A Garota Do Diário escrita por Miller


Capítulo 9
Talks too much


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora minhas divas lindas!
Aqui está o capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/171316/chapter/9

Eu fechei o diário.

Simplesmente bati sua capa e atirei-o para baixo de meu travesseiro sentindo-me extremamente idiota. E irritado. Sim, muito irritado.

Porque eu, mesmo que fosse estúpido, mesmo que fosse idiota e mesmo que fosse a coisa mais improvável de todas, estava gostando de um diário.

Quem, pelas botas de Merlin, se apaixonaria por um diário? Folhas. Só um monte de folhas onde se escrevia.

Tudo bem meu caso era diferente, mas ainda assim, aquilo era completamente desconcertante.

Fechei os olhos, rezando para que o sono viesse, mas nada aconteceu. O resultado foi que acabei indo realmente dormir às 5 da madrugada, o que me roubou toda manhã e boa parte da tarde.

Quando finalmente abri os olhos de um sono bastante conturbado, eram 2 horas da tarde. Os raios de sol entravam pela janela, refletindo em um grande espelho que os fazia desviarem em minha direção.

– Merda – reclamei quando não consegui mais ignorar a claridade e me forcei a levantar da cama.

Praticamente arrastei-me em direção ao banheiro, tomando um longo banho antes de finalmente conseguir me sentir uma pessoa normal e não um zumbi.

– Você está um lixo – Albus me cumprimentou assim que desci as escadas do dormitório.

– Obrigado – resmunguei e soltei um alto bocejo.

– Hum, o que você foi fazer ontem à noite? – Albus perguntou, uma sobrancelha erguida.

Eu fiquei sem saber como responder, afinal, nem mesmo eu sabia o que iria fazer na noite anterior. Tudo que eu sabia era que estava indo tentar descobrir se Lily era realmente a garota do diário.

– Resolver... Alguns problemas – disse à ele em um tom que tentei fazer parecer normal.

– Problemas? Que tipo de problemas? – para alguém que normalmente era bastante despreocupado, Albus estava parecendo demais com a sua avó, Molly Weasley.

– Ah cara, algumas coisas – mas é claro que minhas respostas apenas o faziam ficar cada vez mais desconfiado.

– Hum, e isso tem a ver com o diário de Lily que você tem usado para fazer sei lá o que, e que talvez envolvam alguns segredos muito usáveis para futuras chantagens? – o garoto tinha um sorriso malvado no rosto e eu finalmente consegui entender o porquê de ele estar na Sonserina.

– Vá a merda Al – eu reclamei e comecei a caminhar em direção à saída da sala comunal, mas ele me seguiu, não desistindo.

– Hum, e me diga uma coisa? – Albus perguntou, segurando a porta que eu soltei com força em sua direção.

Uma coisa – eu sorri ironicamente para ele e caminhei rapidamente pelos corredores frios das masmorras.

– E depois o infantil sou eu – ele comentou e postou-se em minha frente. – Me diga por que, quando disse que sabia de alguém que poderia me ajudar com a Rachel, você pegou o diário?

Abri e fechei a boca na tentativa de encontrar palavras, mas não havia como explicar a questão diário para ele. Ou melhor, sim, havia como, mas eu realmente não queria contar à ele sobre minhas estranhas conversas, com uma estranha garota – que possivelmente era sua irmã – e sobre meus estranhos sentimentos para um monte de folhas encadernadas.

Seria no mínimo humilhante.

Sem falar que provavelmente receberia algum soco na cara por estar, talvez, conversando diariamente com sua irmã.

Suspirei.

– Olha, eu realmente não posso te contar – eu falei e encarei-o tentando fazê-lo entender. – Eu não... Bem, eu estou me acostumando com algumas coisas e... – balancei a cabeça tentando encontrar palavras que pudesse dizer. – Olha, eu estou tentando resolver isso, e eu juro que vou te contar, mas apenas quando tudo estiver resolvido, okay? – praticamente implorei à ele.

Sabia muito bem que Albus magoava-se facilmente, e eu não queria que o meu maldito segredo causasse conturbações em nossa amizade, especialmente quando ele era uma das únicas pessoas na qual eu poderia confiar quando eu realmente descobrisse que estava louco por gostar de um diário e que precisasse ser levado imediatamente para o St. Mungus.

Então talvez eu estivesse aprendendo um pouco de drama com Albus também.

Ele me encarou por algum tempo e sacudiu a cabeça em concordância.

– Ótimo – ele deu um soco em meu ombro – Mas eu quero ser o primeiro a saber sobre essas conclusões que você está procurando – ele disse e eu sorri.

– Pode deixar – eu devolvi o soco em seu ombro.

– Agora vamos, quero dar uma passadinha na cozinha. Estou morto de fome – Albus disse e passou a mão pela barriga.

– Mas o almoço não foi nem à duas horas – disse à ele. Eu mesmo, tendo acordado àquela hora, não estava com muita fome.

Albus revirou os olhos.

– Meu estômago não parece entender isso – ele falou e me empurrou pelo corredor enquanto eu ria de sua fome descomunal.



Eu senti, literalmente, falta de ar quando entrei na Sala de Troféus naquela noite.

Não pelo fato de o ar estar impregnado de pó e mofo, mas por causa de quem estava ali.

– Ah Deus, eu vou matar Rose! – Lily Potter encarava-me como se eu fosse a coisa mais nojenta que já tivesse visto em toda sua vida.

Pisquei algumas vezes tentando entender o que estava acontecendo ali e arqueei uma sobrancelha.

– O que você está fazendo aqui? – perguntei, tentando parecer casual.

Ali, em frente à possível AGD, eu me sentia completamente... Estranho. Eu ainda não conseguia acreditar que ela fosse realmente a garota com quem eu conversava freqüentemente.

– Minha querida prima me deu uma detenção porque eu estava comentando sobre o que ela fez na noite anterior quando deveria estar monitorando os corredores – a ruiva estreitou os olhos e eu senti meu rosto esquentar tremendamente.

Abri a boca para responder alguma coisa, mas o som de passos mancos me fez virar em direção à porta.

– Ah, ai esta você, seu pestinha – Filch, mais velho do que nunca, comentou malignamente ao me ver. – Tome, tome – atirou um pano sobre mim, e empurrou um balde e uma vassoura em minhas mãos. – Vocês não sairão daqui até tudo estar brilhando – o homem olhou mais uma vez para nós dois e saiu, mancando, para fora, sentando-se em uma cadeira que eu não havia visto quando entrei.

– Um amor de pessoa, o Filch – Lily resmungou e eu voltei à encará-la. Ela olhava para as prateleiras da sala como se fosse uma sentença de morte. – Um ótimo fim de Domingo – reclamou e pegou o pano de cima de mim e começou a tirar peças para limpar o pó. – Como se eu realmente merecesse ficar aqui, nesse lugar horrendo, com um imbecil feito você, por causa de um comentariosinho sem mal algum – ela bufou e puxou mais um troféu da prateleira. – Só disse que achava que já estava mais do que na hora de isso acontecer entre vocês, sabe? Porque faz, o quê? Sete anos que vêm com essas briguinhas idiotas – Lily me encarou assassinamente. – Que é? Vai ficar parado ai a noite inteira? Eu não vou limpar tudo sozinha não Malfoy – ela arqueou uma sobrancelha e eu, ainda meio tonto, soltei o balde no chão e molhei outro pano, enrolando-o na vassoura logo em seguida.

Comecei a limpar o piso, sentindo como se minha voz tivesse sumido, e a garota continuava a resmungar sobre a maldade da prima.

Quero dizer, EU é quem deveria estar reclamando naquele momento, afinal a garota falava mais do que todas as garotas de Hogwarts juntas. Ela emendava um assunto no outro com tanta velocidade que eu nem conseguia entender direito se ela falava de insetos ou de como os brincos de Angelina Jackson da Lufa-Lufa eram bonitos.

E o modo como ela falava... Bem, eu não conseguia uni-lo ao de AGD.

AGD normalmente me xingava bastante, mas não era o tipo de garota que falava sem parar. Ela conversava sobre determinados assuntos até achar a solução para ele e ai sim mudava o rumo da conversa. Não aquele turbilhão enlouquecido como Lily.

Mas mesmo assim, eu precisava ter certeza.

Tentei achar alguma brecha nas reclamações dela, mas eu não sabia nem mesmo se ela estava respirando.

– Huh – eu tentei.

– ... E o pior é que minhas unhas ficaram terríveis, e eu as arrumei ontem! – ela ergueu os olhos para mim. – Que é?

– Ham – tentei procurar algo que eu pudesse falar para descobrir alguma coisa, mas nada veio... Exceto... – Botos?

E eu quase me bati com a vassoura quando falei aquilo.

Quero dizer, quem em sã consciência falaria ‘botos’ do nada, como se aquilo fosse a coisa mais normal para se falar em uma conversa civilizada? Eu.

– Que? – Lily franziu a testa e me encarou como se eu fosse um retardado com sérios problemas mentais degenerativos. Não podia culpá-la.

– Ah, eu estava perguntando se... Huh, você gosta de botos? – eu tentei aparentar normalidade quando à encarei. Tentei decifrar em seu rosto alguma expressão de reconhecimento, como se ela soubesse do que eu estava falando, mas tudo o que registrei foi que ela parecia querer correr e me internar num manicômio naquele exato momento, se Filch deixasse.

– Botos? – ela repetiu. – Aqueles animais marinhos, grandes e gordos? – ela perguntou e eu assenti, sentindo-me um idiota. – Huh, bem, eles não são muito bonitos não é? E, bem, eu não sei por que você me perguntou uma idiotice dessas, mas eu realmente não gosto deles não – ela disse como se estivesse vendo uma imagem mental de um boto e avaliando-a. – Eu gosto mesmo é de peixes dourados – ela disse e sorriu para si mesma. – Minha mãe me deu um uma vez, e eu o amava, coloquei o nome dele de Johnny, só que um dia eu derrubei o aquário... E Johnny não sobreviveu – ela balançou a cabeça como se estivesse prestes à chorar. – Sou uma imbecil mesmo sabe? Como eu pude fazer aquilo com meu bebê? E... – a garota continuou a falar, os botos esquecidos completamente.

E eu tive certeza de que ela não era AGD.

O problema era que eu não tinha mais nenhuma idéia de quem poderia ser a garota, mesmo tendo ficado indescritivelmente feliz em saber que aquela louca que falava demais não era AGD.

E eu tinha certeza de que havia magoado AGD quando à ignorei na noite anterior, fechando o diário quando ela me contou algo que parecia bastante sério.

Grande Merda.


___


E no próximo capítulo:

"E, finalmente, eu sabia quem era AGD. Embora quase não acreditasse no que meus olhos mostravam"



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, faltam apenas 4 capítulos para o fim da fic D:
E eu tentarei postá-los todos os dias okay?
Voltando com a campanha: LEITORES FANTASMAS, COMENTAR NÃO FAZ OS DEDOS CAIREM :)
Besos :*