Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 33
Capítulo 33




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Todos olhavam apreensivos para Janine. Eu podia ver os olhares de desaprovação dos guardiões que estavam com ela. Provavelmente, todos pensavam que os cinco tinham partido em uma brincadeira de adolescentes. Eu, mesmo, lutava internamente para não deixar aquele pensamento também me contagiar. Eu repetia para mim mesmo que eu conhecia Rose o suficiente para saber que ela não faria isso.
Janine deu um longo suspiro cansado e fechou os olhos, apertando os cantos internos com os dedos. Quando ela tornou a nos olhar, sua expressão parecia calma e controlada, como era comum a qualquer guardião. Mas apenas parecia.
“Bran, o guardião que foi atacado lembrou de algo. Eu estou indo checar isso.” Ela tentou fazer uma voz firme, mas um leve tremor saia no final de suas palavras. Então, ela virou-se para mim. “Depois devemos sair, precisamos fazer uma varredura pelas redondezas. Esses garotos não tinham meios de locomoção. Provavelmente fugiram a pé. Não devem ter ido muito longe.”
Eu tive a sensação que ela poderia desabar a qualquer momento, embora se esforçasse para manter a postura dura.  Quando ela saiu, eu obedeci ao impulso de acompanhá-la. Algo me dizia que eu deveria ouvir o que Bran tinha a dizer. Percebi que alguns outros guardiões fizeram o mesmo, provavelmente movidos pela curiosidade em desvendar onde tudo aquilo levaria. Chegamos a uma pequena enfermaria do hotel, onde Bran estava deitado, com um curativo no lado esquerdo da cabeça.
“Eu lembro de tudo com clareza agora,” ele começou, assim que entramos. “Aquele garoto, o Ozera. Ele tentou me compelir para deixá-lo sair. Mas acho que ele não era muito bom em compulsão.” Ele falou, com um sorriso no canto dos lábios. “Foi quando alguém se aproximou ao meu lado. Eu vi bem, antes de apagar. Era Rose. Rose Hathaway. Ela de meu um golpe certeiro.” Ele levou a mão á cabeça, bem onde estava o curativo e me olhou, com um pouco de constrangimento. “Você a treinou bem, Belikov. Ela bate forte.”
“É uma pena que não a tenha treinado a ter senso de responsabilidade.” A voz de Stan ecoou atrás de mim. Eu nem tinha percebido que ele também tinha vindo conosco. Apesar de não querer entrar em uma discussão ali, eu me virei para ele, sentindo uma enorme raiva percorrer por mim.
“Nós não devemos abrir a boca para falar de coisa que absolutamente não sabemos.” Falei lhe lançando o meu olhar mais mortal. Ele era mais baixo que eu, de forma que pude me erguer ao lado dele e olhá-lo por cima. Um silêncio sepulcral tomou conta da sala.
“Tem algo mais que você se lembre, antes da pancada. Algo que ajude nas investigações?” Alberta perguntou a Bran, de forma imparcial, como se nem eu, nem Stan tivesse falado qualquer coisa.
“Não, isso foi tudo.” Bran respondeu, balançando negativamente a cabeça.
Voltamos pelo corredor do hotel, à caminho das garagens para pegarmos um dos carro. Minha mente trabalhava nas inúmeras hipóteses, tentando montar aquele quebra cabeças. A onde Rose iria com Christian? Ambos sem Lissa? De qualquer forma, eu lutava para não deixar a angustia me dominar. Apesar de todos se manterem frios, eu sabia que aquilo levaria a algo muito sério. Eu sentia uma imensa necessidade de entrar em ação, mas não podia. Eu não tinha a menor ideia para onde ir, por onde começar. Meus pensamentos foram interrompidos por Alan, que veio ao nosso encontro.
“Aí estão vocês!” Ele nos saudou. “Estou começando o meu turno agora. E então, algum progresso nas investigações? Já sabem quem atacou o guardião do posto norte?”
“Sim.” Janine respondeu amargamente. “Foi Rosemarie Hathaway. Parece que ela está envolvida na fuga dos alunos que você deixou sair.” Ela respondeu, sem esconder o desconforto. Uma espécie de luz se acendeu no rosto de Alan.
“Esperem um pouco!” Ele exclamou. “Eu encontrei com Rose ontem à noite. E foi bem depois de eu ter visto os demais garotos. Ela também perguntou por eles, mas definitivamente não saiu com eles.”
Novamente Rose. Eu lancei um olhar para Janine e tudo parecia um cerco se fechando. Para mim era óbvio que algum problema estava por trás de tudo isso e, confesso, estava começando a me sentir apavorado. Ela não falou nada e começou a andar cada vez mais rápido, como se ansiasse chegar logo ao carro. Ela devia estar sentindo a mesma necessidade minha de fazer algo urgentemente.
“Eu ficarei aqui,” Alberta falou para nós, parando ao lado de uma das SUV, onde entrávamos. “Vou fazer novos interrogatórios, agora que já sabemos o quê procurar, poderemos ter uma nova perspectiva das respostas. Quando vocês voltarem, nós nos reuniremos para juntar as informações.”
Eu assumi a direção e sai em disparada. Janine tinha razão. Se Rose saiu há poucas horas e a pé, apesar do frio ser intenso, o sol brilhava alto no céu, ainda sendo incômodo para qualquer Moroi, isso retardaria Christian e eles não teriam ido muito longe. Cada vez mais, tudo se tornava claro. Três alunos saíram primeiro e, decorrido um lapso de tempo, Rose e Christian foram atrás deles. Aquilo estava me corroendo de preocupação. Apesar de algumas pessoas insinuarem que era mais uma fuga impensada deles, uma atitude irresponsável, eu já conhecia Rose o suficiente para saber que ela só sairia assim se estivesse seguindo seu instinto de proteção. Certamente, ela tinha pressentido algum tipo de perigo e tinha mergulhado de cabeça para salvar os outros, sem ponderar qualquer conseqüência. Era típico de Rose fazer isso. Eu só não conseguia imaginar para onde ela teria ido e buscando o quê. Sem ter uma real dimensão do que estava acontecendo, eu tinha a sensação que ia explodir de tanta tensão.
Prender tudo aquilo dentro de mim era terrível, mas necessário. Eu estava ali, dirigindo o carro com Janine e mais dois guardiões comigo. Não podia simplesmente extravasar tudo que eu estava sentindo.
Um silêncio sepulcral tomava conta do carro. O ar de Janine estava totalmente carregado. Apesar de tentar manter uma fisionomia natural, um misto de preocupação, irritação e temor irradiava dela. Eu suspeitava que o meu semblante também não era dos melhores. Os outros guardiões que nos acompanhavam não ousaram a mencionar qualquer palavra.
Enquanto dirigia, eu observava cuidadosamente os arredores. A estrada era pouco movimentada mas, uma vez ou outra, avistávamos pessoas caminhando pelo acostamento. Sempre que isso acontecia, meu coração disparava na esperança de ser um deles. Mas nunca era.
Quando chegamos a uma pequena cidade, paramos em um posto de gasolina que tinha uma loja de conveniência. Lá questionamos várias pessoas, sempre que não sabiam de nada. Depois, quando paramos em uma estação de ônibus, já passava do meio dia. O movimento era intenso, devido aos festejos de final de ano. Muitas pessoas viajavam para encontrar familiares e amigos. Nós nos dividimos e eu permaneci com Janine. Percorremos os postos de embarque e a bilheteria, e a resposta era sempre a mesma. Ninguém tinha visto nada. Quando encontramos os outros dois guardiões a resposta se repetiu.
O nosso caminho de volta foi ainda mais tenso. Não tivemos sucesso nos nossos interrogatórios e voltávamos com a mesma pergunta que nos assombrava: o que estava acontecendo?


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Notas finais do capítulo

Minhas lindas, desculpem a demora em postar, pois estou com problemas na minha internet... to postando aqui de um pc emprestado!!!! (affff isso estressa a gente!)
mas deve estar tudo melhor daqui pro final da semana e eu já estou com muitos caapítulos adiantados!
bjs no coração de vcs!