Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ahh gente, nem acredito! Mal comecei a postar e já tenho 02 indicações??? Totalmente emocionante!!! Muito obrigada Milakarina123 e Lêh pelas lindas palavras de vcs! Fiquei sem palavras!
Também adorei todos os reviews! Muitas emoções para apenas um capítulo! Vou responder a todos! Só estou com um pouco de tendinite e por isso estou "economizando" meu braço esquerdo para escrever a história kkk. Mas obrigada a todos!
bjs



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Cinco horas de viagem passaram rápido. Rose resmungou um pouco, reclamando que estava com fome, até que ela me convenceu a fazer uma parada para o lanche. Entre isso e uma parada para abastecer, chegamos ao nosso destino em torno do meio dia.

Arthur e a família que ele protegia – os Badicas, viviam em uma casa luxuosa, construída em madeira e com grandes janelas, pintadas de preto para bloquear a luz e não causar incômodo aos Morois, um pouco afastada da cidade grande. Dessa forma, não chamariam muito a atenção do humanos, devido as suas atividades noturnas. Mesmo estando no meio do nada, era o tipo de moradia própria de alguém da realeza.

Nós saímos do carro e nos dirigimos até a porta da frente. Senti minhas botas afundarem nos centímetros de neve que cobriam toda a calçada. Tudo parecia calmo e silencioso, o único som que ouvíamos era o barulho do vento. O sol brilhava no céu, deixando o dia bastante claro, mas era como se ele não estivesse ali, o frio ainda era de fazer tremer o queixo. Nós passamos, escolhendo umas pedras mais altas, que ainda não tinham sido cobertas pela neve. Rose ainda parecia nervosa, mas também um pouco feliz. Eu desconfiava que ela tinha gostado da viagem de carro, como eu.

Rose passou de um canto ao outro lado da calçada, procurando um lugar melhor para pisar, quando escorregou, quase caindo no chão. Praticamente prevendo isso, dei um passo rápido à frente e a peguei pelo braço, a erguendo, sem deixar que ela caísse. Apesar de estarmos cercados por gelo, um calor passou entre nós. Ela me olhou profundamente. Rapidamente a soltei, antes que alguma coisa mais séria acontecesse. Como eu disse, eu vivia em um limite, resistindo a todo desejo que eu tinha por ela.

“Você está bem?” Perguntei, tentando afastar o constrangimento.

“Sim.” Ela respondeu olhando em volta e para a frente da casa coberta de gelo. “Essas pessoas nunca ouviram falar em sal?”

Obviamente, era mais uma das brincadeiras dela, mas de alguma foram acendeu um sinal de alerta dentro de mim. Eu estivera tão distraído que não interpretei, sequer percebi os sinais claros que aquela neve toda ali representava. Não era normal. A nevasca não tinha sido tão intensa assim. Aquela neve era antiga. Estava ali há alguns dias. Isso queria dizer que ninguém tinha saído ou entrado na casa recentemente, o que era muito estranho, considerando o número de pessoas que ali vivia. Eu estudei a neve em volta e depois me concentrei na casa. Nada parecia errado, a não ser por estar quieta demais. Era como se ninguém estivesse ali. Mas não isso não era certo. Eu tinha avisado a Arthur que viria, ele os demais guardiões sabiam da nossa chegada. Olhei a porta de longe, e notei algo errado nela. Não parecia trancada. Fui até ela, e senti Rose me seguindo.

Eu estava certo, a porta estava apenas encostada. Examinei o portal e as trancas que, definitivamente, pareciam ter sido forçadas. Toquei a maçaneta, que estava quebrada. Alguém tinha arrombado aquela porta. Senti meu modo alerta sendo ligado imediatamente, e comecei a me preparar para o que encontraria ali dentro.

“Rose, vá esperar no carro.” Falei baixo, tentando soar calmo.

“Mas eu-“

“Vá!” Coloquei toda autoridade que pude naquela única palavra para que ela entendesse que era uma situação séria e não era hora para piadas ou brincadeiras.

Eu parei em frente a porta e observei quando Rose saiu pisando pela neve, até chegar ao carro. Esperei até que ela entrasse e fechasse a porta. Eu realmente tinha esperança que ela tivesse entendido e ficasse ali, quieta. O carro era um local seguro para se ficar, uma vez que o sol brilhava forte no céu e nenhum Strigoi conseguiria chegar nele facilmente. Sentindo que ela estava, de certa forma, segura, me voltei novamente para porta. Empurrei a porta me preparando para encontrar o pior lá dentro, embora eu ainda não conseguisse imaginar o que seria. Minha mente trabalhava nas mais diversas hipóteses mas todas pareciam improváveis com Arthut Schoenberg em serviço.

Apertei o cabo da minha estaca, mas sem tirá-la da bainha. Quando olhei lá dentro, a cena era de puro terror. Um verdadeiro massacre havia acontecido ali. Havia corpos em todos os lugares. Corpos dilacerados e muito sangue espalhado por toda parte. Homens, mulheres, crianças, ninguém foi poupado. No corredor, perto da entrada de um dos quartos, senti meu estômago revirar quando o vi. Arthur estava morto, com o pescoço cortado. Senti um nó na minha garganta. Como uma pessoa como ele podia ter um fim tão banal desses?

Pelo estado que estavam, tudo indicava que tinham sido mortos há alguns dias. O sangue estava ressecado e um mau cheiro já começava a ser exalado dali. Continuei caminhando pela casa, passando cômodo por cômodo, ainda processando as imagens que eu via. O que aconteceu ali tinha sido terrível.

Eu estava no escritório da casa, quando ouvi uma porta rangendo levemente na cozinha. Um ouvido normal não teria captado aquele barulho, mas eu estava totalmente atento, os meus sentidos dhampirs estavam prontos para captar tudo, até o menor ruído. Alguém estava entrando. Rapidamente, cada músculo do meu corpo entrou em ação. Peguei minha estaca e senti meu pulso acelerado a cada passo que eu dava. Andei mansamente, esperando pegar a pessoa que tinha entrado de surpresa. Mas a surpresa foi minha ao ver quem era. Rose. Eu não podia acreditar que ela tinha desobedecido as minhas ordens para ficar no carro. Ela passou da cozinha pela sala de jantar e foi direto para sala de estar, andando tão movida pela curiosidade que não estudou os arredores, por isso não me viu e nem me sentiu atrás dela. Ao olhar os corpos pela sala, percebi que ela estava prestes a gritar de pânico, então a puxei dali, tapando sua boca com minha mão. A respiração dela estava ofegante. Ela foi capturada por mim, mas poderia ter sido pela mesma pessoa que matou a todos naquela casa.

“Porque você nunca escuta? Você estaria morta se eles ainda estivessem aqui.” Sussurrei no seu ouvido.

Eu a segurava de costas, pela cintura e a arrastei para o lado da sala, perto da porta, ainda tapando a sua boca. Eu ainda não tinha averiguado todos ambientes, não sabia dizer se a casa estava totalmente vazia, se o assassino não estava mais lá. Depois de alguns minutos, retirei a mão de sua boca, mas permaneci a segurando com força. Rose parecia em choque. Seus olhos ficaram vidrados nos corpos, provavelmente sem acreditar no que via. Após observar um pouco mais, ela virou para mim, ficando frente a frente comigo. Seu olhar era de pura incredulidade.

“É dia. Coisas ruins não acontecem de dia.” Sua voz soou desesperada, como se aquilo fosse um pesadelo e pudesse ser desfeito a qualquer momento. Aquilo revelava o quão jovem ela ainda era e como ela sabia pouco da vida. Rose era madura para sua idade, mas ainda tinha muita coisa para ver e viver.

“Coisas ruins podem acontecer a qualquer hora. Isso não aconteceu durante o dia. Provavelmente aconteceu há umas duas noites.”


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Notas finais do capítulo

Pobre Dimitri. Nunca aprende que Rose jamais ficará esperando fora de ação! kk