Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Como falei antes, mais um capítulo todo criado por mim. Acho que os três próximos também serão, então espero que tenham paciência... é só uma hipótese para o que aconteceu do outro lado da história rs
bjs



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Quando retornamos ao hotel e encontramos os outros guardiões, na sala de Alberta, a frustração irradiava por todos nós. Eu não sabia mais o que pensar. Nem mesmo sabia como agir. Todas as ações óbvias a serem feitas, nós tínhamos realizado. Estudantes interrogados, rondas pelos arredores feitas, todas as pessoas que tiveram contato com eles, foram ouvidas. Nenhuma informação nos dizia o que tinha acontecido.
“Eu ainda gostaria de falar com Vasilisa. Não acho que seja possível que ela não saiba de nada. Ela e Rose são muito unidas.” Janine falou para mim, com voz baixa.
“Eu já a interroguei. Aliás, foi a primeira pessoa com quem falei. Para mim ficou claro que ela não sabe de nada.”
Janine ponderou um pouco as palavras. “Mesmo assim, eu quero falar com ela.” Eu percebi que ela não estava duvidando de mim e sim buscando formas de se manter em atividade. “Você poderia vir comigo? Já que você é o guardião dela, talvez ela se sinta mais segura com a sua presença.”
“Claro.”
Caminhamos até o quarto de Lissa e ela nos recebeu, com os olhos cheios de esperança, provavelmente esperando que chegássemos com novidades sobre Rose e Christian.
“Vocês já sabem o quê aconteceu? Onde eles estavam?” Ela perguntou de maneira ansiosa, assim que entramos.
“Não, nós ainda não conseguimos nada.” Respondi gentilmente. Ela caminhou desoladamente até a cama e sentou na beira, olhando para baixo. Eu e Janine trocamos olhares. Era óbvio que Lissa também não sabia de nada. Mesmo assim, caminhei até ela e me abaixei, para poder olhá-la diretamente. “Você tem certeza que não lembra de nada relevante? Algo que lhe pareça uma bobagem, pode representar muito para nós.”
Lissa cruzou os braços e olhou para o lado. “Não.” Ela falou duramente.
“Eu sei que você quer protegê-los, mas precisamos saber onde eles estão.” Eu falei, ainda mantendo o tom gentil. Na verdade, eu sabia que a resposta dela sempre seria ‘não’, mas eu queria mesmo que Janine ouvisse que já tinha sido perguntado tudo que era necessário.
“Eu já lhe disse. Eu não sei. Eu não sei o que aconteceu.”
“Eu não posso acreditar que eles não tenham dito a você onde estavam indo. Principalmente com... a ligação de vocês.” Janine perguntou tentando soar firme, mas seu rosto denunciava toda preocupação que ela sentia.
“Só funciona de um lado. Você sabe disso.” Ela respondeu, olhando para mim. Eu me ajoelhei na frente dela.
“Você tem certeza que não sabe de nada? Nada que você possa nos dizer? Eles não estavam na cidade. O homem na rodoviária não os viu... embora nós tenhamos certeza que foi pra lá que eles foram. Nós precisamos de algo, qualquer coisa, para continuar.” Lutei para minha voz não soar desesperada.
Lissa trincou os dentes. “Você não acha que se eu soubesse, eu não contaria a você? Você não acha que estou preocupada com eles? Eu não faço idéia de onde eles estão. Nenhuma. Ou porque eles fugiram... não faz sentido. Especialmente do porque eles foram com Mia, de todas as pessoas.”
Eu a olhei por breves segundos. Era claro que ela falava a verdade. Lissa não sabia de nada. E isso era o mais intrigante. Rose era capaz de dar a vida por ela, nunca fugiria, deixando Lissa para trás, sem ter uma boa razão para isso. Eu dei um longo suspiro e me levantei, caminhado até uma pequena penteadeira que havia ali. Uma escova de cabelo, com vários fios escuros presos nela, estava ali. Provavelmente era de Rose. Ver as coisas dela ali em cima, apertou meu coração.
“Quando foi a última vez que você viu Rose?” Janine continuou com o interrogatório.
“No banquete de Priscilla Voda. Ela saiu de lá sem que eu visse.”
A minha conversa com Rose, naquela noite passou pela minha memória como um filme acelerado. Um momento tão perfeito daqueles não podia ter resultado nisso tudo.
Algumas batidas na porta fizeram com que eu e Janine ficássemos instantaneamente em alerta. Talvez essa atitude fosse típica de qualquer guardião. Eu caminhei até lá e abri, me deparando com Tasha. Foi quando me dei conta que tinha esquecido completamente que ela existia.
“Dimka? O quê você faz aqui?” Ela perguntou, entrando no quarto. Eu olhei para ela e depois para Lissa, que ainda estava sentada na cama e não pareceu nada entusiasmada com a visita que recebia.
“Acho que não é estranho encontrar um guardião perto de sua protegida, Lady Ozera.” Janine respondeu secamente. Tasha lhe deu um olhar atravessado, claramente não gostando daquelas palavras.
“Eu sei, mas eu procurei Dimitri por toda parte, para saber o que estava acontecendo e não o encontrei em lugar algum. Nem mesmo aqui, com Lissa. Meu sobrinho é um dos desaparecidos, eu tenho direito de saber o quê aconteceu com ele. Eu tenho direito de saber o que está acontecendo.” A voz de Tasha era mais nervosa do que o normal, mas eu entendi que era devido a situação que estávamos vivendo. Ela não tinha o autocontrole típico dos guardiões e podia extravasar todo seu desespero.
“Nós não sabemos o que está acontecendo, Tasha.” Eu falei prontamente, sem me preocupar em parecer tranqüilo. “Todo esse tempo que você diz que não me encontrou, eu estava trabalhando, tentando desvendar esse mistério. Mas nós não conseguimos nada. Pista alguma. Nada.”
Um silêncio pairou no quarto e eu tive a sensação de estar carregando o mundo inteiro nas minhas costas. Foi quando ouvi um choro baixo. Era Lissa. Prontamente, eu me virei para ela, me sentindo totalmente responsável por ela.
“Eu não vou suportar se algo acontecer com Rose, Dimitri. E Christian. Não vou-”
Novamente eu me abaixei e olhei fundo em seus olhos. “Eu vou encontrá-los, custe o quê custar. Você confia em mim?”
Ela me olhou, com os olhos brilhando em meio às lágrimas. Havia uma enorme esperança neles. “Sim. Eu confio em você.”
As horas seguintes se arrastaram vazias. Rapidamente, todos que estavam no hotel souberam da fuga dos alunos da St. Vladmir e vários boatos começaram a correr pelos grupos que se formavam para comentar o que tinha acontecido. De tudo era inventado, desde histórias sobre uma fuga para participar de alguma festa clandestina até histórias sobre um novo massacre Strigoi.
“As autoridades estão tentando esconder isso de nós, para evitar uma onda de pânico.” Ouvi um Moroi comentar com outro, enquanto eu passava por uma das áreas comuns. “Strigois invadiram o hotel e aniquilaram aqueles pobres garotos.” Eu balancei a cabeça negativamente, embora soubesse que não era nada difícil que Strigois estivessem envolvidos nisso tudo.
A noite chegou e a ausência de informações me deixava ainda mais aflito. Principalmente por saber que eles não tinham mais a proteção da luz do dia. Já era alta madrugada, quando eu estava inclinado em uma mesa, observando o mapa dos arredores, Alberta se aproximou de mim.
“Belikov,” Ela deu um suspiro longo e cansado. “Dimitri. Creio que nada mais vai surgir. Tudo que tínhamos que fazer, foi feito. Cumprimos todos os procedimentos padrões. Vários turnos já foram trocados e você permanece em serviço. Você não quer descansar um pouco e amanhã-“
“Espere!” Eu a interrompi, erguendo minha mão esquerda. Uma luz iluminou dentro de mim quando ela mencionou a palavra ‘turno’. Alberta me olhou com muita expectativa. “A resposta está nisso! Em turnos!” Eu exclamei. “Quando nós fomos à cidade e à estação de ônibus já era dia! Eles fugiram à noite e de manha bem cedo. Não eram as mesmas pessoas que estavam em serviço, por isso ninguém viu nada e nem sabia de nada.” Era isso. Como ninguém havia pensado nisso antes? Era como se eu pudesse ver a solução para tudo se aproximando.
Janine, que estava próxima a uma mesa de café, se virou e me olhou compreendendo onde eu queria chegar. Apesar de parecer estar muito cansada, seu semblante se tornou esperançoso.
“Precisamos voltar à cidade e checarmos a rodoviária, imediatamente!” Falei para ela, já me movendo em direção à porta.


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