Marrying With The Devil escrita por Giihrsouza


Capítulo 18
Capítulo 17 - Então Durma Bem, Meu Anjo


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeeeeente, consegui postar antes do natal!! Que bênção. Vocês não tem IDEIA do quanto eu to sem tempo e estudando que nem doida... Mas a noite minha vida é para fazer essa fic aqui. então aqui está.
Boa leitura e até o final.
#Alerta: tem uma cena mais... Quente. Por assim dizer ...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/172704/chapter/18

Capítulo 17 – Então Durma Bem, Meu Anjo.

Edward:

Bella havia encarado bem os fatos, aparentemente, principalmente depois de termos ligado para Chotas e ele ter dito apenas que precisava reformular algumas páginas da sua defesa. Novamente, ele nos afirmou que não havia risco algum de perdermos.

Mas ainda sim, a sensação ruim de que eu teria de me separar de Bella era incômoda demais para ser ignorada. Mesmo que ela estando nos meus braços facilitasse muito. Eu sabia que iria arrumar uma solução para nós dois, fosse o custo que fosse eu iria dar um final feliz para nós dois, digno de Hollywood. Priorizando a simplicidade, é claro...

Meus pensamentos foram interrompidos com um golpe dolorido e gelado no meio da minha testa.

-Ai. – disse massageando o local e voltando para a realidade.

Bella sorria segurando sua colher de sorvete, provavelmente a arma usada contra mim, e me olhava.

-Você ta viajando.

Sorri apertando-a um pouco mais contra mim.

-Desculpe.

-Assim eu vou comer todo sorvete e você vai ficar magro e com fome. – Ela disse pegando mais uma colherada generosa do sorvete de flocos que estava entre suas pernas.

Não sabia a quanto tempo estávamos assim, abraçados, só nos separamos para Bella ir buscar o sorvete que agora comíamos diretamente do pote. Bella estava apoiada no meu peito e eu a abraçava por trás para alcançar o pote, o que foi possibilitado graças ao meu tamanho duas vezes maior do que o de Bella.

-Edward, olhe para mim. – Bella pediu em tom sério.

Olhei, obedientemente, para ela.

-Pare de pensar nisso. Já decidimos viver o presente. Que coisa. Deixe essa baboseira de despedida para depois, ok?

Suspirei.

-É que é difícil...

-E você pensa que eu não sei?

O tom pesado da conversa era errado, deveríamos estar curtindo ao máximo cada segundo um ao lado do outro e não discutindo. Decidi acabar com o tom sério com algo mais leve.

-Bem, eu estava pensando... Lembra aquele filme que estávamos vendo e você disse que era horrível?

-A Lagoa Azul? Horrível é apelido. Sei aquilo de trás pra frente de tanto que Alice via. – Bella chegou a estremecer.

Não consegui não rir.

-Bem, estava pensando... Talvez devêssemos fazer o mesmo.

-Está insinuando em irmos para alto mar, acharmos uma ilha deserta e montar nossa vida toda ali, nos amarmos, vivermos de fruta e animais mortos? Depois ter um filho, dispensar a ajuda e ficar ali para sempre fingindo ser uma coisa romântica? – Bella perguntou e comeu mais sorvete. – Não, obrigada. Não tenho vocação para Jane e nem você para Tarzan, meu amor.

Fingi-me de ofendido.

-Sou muito Tarzan, está bem?

-Edward, meu caro, você descasca batata no descascador da gaveta e pica ou fatia os queijos e a própria batata na máquina. Na selva você vai ter que usar uma machadinha feita de pedra lascada. Duvido que se nem a Tramontina te faça usar facas que a floresta o fará.

Fechei a cara dessa vez de verdade. Não era pecado não querer se machucar cortando legumes e frutas, e outra a modernidade era algo maravilhoso... É... Bella tinha razão. Minha vocação para Tarzan era menos um.

Mas eu não a deixaria sair por cima.

-Você teria de ter nosso filho com parto normal. – Observei. – Iria ficar arrombada pelo resto da vida.

A cara de Bella foi hilariante, por isso não resisti a rir um bocado à custa das bochechas cor de fogo dela. Na verdade essa coisa de “apertadinha” e “arrombada” era o maior caô que os homens usavam de desculpa para comer a mulher e depois larga-la.

-Seu idiota, ta tirando com a minha cara.

-Não, meu amor... Deixa eu te expli...

E antes que eu terminasse a frase senti meu cérebro congelar enquanto todo sorvete escorria do pote para minha cabeça, me sujando todo.

-Agora você está encrencada. – Eu disse tirando sorvete dos meus olhos.

-Aé?

-É.

Antes que Bella fugisse agarrei suas pernas e a derrubei, indo imediatamente para cima dela.

-Para, Edawrd! Está me sujando toda.

-Assim que é bom, ai vamos os dois para o banho.

Bella deu um sorriso malicioso e beijou o baixo da minha orelha.

-Está esperando o que, Sr Cullen?

Na mesma hora a tomei nos braços e a levei para o banheiro mais próximo enquanto sentia todo meu corpo se esquentar, antecipando aquele momento.


[...]


The Reason – The Hoobastank

Bella:

Viver o presente e amar Edward incondicionalmente, essas eram minhas novas leis. Pelo menos as únicas que eu conseguia viver e aceitar, por enquanto.

Edward dormia profundamente com a barriga para cima e boca aberta. Não sabia como ele conseguia manter esse corpo em forma cozinhando tão bem... Talvez ele saísse para correr e eu nunca tivesse visto. Mas o importante é que a paz que rodava ele estava para acabar.

Sorri maliciosa apoiando-me nos meus joelhos com cuidado, deixando-o entre minhas pernas, o malandro se quer acordou. Inclinei-me para seu ouvido e sussurrei com a voz mais sensual que consegui:

-Edward, seu lindo... Volta para a cama.

-Não, Tanya... Foi errado... Eu amo outra pessoa...

Minha cara foi no chão na mesma hora. Movida pela raiva acertei-lhe um tapa no braço que consequentemente o fez acordar assustado.

-ESTAVA SONHANDO COM OUTRA?

Edward viu minha reação e riu.

-Claro que não sua maluca. Acha que eu não senti quando você subiu em mim? Estava de implicância.

-Idiota. Isso não se faz.

-Nem muito menos tentar descobrir os sonhos proibidos dos outros.

Evitei um sorriso mordendo o lábio.

-Quer que eu te mostre com o que eu estava sonhando? – Ele perguntou com a voz rouca.

Mas não era preciso uma resposta verbalizada, e logo estávamos nos amando novamente.


[...]


-São... Três ovos. Pega para mim. – Pedi apontando para o balcão onde havíamos reunido todos os ingredientes.

-Precisa separar a clara da gema?

-Bolo tem dessas viadisses? – Perguntei inconformada.

Edward riu e pegou o celular da minha mão, analisando a receita rapidamente e depois me passando os três ovos.

-Quebre-os com cuidado para não jogar casca dentro da mistura.

Revirei os olhos.

-Sei quebrar um ovo ok?

-Eu duvido.

-Quebro dois de uma vez só se você não parar de me amolar e não me deixar COZINHAR EM PAZ. – Ameacei-o.

Era realmente uma aventura cozinhar, eu estava no terceiro ovo, quebrando-o dentro da batedeira enquanto Edward me passava o copo com medidas e o açúcar.

-Faz a medição para mim, Maria. – Falei para ele rindo, me referindo a ajudante da Ana Maria Braga no seu programa de TV.

-Não tenho vocação para Tia Anastácia não. No máximo Dona Benta, minha cara.

Olhei novamente na receita e derramei a quantidade exata de açúcar.

-CONSEGUI!

-Agora na batedeira. – Edward instruiu.

Depois ele fez a mesma coisa com a manteiga, o leite e por fim me passou o trigo. Assim que peguei o pacote, sem muita atenção, o apertei demais o que fez uma nuvem branca vir direto no rosto do Cullen.

-AGORA VOCÊ É OFICIALMENTE O CONDE DRÁCULA!

Edward tirou o excesso de trigo dos olhos para poder enxergar e me olhou malicioso... Epa, eu conhecia esse olhar. Eu ia me dar mal. E antes de me dar a chance de escapar, ele me pressionou contra o balcão e pegou um bocado de trigo nas mãos e eu esperei que ele jogasse tudo no meu rosto.

Ao invés disso, Edward roçou o lábio na minha clavícula.

-O...Oque está fa...zendo? – Gaguejei diante da carícia no meu ponto fraco.

-Te transformando...

E ele mordeu gentilmente meu pescoço e depois, antes que eu me preparasse, me jogou um punhado de farinha.

-AGORA VOCÊ TAMBÉM É UMA VAMPIRA.

-Seu desgraçado, eu vou te matar!

-Uhh... Que medo!!

Peguei o saco de farinha como arma e Edward começou a correr, determinada a não deixa-lo sair impune, saí correndo atrás dele com a mão lotada de farinha.


[...]


Era quase impossível ignorar o tempo se esvaindo como areia das minhas mãos, eu sabia que ainda haviam mais cinco dias, mas a saudade já apertava meu peito tão forte que chegava a doer, um vazio que não dava para ser posto em palavras.

Edward estava comigo, nunca nos separamos nesses dias contados. Tomávamos banho juntos, comíamos juntos, dormíamos juntos... Não havia uma atividade que um excluía o outro. Fora a singela atividade de ir ao banheiro para aliviar necessidades humanas, como Edward estava fazendo agora.

E eu o esperava sentada no corredor, com a cabeça livre para pensar besteiras. Quem eu estava enganando? Eu não era forte o suficiente para enfrentar todo um júri que me olharia acusatoriamente, e sem minha armadura habitual... Como eu iria sobreviver além dessa bolha de sabão de felicidade?

Apertei a barra da camisa de Edward que eu estava usando, torcendo-a em puro sinal de desespero. Se eu pudesse, eu venderia minha alma para o mercador que me oferecesse uma vida onde eu pudesse simplesmente nos momentos difíceis apertar a mão de Edward. Mas ele não estaria lá no dia da minha vida... Nem Alice. Nem ninguém que eu amava e confiava.

Eu estaria pela primeira vez completamente a mercê de mim mesma. E eu se quer tinha a minha armadura mais.

Tentei acha-la, mas ela estava destruída, resultado das palavras de Edward e sua força sob mim. Agora eu era a Bella frágil, a que jamais pegaria em uma arma nem se quer para olhá-la mais de perto. Que tinha medo de perder quem amava e tinha medo de ser julgada errada... E se ninguém acreditasse em Chotas? Ou em mim?

A descarga ecoou e eu soube que Edward estava voltando para mim. E eu sabia que eu havia prometido não ficar triste, não chorar... Mas eu estava chorando, silenciosamente, e torcendo sua camisa compulsoriamente...

Ao invés de ficar bravo comigo, senti os braços de Edward me erguerem e me aninharem em seu peito, como um bebê. Sua boca foi para o topo da minha cabeça onde ele depositou um beijo. Foi só quando ele me sentou em seu colo enquanto ele se acomodava no sofá que ele livrou o tecido da minha tortura e me olhou nos olhos.

-Bella, o que há?

-Eu... Estou aterrorizada, Edward. – Admiti. Ainda era estranho poder dizer a verdade nua e crua assim... Fácil. – Eu vou estar sozinha lá naquele tribunal e... Se eu perder? Se todos verem minha história pelo lado errado? E se eu ficar na cadeia? Edward, a cadeia feminina é algo horripilante!

Edward sorriu de leve e levou seu dedão as rugas de expressão que tinham na minha testa, desfazendo-as.

-Meu amor, em tudo na vida quando há dois caminhos, há cinquenta por cento de chance. Quando há quatro, vinte e cinco... E por ai segue. Nossas escolhas vão pondo porcentagens em cada caminho até que um deles ganha e seguimos por ele. É um curso natural da vida. Mas no nosso caso, meu anjo, não há mais apenas meio a meio... Estamos com um curso pesando mais porque primeiro: caso comprovem que você é mentalmente perturbada, você não pode ir para cadeias convencionais. Irá para uma casa de reabilitação, no máximo. E segundo porque temos Pablo Chotas conosco. Ele é o melhor, você não viu?

-Mas não há caso nenhum como eu.

-Cada caso é um caso. Mas o júri é sempre o mesmo jogo de cintura, e isso ele domina.

Olhei nos olhos dele antes de perguntar a pergunta crucial:

-Você acredita mesmo que nossas chances são maiores do que oitenta por cento?

-Eu sinceramente acredito.

Não havia mentira naqueles olhos.

-Já te disse que te amo hoje? – Perguntei, agora perdida dentro daquele olhar.

-Sim, mas diga.

-Eu te amo.

-De novo.

-Eu te amo. Sua vez agora.

-Eu te amo, você é minha vida agora, Isabella Marie Swan.

Depois de tais declarações, não havia mais palavras, apenas a manifestação silenciosa e que dizia tudo, dos nossos corpos se enroscando, sincronizados e dos nossos lábios sedentos, devorando um ao outro.


Edward:

O dia do julgamento estava próximo, havia apenas dois dias restantes e apesar de eu e Bella estarmos tentando não pensar na separação, ela nos assombrava como um fantasma. Levantei da cama e me estiquei, sentindo minhas articulações estalarem, eu queria fazer um dia diferente, com Bella presa em casa era bem difícil ser criativo, mas decidi que iria fazer cada passo de cada vez.

Primeiro café da manhã.

Atravessei o corredor que agora tinha dois quartos inabitados e fui para a sala, por hábito, olhei pela janela e apesar de não ter esperado nada de anormal, meus olhos ficaram presos em um carro azul com branco e com luzes no teto com duas pessoas dentro.

Viatura policial?

Abri a porta da frente e eles logo confirmaram minha suspeita: haviam mandado escolta para Bella. Cumprimentei-os casualmente com um aceno de mão e não esperei resposta. Era melhor mantê-la longe da sala, a final ninguém precisava ter mais pressão, principalmente Bella. O café da manhã de repente se transformou em um piquenique na praia.


[...]

O mar estava bravo. As ondas chocavam-se com vigor na praia, fazendo um barulho alto e relaxante, misturado ao chiado do sal em espumas... Era quase possível ignorar tudo, quase.

Senti um abraço por trás e um beijo na base do meu pescoço.

-Achou meu rastro?

-Achei. – Ela disse mostrando um cereal açucarado e depois comendo-o. – Está delicioso. Espero que tenha lavado o chão para fazer isso.

Para distraí-la eu a guiei até a praia pondo seu cereal favorito enfileirado no chão até as portas duplas, onde havia um bilhetinho pedindo que ela me encontrasse na praia.

-Mais brilhante que minha mente, pode apostar. – Eu lhe respondi sorrindo.

Bella se limitou a rir e sentar na toalha pegando leite e morangos.

-O mar hoje está bem irritado. – Ela observou.

-É.

-Será que é mau agouro?

Olhei para ela completamente cético.

-Desde quando você acredita em superstições.

Bella deu ombros.

-Todo mundo acredita.

-Eu não.

-Ah, claro. Isso explica o porquê você não cruza os dedos quando quer que algo dê certo, ou mesmo o porquê você usa branco no ano novo... E arrisco dizer que até cueca de cor diferente.

-Eu não uso cueca de cor diferente como vocês mulheres compram calcinhas vermelhas para arranjarem namorado.

-Duvido. Mas ainda sim, o restante é verdade.

-No ano novo você vai ver. E isso não quer dizer que eu sou supersticioso.

Bella revirou os olhos, claro que já sabíamos que poderíamos discutir por toda eternidade e sempre nos contradizermos, ainda éramos orgulhosos e teimosos como uma mula.

-Chotas ligou ou algo parecido? – Bella perguntou do nada.

-Não, por quê?

-Não sabia que ia ter escolta para mim.

Mordi o lábio. Ela havia visto.

-Meu amor, isso não significa nada.

Bella suspirou.

-Eu sei. Só me deixaram um pouco tensa.

Sorri torto.

-Sei fazer uma massagem dos deuses para aliviar tensões.

Bella sorriu também e seu rosto com a expressão de quem tem segundas intenções me fez imaginar coisas imediatamente.

-E tesões? Alivia? – Ela perguntou mordendo o lábio.

-Posso trabalhar nisso.

Joguei o café da manhã para lá e diminuí nossa distância num beijo cheio de desejo.


[...]


Acordei antes do amanhecer, Bella e eu estávamos enrolados em um emaranhado de lençóis e travesseiros, completamente despidos e agora um pouco suados. Mas apesar da noite e do dia juntos, nada pode afastar a hoje era o nosso ultimo dia juntos.

Olhei para ela novamente, seus seios levantavam e desciam com a respiração leve e tranquila. Os lábios estavam rubros devido ao vinho que partilhamos antes de virmos para o quarto, as taças estavam na ponta da cama que, graças a Deus, era grande o suficiente para que nenhum de nós sofrêssemos um acidente quebrando-as e nos cortando.

Sentei-me na cama ainda entrelaçando meus dedos com os de Bella e busquei meu celular, eu tinha que tentar novamente. Como vim fazendo toda noite desde que soube que eu teria de ir para Maryland.

“Edward, mas o que... São três e meia da manhã!” – Meu pai me atendeu grogue.

-Pai, não posso ir para Maryland. Não amanhã.

“Já falamos sobre isso. E você precisa ir, meu filho. Há toda uma papelada e outros detalhes a serem resolvidos antes que seu curso comece.” – Ele parecia cansado, como se estivesse explicando a mesma coisa para uma criança teimosa.

-Eu pesquisei, aqui na Flórida tem uma faculdade tão boa quanto a de Maryland. Pense, não precisaríamos mudar, e temos uma cede preparada para mim em Orlando. É perfeito!

Carlisle suspirou.

“Você pediu a melhor que eu conhecia, filho.”

-Eu sei, mas na época me pareceu bom... Agora... – Olhei para Bella. – Tenho outros motivos que me prendem aqui.

“Me desculpe, mas não tem como. O motorista irá te buscar amanhã às cinco da manhã.”

-Mas pai...

“Nada de mais, Edward. Assuma seu futuro, se a moça te ama, te deixará ir.”

E assim ele desligou.

Pus o celular no criado mudo, tentando controlar minha vontade de gritar e subir pelas paredes.

-Achei que seus pais eram perfeitos.

Olhei para Bella, ela tinha um sorriso no rosto e parecia ter acabado de acordar.

-Me desculpe se te acordei. – Eu falei. – Mas não, meu amor. Meus pais não são perfeitos.

Bella se aninhou em meu peito.

-E porque você mudou de opinião?

-Oras, eles me fizeram fazer a coisa mais maravilhosa que já fiz na vida. Eles me forçaram a casar com você.

A intensidade do nosso olhar me levou a empurrar Bella para o colchão e senti suas mãos no meu rosto.

-Edward, me beije.

Awake – Secondhand Serenate

Peguei o rosto de Bella com delicadeza, aproximei-me com cautela, aproveitando o momento, sentindo sua respiração irregular quente no meu rosto, a textura exata dos seus lábios roçando nos meus e no seu suspiro preenchendo meu rosto.

Beijei-a com paixão. Pegando seu teor todo para mim, querendo por ela de baixo da minha pele para que assim nunca mais ficássemos longe um do outro, para que distância nenhuma ousasse entrar entre nós. Minha pele se arrepiou no momento em que senti seus seios serem esmagados no meu peito e suas mãos arranharem minhas costas.

Havia algo em fazer amor com Bella que era diferente de tudo, era como uma droga na qual eu sabia que não havia reabilitação no mundo que curasse meu vício. E eu nunca procuraria uma cura para minha insanidade de querer sempre Bella mais e mais. Porque essa insanidade também era chamada pelos poetas de amor, e do amor não se cura, se vive.

O fato de já conhecermos tanto o corpo um do outro, tão bem quanto o nosso próprio, nos livrou das vergonhas da primeira vez. Com isso sempre ousávamos nas carícias, dando prazer um ao outro antes da união dos nossos corpos.

Bella tinha a clavícula esquerda exposta para mim, seus cabelos cor de mogno estavam jogados do outro lado, enquanto ela me olhava e me dava prazer. Mordi o lábio tentando, em vão, reprimir aos gemidos que eram consequência da sua mão em mim. Ao contrário dos outros casais, não precisávamos falar para sabermos que estávamos chegando ao ápice, e por isso Bella via no meu rosto que eu estava lá já... Ela via que eu me reprimia e me atiçava ainda mais.

Agarrei-me a ela, com mais força do que deveria, e experimentei do meu próprio ápice. Havia um sorriso se satisfação em Bella por ter me feito ceder.

Mas agora era a vez dela.

Segurei-a pelo quadril e a deitei na cama, me pondo para cima dela imediatamente. Bella mordeu o lábio cheio, em expectativa. Mordi-o também, libertando-o de seus dentes e sugando-o vigorosamente, enquanto eu tocava seu corpo, com possessão e sede. Bella arqueou seu corpo em resposta, e eu não abandonei seus lábios, eu sentia a resposta a meus dedos serem abafadas pelo minha boca.

Quando senti seu ápice, estávamos ambos já com uma camada de suor sobre a pele, Bella estava ofegante e intensa. Nos seus olhos, havia a razão pela qual muita gente morria e matava para achar: neles eu via a insanidade, o amor, que essa mulher tinha por mim. E eu respondia igualmente... Éramos um nesse quesito. Éramos tão perfeitos quanto Sr Darcy e Elizabeth, Romeu e Julieta... Edward e Bella.

Quando finalmente nos unimos, havia música, havia poesia... Havia o paraíso. Eu não sabia mais onde meu eu começava e onde ele terminava, eu era Bella e era Edward ao mesmo tempo. Eu senti poder e ao mesmo tempo submissão. Força e fraqueza, alegria e tristeza... Amor e ódio.

Mordi o lábio dela, enquanto ambos chegávamos ao ápice, juntos. Em nenhum momento perdemos o contato visual, a intensidade do nosso último momento.

-Não durma. – Foi o único pedido que saiu de seus lábios. – Não quero perder um segundo que seja dessa noite.

Sorri em resposta.

-Não queria mesmo dormir. Podemos fazer várias coisas...

Bella riu e por um momento se calou por completo. Esperei que ela me chamasse de safado ou qualquer outra piadinha que minha fala de segundas intenções deixara no ar. Mas ao invés disso, ela desviou os olhos de mim para o relógio digital na cabeceira.

-Você sabe que eu te amo, mais que minha vida, mais que minha alma... Você sabe, não sabe?

-Sei. – Respondi e virei seu rosto para mim, mas ela fechou os olhos. – Me diga o que está te dando medo.

-Que você não volte.

-Sabe que voltarei.

Bella abriu os olhos, e neles haviam lágrimas.

-Não prometa o que não pode cumprir.

Senti minha garganta se fechar, Bella pegou uma lágrima minha no alto do meu olho.

-Prometemos não falar sobre despedidas, mas aqui estamos... – Ela sorriu, mas seu sorriso não chegou à seus olhos. – Eu só quero dizer, Edward é que... Não importa se você está em Maryland, na Escócia, na China... No quinto dos invernos... Eu vou estar aqui, te esperando. Porque eu te amo. Entende?

-Acha mesmo que no segundo que eu chegar em Maryland não vou fazer de tudo para voltar para cá? Ou melhor, para você?

Bella acariciou meu rosto.

-Eu só queria que o tempo parasse... Que nunca tivéssemos de acordar desse sonho.

Eu sabia que não havia como fazer esse desejo acontecer, não importava quantas estrelas cadentes eu pedisse, ou quantas orações eu dedicasse a Deus. O tempo era invencível e às vezes nosso maior inimigo. No caso meu e de Bella, ele nos traria a inevitável separação, mas ainda sim, podíamos ir contra ele...

Beijei-a com vigor e ela correspondeu. Não havia palavras para aquela noite, apenas gestos e amor em chama através do toque um do outro.


[...]

Sleep Well My Angel – We Are The Fallen

Quantas vezes eu fiquei acordado olhando-a dormir só nessa semana? Eu perdi as contas ha muito tempo. Só que dessa vez era diferente de todas às vezes.

Antes eu só a olhava porque eu sabia que ela era linda, porque eu a amava tanto que fechar os olhos para sonhar livremente, mesmo que fosse com ela, não bastava. Eu gostava de ver sua respiração calma e como seu sorriso surgia nos seus lábios cheios logo que ela percebia que eu a observava. E logo depois teríamos um café da manhã que eu cozinhara, falaríamos sobre amenidades, talvez até prolongássemos o tempo na cama fazendo amor...

Mas dessa vez não. Eu a olhava como obrigação, eu tinha que decorar cada padrão de sua pele, cada traço do seu rosto que eu já conhecia melhor que o meu próprio... Tudo para poder partir sem muito sofrimento.

Claro que era uma esperança vã. Eu já sentia meu mundo tensionado, como se ele tremesse em sua base e fosse desmoronar a qualquer sopro que sofresse. Tudo porque cada célula do meu corpo sabia que, na manhã seguinte, a cama estaria fria do outro lado pela falta do calor de Bella.

Nenhum de nós precisava realmente daquela despedida, por isso, minhas malas estavam arrumadas e eu já estava pronto para ir. Só precisava de mais cinco minutos, olhando a mulher que eu amava, para poder partir em paz. Ou pelo menos era essa a desculpa que eu havia arranjado para ainda estar de pé na entrada do quarto.

-Eu te amo... – Foi o que eu consegui dizer enquanto me virava em direção ao corredor.

Abri a porta da frente e peguei minha mala, jogando-a sobre meu ombro e vi o motorista da família com o Alfa Romeo que geralmente era destinado à minha mãe parado a minha porta.

-Sr. Cullen. – Ele me cumprimentou.

-Bernardo. – O cumprimentei de volta.

-Eu pego sua mala, pode se acomodar.

Deixei minha mala na mão estendida de Bernardo e me sentei no banco de trás, passei o cinto de segurança e esperei que Bernardo voltasse rápido, eu realmente não queria uma cena de despedida, seria mais do que eu conseguiria aguentar.

Bernardo era um imigrante vindo do México, ele veio sozinho atrás de oportunidade para ajudar a sua família, algumas vezes ele me falava sobre sua filinha Maria e sua mulher Saudade, ele me disse que o nome de sua esposa era o nome de seu maior sentimento, fora o amor, que ele tinha.

Saudade era uma palavra engraçada e que existia em poucas línguas, como o português. Era o sentimento que o “miss you” não traduzia. Eu queria ter falado com Bella sobre essa palavra, e dizer que era justamente o que eu sentiria a cada segundo longe. Saudade...

Assim que o carro ligou, fui despertado dos meus pensamentos e bem a tempo de ver a porta da frente se abrir em um rompante. Bella estava ali, com lágrimas cortando ambos os lados do seu rosto, e vestindo apenas minha camisa.

-EDWARD! – Ela gritou para mim.

Abaixei a janela, o carro já estava saindo da vaga. Decidi que eu queria beijá-la, lutei para me livrar do cinto de segurança que escapava de mim e assim que consegui, a porta estava travada e eu não conseguia abrir.

-Bernardo, abra por favor. –Pedi.

-Não posso, o Sr Carlisle pôs travas infantis de propósito, me disse para não parar. Me desculpe, Edward.

Olhei desesperado para Bella que avançava na calçada. A escolta policial saiu da viatura, eu podia ver o brilho da sua tornoseleira que a controlava dentro de casa se intensificar, isso demostrava que ela estava passando da linha.

-BELLA VOLTE! – Gritei.

Mas ela avançava pela calçada, seguindo o carro que agora tomava velocidade. Os policiais tentaram impedi-la, mas Bella escapou por baixo dos braços dele e correu.

-EDWARD! – Ela gritou de novo.

Eu via que ela corria com toda força, pus metade do meu corpo para fora da janela.

-BELLA, EU PROMETO, EU VOLTO POR VOCÊ. EU TE AMO!

Os dois policiais a alcançaram e a abraçaram com força, Bella se debatia e gritava, meu coração se partiu em milhões de pedaços enquanto eu sentia com toda a força, como se um ônibus tivesse batido em mim, a força da dor da separação de alguém que você ama mais do que a si.

Solucei dolorosamente, enquanto assistia Bella ser algemada e a ultima imagem que eu vi foi seu rosto, suplicante e marcado pela dor.

Seria o rosto que me assombraria todos os dias em que eu estivesse longe.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pus dose excessiva de Beward, para compensar o capítulo anterior que eu deixei vocês tensos! kkk
Relendo esse cap me deu vontade de chorar, e olha que fui eu quem escrevi. E vocês? As músicas são lindas, se vocês pegarem a tradução vão se emocionar. Principalmente com a última que na verdade foi uma versão feita em especial para Edward e Bella, só que na versão Tia Steph no livro Lua Nova. Vou disponibilizar o link para vocês verem, parece o Edward cantando para a Bella... É linda!!!!
Espero do fundo do meu coração que vocês tenham gostado e a parada da palavra "Saudade" só existe no português se não me engano, nenhuma outra lingua dá nome ao sentimento de sentir falta. Maneiro né? Ponto para nós. Ou para os Lusitanos... Tanto faz.
Obrigada pelo suporte e os lindos reviews, eu sei que foi desagradável aquele final mas espero ter compensado bem ele com esse daqui... ou não kkk
Deixem Reviews, ajuda MUIIITO, veja como eu tenho postado mais regularmente...
Amo vocês e espero que tenham um Natal repleto de paz e luz, e um ano novo com pé direito.
Deus abençoe a todos.
#LINK DA MÚSICA SLEEP WELL MY ANGEL TRADUZIDA: http://letras.mus.br/we-are-the-fallen/1675954/traducao.html