O Espírito Do Dragon Slayer escrita por Hana chan


Capítulo 23
Presença


Notas iniciais do capítulo

Yooh, miina!
100 reviews, eu mal posso acreditar!Tá, pode não ser muita coisa, o que não faltam são fanfics com esse total aqui no site, mas pra mim isso é sensacional.Nem posso descrever o meu contentamento!
Obrigada a cada um de vocês que leu e comentou, se sintam beijados por pôneis coloridos aéreos e que cantam J-rock!
Mais um capítulo fresquinho, aproveitem!!!



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"Eles estão demorando."

Já havia anoitecido, as pálpebras da maga do firmamento estavam pesando muito.Wendy estava louca pra pode dormir, a fome temporariamente esquecida.Estava a poucos metros de distância de Gajeel, ainda irritada demais pra voltar a conversar com ele.

-Como assim, desistir?Eu nunca desistiria da Grandine, faria qualquer coisa pra encontrá-la.E ele quer desistir assim?Eu não entendo!

-Sabe que eu posso te ouvir daqui, né, pirralha? - a voz grave se fazia ouvir á distância.

-Sumimasen! - sussurrou, ruborizada.

Estava começando a se sentir incomodada com aquele clima estranho.Nunca fora próxima do Dragon Slayer de Ferro, mas sempre conseguiram manter uma relação harmoniosa.Ele chegava a ser cauteloso com ela, por mais que Charlie insistisse em dizer que era coisa da sua cabeça.Nunca pensou  que ele seria capaz  daquilo.

"Dragon Slayers amam os seus dragões.Então, porquê...o que tem de tão errado aqui?"

-Miina, estamos de volta!

Happy corria sorrindo, carregando cinco peixes de tamanho médio em seus braços.Charlie suspirava alguns passos atrás, trazendo a mochila verde dele sabidamente preenchida com um sortimento de frutas que eles haviam encontrado no caminho.

-Ah, que bom vocês dois, deixe eu ajudar a preparar tudo. - a pequena se prontificou, tentando disfarçar a tristeza.

-AYE!Vou te ensinar o jeito certo de destripar um peixe desse tipo, olhe aqui...

A gatinha fraziu a testa; atividades nojentas como aquela ficavam fora de sua jurisdição.Olhou um pouco para os lados, só então notando que Gajeel não estava a vista.

-Onde será que aquele idiota foi?Deixar a Wendy sozinha?Francamente....

Ela não confiava em Gajeel.Desde que entrara na guilda,tinha alguma coisa ao redor dele que a impedia de depositar plena confiança no mago - uma aura negra e pesada, que fazia com que todo o seu pelo se arrepiasse.Era como se ele fosse uma surpresa lacrada e encoberta por uma camada de indiferença, ou um animal aparentemente manso mas que poderia matá-la com apenas um gesto inesperado.E a história que ouvia por fora a respeito do passado sujo dele só ajudavam a piorar aquele sentimento ruim.

"Será que é por causa dos poderes sensitivos que eu herdei da minha mãe?Será que eu tenho mais do que apenas o dom de prever o futuro?Pode ser isso..."

Ele era perigoso, não tinha nenhuma dúvida disso.O que ele emanava era bem parecido com a aura presente em Zeref, porém atenuada a ponto de quase ser impossível de senti-la se não estivesse prestando bastante atenção.Como é que os outros não percebiam aquilo?

Dois segundos depois, a resposta óbvia: eles eram magos da Fairy Tail.Não se importavam com aquilo.

Toda aquela ingenuidade e perdão excessivos a deixavam doente.

Gritos agudos podiam ser ouvidos, e uma reclamação clara que soava como "tire essa coisa escorregadia de mim!" puderam ser ouvidas.Aparentemente, um ou dois peixes não estavam tão mortos quanto se fizeram pensar, e saltaram em cima de Wendy com um ímpeto determiando a là Michael Phelps .Cruzou as patinhas na altura do peito e se dirigiu aos dois companheiros; alguém ali precisava ajudar a fazer o jantar.Ele se quisesse que procurasse alguma coisa pra comer sozinho!

Encontrou os dois já com os quatro peixes espetados em gravetos - um havia sido bem sucedido em sua fuga impossível, e saltara por um percurso de mais de doze metros antes de se lançar de volta a àgua em segurança - o chiado da carne sendo assada em uma pequena fogueira.Happy salivava de ansiedade, e Wendy ria de sua expressão desesperada.

-Como conseguiram fazer fogo sem o Natsu? - mesmo sabendo ser um assunto delicado, a curiosidade dela era maior.

-O Natsu me ensinou como fazer uma fogueira há muito tempo, pro caso de ele não estar por perto quando eu precisasse!

Ele levantou a patinha e escancarou um sorriso.Durou uma fração de segundos.As lágrimas começaram a escorrer em sua face sem qualquer aviso prévio ou controle, e ele sentiu os próprios ombrinhos magros tremendo.

-Happy?

-Gato...

-Ué... - ele recolheu algumas gotas, surpreso. - D-de onde essas lágrimas estão vindo?Eu não preciso chorar, eu sei que o Natsu está bem! - deu uma fungada e limpou o nazis com a pata. -  A-além do mais o Lily está com ele!Logo logo vamos ver os dois de novo, não precisamos nos preocupar...

Wendy o abraçou com força, dando de vez vazão aos próprios sentimentos.Uniu aquela situação com a briga que tivera com o seu nakama há poucos segundos, e permitiu voltar a ser aquela garotinha que se tornara desde que perdera Grandine.

Mas só um pouquinho.

-Vai ficar tudo bem, Happy, confie em mim...

-Sim, n-não chorem vocês dois, isso é completamente desnecessário!

A pequena sacerdotisa sorriu ante a face avermelhada de sua exceed.A  própria Charlie notou o que acontecia e virou o rosto, tentando manter a sua famosa compostura.

Alguns sagrados segundos de silêncio surgiram, os três preocupados apenas com a comida que se aprontava lentamente dentro das chamas amareladas.Também foram separadas as frutas e água.Mas, pra ser sincero, nenhum deles prestava muita atenção no que estava fazendo, cada um agindo mecanicamente.Como robôs.

-Está muito escuro agora.Wendy, onde o Gajeel foi?Ele devia ter voltado... - Happy comentou intrigado, enquanto enfiava meio peixe goela abaixo.Sentiu um pouco de remorso, pensando que Natsu devia estar morrendo de fome àquela altura, mas entendeu que passar fome não deixaria o mago feliz e tratou de comer o quanto pudesse.

Wendy mastigava alguma espécie de pêssego azulado e muito doce, sem notar que a sua boca se manchava com o suco da fruta.Não queria tocar naquele assunto, mas se sentia obrigada a respondê-lo:

-O Gajeel-kun deve estar sem fome, quando quiser ele volta.

O tom frio e magoado da pequena fez as sobrancelhas do gato azul se arquearem.Ele ia abrir a boca pra perguntar, mas um leve toque de Charlie em seus ombros e um olhar reprovador o inibiram.

Hora do segundo questionamento da noite.Qualquer coisa era melhor do que aquele silêncio contrangedor.

-Wendy, de onde você conhece a Polyuusca?

-Hmn? - ela perguntou distraída, ainda mastigando a mesma fruta de dez minutos atrás. - Quem?

-A Polyuusca, ué.Eu vi lá na caverna!

-Happy, eu não estou entendendo nada, do que está falando?

-Seja mais específico, gato!

-Vocês não lembram?O desenho, aquela mulher com a Wendy no braço!

-Gato, mais devagar: QUEM é Polyuusca, afinal de contas?

Era difícil saber se quem estava mais confuso era o Happy ou as duas garotas.

-Ela é uma amante do Mestre de umas décadas atrás, e mora no meio da floresta porque diz que detesta os humanos apesar de ser uma humana.Ela é assustadora, mas sempre aparece na guilda quando alguém precisa de ajuda!

O tom de deboche do gato fez com que els duvidassem de parte dessas informações, mas ainda assim era uma história curiosa.

-E você está dizendo que era ela naquele desenho que a gente viu?Tem certeza disso? - Charlie aumentou um pouco o tom de voz.

-Aye!

Wendy trincou o maxilar.Aquilo era muito suspeito, ainda mas se fosse considerar mais um fator naquela situação:

Ela nunca vira aquela mulher antes.

-Hehh?Como assim, nunca a viu? - Happy estava incrédulo.

-Nunca vendo, ora essa!A Wendy por acaso deveria conhecer todas as pessoas no mundo?

-Então porque tem, ou tinha, um desenho com ela segurando a Wendy nos braços?

-E você acha que não queremos as respostas tanto quanto você?

-Calma, Charlie. - Wendy a afagou de leve. - Happy, eu tenho certeza de que não me lembro de ninguém assim.E, se é verdade que essa amiga do Mestre me conheceu quando eu era pequena, porque é que ele nunca nos disse nada?

-Hmmn...só se ele não souber... 

Os queixos apoiados nas mãos ilustravam os pensamentos deles.Aquilo, dentre todas as loucuras recorrentes até o momento, era uma das coisas que menos faziam sentido!

-Eu acho que você se enganou, gato! - Charlie acusou, o dedo apontado pra ele.

-Não me enganei não, pode perguntar ao Natsu quando ele voltar, ele sabe que é ela!

-Miina, por fav-

Ela nunca terminou a frase.Uma sensação pesada e dolorosa a acometeu subitamente, fazendo com que todos os seus sentidos de Dragon Slayer se eriçassem e ativassem o seu instinto de sobrevivência.

Ela não sabia explicar o que era, mas era algo que todo mundo já sentira ao menos uma vez na vida.Um medo incrível, como se ela fosse um bebê indefeso preso em um mundo de trevas e alguma entidade quisesse devorá-la.Podia até mesmo ouvir o seus ruidos apavorantes ou sua respiração gelada em sua pele.

Tinha alguma coisa...

-Wendy, o que foi?

-E-eu...eu não...

Um vulto grande e veloz se arrematou contra ela, a capturando com os braços fortes e a jogando em suas costas com firmeza, mas sem nenhum cuidado.Estava se movimentando rapidamente, e sentiu medo, mas reprimiu um grito ao reconhecer a face franzida e concentrada dele.

Era Gajeel.

-Hey, você!O que está fazendo? - Os dois gatos ativaram as suas Areas e  perseguiam em alta velocidade, ela com uma expressão furiosa e ele intrigado. - Volte já aqui com a Wendy!

-Silêncio!Me sigam, e não digam nada!

-Mas...o Natsu, e o Lily...

-Isso fica pra depois, andem logo!

O tom que ele usou não era o mesmo de sempre.Estava firme e autoritário, não deixando em absoluto nenhuma brecha para discussões.Mas, ao mesmo tempo, restava um apontada de receio.Ele não queria abandonar Lily, aquiro era óbvo, e, se o estava fazendo, alguma razão muito forte devia existir.Happu baixou o olhar e se agarrou em seu ombro, fechando as asas, triste demais para conseguir voar sozinho.Gajeel não se incomodou.

As pernas fortes do mago do metal percorriam a trilha acidentada sem se desviarem ou mesmo tropeçarem, mas era visível que ele ainda não se recuperara por completo.Após o terceiro gemido de dor consecultivo, Wendy não se aguentou:

-O-o que aconteceu?

-Você sentiu, não sentiu?

Ela sabia do que ele estava falando, e assentiu rapidamente.

-O que faremos?

-Nos esconder.

Eles agora haviam se afastado bastante do local que usavam para descansar, a montanha destruída agora mal podia ser visualizada por entre as árvores.O aperto no peito só aumentava.

E então, tudo escureceu.Ela deixou escapulir um pequeno "Kyah!" de susto, mas se calou.Estavam mais uam vez debaixo da terra, e ele a colocou no chão apressadamente.

-Não se mexam, vocês três.Eu já volto.

-O que vai fazer?E-eu posso ajudar...

-Fica!

Mais uma vez, sem brechas pra discutir.Não teve outra escolha além de concordar, sentando no chão.O lugar era bem apertado e a luminosidade era fraca, mas ela ainda conseguia enxergar os dois gatos sentados perto dela.Mas não conseguia ver as suas expressões.

-Wendy, o que foi que aconteceu? - Charlie não estava mais zangada,mas sim preocupada.

-É uma sensação ruim, muito ruim, eu não sei explicar...

Gajeel apareceu perto dos três, meio agachado pelo teto baixo e parecendo exausto.Esfregou o suor das têmporas, enquanto guardava algum pequeno objeto no bolso.

-Acho que isso vai ajudar, mas não tenho certeza... - a voz estava mais baixa do qu o normal.

-O que estava fazedo? - Happy perguntou, se aconchegando ao colo da pequena.

-Uns feitiços de proteção.Nunca fiz nada do tipo antes, então não sei se vão ajudar, mas é melhor do que nada.

Um baque surdo indicava que ele se deixara cair no chão.Eles se sobressaltaram, mas logo um ressoar indicou que ele adormecera imediatamente.

-Deve estar exausto... - comentou a azulada, quase esquecendo que eles haviam discutido.Quase.

-E agora?

Essa pergunta se repetira bastante nas últimas horas, mas continuava sem resposta.

-Vamos descansar um pouco...

A voz arrastada se seguira de um bocejo.Sem perceberem como, e nem quando, eles acompanharam o mago e adormeceram.Um sono duro e sem sonhos, um sono ruim...

XOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXOXO

Existem poucas coisas mais potencialmente irritantes do que acordar de sopetão, sentar-se impulsivamente e logo em seguida sentir uma tontura desagradável.Ele afagou os longos fios negros, e esticou as articulações.

-Tsc.Que saco...quanto tempo eu dormi?

Pelo jeito, não fora muito; ainda estava muito escuro e silencioso, e os três pequenos roncavam do outro lado do espaço apertado.

Porque é que ele acordara mesmo?Ainda estava exausto...

Mas era tarde.Seu corpo já estava completamente alerta, como ele não se sentia desde a épca da Phantom Lord, quando o perigo o rondava 24 horas por dia.Mais do que os outros, ele sabia muito bem quando havia algo errado no ar.

Olhou para os lados, se perguntando se deveria sair pra investigar sozinho e aproveitava que aquela sensação horrível já passara, ou se deixava para quando amanhecesse.Tinha um pouco de receio de deixá-los sozinhos e que alguma coisa acontecesse.Mas algo o chamava...o dizia que precisava ir...

Deveria sair, ou ficar?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?Gostaram, detestaram?
Mais uma vez, muito obrigada por me acompanharem e pelos reviews incentivadores, várias vezes foram eles que me incentivaram a continuar escrevendo e seguindo em frente!
Kissus, até a próxima!!!