O Espírito Do Dragon Slayer escrita por Hana chan


Capítulo 25
Invisível


Notas iniciais do capítulo

Olha quem está viva! Aquela autora que vocês amam apesar de nunca responder os reviews e atrasar bagarai as fanfics!
Trouxe boas notícias: finalmente saí do bloqueio que estava com essa fic! Agora sei cada coisa que preciso fazer até chegar ao gran finale *que nem está tão longe assim...*
Enfim, capítulo disponível e dedicado à fofíssima Compulsive-chan que, além de uma linda recomendação. andou deixando recados pra mim que eu amei, mesmo não tendo respondido ainda! Sua fofa! *Beijo na bochecha*
Enjoy!



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Quando Lily finalmente conseguiu encontrar o lugar onde seus companheiros estavam escondidos, estava amanhecendo. Ainda não dava pra ver o sol despontando, porém havia uma leve mudança no gradiente, tornando tudo um pouco mais visível.

Entrou silencioso. Estava coberto de terra e mais exausto do que era capaz de suportar sem cair, mesmo com toda a sua experiência. Procurou cada um dos integrantes de seu estranho grupo, para se certificar que cada um deles estivesse bem.

Natsu, agarrado ao Happy e a uma Wendy corada. Gajeel desmaiado um pouco mais à frente. Só faltava então a...

-Finalmente voltou.

Charlie.

-Está acordada? – Ele perguntou enquanto se sentava, lutando contra o sono.

-Já descansei o bastante. Além disso, não consigo dormir sabendo que mais alguém estava perdido lá fora.

-Eu não estava perdido.

-Sabe o que eu quis dizer.

O gato assentiu, já meio adormecido. Mas sentiu que ela ainda não havia terminado, o encarando com aqueles grandes olhos negros.

-Quer perguntar alguma coisa? – Tentou não soar rude, a voz embargada.

-Como conseguiu nos achar?

Ele esfregou os olhos pra tentar formular a resposta coerentemente.

-Precisei aprender um ou dois truques pra descobrir o paradeiro das guildas “das trevas” em Edolas, quando trabalhava a campo. Com exceçãoda Knightwalker, ninguém sabe localizar melhor esconderijos protegidos por magia do que eu. – Bocejou longamente. – Por quê?

-Nada, só fiquei pensando... Se você achou esse lugar, pode ser que mais alguém o ache também.

Fazia sentido, ele pensou.

-Mais alguém? E quem mais estaria nessa ilha? Só se fosse o Zeref, mas ele desapareceu...

-É disso que eu tenho medo.

Ele parou de ouvir em seguida, desmaiando. Ela ainda tinha outra pergunta pra fazer, mas o deixou dormir em paz. Recostou-se em Wendy, mantendo apenas s olhos fechados e a consciência ligada.

Tinha alguma coisa errada ali... Muito errada. Ela só não saia dizer bem o que era. Se ao menos pudesse ter outra visão, uma mais clara do que as demais e que os ajudasse em alguma coisa! Ou que ao menos não previsse a morte de alguém que ela amava...

Observou o nascer do sol. Ia ficar de vigia enquanto eles descansavam o sono dos justos.


 

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-Ahhh, dormi tão bem!

Natsu se espreguiçou gostosamente, sentindo as articulações estalando. O movimento brusco terminou por despertar Happy, fazendo o exceed esfregar os olhos inchados.

-Natsu, isso são horas?

-Ué! Falando nisso, que horas são essas? – Ele olhou ao redor, só então notando o ambiente vazio e silencioso. – E onde foram os outros?

-Não sei, mas está claro lá fora. Devem ter ido pescar algum peixe.

-Então vamos lá com eles!

Ficando de pé em um único movimento, o Dragon Slayer colocou o exceed em seus ombros e se dirigiu a saída, só parando quando esbarrou e derrubou um obstáculo pequeno e fofo.

-Ah, me desculpe, Natsu-san!

-Wendy! Me desculpe, não te vi chegando.

-Não, a culpa é minha por ser tão desastrada!

Ele a ajudou a ficar de pé, recolhendo as frutas que, notou ele, ela trazia e ele derrubara no chão.

-Já está acordado? Pode dormir mais um pouco se precisar!

-Não, estou ótimo! Descansei muito bem! – Ele sorriu, fazendo pose.

-Aye! – Happy concordou.

-Também pudera, dormiram por quase um dia inteiro!

Charlie entrou trazendo os cantis com água fresca. Só então ele notou a imensidade da sede que sentia. Qual foi a última vez e que bebera alguma coisa, mesmo? Aceito a oferta agradecido, e começou a beber depressa.

-Um dia? Isso tudo? – Happy perguntou.

Wendy assentiu oferecendo uma maçã, que ambos aceitaram, famintos.

-Já é quase hora do almoço. Vocês voltaram ontem perto do amanhecer, e só acordaram agora. Estava ficando preocupada já.

Natsu passou a mão em sua cabecinha, tentando acalmá-la. Ele notou os fios mais macios e limpos do que supunha. Ela devia ter tomado um banho. Aliás, um banho não parecia nada mau agora...

-Aliás, cadê o Gajeel e o Lily? – O exceed perguntou ao mesmo tempo em que enfiava uma dúzia de amoras azuis na boca.

-Não sei, acho que por aí. Os dois andam meio esquisitos desde ontem, não consigo falar com eles...

A discussão já enterrada, porém não esquecida, voltou a atormentar Wendy. Ela temia que o nakama não estivesse blefando quanto a desistir da busca. Eles já tinham ido tão longe!

Mesmo que ainda não tivessem chegado a lugar nenhum.

O Dragon Slayer sentiu a estranheza nos olhos castanhos da pequena, mas achou melhor não perguntar ainda.

-Natsu-san, o que nós devemos fazer agora? Eu, quer dizer... Não sei mais...

Ele sorriu.

-E alguma vez nós já soubemos pra onde devíamos ir? Claro que não, mas ainda assim estamos aqui, não é? Vi dar tudo certo, e prometo!

Ela hesitou, mas sorriu.

-Happy, fique aí com elas duas. Vou procurar um certo bunda de ferro e ter uma conversinha com ele!

-Certo, Natsu! – E ele lhes deu as costas.

Achar o Gajeel em Tenroujima parecia uma tarefa longa e tediosa, mas em pouco tempo ele pegou o rastro do colega. Não precisou ir muito longe pra chegar até eles, um pouco a sudeste de onde estava, num dos limites da ilha. Quando a vegetação escasseou pra originar a típica paisagem de uma praia tropical, pôde ver o Gajeel sentado em um tronco de coqueiro (que aparentemente ele mesmo tombara), observando fixamente o horizonte. Lily se sentara na areia, parecendo inconformado ou insatisfeito com alguma coisa. Nenhum dos dois dizia coisa alguma. Bom, ao menos eles pareciam melhores fisicamente.

Antes mesmo que chegasse mais perto, Gajeel resmungou, indiferente.

-O que quer Salamander?

-O que fez pra deixar a Wendy tão preocupada?

O moreno não respondeu. Lily soltou um muxoxo de inconformação.

-Tá pensando em ir embora, né?

-O quê, ela te contou alguma coisa?

-Não precisa, você é fácil de ler. – Sorriu, mas ainda assim Gajeel não olhou pra ele.

-Cai fora, imbecil.

Ele se aproximou mais um pouco.

-Você não vai embora que eu sei, não tem coragem!

Com o orgulho ferido, Gajeel ficou de pé, rosnando.

-Ah, é? E quem disse? É só sair nadando por aqui, não tem segredo!

Ele caminhou com raiva em direção ao mar, a areia cedendo sob seus pés. Natsu abafou o riso, mas parou quando ouviu um palavrão.

-Que diabos Salamander, que brincadeira mais idiota é essa?

-Heim? Que cê tá dizendo aí?

-Que magia usou aqui, heim? – Natsu foi erguido pelo cachecol pelo mago irritado, mas estava confuso demais pra comprar a briga.

-Que magia, eu não usei magia nenhuma!

-Olha só, idiota!

Ele foi arremessado pelo ar, e já se preparava pra um belíssimo banho gelado e salgado, á arrependido por tê-lo desejado. No entanto, sentiu seu corpo se chocar contra uma muralha sólida – e invisível.

Escorregou devagarinho até cair dentro d’agua, ainda com uma expressão abobalhada.

-Mas o q... – começou a socar a parede mágica, em vão. – Que porcaria é essa?

-O que é isso? – Lily se manifestava pela primeira vez.

-Parece com aquela vez, no festival... Com o Freed. Mas não tem nenhuma runa ou regra aparecendo.

Lily abriu as asas e atravessou o espaço que ambos tateavam. Atravessou-o facilmente.

-Não sinto nada.

-É igual daquela vez, o Happy também podia atravessar. Mas que porcaria!

Natsu levantou o rosto de uma vez, fixando o olhar para o interior da ilha. Teve um mau pressentimento.

-O que foi Natsu? -Lily perguntou.

-Tem mais alguém aqui! Como não percebi antes?

-Impossível. – Gajeel foi enfático. – Eu saberia.

Aquela resposta não o acalmou, e achou melhor deixar aquilo pra depois e ir conferir se os outros estavam bem. Não sentia nenhum perigo, mas, do jeito que estavam ele não pretendia dar nenhuma chance ao acaso.

-Natsu! Cadê você? – A vozinha ao longe o deixou nervoso; por algum motivo, Happy precisava dele.

-Happy, o que aconteceu?

-Vem aqui, depressa!

Mais do que depressa ele tomou o mesmo caminho pela qual, chegara sem olhar pra trás. Lily olhou para o parceiro e ambos o seguiram.

Quando chegou ao acampamento viram que Happy, Charlie e Wendy formavam um pequeno círculo ao redor de algo que ele, de início, não conseguiam identificar. Só quando chegou perto do suficiente foi que se pôde ouviu uma vozinha chorosa.

-Ele apareceu do nada aqui! – Happy choramingou assustado. – Tentou me bater!

As orelhas cor de vinho do exceed se ergueram quando se deparou com o rosado. Ele estava amarrado.

-Você! VOCÊ! Por sua culpa ele está morto, por sua culpa ele morreu! ME SOLTEM, EU PRECISO VINGAR O STING!!!

-Natsu-san, do que ele está falando?

Só naquele momento Natsu percebeu que ainda não contara o ocorrido aos outros três. E, pelo jeito, Gajeel e Lily também não fizeram questão disso. Se sentiu um pouco culpado, mas não queria ter de descrever o que havia visto para nenhum dos três.

Aliás, onde é que o Lily tinha indo mesmo antes? Precisava perguntar mais tarde.

Lector ainda se debatia desesperadamente, os olhos faiscando de fúria e mágoa. As lágrimas corriam contra a sua vontade, os olhinhos inchados mostrando que fazia um bom tempo que ele sofria já. Fungava repetidamente, causando dor no coração de cada um dos presentes.

-Natsu... – Happy o olhava questionador. Ele não conseguiria mentir.

-Não foi nossa culpa. – Gajeel assumiu a situação, olhando diretamente nos olhos escuros de Lector. – Quando chegamos lá, ele já estav...

-MENTIRA! Vocês queriam mata-lo que eu sei! Bem, estão felizes? Ele nunca mais vai voltar...

-Pelo que me consta, eles é queriam nos matar. Eu jamais seria capaz de tirar uma vida, assim como qualquer um dos meus companheiros. Se você viu como ele estava, pode muito bem reconhecer que aquilo não foi obra nossa.

Lily falava sério e pausadamente, como um pai que tenta confortar uma criança. Lector baixou os olhos mais uma vez, retomando o pranto silencioso. Wendy sentiu que iria acabar chorando junto com ele se continuasse ali por mais tempo, então virou o rosto.

-Porque não nos contaram algo tão importante? Vocês o viram?

A cena voltou com força a três mentes que queriam, mais do que tudo, esquecê-la. Engoliram a seco.

-Sim, nós vimos. E só não contamos porque simplesmente não soubemos como, ele estava tão... – O exceed mordeu a língua, tentando não ser rude. Por mais que não gostasse do Dragon Slayer, ainda assim sentia que devia respeitar a sua memória.

-Sting...

O gato parara de se debater de vez, não resistindo mais. Lily esperou mais alguns segundos antes de se aproximar e se ajoelhar ao seu lado, sussurrando o mais baixo que pôde:

-Não se preocupe, eu jamais o deixaria daquele jeito. Não pude fazer grande coisa, mas fiz o melhor túmulo que pude naquelas condições. Pode ir vê-lo depois.

“Então foi por isso que ele sumiu...” Os demais pensaram em sincronia. Sorriram de leve; a nobreza jamais sairia daquele coração guerreiro e gentil. “Boa, Lily.”

Lector fungou de leve, parecendo um pouco mais calmo.

-Sei que não é a hora, mas onde estão os seus companheiros? O outro Dragon Slayer e o gato dele? – Charlie perguntou, ignorando o olhar reprovador dos demais.

-Eu não sei, de verdade. – Ele encarava o chão. – Quando percebi, estava só, sem o Sting, o Rogue e a Lector. Só sei que o Sting está morto, e nada mais...

As palavras morreram, e todos sabiam que ele não ia dizer mais nada por hora.

-Deixe-o, não vai conseguir fugir mesmo. – A gata murmurou. Os seis se afastaram. - A questão é decidir o que faremos agora. O que fazer? Onde devemos ir? Vamos leva-lo com a gente?

-Eu acho que é a única saída. – Natsu disse. – Pode ser arriscado, mas não devemos abandoná-lo. Ele está sozinho, que mal pode fazer?

-E-eu concordo! – Falou Wendy. – Eu sei como é estar sozinha e perdida, ninguém deve passar por algo tão triste.

-Tsc! Por mim, podem fazer o que vocês quiserem. Lily?

Natsu rosnou.

-Ah não, nem vem com aquele papo idiota de desistir!

-Quem disse que é só papo? Lily, conta o q...Lily?

O moreno olhou e volta, achando que o gato podia apenas não ter ouvido. Mas ele não estava em lugar nenhum.

-Lily, onde está?

-Happy? O Happy também desapareceu!

-Charlie? CHARLIE!

Era impossível, eles estavam ali há apenas meio minuto! Wendy apontou para trás de Natsu, chocada.

-Lector também desapareceu! M-mas ele estava amarrado, como pode...

-O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – O mago de fogo gritou furioso. – Primeiro aquela barreira idiota, e agora isso? Que diabos!

-Que barreira? – A pequena quis saber.

-Maldição! Tem alguém brincando com a gente!

Os dois magos estavam mais do que furiosos, mas Wendy estava apenas apavorada. Segurou o colete de Natsu com força, sem nem perceber que ele chamuscava de ira.

-Não sei o que está acontecendo aqui, mas eu juro que vou descobrir!

Os outros dois assentiram confiantes. Não havia mais espaço pra dúvidas ou hesitação. Não adiantaria olhar pra trás; só tinha um caminho a seguir.

Próximo a eles, sentado no galho de uma árvore alta, o mago de vestes negras não sorria. Apenas desejava mais do que tudo interferir naquele que ele considerava um desfecho terrível.

-Por favor, abram seus olhos, antes que seja tarde demais.

Sua silhueta tremeluzia como um fantasma, frio e transparente. Dois segundos depois, ele desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo cheio de emoção! E sim, não vou demorar, inclusive ele está quase pronto já.
Ja ne!



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