Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Agora sim, este é o último totalmente criado por mim. Eu sei que eu falei que voltaríamos para o livro hoje, mas eu tinha que cortar o capítulo em uma parte emocionante, para não perder o costume rs
bjs



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Procurar uma casa, com um porão, em uma cidade como Spokane, era algo quase tão difícil quanto procurar a própria Rose. Liguei para vários guardiões, conhecidos meus, que trabalhavam em Spokane e todos me davam a mesma resposta: era como procurar uma agulha no palheiro. Eu não tinha autorização para sair do hotel e não tinha como agir ali. Ao mesmo tempo, cada minuto que se passava eu sentia que era uma chance perdida de trazer todos eles de volta. Sozinho, no meu quarto, eu caminhava de um lado para o outro, vasculhando minha mente buscando uma alguma forma de intervir, mas nada me ocorria. Talvez pelo cansaço, talvez pelo andamento da própria situação, eu me sentia, ao mesmo tempo, perto e longe de desvendar tudo isso. Era como se a resposta tivesse bem na minha frente e eu não estava conseguindo enxergar.

Eu não tinha muita noção do tempo, apenas sabia que ainda era noite, quando meu telefone tocou e eu atendi prontamente.

“Dimitri?” Uma voz familiar falou do outro lado. Eu reconheci imediatamente. Era Roman, um guardião que trabalhava perto de Spokane e havia estudado na mesma academia que eu, na Sibéria. Nós éramos muito amigos, naquela época. Eu tinha entrado em contato com ele e o deixado a par de tudo que estava acontecendo e lhe pedi ajuda. “Tenho algumas novidades para você." Ele continuou. "Coisas que podem parecer mínimas, mas irão ser útil, com certeza. Nós temos o número de algumas placas de carros utilizados por Strigois, registrados em Spokane. Os guardiões checaram os endereços, como sabemos, mas todos eram falsos, as numerações das casas informadas não existiam. Exceto que, uma das casas, próxima a um dos endereços falsos, tinha janelas pintadas de preto. Os guardiões somente detectaram isso em uma nova ronda feita hoje, no começo da noite.”

“Você tem certeza disso? Existe uma alta probabilidade de termos Strigois nesta casa. O quê os guardiões pretendem fazer?” Falei, sentindo aquela notícia me animar.

“A informação ainda é recente. Poucas autoridades sabem disso. Não houve tempo de decidir o quê fazer. Mas creio que, seja o que for, isso deverá ser averiguado o quanto antes. Pelo que você me contou, estes garotos podem estar nesta casa, se ainda estiverem vivos.”

Senti meu coração palpitar com estas palavras dele. Eu tinha que acreditar que eles ainda estavam vivos. Não podia deixar a esperança ir embora de jeito nenhum.

“Eu vou procurar o comando dos guardiões daqui, Roman, e verificar essa informação. Eu estive em serviço por mais de dois dias e tirei algumas horas de descanso, mas agora vou retornar ao trabalho. Muito obrigado pelas novidades.”

“Por nada, Dimitri. Eu mantenho contato, caso sujam mais fatos.”

Lutando para manter minha aparência calma e afastar toda ansiedade que eu tinha dentro de mim, passei para a sala de Alberta. Quando entrei, verifiquei que as informações eram verdadeiras, somente em observar o clima agitado dos guardiões que ali estavam. Caminhei para a mesa onde Alberta observava algumas fotos com uma lente de aumento, em baixo de uma luz forte.

“Novas evidências.” Ela falou, sem levantar os olhos do papel, assim que me aproximei. Era como se ela soubesse que eu chegaria a qualquer momento.

“O que vamos fazer?”

“Por hora, nada. Uma equipe de guardiões está monitorando o local. Precisamos nos certificar que é realmente um esconderijo de Strigois, antes de tomarmos qualquer atitude. Não podemos correr o risco de invadir uma residência de humanos inocentes.”

Eu me sentei junto a ela, pegando algumas páginas dos relatórios e começando a analisar as fotos que estavam neles.

“Vê isso?” Alberta colocou a lente de aumento em uma das fotos. “Uma van estacionada. Também com vidros pintados.” Eu me inclinei para ver a foto melhor. Realmente, era no mínimo intrigante. Apesar de toda cautela dos guardiões, essas eram fortes evidências da presença de Strigois ali. Percorri os olhos pelas fotografias, buscando algo que mostrasse se a casa tinha porão. Olhei várias e várias fotos, até que parei em uma delas que mostrava uma pequena janela de ventilação, junto ao solo.

“Eles estão aqui.” Falei baixo. “Os estudantes desaparecidos estão nesta casa.” Minha voz saiu surpreendentemente controlada e segura. Alberta me olhou com expectativa.

“Existe algo que você sabe e ainda não nos reportou?” ela perguntou cautelosamente.

“Estas janelas de ventilação. Elas indicam que tem um porão aí.” Eu apontei para a foto. “Adrian Ivashkov me procurou esta tarde. Ele alegou que esteve com Rose – em um sonho – e que ela lhe disse que estava presa em um porão.”

A expressão dela não se alterou. “Creio que informações, sem bases concretas, como esta não devem ser consideradas, principalmente vindas de alguém como o histórico do Lord Ivashkov.”

“Ele é um usuário do espírito.” Eu falei imediatamente, ainda controlado. “Uma das habilidades dele é entrar nos sonhos de uma pessoa e se comunicar com ela.”

Um fio de exaspero passou pelo rosto de Alberta, mas logo ela se conteve. “Você está realmente esgotado, Belikov. E é compreensivo. Todos estamos. Nós queremos encontrá-los, mas temos que admitir que é completamente irracional tomarmos uma informação dessa como verdadeira.”

Eu mantive meu rosto imparcial, tomando aquela atitude dela como natural. Eu mesmo tinha reagido da mesma maneira, quando Adrian tinha falado comigo sobre este assunto.

“Quando se trata da magia do espírito, não podemos considerar nada como irracional” falei, repetindo as palavras de Adrian. “Não conhecemos muita coisa sobre este elemento, não sabemos ao certo dos poderes que seus usuários possuem.”

Alberta me olhou por breves segundos e logo depois esticou o braço até um telefone que estava na ponta da mesa. Novamente, seu rosto era ilegível.

“Guardiã Petrov falando. Estamos enviando uma equipe de guardiões da Academia St. Vladmir para auxiliar no monitoramento dessas novas evidências. Temos fortes motivos para acreditar que nossos alunos desaparecidos foram capturados por Strigois e estão presos nesta casa.”

O comando responsável pelas investigações em Spokane não questionou muito o envio da nossa equipe para o local. Os estudantes eram responsabilidade dos guardiões da Academia, enquanto fossem alunos dela, por isso, era normal que a St. Vladmir enviasse seu próprio reforço. Alberta não entrou em detalhes sobre as informações que tínhamos, mesmo assim, as pessoas para quem ela falou, não tinham como argumentar contrariamente.

Já era de manhã quando o nosso jato aterrissou em uma pista de pouso particular em Spokane. Eu, Stan e outros três guardiões da Academia fomos enviados. Janine, assim que soube onde iríamos, se ofereceu para ir também e ninguém teve como negar isso a ela. Apesar de ser centrada e bastante séria, muitas vezes ela lembrava a impertinência de Rose, quando se tratava de conseguir o que queria.

Duas SUVs nos aguardavam para nos levarem ao local onde um posto dos guardiões tinha sido montado especialmente para investigar este grupo de Strigois que estava se organizando e se escondendo ali. Eu usava de muito autocontrole para manter minha fisionomia fria, mas a cada momento, minha ansiedade crescia. Eu mal podia esperar para entrar em ação e estourar aquele cativeiro. Eu sabia que qualquer atitude nossa deveria ser bem planejada, mesmo assim, eu mal podia esperar para estar bem de frente daquela casa. Eu tinha certeza absoluta que Rose estava lá.

Quando chegamos, o guardião responsável nos passou brevemente tudo que havia sido encontrado e averiguado até o momento. Pouquíssimas informações traziam algo novo, somente pequenos detalhes que não acrescentavam nada de muito relevante. Nosso grupo ouviu tudo atentamente, sem dar qualquer opinião. Eles já tinha começado a traçar um plano de ataque, mas não podiam colocar nada em ação, sem que o Conselho dos Guardiões os autorizassem. Apesar de estar em um local mais isolado, a casa estava em uma zona residencial, então todo cuidado era pouco numa ação deste porte.

Já era perto do fim da manhã quando terminamos de ver todas as provas e evidências reunidas por eles. Eu tinha que admitir que eles haviam realizado um bom trabalho e que estavam totalmente preparados para atacar.

“Será que podíamos passar de carro pelo local?” Eu perguntei, enquanto saíamos da sala de reuniões. “Ainda é dia, não encontraremos Strigois pela rua e dificilmente um humano nos identificaria. Eu realmente gostaria de ter minha própria impressão do local.”

“Com certeza.” Paul, um dos líderes do comando, respondeu animadamente. “Podemos sair agora mesmo.”

Partimos em dois carros utilitários simples, porém com vidros escuros, para não chamar a atenção das pessoas. À medida que percorríamos as ruas da cidade, eu sentia meu corpo ficar tenso. Era como se eu tivesse a certeza absoluta de que encontraríamos algo. Assim que viramos a esquina, nos deparamos com uma rua tranqüila, com poucas casas e cada uma com muito terreno, de forma que elas ficavam bem distantes uma das outras. Senti meu coração disparar quando avistei, sentados no meio fio da calçada, Christian, Mia e Eddie.


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