Crepúsculo escrita por Samara Cullen


Capítulo 6
6. Apresentando.




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Pov. Bella.

Meu primeiro fim de semana em Forks passou sem incidentes. Charlie, desacostumado á ficar na casa normalmente vazia, trabalhou a maior parte do fim de semana. Eu limpei a casa, adiantei o dever de casa e tirei algumas fotos de Will e mandei para a minha mãe. Eu dirigi, como o tempo estava razoável resolvi ir dar um passeio com Will e ir até á biblioteca pública, mas o estoque era tão pobre que eu nem me incomodei em fazer um cartão; eu teria que arranjar uma data pra visitar Olympia ou Seattle em breve e achar uma boa loja de livros.

Eu pensei á toa quantas milhas a caminhonete faria com um litro de gasolina...e tremi com o pensamento. Mas eu sabia que precisava ir, tinha que comprar mais fraudas para Will e papinha de bebê que estava mais barato lá. As roupas ainda cabiam nele e isso era um alivio. Segunda chegou rapidamente, fiz a mesma coisa que na semana passada, deixei Will na creche e fui para a escola.

Agora ás pessoas me cumprimentavam no estacionamento, eu podia não saber o nome deles, mas os cumprimentei de volta. Estava mais frio naquela manha, não sei se era impressão minha ou não, mas pelo menos não estava chovendo. Na aula de inglês, quando Mike ia sentar ao meu lado, mas acabou se sentando uma menina que eu reconheci sendo a irmã de Edward Cullen. Ela sorriu para Mike e disse que não seu lugar de sempre estava com a cadeira quebrada e o professor mandou ela sentar ao meu lado. Mike muito contra gosto concordou e fora se sentar no lugar de sempre. Por um lado estava feliz de me livrar do meu fiel cão. E por outro um pouco assustada pela irmã de Edward Cullen sentar-se ao meu lado. Faltava alguns minutos para a aula começar, ela se virou para mim e sorriu.

__ Você é Isabella Swan, não é mesmo? – Perguntou ela.

Apesar de que soava mais como uma certeza e não uma pergunta.

__ Só Bella, por favor.

__ Sou Alice Cullen, é um prazer lhe conhecer.

__ O prazer é meu.

__ Eu te vi no semáforo na sexta passada, aquele era seu filho?

__ William – Disse mostrando uma foto.

Ela pegou a foto na mão e olhou.

            __ Ele tem seus olhos, um lindo menino.

            __ Obrigada, ele puxou mais do pai dele. – Disse a ela.

Depois disso prestei atenção na aula, ela sorria e parecia se concentrar em outra coisa. Quando o sinal bateu me despedi e segui meu caminho. A manha passou rapidamente.

Depois que bateu o sinal do almoço, sai do prédio da aula de trigonometria e vi flocos de neve por todo o lado.

            __ Á que beleza – Disse para mim mesma – Neve.

Segui rapidamente até chegar no prédio da lanchonete deixando para trás varias pessoas brincando de guerra de bola de nele.

Peguei a mesma coisa de sempre para comer, uma maçã, um lanche natural e uma coca.

Fiquei um tempo parada vendo a onde eu iria sentar. Angela estava doente e por isso não veio nem na sexta nem hoje, lugares vagos sem ninguém eram difíceis de encontrar. Eu sabia que se pedisse para sentar com Mike ele não pensaria duas vezes para me responder sim, mas evitar problemas era dever de todos. No final achei uma mesa vazia perto da janela. Comi devagar. De repente quando olhei para frente vi Edward Cullen sentado com seus irmãos, acabei engasgando com o lanche. Eu vi quando ele se virou para me encarar.

Virei meu rosto olhando para o outro lado. Lá se vai minha esperança que era ele ter mudado de escola ou ter desistido de estudar. Mas ele não me parecia com raiva ou coisa do gênero.

Pelo resto do horário do almoço eu mantive meus olhos muito cuidadosamente na minha própria mesa. Eu estava decidida a honrar o negócio que fiz comigo mesma. Já que ele não parecia estar com raiva eu podia ir para a aula de Biologia. Meu estômago deu cambalhotas quando eu pensei em sentar perto dele de novo.

Quando sai do prédio da lanchonete, não estava mais nevando o que era um alivio. Agora estava chovendo, lavando todos os traços de neve, levando-a embora em uma tira de gelo que se estendia pela calçada. Eu levantei meu capuz, secretamente satisfeita. Eu estaria livre para ir direto pra casa depois da Ginástica.

Uma vez dentro da sala de aula, eu vi aliviada que a minha mesa continuava vazia. A aula não começou por alguns minutos e a sala zumbia com a conversa. Eu mantive os meus olhos longe da porta, batucando á toa na capa do meu caderno.

Eu ouvi muito claramente quando a cadeira próxima a mim se moveu, mas os meus olhos se mantiveram cautelosamente no que eu estava fazendo.

__ Olá - disse uma voz calma, musical.

Eu olhei pra cima, abismada porque ele estava falando comigo. Ele estava sentando tão longe de mim quanto a mesa permitia, mas sua cadeira estava virada pra mim. O cabelo dele estava pingando de tão molhado, desgrenhado- mesmo assim, parecia que ele havia acabado de gravar um comercial de gel pra cabelo. Seu rosto estonteante era amigável, aberto, um leve sorriso nos seus lábios indefectíveis. Mas seus olhos eram cautelosos.

            __ Eu não tive a chance de me apresentar semana passada. Meu nome é Edward Cullen... Você deve ser Bella Swan.

Minha mente estava girando de tão confusa. Eu inventei a coisa toda?

Ele era perfeitamente educado agora. Eu tinha que falar; ele estava esperando. Mas eu não consegui pensar em nada convencional pra dizer.

__ C-como você sabe o meu nome? - eu gaguejei.

Ele sorriu um sorriso leve, encantador.

__ Oh, eu acho que todo mundo sabe o seu nome. A cidade inteira esteve esperando você chegar.

Eu fiz uma careta. Eu sabia que havia sido algo assim.

__ Não - eu insistí estupidamente. - Eu quis dizer, porque você me chamou de Bella?

Ele pareceu confuso.

__ Você prefere Isabella?

__ Não, eu gosto de Bella - eu disse. Mas Charlie- quer dizer meu pai- deve me chamar de Isabella pelas costas, assim como deve chamar Will de William - é assim que todos parecem me conhecer - eu tentei explicar, me sentindo como a mais burra entre as burras.

__ Oh - ele deixou sair. Eu olhei pro outro lado me sentindo estranha.

Por sorte, o Sr. Banner começou a aula nessa hora. Eu tentei me concentrar na experiência que faríamos na aula hoje. Os slides na caixa estavam fora de ordem. Trabalhando como parceiros de laboratório, nós tínhamos que separar os slides em tipos de raízes das espécies de células das fases da mitose que eles representavam e etiqueta-las adequadamente. Nós não podíamos usar os nossos livros. Em vinte minutos ele voltaria pra ver quem havia acertado. Já havia feito isso quando estudava em Phoenix antes de Will nascer.

__ Comecem - ele ordenou.

__ Primeiro as damas, parceira? - Edward perguntou. Eu olhei pra cima pra vê-lo sorrindo um sorriso tão lindo que eu não podia fazer nada além de olhar pra ele como uma idiota.

__ Ou eu posso começar, se você quiser. - O sorriso sumiu; ele estava obviamente imaginando se eu era mentalmente competente.

__ Não - eu disse ficando corada. - Eu vou na frente.

Eu estava me mostrando, só um pouquinho. Eu já havia feito essa experiência, e eu sabia o que eu estava procurando. Só podia ser fácil. Eu coloquei o primeiro slide no lugar embaixo do microscópio e ajustei a lente para o objetivo de 40 X. Eu estudei o slide brevemente.

Minha avaliação foi confiante.

__ Prófase.

__ Você se importa se eu der uma olhada? - ele perguntou quando eu comecei a remover o slide. A mão dele segurou a minha, para me parar, quando ele perguntou.

Os dedos dele eram frios como gelo, como se ele tivesse colocando-a no gelo antes de entrar na sala de aula. Mas não foi por isso que eu puxei minha mão tão rápido. Quando ele tocou minha mão, eu senti uma punção como se uma corrente elétrica tivesse passado por nós.

__ Me desculpe - ele murmurou tirando sua mão imediatamente. No entanto, ele continuou tentando alcançar o microscópio. Eu observei ele, ainda vacilante, enquanto ele examinava o microscópio por um tempo ainda menor do que eu.

__ Prófase - ele concordou, escrevendo cuidadosamente no primeiro espaço em branco da nossa folha de trabalho. Ele rapidamente trocou o primeiro slide pelo segundo, e então olhou curiosamente para ele.

__ Anáfase - ele murmurou, escrevendo no papel enquanto falava.

Eu mantive minha voz indiferente. - Posso?

Ele sorriu maliciosamente e me passou o microscópio.

Eu olhei pela lente ansiosamente, só pra me disapontar. Droga, ele estava certo.

__ Slide três? - eu levantei minha mão sem olhar pra ele.

Ele me passou; parecia que ele estava sendo cuidadoso para não tocar minha pele de novo. Eu dei a olhada mais rápida que eu consegui.

__ Intérfase. - Eu passei o microscópio antes que ele pudesse pedir. Ele deu uma olhada rápida e então escreveu. Eu podia ter escrito enquanto ele olhava sua escrita limpa e elegante me intimidou. Eu não queria sujar a folha com os meus garranchos desajeitados.

Nós terminamos antes que qualquer outra pessoa estivesse perto. Eu podia ver Mike e sua parceira comparando dois slides de novo e de novo, e outro grupo tinha aberto o livro por debaixo da mesa.

Isso não me deixou outra alternativa a não ser tentar não olhar pra ele...sem sucesso. Eu olhei pra cima, e ele estava olhando pra mim, aquele inxplicável olhar de frustração nos seus olhos. De repente eu percebí qual era a súbita diferença no rosto dele.

__ Você usa lentes de contato? - eu soltei sem pensar.

Ele pareceu confuso pela minha pergunta inesperada. - No.

__ Oh - eu murmurei. - Eu achei que havia algo diferente nos seus olhos.

Ele encolheu os ombros e olhou pra longe.

De fato, eu tinha certeza que algo estava diferente. Eu lembrava vividamente aquela cor negra nos olhos dele na última vez que ele olhou pra mim - a cor era facilmente notável em contraste com a sua pele pálida e seu cabelo ruivo. Hoje os olhos dele tinham uma cor completamente diferente: um ocre estranho, mais escuros que Whisky, mas com a mesma tonalidade dourada. Eu não entendia como isso podia estar acontecendo, a não ser que por algum motivo ele estivesse mentindo sobre as lentes de contato. Ou talvez Forks estivesse me deixando louca no sentido literal da palavra.

Eu olhei pra baixo. As mãos dele estavam apertadas contras os punhos de novo.

O Sr.Banner veio até a nossa mesa nessa hora, pra ver porque não estavamos trabalhando.

Ele olhou por cima dos nossos ombros para ver a experiência completa, e então olhar ainda mais atentamente para checar as respostas.

__ Então, Edward, você não achou que Isabella podia ter uma chance com o microscópio? – o Sr.Banner perguntou.

__ Bella. - Edward corrigiu automaticamente. - Na verdade, ela identificou três dos cinco.

Sr.Banner olhou pra mim agora, sua expressão era cética.

__ Você já fez essa experiência antes? - ele perguntou.

Eu sorri timidamente

__ Não com raízes de cebola.

__ Blastula de peixe branco?

__ É.

Sr. Banner concordou com a cabeça.

__ Você estava numa colocação avançada no programa de Phoenix?

__ Antes de me afastar no meio do ano, Sim.

__ Bem - ele disse depois de um momento. - Eu acho que é bom que vocês dois serem parceiros de laboratório. - ele murmurou algo mais enquanto ia embora.

Depois que ele foi embora, eu comecei a batucar no meu caderno de novo.

__ É uma pena sobre a neve, não é? - Edward perguntou. Eu tinha a sensação de que ele estava se esforçando pra conversar bobagens comigo.

A paranoia me atingiu de novo. Era como

se ele tivesse ouvido minha conversa com Jéssica no almoço e estivesse tentando provar que eu estava errada.

__ Não muito - eu respondí honestamente, ao invés de tentar ser normal como todo mundo.

Eu ainda estava tentando desalojar o estúpido sentimento de suspeita e não conseguia me concentrar.

__ Você não gosta do frio. - Não era uma pergunta.

__ Ou do molhado.

__ Forks deve ser difícil de viver pra você - ele meditou.

__ Você não faz ideia - eu murmurei obscuramente.

Ele pareceu fascinado pelo que eu disse, por algum motivo que eu não podia imaginar. O rosto dele era uma distração tão grande que eu tentei não olhar pra ele mais do que a cortesia pedia.

__ Então, porque você veio pra cá?

Ninguém havia me perguntado isso- não diretamente como ele perguntou, exigente.

           

__ É...complicado.

__ Eu acho que consigo acompanhar - ele pressionou.

Eu pausei por um longo momento, e então cometi o erro de encontra o seu olhar. Seus olhos dourados escuros me confundiram, e eu respondi sem pensar.

__ Minha mãe casou novamente - eu disse.

__ Isso não parece tão complicado - ele discordou, mas de repente estava simpático. - Quando isso aconteceu?

__ Setembro passado pouco depois que Will nasceu - minha voz pareceu triste até para mim mesma.

__ E você não gosta dele, ou ele não gosta de você e de seu filho? - Edward presumiu seu tom ainda gentil.

__ Não, Phil é legal, ele adora Will, brincar com ele e comprar presentes. Talvez novo demais, mas legal o suficiente.

__ Porque você não ficou com eles?

Eu não conseguia compreender o seu interesse, mas ele continuou a me olhar com olhos penetrantes, como se a história chata da minha vida fosse de alguma forma vitalmente importante.

__ Phil viaja muito. Ele joga bola pra se sustentar. - Eu dei um meio-sorriso.

__ Eu já ouvi falar dele? - ele perguntou, sorrindo em resposta.

__ Provavelmente não. Ele não joga bem. Só na menor liga. Ele se muda muito.

__ E sua mãe te mandou pra cá pra poder viajar com ele. - ele disse novamente como uma suposição, não uma pergunta.

Meu queixo levantou uma fração

__ Não, ela não me mandou, eu mandei a mim mesma.

As sobrancelhas dele se encontraram.

__ Eu não entendo. - ele admitiu e pareceu excessivamente frustrado com o fato.

Eu suspirei. Porque eu estava explicando isso pra ele?

Ele continuou a me encarar com obvia curiosidade.

__ No início ela ficou comigo e Will, mas ela sentia a falta dele. Eu a fiz infeliz, então eu decidi que estava na hora de passar umas horas de qualidade com Charlie. E eu também precisava de ambiente – Falei me lembrando de Voughan.

__ Mas agora você está infeliz - ele apontou.

__ E? - eu desafiei.

__ Isso não me parece justo - ele encolheu os ombros mas seus olhos ainda estavam intensos.

Eu sorri sem humor.

__ Nunca te contaram? A vida não é justa.

__ Eu acredito que eu já tinha ouvido isso antes - ele concordou secamente. – E seu filho? Ele gosta daqui.

__ Will tem apenas dez meses, mas ele gosta daqui, ele odeia o calor Phoenix o deixava de mal humor.

Ele riu.

            __ Seu filho dever ter puxado muito você.

            __ Os olhos sim, mas o resto é do pai dele.

__ Então isso é tudo - eu insistí, me perguntando porque ele ainda estava me olhando daquele jeito.

O olhar dele se tornou avaliativo.

__ Você faz um belo show - ele disse vagarosamente - Mas eu seria capaz de apostar que você está sofrendo mais do que deixa os outros verem.

Eu fiz uma careta pra ele, tentando controlar o impulso de mostrar minha língua pra ele como uma criança de cinco anos e olhei pro outro lado.

__ Estou errado?

Eu tentei ignorá-lo.

__ Eu acho que não - ele disse.

__ Porque isso importa pra você? - eu perguntei irritada. Eu mantive os olhos distantes, observando o professor andando pela sala.

__ Essa é uma pergunta muito boa - ele murmurou, tão baixo que eu imaginei se ele estaria falando consigo mesmo. Porém, depois de alguns minutos de silêncio, eu percebi que essa era a única resposta que eu receberia.

Eu suspirei e olhei para o quadro negro carrancuda.

__ Eu estou te aborrecendo? - ele me perguntou parecendo divertido

Eu olhei pra ele sem pensar...e disse a verdade de novo.

__ Não exatamente. Eu estou aborrecida comigo mesma. Meu rosto é tão fácil de ler- minha mãe sempre me chama de livro aberto. - eu fiz cara feia.

__ Pelo contrário, eu acho você bem difícil de ler. - Apesar de tudo o que eu disse e de tudo que ele advinhou, ele parecia sincero.

__ Você deve ser um bom leitor então - eu repliquei.

__ Geralmente - ele sorriu largamente, mostrando uma série de dentes perfeitos e super brancos. – Se arrepende? De seu filho?

Olhei para ele por um momento, não vi maldade na pergunta, era curiosidade mesmo.

            __ Não, nenhum pouco em nenhum momento me arrependo de William ele é tudo para mim.

Ele sorriu e concordou.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e comentem