memória. Percebi que meus sentidos estavam certos quando o avistei, em pé, junto a uma pequena fonte que estava congelada. Ele também me viu e acenou. Eu apenas o cumprimentei e tentei passar sem mais reações, quando ele me chamou.

“Hey, Guardião Belikov!” Sua voz era preguiçosa como sempre.

“Lord Ivashkov” Eu lhe devolvi o aceno respeitosamente e continuei andando.

“Eu fiquei feliz em saber que você mudou de opinião sobre o espírito.”

Eu parei bruscamente e ele, parecendo perceber meu rápido susto, continuou. “Eu soube que você reconsiderou o que eu lhe contei sobre a localização de Rose e conduziu as investigações com base nisso. Devo reconhecer que foi... corajoso de sua parte. Poucas pessoas me levam a sério.” Ele deu uma longa tragada em seu cigarro e sorriu.

“Sua informação, apesar de pequena, foi bastante relevante, devo reconhecer e lhe agradecer.” Eu disse, sem qualquer entusiasmo. Ele continuou sorrindo.

“Ele ainda é muito desconhecido. Você sabe. O espírito.” Por um instante a voz dele pareceu receosa. “Eu ouvi falar do que tinha acontecido entre Lissa e Victor Dashkov e fui encontrá-la naquele resort.” Ouvir aquelas palavras me trouxe uma onda de alívio. Eu agora sabia que o objetivo principal dele não era Rose e sim Lissa. “A possibilidade de conversar com alguém,” ele prosseguiu, “que é como eu, me deixou empolgado.”

Ele fez uma pausa olhando para cima, erguendo o rosto como se tomasse sol. O detalhe era que era noite.

“Eu realmente gosto do clima de Montana. Vai ser uma estada interessante.”

“Como?” perguntei me sentindo intrigado.

“Eu obtive uma autorização para passar esse semestre na Academia. Vou estar como hóspede, é claro. Assim eu posso trocar experiências com Lissa. Há pouco tempo atrás eu fui considerado um Moroi que não desenvolveu a magia. Acho que eles querem redimir isso. Na verdade, será uma troca, já que ninguém sabe muito sobre o espírito, eles podem aprender conosco também.”

“É, provavelmente será interessante. Para ambos.” Falei sem querer demonstrar qualquer sentimento.

“Interessante é a palavra.” Ele sorriu largamente. “Todo lugar onde Rose está se torna interessante.”

Eu respirei fundo, me esforçando para não aceitar aquela provocação.

“Eu realmente preciso ir. Tenha um bom dia Lord Ivashkov.” Eu disse, já me afastando, mas antes, me virei a tempo de vê-lo acender um novo cigarro. “E... não é permitido que estudantes fumem no campus.” Falei e comecei a andar novamente.

“Eu não sou um estudante, Guardião Belikov! Estou aqui como hóspede, lembra?” Ele respondeu debochadamente e eu não olhei mais para trás.

***

Eu havia marcado o reinício das aulas prática com Rose, no momento em que tinha me reunido com os demais professores da Academia para planejar o novo semestre que começava, mas eu de fato não tinha comunicado nada oficialmente a ela sobre a data, mas certamente ela teve acesso ao calendário das aulas.

No dia agendado, fui até o ginásio e segui até o quarto de suprimentos onde nós sempre nos encontrávamos para os treinos. Eu não tinha certeza que ela viria, pois a vi muito pouco todos estes dias e, mesmo assim, so a cumprimentei de longe e não foi nada que permitisse que eu trocasse qualquer conversa com ela, mas algo me dizia que ela estaria presente.

Eu olhei em volta do quarto e não retirei nenhum equipamento para treino. Eu tinha passado estes dias pensando e pensando em tudo que tinha acontecido e estava sentindo uma imensa necessidade de conversar com Rose sobre tudo. Conversar abertamente, de igual para igual, sem qualquer provocação, sem qualquer máscara. Eu nunca tinha tentado isso, mas sabia que era perfeitamente possível. Como ainda faltava um bom tempo para que ela chegasse – caso ela viesse, é lógico – puxei uma cadeira e tentei me concentrar na leitura de um dos livros que eu havia ganho de Tasha no natal. Isso sempre me distraía e acalmava mas, dessa vez, não estava surtindo efeito. Por mais que eu tentasse me concentrar, meus pensamentos insistiam em retornar ao que eu queria conversar com Rose.

Senti uma sensação fria e quente correr pelo meu corpo, assim que vi a porta se abrindo e Rose passando por ela. E, como sempre acontecia, sua beleza me golpeou, antes de qualquer coisa. A sensação que eu tinha era que não a via por muito, muito tempo.

“Eu imaginei que você viria.” Eu falei imediatamente, colocando um marcador no livro, tentando esconder meu nervosismo.

“É hora de treinar.” Ela disse e eu não consegui identificar qualquer sentimento em sua voz ou em suas feições.

Tentando manter a naturalidade, balancei negativamente a cabeça.  “Não. Nada de treino hoje. Você precisa se recuperar.”

“Eu estou com uma ótima saúde.” Ela falou firmemente. “Estou apta para treinar.”

Eu apontei a cadeira próxima a mim. “Sente-se, Rose.”


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