Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Novamente, mais um capítulo totalmente criado por mim. Vamos ter muitos assim agora.
Eu sei que vocês estão ansiosas para que Dimitri encontre Rose, mas precisamos construir a história do lado dele, não acham? Não podemos somente sair pulando os acontecimentos.
Espero que gostem!
bjs



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Eu tinha que admitir. A eficiência da Diretora Kirova em reunir os alunos da St. Vladmir era invejável. Em menos de meia hora o mesmo salão que antes foi utilizado para reunir os Morois,  depois do ataque aos Drosdovs, estava repleto de estudantes. Quase que a totalidade deles aparentava ter saído da cama naquela mesma hora. Alguns estavam acompanhados de seus pais, que, obviamente protestavam por tamanha ‘falta de bom senso’ em interromper seu descanso no meio da noite. Eu, Aberta e Stan nos posicionamos logo ao lado de Kirova, de frente para a platéia. Eu passei meus olhos por cada fileira de cadeira e estranhei por não avistar Rose. Provavelmente estava atrasada, como sempre. A qualquer momento, ela entraria pela porta, de forma agitada, chamando a atenção de todos. Olhei para uma das cadeiras próxima a um grande pilar, e lá estava Lissa, sentada sozinha, com braços cruzados em volta do corpo. Novamente estranho. Quando não estava com Rose, certamente Lissa estaria com Christian, mas não havia nenhum, nem outro com ela.

Minha atenção voltou para frente. Ignorando os olhares reprovadores, Kirova subiu em um pequeno palanque e encarou a multidão, testando o microfone.

“Bem, lamento incomodar a noite de sono de todos vocês mas, como sabemos, estamos vivendo tempos emergenciais.” Ela iniciou, sem qualquer cerimônia. “Os guardiões solicitaram uma contagem de alunos imediatamente, então tivemos que reuni-los aqui.” Ela se virou para nós. “Guardião Alto, você se certificou que não há mais alunos pelo resort?”

“Sim, recolhemos a todos. Ninguém ficou de fora.” Stan respondeu firmemente. Aquilo me acendeu uma  espécie de luz de alerta. Porque Rose não estava ali?

“Perfeito, vamos começar então com uma rápida chamada. Assim que ouvirem seus nomes, identifiquem-se, levantando a mão direta.” Ela orientou.

“Amanda Petterson”

“Aqui.” Uma garota ergueu a mão.

“Amélia Rinaldi”

Silêncio.

“Amélia Rinaldi?”

Todos pareciam paralisados. Kirova ergueu os olhos do papel e encarou a multidão.

“A senhorita Amélia Rinaldi está ausente.” Ela atestou em voz alta se voltando para Alberta.

“Anderson Taurus.”

“Aqui.” Um outro garoto ergueu a mão.

A cada nome chamado, meus olhos seguiam os alunos e eu sentia um grande temor tomar conta de mim. Rose não estava atrasada. Ela não estava ali. Onde ela estava? O quê estava acontecendo? Eu não conseguia dominar meus pensamentos, que estavam a mil.

“Christian Ozera.”

Silêncio.

“Christian Ozera?” Ela repetiu. “O Sr. Christian Ozera está ausente.”

Eu não conseguia entender mais nada  do que estava se passando. O quê havia acontecido com Christian? Tinha que ter uma resposta racional para tudo isso.

Nomes e nomes passaram, detectando o que nós já sabíamos. Eddie e Mason também estavam desaparecidos.

“Rosemarie Hathaway.”

Senti meu coração parar por um segundo. Prendi minha respiração e mais uma vez, meus olhos percorreram todos os cantos do salão, numa última esperança de ver Rose. Um silêncio sepulcral tomava conta de tudo.

“Rosemarie Hathaway.” Ela repetiu. “A senhorita Rosemarie Hathaway está ausente.”

Aquela frase bateu em mim como um verdadeiro soco no estômago. Ela tinha que estar em algum lugar. Não era possível que ela tivesse deixado o resort. Eu tinha estado com ela bem depois do horário que o guardião afirmou que deixou os outros saírem. Uma coisa não podia ter conexão com a outra.

Lutei para manter minha aparência controlada, mas minha mente trabalhava em várias conjecturas para explicar o que estava acontecendo. Mas nada fazia sentido. Como um borrão, Kirova terminou a chamada dos alunos e se virou para nós, falando fora do microfone.

“Ao que tudo indica, são cinco alunos desaparecidos, e não três, como vocês pensavam.”

“Tem algo errado aqui.” Falei, com minha voz surpreendentemente controlada. “Alan disse que os três saíram no meio da noite. Eu estive com Rose bem depois que amanheceu. Eles não saíram juntos.”

“E quanto a Christian Ozera?” Alberta perguntou.

“Outro mistério. Não acredito que ele tenha saído com Rose. Eles não são amigos.” Acrescentei.

Nós nos viramos para a platéia e todos nos olhavam com apreensão e incrivelmente em silêncio. Alberta passou para o púlpito, e assumiu o microfone.

“Vocês estão liberados por hora, exceto...” Ela fez uma pausa, olhando para baixo e depois ergueu novamente os olhos. “As pessoas que tiveram contato com os ausentes, nas últimas doze horas, permaneçam aqui.” Sua voz era quase mortal quanto seus golpes. Eu duvidava que alguém ousasse desobedecer aquela ordem.

Pouco a pouco, o salão foi ficando cada vez mais vazio. Eu olhava para cada estudante sentindo meu peito apertar. Percebi que Lissa havia ficado no mesmo lugar onde estava. Senti uma faísca de esperança. Rose jamais sairia sem comentar qualquer coisa com ela. Menos de uma dúzia de alunos também permaneceram ali. Sem conseguir esperar, fui até Lissa que me olhava com muita apreensão.

Eu parei em frente a ela e me abaixei para olhar em seus olhos. Seu semblante era bastante preocupado.

“Você tem alguma ideia do que está acontecendo?” Perguntei gentilmente. Os olhos dela se encheram de lágrimas. Eu segurei seus ombros.

“Não, eu não sei.”

“Lissa, escute. Eu entendo que você queira proteger seus amigos, isso é normal, é natural. Mas você precisa confiar em mim. Eu só quero o bem deles.” Percebi que Alberta e Stan também tinham vindo para perto de mim, sem me importar com eles, continuei. “Acredite, sair assim, como eles fizeram, não é seguro. Precisamos saber para onde eles foram. Eu garanto que nada irá acontecer com eles, se você me ajudar.”

“Eu já disse a você. Eu não sei. Não vejo Rose desde o banquete. Christian brigou comigo hoje de manhã e eu não o vejo desde então. E os outros? Ah, eu nem falei com eles hoje!”

Eu me ergui, endireitando a minha postura, olhando para os outros alunos que estavam ali. Se Lissa não sabia de nada, eles também não saberiam. Olhei novamente para ela, que tinha começado a chorar, então, me abaixei novamente para ela.

“Nós não sabemos o que está acontecendo. Vá para o seu quarto e não saia de lá. Um guardião foi atacado e tem algo muito estranho acontecendo. Eu preciso que você fique segura. Você promete que não sairá de lá?”

Lissa acenou. “Sim.” Ela disse, se levantando.

Eu fui interrogar cada aluno, sempre tomando a frente de Alberta e Stan. Eles não reclamaram e eu não tinha saúde emocional para me importar com isso. Apesar de tentar sempre me manter calmo e controlado, a ansiedade e o desespero me tomavam a cada resposta evasiva que eu recebia dos que tinham estado com eles. Sempre vinham respostas vazias, nada relevante, nada que indicasse o que eles estavam pretendendo com essa fuga.

Quando terminamos, eu senti a frustração me invadir. Eu queria entrar em ação e ir até onde eles estavam, mas não tínhamos pistas. Fomos para o quarto de Janine, onde vários guardiões estavam.

“Confirmaram a ausência dos alunos?” Janine perguntou, assim que entramos.

“Mas que isso.” Alberta respondeu prontamente. “Descobrimos que não são três os ausentes e sim cinco.”

“Cinco? Como cinco alunos conseguiram driblar nossa segurança?” Um outro guardião perguntou.

“Os outros dois são Christian Ozera e Rose Hathaway.” Alberta falou, ignorando a pergunta feita. Havia um fio de tristeza em sua voz.

Janine nos olhou em silêncio. Seus lábios se estreitaram em uma fina linha, sendo o único sinal de que algo se passava dentro dela.


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Notas finais do capítulo

ah!
como MIA é um apelido para AMÉLIA, eu achei melhor colocar o nome de Mia como sendo esse, já que a chamada de Kirova é meio formal e ela não ia sair chamando todo mundo por apelidos.