Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 26
Capítulo 26




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Passei o resto da minha noite fazendo rondas pela extensão do terreno do resort. Com o ataque aos Drosdovs, foi reforçado o número de guardiões em plantão, principalmente nas entradas e fronteiras, sempre com cuidado nas wards. Tudo que sabíamos, estava sendo revisto. Com humanos ajudando Strigois, procurar estacas ou qualquer outra coisa que pudesse quebrar as wards estava se tornando quase uma obsessão. O guardião responsável pela ronda tinha que checar isso o tempo inteiro, tornando a tarefa extremamente cansativa.

Quando meu turno acabou, passei em um dos quartos, que tinha sido transformado em um verdadeiro QG. Alberta estava lá, sempre incansável.

“Algo novo aqui?” Perguntei folheando algumas páginas que estavam em cima de uma mesa de reuniões.

“Apenas pequenos fatos, nada relevante.” Alberta falou, com ar extremamente cansado. “Você tem algo para fazer agora?”

“Não, terminei meu turno há pouco.”

“Eu estava pensado se você poderia me render por um momento, enquanto eu passo no meu quarto, preciso comer algo e de um banho, também. Já estou nisso há quase um dia inteiro.” Ela estendeu seu olhar para a mesa onde um mapa da região estava aberto e relatórios se empilhavam. Eu assenti e aproveitei para ler as notícias que chegaram em quanto eu estava no meu turno. De fato, nada de interessante tinha sido descoberto. Quando Alberta retornou, decidi ir até o quarto de Janine, ver se algo novo tinha surgido para ela. Alguns guardiões estavam lá de prontidão, também estavam montando diversas estratégias de ataque, caso fosse autorizado que saíssemos à caça de Strigois. Aquilo era algo que me interessava muito e, confesso, também me deixava muito excitado. Só de pensar em estar em ação, sentia a adrenalina correr pelo meu corpo. Conversando com os guardiões, pude sondar que isso também era algo que a grande maioria queria. Os Strigois estavam saindo dos seus hábitos naturais e isso também deveria nos forçar a deixar os nossos antigos costumes.

Eu vinha completamente perdido em meus pensamentos quando uma voz familiar veio de um dos corredores, da ala dos Ivashkovs.

“Não me mande mais presentes.” Era a voz de Rose, que soou um pouco enraivecida. Senti eu coração pular com aquele som e então, com a curiosidade me tomando, diminui meus passos e comecei a pisar suavemente.

“Não é um presente. É uma utilidade pública. Que mulher não tem um perfume?” Uma voz masculina falou, em um tom divertido, e eu me forcei a lembrar onde tinha ouvido aquela voz. Mesmo assim, ao que parecia, alguém estava presenteando Rose e eu não gostei nada daquilo.

“Não faça isso de novo.” O tom de Rose era extremamente firme. Eu parei no corredor, antes de dobrar uma das quinas, com toda minha atenção voltada para o que se passava há poucos metros de mim. Eu sabia que deveria seguir para o quarto de Janine e deixar Rose com a sua própria vida, mas eu não conseguia conter minha curiosidade.

“Rose? É você?” Agora foi a vez de Lissa falar, com o som um pouco distante, me deixando ainda mais curioso.

“O quê você está fazendo aqui?” A voz de Rose saiu estranhamente surpresa.

“O quê você está fazendo aqui?” Lissa devolveu a pergunta. Aquilo estava realmente me intrigando. Com a ligação, Rose deveria saber onde Lissa estava, sempre.

“Senhoritas, senhoritas. Não é necessário brigar por mim.” O tom provocativo e presunçoso fez a conversa da noite passada retornar a mim. Aquela era a voz de Adrian Ivashkov. Ele mesmo! Novamente ele. Esse reconhecimento fez meu corpo reagir e sem pensar em mais nada, somente obedecendo a um impulso, caminhei apressadamente até eles.

“Nós não estamos brigando. Eu só queria saber o quê está acontecendo aqui.”

“Eu também.” Falei, parando atrás de Rose, que estava em pé na porta do quatro, e lancei um olhar afiado para Adrian. Ela se virou imediatamente, com o susto saltando dos seus olhos. Obviamente, ela não esperava que eu aparecesse ali, ainda mais tão repentinamente. Tentando manter minha linha dura de guardião, passei pela porta, olhando tudo em volta e vendo Lissa, sentada em uma das poltronas, depois olhei atentamente para Rose e para Adrian.

“Garotos e garotas estudantes não podem entrar no quarto um dos outros.” Soltei, tentando soar como um instrutor rigoroso da Academia. Eu sabia que Adrian não era um estudante, mas as regras de conivência da escola ainda estavam valendo ali.

“Porque você está fazendo isso?” Rose perguntou para Adrian.

“Fazendo o quê?” O tom dele ainda era despreocupado e me ignorava por completo.

“Fazendo que a gente fique mal na foto.” A expressão de Rose era realmente preocupada. Mesmo assim, mantive meu rosto sério, sem conseguir entender o que ela estava fazendo novamente com Adrian Ivashkov. Eu só sabia que aquilo me perturbava bastante.

Adrian riu. “Foi vocês que vieram aqui.”

“Você não deveria ter deixado que elas entrassem.” Eu repreendi severamente. “Você com certeza conhece as regras da St. Vladmir.”

Ele riu ainda mais, fazendo com que eu me sentisse momentaneamente como um idiota. “Sim, mas eu não tenho que seguir as regras estúpidas de escola alguma.”

Eu reuni todo controle que eu tinha para manter minha voz fria e imparcial. Eu não podia me deixar abalar pelo tom provocativo dele. Mas estava sendo difícil não voar no pescoço dele.

“Talvez não, ainda assim eu esperava que você ao menos respeitasse essas regras.”

Adrian rolou os olhos. “Estou meio surpreso de encontrar você me dando sermões sobre garotas menores de idade.”

Aquelas palavras dele quase me tiraram do sério. Senti a raiva passar por mim como uma onda destrutiva. Por milésimos de segundos, achei que eu não fosse conseguir me controla e que eu iria partir para cima daquele Moroi. Ver ele com Rose era algo que me enlouquecia. Mas ele era da realeza e de uma família muito importante. Eu realmente estaria em uma péssima situação se me deixasse levar pela emoção. Reuni todo controle que pude, tentando prender toda aquela tormenta dentro de mim. Senti meus punhos fecharem quase involuntariamente.

"Mesmo assim, não aconteceu nada demais aqui. Só estávamos conversando."

“Se você quer conversar com garotas mais novas, faça nas áreas públicas.” Falei, ainda tentando soar como disciplinador e tentando desviar o tom da conversa, mas não adiantou. Aquelas minhas palavras só fizeram Adrian sorrir ainda mais, só que, dessa vez, de uma forma muito estranha e sombria.

“Garotas mais novas? Garotas mais novas?” A voz dele era quase irreconhecível e sua expressão e de um negro assustador. “Claro. Novas e velhas ao mesmo tempo. Umas mal viram algo na vida. Outras, já viram muito. Uma marcada com a vida, outra marcada com a morte... Mas são com elas com quem você se preocupa? Se preocupe com você mesmo, dhampir. Se preocupe com você e comigo. Nós somos os garotos mais novos.”

Apesar de parecerem insanas, eu entendi perfeitamente as palavras dele. Ele se referia a Rose e a Tasha. Ele se referia a mim e a ele. Eu realmente deveria me preocupar com ele, da mesma forma que Rose estava se preocupando com Tasha. Ele estava interessado em Rose. Eu o encarei profundamente, e observei quando sua expressão se tornava calma e relaxada novamente. Ele se virou e caminhou até a janela, nos olhando casualmente, enquanto puxava um cigarro.

“Vocês deveriam ir embora. Ele está certo. Eu sou uma má influência."


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