Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Meninas, seguem mais um cap. Espero que gostem!
Ah, Laka e dykaline, muito obrigada pelas indicações! Sempre fico feliz com isso!!
bjs



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Eu não me importei com seu olhar raivoso e continuei me aproximando dela, pisando com cuidado. Janine também continuou, mas eu realmente não estava me importando com ela. Toda minha atenção estava em Rose que continuou empunhando a espada, pronta para nos atacar.

“Fiquem longe!” Ela gritou e sua voz era extremamente descontrolada e ameaçadora. Senti que Janine parou imediatamente. Mas eu não. Eu não podia aceitar aquilo. Não conseguia assimilar que Rose estivesse em tamanho estado de choque que não estivesse me reconhecendo. Eu precisava trazê-la de volta, mesmo que para isso, eu precisasse lutar com ela.

“Rose,” eu falei com toda suavidade que pude, a olhando profundamente nos olhos, tentando buscar qualquer resquício daquela garota que eu conhecia e tanto amava. “Largue esta espada.” Ordenei. Percebi que as mãos dela começaram a tremer, de forma que toda firmeza que ela tinha anteriormente, começou a ceder.

“Fique longe de nós.” Ela falou, ainda descontrolada.

“Rose.” Eu persisti, mesmo sentindo uma ponta de derrota em mim. Ela parecia irreversivelmente perdida. Mas, de repente, algo pareceu brilhar nela. Ela me olhou com o reconhecimento surgindo.

“Está tudo bem.” Falei gentilmente. “Tudo vai ficar bem. Você já pode soltar esta espada.”

O tremor das mãos dela aumentou e eu percebi que ela usava de uma enorme força para manter aquela espada erguida na minha direção.

“Eu não posso.” A voz dela saiu dolosa. “Eu não posso deixá-lo sozinho. Eu tenho que protegê-lo.”

“Você protegeu.” Eu falei instantaneamente.

Sem poder mais segurar a espada, Rose a soltou e o barulho, da sua queda no chão, ressoou nos meus ouvidos. Poucos segundos depois, ela desabou, praticamente caindo também. Com uma velocidade que nem eu sabia que tinha, eu fui até Rose e a segurei pela cintura, a ajudando a levantar. Eu a segurei fortemente contra meu corpo, sentindo um profundo alívio por encontrá-la e poder estar perto dela novamente. Percebi que os guardiões começaram a se mover pela casa, e averiguar tudo. Provavelmente perceberam que Rose estava sob controle comigo e não representava mais perigo.

De qualquer forma, aquele não era um lugar apropriado para que ela permanecesse por mais tempo. O cenário era terrível demais e ela estava muito abalada com o ocorrido. Sutilmente, comecei a levá-la para a porta, eu queria poder ficar com ela em algum lugar onde não tivesse tantas pessoas em volta, mas ela se deteve, segurando com força a minha camisa, parecendo apavorada. Eu apertei ainda mais o meu braço que estava em sua cintura, trazendo-a ainda mais para perto de mim, e com a outra mão livre, afastei um pouco dos seus cabelos que estavam em seu rosto. Ela aceitou aquela proteção e inclinou a cabeça no meu peito, totalmente indefesa, nem de longe parecendo uma garota que tinha acabado de matar dois Strigois.

Toda aquela sucessão de pequenos gestos fez meu coração se partir ainda mais. A alegria de ter encontrado Rose viva era quase que suprimida pela preocupação por ela estar daquele jeito. Não era justo que isso tivesse acontecido com ela. Era um abalo emocional muito grande para alguém tão jovem. Eu realmente duvidava que ela se recuperasse facilmente.

Calma, calma... tenha calma, meu amor. Já passou. Não vou lhe deixar sozinha. Eu estou aqui por você. Sempre estarei.” Eu murmurava em russo, perto do ouvido ela, ainda passando os dedos pelos seus cabelos. Eu sabia que ela não podia entender, mas não era algo que eu podia falar para ela abertamente, principalmente com tantas pessoas em volta.

Os guardiões começaram a averiguar cada pedaço da casa e eu percebi que o reforço que Janine havia pedido, tinha chegado. Muitos, muitos guardiões estavam ali. Stan parou perto dos corpos dos Strigois e se ajoelhou, com olhar estupefato. Aliás, eu podia ver este olhar em quase todos que estavam ali. Era realmente impressionante o que Rose tinha feito. Decapitar um Strigoi era uma das coisas mais difíceis a ser feita. Todo guardião concordava que era uma forma possível de matá-los, mas poucos se arriscavam usar este método. E Rose tinha conseguido. Por duas vezes.

“Ela fez isso? Com os dois?” Ele falou com incredulidade.

Um outro guardião, que estava ao lado de Stan, se abaixou e pegou a espada que Rose tinha deixado cair. Era uma espada usada para enfeite e não para luta. Ele a analisou por breves momentos. “E essa espada não é afiada há anos.” Ele disse pensativamente.

De repente, Rose soltou um som esquisito, muito baixo para ser um grito, mas alto o suficiente para percebermos que ela sentia uma grande dor e que aquele assunto ainda a machucava. Ela tinha uma dor na alma. Eu a apertei ainda mais, como se eu pudesse, de alguma forma, transmitir toda minha força a ela.

“Tire-a daqui, Belikov.” Janine falou, autoritariamente.

“Vamos Roza.” Eu falei baixo, em seu ouvido. “Está na hora de ir.”

Eu a levei para fora, e dessa vez, ela não apresentou resistência. Já na calçada, eu fiz um sinal para que um dos guardiões trouxesse um carro. E, a partir daí, os gestos e ações dela se tornaram mecânicos. Ela obedecia a tudo que eu a mandava fazer, como se nada mais importasse para ela. Eu a coloquei dentro do carro e fiz uma ligação para Alberta, narrando, com brevidade, tudo que tinha acontecido. De longe, eu estava totalmente atento a Rose, que não tinha mais reação alguma. Eu realmente não sabia o quê fazer e temia os danos que tudo isso poderia causar a ela.

“Belikov!” Janine me chamou, assim que desliguei o telefone. “O quê vai ser feito agora?”

“Eu acabei de falar com a Guardiã Petrov. Vamos voltar imediatamente para a Academia. O avião já está sendo preparado. Nós concordamos que não é prudente retornar ao hotel. Ela informou que as pessoas estão em polvorosa e, diante do estado de Rose – e dos outros – eu acho que não é prudente – e também não é saudável – para eles, enfrentarem o assédio das pessoas. A Academia está praticamente vazia agora, é o melhor lugar para eles estarem, por hora.”

Ela assentiu, também achando que era a atitude mais sensata a ser feita. “Eu retornarei com vocês.” Janine disse, sem hesitar.

Em pouco tempo, nós estávamos todos no jato da Academia.


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