A Garota Do Diário escrita por Miller


Capítulo 2
Stupid nicknames


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo flores *---*
Não gostei muito de como ficou, mas estava demorando demais para postar então ficou assim. Prometo que o próximo será melhor!
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/171316/chapter/2

- Apenas me diga uma coisa – Albus falava enquanto caminhávamos despreocupados após termos assistido a ultima aula do dia.

- Hum? – resmunguei desinteressado, estava com sono demais.

- Porque, pelas pantufas cor-de-rosa furadas de Merlin você fica falando durante a noite? – Albus perguntou. – Caramba, sabe o quanto é difícil dormir?

- Me desculpe – eu disse sentando-me à mesa da Sonserina no salão comunal e me preparando para atacar todos os pratos mais próximos.

- Yeah, só não faça mais isso cara – Albus pôs algumas batatas na boca enquanto enchia seu prato – Você viu como a Rachel da Corvinal está gostosa? – ele mudou completamente de assunto e eu particularmente agradeci a Merlin por isso, afinal de contas eu não estava com vontade de dizer a Albus que eu ficava falando sozinho de noite porque a prima dele invadia meus sonhos.

Virei para a mesa da Corvinal e procurei pela tal de Rachel, mas meus olhos encontraram coisas mais interessantes no caminho.

No canto mais longe de onde eu estava sentado, à mesa da Grifinória, a maldição de meus sonhos estava conversando com a irmã de Albus. Ela falava rapidamente como se estivesse nervosa, agitando as mãos e mexendo nos cabelos.

- Você viu? – a voz de Albus me arrancou de meus devaneios e eu virei para ele que estava com a boca tão cheia de comida que era realmente incrível que ele ainda conseguisse falar.

- Como você consegue fazer isso? – perguntei apontando para sua boca cheia de batatas e pastelão.

Albus engoliu toda a comida em sua boca e tomou um grande gole de suco de abóbora enquanto eu olhava abismado. Seus órgãos internos deveriam ser muito potentes para agüentar tudo aquilo.

- Isso o que? – ele perguntou encarando-me confuso.

- Comer tanto em tão pouco tempo – falei.

Albus deu de ombros e pôs mais algumas garfadas na boca.

- Você sabe que eu passo boa parte das férias na casa da minha avó...

- Quando não está lá em casa – revirei os olhos.

- Cara, sua mãe cozinha muito bem – Albus comentou desnecessariamente. – Mas, de qualquer forma, eu passo tempo demais com o Hugo – Albus disse. – E a comida da vovó é ótima – ele continuou. – Não é por nada não, mas a mamãe na cozinha, bem, ela é melhor caçando bruxos das Trevas – o moreno corou um pouco e eu ri.

- Eu ainda lembro aquele pudim de fígado que ela fez.

- O cachorro de Lily morreu por causa dele – Albus fez uma careta.

Eu comecei a rir.

Realmente gostava muito de Ginny Potter, mas eu sempre levava reservas de comida de casa quando ia passar algum tempo na casa de Albus.

Quando senti que os botões de minhas calças estavam quase saltando finalmente parei de comer. Albus por outro lado, parecia ter muito espaço em seu estômago ainda.

- Cara, não esqueça que os pratos não são de comer – eu disse quando ele serviu mais uma coxinha de galinha em seu prato.

Albus com a língua para mim e eu dei as costas para ele; aquela não era uma cena muito bonita de se ver.

 - Vou nessa – eu disse enquanto pegava minha mochila. – Te encontro lá na sala comunal.

- Yeah – Albus resmungou enquanto voltava sua atenção novamente para sua coxinha.

Sai do grande salão e caminhei lentamente pelos corredores me sentindo extremamente pesado e agradecendo por minha sala comunal ser nas masmorras e não nas torres, afinal isso poupava muitas escadas para subir.

Assim que cheguei na sala comunal me atirei em uma das poltronas em frente a lareira e tirei meus sapatos.

Como as masmorras ficavam em baixo do lago, a luz que entrava pelas janelas ficava estranhamente verde e era possível ver as mais diversas criaturas nadarem lá fora.

Eu estava concentrado em assistir um casal de sereianos discutirem entre si quando Albus chegou e sentou ao meu lado.

- Você não vai acreditar – Albus disse com a voz ofegante.

- Quê? – perguntei imediatamente curioso.

- A Rachel, a corvinal gostosa que te mostrei hoje cedo – ele disse e eu apenas confirmei com a cabeça, não querendo admitir que nem sequer tinha visto a tal garota. – Ela veio falar comigo – ele disse e parecia que era uma criança para quem o Natal havia chegado mais cedo.

- E o que ela disse? – eu perguntei ficando imediatamente eufórico com a alegria de Albus.

- Bem, ela estava saindo do salão principal quando eu estava na porta, ai ela veio até mim e disse que meus cordões estavam desatados – ele disse e minha boca simplesmente abriu. Albus corou fortemente. – Mas eu juro cara, tinha um brilho nos olhos dela quando ela disse aquilo... Ela só pode estar interessada em mim! – ele disse e eu não consegui me controlar: cai do sofá de tanto rir.

- Albus, pelos meiões lilases com chulé de Merlin...

- Eu prefiro pantufas cor-de-rosa furadas – Albus me interrompeu.

Revirei os olhos.

- Que seja pelas pantufas furadas!

- Cor-de-rosa – Albus estava obviamente fugindo do assunto.

- Ah, cale a boca – eu ri. – Merlin, cara, você não existe!

- Só porque um bando de garotas cai aos seus pés todo o tempo que é preciso andar com um rodo de limpeza para poder caminhar pelos corredores – ele disse e eu revirei meus olhos novamente. Albus era uma das criaturas mais exageradas da face da terra. – Isso não significa que a Rachel, gostosa, não possa olhar para mim – ele apontou um dedo para meu peito.

- Cara, eu não disse isso...

- Vou dormir – Albus levantou da poltrona ao meu lado e saiu pisando forte até o dormitório masculino.

Eu bufei.

- Boa noite – eu gritei.

- Vá à merda – recebi como resposta.

- Também te amo! – eu disse e algumas pessoas que estavam sentadas nas outras poltronas da sala me encararam desconfiadas.

- Enfie esse seu amor... – e ele fechou a porta do dormitório fortemente.

Suspirei e olhei para a mochila que estava atirada no chão, próxima de onde eu estava. Havia milhares de temas para fazer e eu não me sentia nenhum pouco com vontade de fazê-los.

Com um gemido puxei a mochila para perto de mim e a abri, puxando alguns livros, pergaminho e tinta para tentar fazer alguma coisa.

Olhei para os livros de Runas Antigas – que minha mãe me obrigara a fazer – e as inscrições que havia no livro começaram a se misturar, formando coisas desconexas.

- Definitivamente vou deixar estes para outra hora – eu resmunguei comigo mesmo puxando o livro de transfiguração e o abrindo.

Desenhos ainda mais desconexos do que as Runas Antigas tentavam explicar a transfiguração humana.

- Outra hora também – eu disse e atirei o livro para longe.

O de poções foi o próximo e, por todas as roupas intimas de Merlin, o que diabos era asfódelo?

No final, todos os livros estavam atirados em cima da mesa, nenhum deles fáceis o suficiente para que eu pudesse entender alguma coisa. Meu sono também não estava ajudando.

Apenas um pequeno livrinho verde ainda estava dentro da mochila e eu o puxei dali olhando receoso para a capa.

Será que a garota tinha realmente jogado seu livro fora? Se é que era uma garota afinal de contas.

Podia muito bem ser algum engraçadinho tirando uma com a minha cara, mas o modo como as palavras eram escritas era muito feminino para ser de algum garoto.

Tem alguém ai?

E eu levei um susto quando, ao abrir o pequeno livro, aquelas palavras apareceram.

Oi? Caramba me sinto uma idiota por estar fazendo isso. Talvez eu tivesse apenas sonhado com esse diário noite passada e...

Hey – Peguei a pena rapidamente e escrevi.

Então você está ai seu invasor de privacidade! Sabe de uma coisa? Eu devia era te denunciar para a diretora!

Foi você quem começou a conversa!

Só queria ter certeza de que eu não estava enlouquecendo.

Mas então, você estava realmente andando com uma presa de basilisco pela escola?

...

Ninguém respondeu e eu franzi a testa sentindo-me estranhamente frustrado.

Oi?

Opa, me esqueci que você não podia ver e revirei os olhos...

Eu ri disso.

Haha. Que inteligência...

Não ria seu estúpido.

Você é uma pessoa bem educada não é mesmo?

Geralmente, com pessoas que não invadem a privacidade dos outros.

Desta vez fui eu quem revirou os olhos.

Qual é o seu nome? – perguntei curioso.

Não te interessa.

Posso te chamar de ‘G’?

‘G’?

Abreviação de Grossa.

Imbecil. Vou te chamar de ‘I.P.A’

Invasor de Privacidade Alheia? Isso não é muito criativo.

Ah, cale a boca!

Está bem fechada – haha.

Grrrrrrrrrrr

Vou te chamar de AGD.

?

A Grossa do Diário.

Vou fingir que você disse A Garota do Diário.

Escrevi.

Ãhn?

Eu escrevi, não disse.

Quer saber? Vou dormir, é o melhor que eu faço.

Porque todas as pessoas falam isso para mim?

Eu escrevi, não falei. E todos devem dizer (escrever) isso porque você é chato.

Então porque você ainda está falando comigo?

Pelo simples fato de que não consigo dormir.

É, bem vinda ao clube – eu suspirei ao escrever isso.

Porque você não consegue dormir?

Minha pena ficou pairando no ar e eu fiquei sem saber se respondia ou não. Olhei para o relógio em meu pulso e constatei que tarde. Quanto tempo eu tinha ficado sentado ali?

Voltei meus olhos para o diário em minha mão e suspirei. Era para isso que diários serviam mesmo.

Eu fico meio que sonhando com a mesma garota todas as noites, e eu não consigo dormir direito porque eu acordo no meio da noite tentando mudar meu sonho, mas tudo acontece de novo.

Isso acontece comigo também...

E eu me lembrei das primeiras palavras que eu havia visto escritas no diário, quando pensei que ele lia pensamentos ao inverso.

Oh, então foi seu desabafo que eu interrompi a primeira vez que falei com você.

Tecnicamente.

Bem, então estamos quites, pois você está sabendo de coisas que eu não contei para mais ninguém.

Hum, talvez, mas eu ainda vou continuar lhe chamando de I.P.A.

Eu ri.

Isso quer dizer que você vai seguir falando comigo nos próximos dias? – E uma estranha alegria me invadiu.

Não tenho nada mais interessante para fazer mesmo.

Haha, ótima desculpa, mas eu sei que você vai continuar falando comigo porque se apaixonou perdidamente pela minha caligrafia.

Eu realmente tenho uma presa de basilisco comigo.

Você nem sabe quem eu sou.

Sou ótima em descobrir esse tipo de coisas.

Sério? Dou-te dez galeões se você descobrir quem eu sou.

Você realmente não vai querer fazer isso.

Isso é medo?

Ótimo, te dou vinte galeões se VOCÊ descobrir quem EU sou.

Feito.

Vou dormir agora, estou realmente com sono.

Boa noite AGD.

Boa noite I.P.A.

Eu ainda acho esse apelido completamente sem criatividade.

Vá à merda.

Boa noite para você também.

E ela não disse mais nada.

Eu fechei o livro e podia sentir meus olhos fechando pelo cansaço.

Deixei todos os meus livros em cima da mesa mesmo, levando comigo apenas o diário.

Sentia-me extremamente leve depois de falar com a AGD. Atirei-me na cama completamente vestido e apaguei sem sonhar, sem nada.

Comecei a chegar à conclusão de que a AGD tinha alguma coisa a ver com isso e a curiosidade de saber quem ela era me dominou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews sempre alegram o meu dia *--*
Beijos :*