Monica demorou uns três segundos pra se virar, sentia o corpo tremulo, reconheceria aquela voz a quilômetros de distancia, se surpreendeu ao olhar pra ele com o cabelo molhado e sem camisa, a cena a sua frente tornou ainda mais difícil falar, estava desconsertada ao olhar aquele peito nu, sua mente não conseguia processar nenhuma palavra, só depois de alguns segundos tentando se concentrar no rosto dele que sua boca conseguiu pronunciar uma única palavra – sim... – depois começou a vaguear de novo em pensamentos, conhecia cada detalhe daquele peito másculo que agora parecia mais forte, devido ao trabalho na padaria, estava tão perdida em seus pensamentos que nem percebeu que ele também hesitava, cebola saiu de casa disposto a buscar Venus a todo custo, não se importava com o que Monica ia dizer, afinal era o pai de Venus e estava disposto a fazer valer os seus direitos, não pensou no que ia dizer isso não importava, ele conhecia Monica muito bem e sabia que não importava o que dissesse ela brigaria assim mesmo, mas subestimou seus próprios sentimentos, viveu com Monica ao seu lado a vida toda, conhecia cada olhar, cada sorriso, sabia quando estava triste ou nervosa, sabia tudo sobre ela, sempre quis fazer parte da vida dela, desde criança se esforçava para se fazer lembrado, para ser visto e admirado por ela, mas agora era diferente, ele era parte importante da vida de Monica, os dois sabiam disso, estariam ligados pra sempre, independente do futuro, do que caminho que escolhessem, o problema é que esse laço tornavam as coisas mais complicadas aos olhos de ambos. Monica viajava em pensamentos olhando as gotas de água que escorriam dos cabelos e desciam pelo peito dele e quando tentava se concentrar no rosto se perdia nos lábios rosados e trêmulos de cebola, o que seria notório para ele se não estivesse tão encabulado e nervoso a frente dela, mas uma gargalhada de Venus os tirou do transi, os dois voltaram à atenção para ela que balançava os bracinhos e as perninhas cheias de dobrinhas em direção ao pai, soltando gritinhos de bebê demonstrando sua felicidade ao ver o pai que sorria com a festa da menina nos braços de Monica, que também sorria pela alegria da filha. Cebola se aproximou mais e pegou na mãozinha da menina que segurou com força os dedos dele jogando o corpinho em sua direção, o que fez com que cebola e Monica ficassem a senti metros um do outro, Monica olhava para ele com a respiração ofegante, era uma tortura te-lo ali tão perto e não poder tocar, via seus cabelos molhados e parte do rosto que estava abaixado brincando com Venus, sem saber o que fazer e com medo do que poderia fazer, estendeu a menina para ele pegar, o que o surpreendeu, ele olhou por um segundo para o rosto dela para ver se ela estava mesmo lhe entregando a menina e encontrou um sorriso nos lábios dela o encorajando a pegar a filha, quando ele colocou as mãos debaixo dos bracinhos gordos de Venus, a menina levou a mãozinha ao seu rosto o que o fez voltar à realidade e se lembrar que ainda estava todo molhado, Venus estava apenas com um borry alaranjado com branco com desenho de florzinhas que sorriam, ele hesitou e devolveu a menina, deu um passo para trás para olhar o rosto de Monica e finalmente dizer o que queria.

Ce_ é... Eu vim pegar a Venus com você...

Mo_ ué, pra que? – ela franziu as sobrancelhas em duvida

Ce_ é que eu quelia passar o dia com ela... - Monica hesitou um pouco antes de responder

Mo_ há... Mas eu já tinha combinado com a Magali de ir ao shopping com ela pra gente comprar umas roupinhas pra Venus, as que ela tem já estão muito apertadas...

Ele sorriu olhando pra menina- é a minha baixinha, gordinha – e olhou de novo pra Monica com um sorriso desavergonhado, enquanto Monica torcia a boca franzindo as sobrancelhas por causa da brincadeira.

Mo_ hunf... Vou ignorar isso tá? Mas na real, meu pai me emprestou o cartão de credito pra eu comprar o que tá faltando pra ela e eu já combinei com a Magali, amanhã você fica com ela...

Cebola não gostou nem um pouco do que ouviu, não queria nada de seu Souza, principalmente para Venus, se estava faltando alguma coisa à obrigação de Monica era pedir para ele, que ele daria um jeito de comprar, não queria favores de ninguém, ainda mais se tratando da pessoa em questão, fechou a cara e respondeu num tom grosseiro.

Ce_ não precisa de cartão de credito nem de favorzinho do seu pai não, se está faltando alguma coisa pra minha filha é só me dizer que eu compro, eu posso muito bem sustentar minha filha, sem ajuda de ninguém...

Monica não gostou do tom de voz arrogante de cebola, nem de suas insinuações referentes a seu pai, mudou instantaneamente a expressão doce e amistosa, para uma agressiva e brava, rebatendo com resposta na ponta da língua às provocações de cebola.

Mo_ pois saiba cebola, que a sua filha, já está totalmente sem roupa e, se você fosse um pai tão bom assim, nem precisaria de eu dizer a você que a sua filha está sem roupa, você mesmo teria visto, o meu pai está fazendo um grande favor emprestando o cartão de credito para algo que deveria ser sua obrigação, mas se você não consegue enxergar as necessidades da sua filha, o meu pai consegue...

Monica ergueu a cabeça num ar superior, deixando à mostra a gargantilha que ganhara de Dc, o que não foi intencional, já que a essa altura ela nem se lembrava de gargantilha nenhuma, mas cebola se lembrava bem daquele objeto que não saia do pescoço de Monica e se lembrava ainda mais das intenções da pessoa que deu o que lhe causou um ciúme doentio o fazendo soltar toda a amargura que envenenava seu coração em relação à Monica.

Ce_ clalo e você adola me humilhar né? Pois saiba que você não vai levar a Venus dloga nenhuma, eu sou o pai dela e tá na hola de você me lespeitar, fica ai se posando de santa, mas não tila essa dloga de galgantilha, deve mesmo ter um caso com o Do contla, fica com ele e com quem você quiser, mas da minha filha cuido eu, por que se você estivesse tão intelessada no que é bom pla ela, telia me dito, e não plo seu pai, isso tudo é só pla me humilhar, mas chega, ela volta agola comigo.

Mo_ você tá ficando doido cebola, eu não tenho nada com o Do contra e mesmo se tivesse não seria da sua conta... Não to tentando te humilhar, a Venus precisa de mais coisas e se você não é capaz de ver isso eu sou.

Ce_ e como você quer que eu veja Monica? Eu trabalho, estudo, só tenho a noite pra ficar com ela, você é que tem que me contar o que ela precisa, eu não tenho bola de cristal não.

Mo_ mas deveria ter... E outra coisa como você quer levar ela de volta todo molhado desse jeito, você não pensa não?

Ce_ você pode muito bem levar ela até lá pra mim, isso não vai te matar...

Mo_ a tá viu? – ela deu uma risada sarcástica do comentário dele- e você acha mesmo que eu vou fazer isso? Não vou mesmo a Venus vai pra casa comigo, se você quiser fique com ela amanhã.

Ce_ me entrega ela agora!

Cebola avança na mão de Monica pra tomar a menina e ela recua sem deixar tocar, Venus se assusta com a briga dos pais e começa chorar muito alto, um choro assustado com soluços, Magali que estava saindo de casa vê a cena e se revolta

Ma_ o que tá acontecendo aqui? – os dois pararam de tentar tomar a menina um do outro e encararam Magali sem coragem de responder- gente que absurdo, quando vocês vão deixar de ser crianças, olha pra Venus como ela tá assustada, isso é maldade.

Monica começou a balançar a menina no colo tentando acalma-la encostando a cabecinha dela em seu rosto

Mo_ a culpa é do cebola que fica tentando tomar ela de mim...

Ce_ minha? Você que fica fazendo graça, eu também tenho direito de ficar com ela hoje.

Ma_ agora chega me dá ela aqui – Magali toma a menina das mãos de Monica – ela não vai ficar com nenhum dos dois hoje, ela vai ficar comigo, e vocês só vão pegar de volta depois que se acertar, eu não to brincando é serio, não me apareçam aqui brigando se não eu não entrego ela pra nenhum dos dois e é bom se entenderem rápido se não quem vai passar o dia com ela sou eu...

Magali vai embora com a menina nas mãos deixando os dois calados sozinhos sem saber o que fazer