Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 24
Capítulo 24




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Pequena dhampir? Que espécie de cumprimento era esse? Levei rápidos segundos para perceber que era dirigido a Rose. Virei meu rosto e vi um Moroi da realeza que nos olhava de forma presunçosa. Eu o conhecia de vista e pela sua reputação. E que péssima reputação. Ele se chamava Adrian Ivashkov e era membro de uma as famílias reais mais ricas, poderosas e influente. Também se comentava que ele era o sobrinho preferido da rainha Tatiana, e isso dava a ele um grande status. Ele, especialmente, era de uma arrogância e pretensão que provocava repúdio só de olhar. Mas, ao mesmo tempo, tinha algo nele que atraía a nossa atenção e prendia os nossos olhares. Era muito estranho e impressionante isso que ele causava nas pessoas. Ele vivia cercado de garotas e amigos boêmios. Era encontrado freqüentemente bêbado, não respeitava nada e ninguém, vivia uma vida despreocupada e desregrada.

 Ele me deu um breve aceno em reconhecimento. Eu olhei de relance para Rose que o encarava visivelmente constrangida. Provavelmente ela se perguntava o mesmo que eu. O quanto aquele Moroi tinha ouvido da nossa conversa?

“Eu não quero interromper nada. Só queria falar com você, quando tiver tempo.” Ele disse em um tom casual e eu pude perceber que, de alguma forma, eles se conheciam. Mas de onde? Como? Que tipo de relação Rose tinha com alguém como ele? Ao mesmo tempo em que milhares de perguntas invadiram minha mente, senti o ciúme ferver dentro de mim, correndo como fogo em minhas veias.

Rose parecendo percebe aquele sentimento que me invadia, deu um sorriso que eu classificaria como terrivelmente perigoso e caminhou até Adrian, de forma doce e encantadora, tocou em seu braço. Eu tive que usar cada milímetro do autocontrole que eu tinha para não avançar em cima dela e afastá-la daquele Moroi. A sensação era tão desnorteante que eu sentia minhas têmporas latejarem.

“Eu tenho tempo agora.” Ela falou suavemente para Adrian, que pareceu receber de bom grado a insinuação dela. Depois, Rose me olhou fingindo inocência, enquanto se afastava pelo corredor. “Vejo você depois, Guardião Belikov.” Ela sorriu e deu um pequeno aceno. Ela estava claramente me provocando. E estava conseguido. Eu não sabia o que pensar daquilo.

Eu observei Rose se afastar com Adrian, sem conseguir tirar os olhos dela, até que eles dobraram no corredor. A princípio, tive um impulso de sair seguindo os dois e quem sabe até arrastar Rose para longe dele, mas logo o senso do ridículo me bateu. Eu não podia fazer isso. Mas ainda sentia os efeitos do ciúme me dominando. Aquela sensação era terrível e eu nunca tinha sentido assim tão forte. Minha garganta estava seca e minha vista turva. Meu estômago revirava e eu tinha a impressão que nunca mais ia conseguir pensar racionalmente de novo. Eu precisava fazer algo e então uma idéia me surgiu.

Sai andando rápido pelo corredor, seguindo a direção oposta a deles, passando pelas pessoas que ainda estavam apavoradas devido ao novo ataque dos Strigois. Cada grupo, cada conversa só tinha este assunto e o medo tinha tomado conta de todos. Eu passei por todo mundo como um borrão. Segui para a ala da segurança e entrei na sala onde eram feitos os monitoramentos das câmeras de segurança espalhadas pelo hotel. Cada espaço comum, cada salão, cada corredor era monitorado ali. À exceção dos quartos, pois os hóspedes precisavam ter uma certa privacidade. Era uma sala com uma parede coberta de telas LCD, onde imagens se alternavam a cada momento. As câmeras eram de alta definição e podíamos ver tudo nos mínimos detalhes.

Na frente das telas tinham quatro ilhas de observação, que eram basicamente mesas com computadores e mais telas onde um operador gravava e observava tudo. Apenas um guardião estava ali e para sorte minha, era um que eu tinha bastante proximidade. Mark. As demais ilhas estavam vazias. A maioria dos alunos estava acompanhada por seus pais, então, esse tipo de monitoramento não era tão necessário.

Assim que entrei na sala, como um imã, meus olhos pararam em uma das telas onde Rose, Adrian, Lissa, Christian e mais um grupo de colegas conversavam.

“Olá Mark. Eu preciso monitorar a Princesa, mas não posso segui-la. Será que eu poderia usar uma destas ilhas?” Perguntei ainda tentando controlar minha respiração e parecer convincente.

“Claro, Belikov. Venha, eu lhe mostro como funciona.”

Ele me apontou uma das mesas do canto e me deu rápidas instruções do seu funcionamento. Ensinou como trocar as imagens de uma câmera para outra, como gravar e como usar o zoom.

“Este botão aproxima e este afasta. Você vai poder segui-la por todo hotel, a menos que ela entre em algum quarto.”

Eu agradeci e ele me deixou ali, sozinho, olhando para as telas. Eles ainda conversavam parados no corredor. Pouco tempo depois começaram a seguir na direção do SPA. Era um local cheio de piscinas térmicas naturais, que ficavam no subsolo do hotel, apesar de ser construído de pedra rústicas, era elegantemente decorado. Vários Morois da alta elite se divertiam e bebiam, aparentemente era uma festa particular. Eu não podia acreditar que estávamos vivendo o terror de um novo ataque Strigoi, um maior do que dos Badicas e Rose estava indo se divertir em uma festa. Uma festa de Morois ricos. Observei quando ela saiu do vestiário, juntamente com Lissa, vestindo apenas um biquíni marrom.  Eu apliquei um zoom na imagem para poder observá-la melhor. Ver Rose em trajes mínimos definitivamente não me fez bem. Toda sensação que eu experimentei naquele feitiço lançado por Victor voltou a mim. Se eu fechasse meus olhos era como se eu pudesse tocá-la a qualquer momento. Tentei afastar aqueles pensamentos e me voltei para a imagem na minha frente. Rose e Lissa estavam sozinhas em uma das piscinas e eu agradecia mentalmente por Adrian não estar por perto. Ele estava longe delas, em um grupo cheio de garotas. Pouco tempo depois, os demais colegas da Academia delas vieram e se juntaram eles conversavam e Rose bebia. Novamente um comportamento imprudente. Mesmo assim, eu agradecia mentalmente por Adrian não estar com ela.

Meu desejo era monitorar cada segundo daquela festa, mas eu não pude observar por mais tempo. O telefone da sala tocou e a realidade voltou para mim.

“Boas e más notícias.” Mark respondeu colocando o telefone na base. “O endereço de Spokane era falso. O número da cada não existia. Mas novas evidências surgiram, estamos cada vez mais perto de descobrir o esconderijo deles.”

Senti o senso de responsabilidade voltar para mim. Eu tinha deixado tanto o ciúme tomar conta de mim que tinha esquecido completamente que deveria voltar ao meu posto depois da reunião dos Morois e continuar ajudando nas investigações.

“E que evidências seriam estas?”

“Algumas ligações foram interceptadas e estão sendo rastreadas.” Ele me deu um olhar cheio de esperança. “Você acha que o Conselho dos Guardiões vai autorizar o ataque aos Strigois?”

“Difícil dizer, mas acho provável. Todos estão sendo pressionados a agir.” Eu dei uma nova olhada para tela e Rose ainda conversava na piscina. “Eu deveria voltar ao meu posto agora. Acho que a Princesa não entrará em problemas.”

Mark olhou para a parede onde as telas alternavam imagens do hotel. “Eu fico de olho para você. Esses garotos. Mal imaginam o que lhes esperam.”

Eu agradeci e sai direto para o quarto de Janine, onde o trabalho não parava. Peguei os relatórios e me inteirei dos novos fatos, mas não havia nada de diferente do que Mark havia dito. Eu ainda me sentia a fadiga me tomando e também profundamente irritado com toda aquela situação que Rose estava e não me sentia muito disposto a cooperar ali. Então, como eu tinha um novo turno começando em poucas horas, resolvi ir ao meu quarto, descansar um pouco para retornar ao trabalho.


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