Heart And Soul escrita por CDJ


Capítulo 7
VII


Notas iniciais do capítulo

Hahaha, vocês acharam que o Justin ia embora? Ele é persistente, minhas lindas. Ele não quis ir HAUIDA0UI *-*;



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 Justin's POV

 Nós passamos bastante tempo no boliche, para falar a verdade. Todo mundo começou a ir embora, mas nós não tínhamos noção da hora. De qualquer jeito, as batatas fritas continuaram chegando à nossa mesa. Liv até parou de reclamar sobre a alimentação dos meus irmãos e aproveitou um pouco. Deus do céu, aquela menina precisava relaxar de vez em quando.

 Várias vezes, Kenny teve que me cotovelar para que eu pudesse voltar à realidade, porque eu ficava meio aéreo quando via ela se preocupando com as crianças. Sei lá, era estranho. Ela era tão boa com eles que dava até pra confundir; parecia que ela era a irmã deles, e não eu. Isso me impressionava, mas de uma maneira boa. Nunca imaginei que uma garota da minha idade conseguisse cuidar deles daquele jeito. Era realmente incrível.

 Quando decidimos ir embora, tivemos que armar um plano. Havia mais fotógrafos lá fora e eles provavelmente estariam nos esperando na porta da frente. Ficou decidido que Kenny ia sair e dizer que eu já havia ido embora do boliche. Enquanto isso, eu, Liv, Jaxon, Jazzy e Louie sairíamos pelos fundos do boliche. Kenny daria a volta com o carro e nós iríamos para casa, sãos e salvos.

 Liv agradeceu o gerente do boliche por mim, mas ele pediu uma foto para colocar num quadro em cima do balcão do caixa. Eu não reclamei - estava ganhando tudo de graça - e tirei a foto com o tal gerente. Ele me agradeceu e eu o agradeci. Ele nos mostrou a saída dos fundos enquanto Kenny se dirigia à porta da frente. Peguei Louie no colo, que antes estava colada em minhas pernas, quando saímos para o ar frio da noite.

 Já era outubro, então logo o inverno estaria chegando. Ah, eu adorava o inverno. Já estava tão acostumado com essa estação, mas, apesar disso, nada se comparava ao verão. Liv pegou Jaxon no colo e ajeitou seu casaco, fazendo o mesmo em Jazzy e Louie. Fiquei encarando-a abismado, ainda completamente surpreso com a consideração que ela tinha pelos meus irmãos.

 - O que foi? – perguntou ela, ao perceber que continuava a encarando.

 - Nada. É que você é muito boa com as crianças – respondi, sorrindo – Como você chegou a isso? Tipo, quero dizer, o que faz uma adolescente de, o que, dezesseis anos, cuidar de crianças? E tão bem assim!

 Ela riu e jogou a cabeça para trás. Quando voltou para me encarar, sorria de canto.

 - Obrigada, pra começar – eu sorri de volta rapidamente, ainda esperando sua explicação – Eu estou acostumada a cuidar da minha irmã, é só isso.

 - Não deve ser só isso. Quero dizer, eu cuido dos meus irmãos, mas eu não sou como você!

 Ela revirou os olhos e deu de ombros.

 - É uma história meio comprida.

 - Nós temos tempo.

 Liv suspirou e desviou os olhos. Parecia não querer fixar o olhar em nada enquanto explicava aquilo. Eu não sabia se era um assunto delicado ou não, mas agora já era tarde para deixar passar batido. Além do mais, eu estava curioso.

 - Minha mãe... – ela pausou e eu me aproximei para que ela continuasse a contar – Minha mãe teve depressão pós-parto depois que Louie nasceu, então eu tive que cuidar dela desde o começo. Eu aprendi a dar banho em bebês, trocar fralda, cuidar de cólicas e coisas desse gênero. Quando minha mãe ficou boa, ela não sabia cuidar da Louie do mesmo jeito que eu. E até hoje é assim. Então, eu só cuido dos seus irmãos da mesma maneira que cuido da minha irmã, porque eu os considero da família.

 Eu tentei lhe mandar meu melhor olhar de gratidão e de bondade. Ela devia ter passado a maior barra com a depressão da mãe. Eu nem sequer podia imaginar como aquilo tinha sido.

 - Nossa – comentei, sem saber muito o que dizer numa situação daquelas – Parece até que Louie é sua filha, pelo jeito que você fala.

 - É assim que eu me sinto de vez em quando e acho que isso facilita. É como se eu fosse mãe já, então cuidar de outras crianças é natural.

 Eu dei uma risada e ela me acompanhou.

 - Você ainda quer ter filhos depois disso? – perguntei.

 - Quero, mas só daqui a uns dez anos, no mínimo – respondeu ela, rindo.

 Ri com ela, sem parar de encará-la por um segundo. Ela sorriu e piscou os olhos, como se dissesse um mudo obrigada por compreendê-la. Assenti e sorri de volta.

 Nesse exato momento, eu ouvi uma voz estridente vindo de longe. Uma mulher, provavelmente uma repórter, estava parada com um cara carregando uma câmera ao seu lado. Ela sorria.

 - Ah, que coisa linda! – gritou ela, e mesmo estando tão longe, meus ouvidos doeram – Amor juvenil. Não há nada mais puro.

 A mulher se aproximou, assim como o cara com a câmera. Eu ajeitei Louie em meus braços, já sonolenta, e os encarei. Como eles descobriram que estávamos aqui? Pelo amor de Deus, era muito pedir o mínimo de paz?

 - Olá, Justin – ela disse, sorrindo, já perto o bastante.

 - Oi – eu disse, com um sorrisinho amarelo.

 Passei os braços sobre o ombro de Liv, como se assim pudesse protegê-la. Ela parecia tremer um pouco e evitava olhar para a câmera. Coitada. O episódio anterior deve tê-la traumatizado. Naquela hora, tudo o que eu queria era que Kenny aparecesse, mais que qualquer coisa. O clima estava começando a ficar tenso.

 - Então, cadê a Selena? – perguntou a repórter, interessada.

 - Ela está... – pausei, percebendo que não sabia onde minha namorada estava, porque ainda não havia falado com ela. Nessa hora, me bateu um clique. Meu celular tinha tocado e eu não havia atendido. Só podia ter sido ela.

 A mulher continuou a me encarar, esperando que eu concluísse a frase. Eu não sabia o que dizer. A única coisa que tinha em mente era que estava completamente encrencado. Selena ia querer me matar por não ter atendido o celular. E a gente ia brigar. Típico. Nada que um presente não resolvesse.

 - Ela está em algum lugar – completei, com uma risada amarela.

 - Hum, e você está aproveitando pra sair com outras amigas? – ela disse a última palavra com um toque de malícia quase palpável.

 Eu sorri abertamente e neguei com a cabeça.

 - Essa é a Liv, a babá dos meus irmãos – disse, sorrindo, fazendo o queixo dela cair.

 Parecia que a única chance que ela tinha de fazer uma matéria bombástica havia acabado de escapar pelos seus dedos. Puxei Liv para que ficasse visível para a câmera e olhei para ela, sorrindo.

 - Liv, diga oi para todo mundo.

 Liv corou extremamente. Ela ficou linda, tenho que admitir, mas eu tive que me recompor e olhar para a câmera. Ela até tentou esconder o rosto, como uma criancinha tímida – igual à Jazzy e Louie, por sinal -, mas eu puxei seu queixo para o lado.

 - Oi – ela disse, tímida.

 - Oi – disse a mulher, dessa vez com o sorriso murcho – Você deve ser uma garota de sorte, não?

 - Nem tanto assim – Liv respondeu, já perdendo um pouco a cor rosada de antes.

 A mulher fechou a cara, parecendo um pouco estressada agora. Não tinha conseguido sua matéria e a garota ainda zoava com a cara dela.  Eu dei risada e até deixei a cabeça cair para trás. Tudo estava engraçado demais, o Kenny até podia demorar agora. Eu já estava me divertindo.

 - Ela está brincando – eu expliquei.

 Finalmente, para minha infelicidade e salvação de Liv, Kenny se aproximou com o Land Rover.

 - O carro chegou. Nós temos que ir. Tchau – eu disse, acenando feliz para a câmera.

 - Tchau – disse Liv, tímida ainda, mas com sua cor normal.

 A mulher não se pronunciou. Devia continuar frustrada, mas eu não ligava. Entrei no banco do passageiro enquanto Liv se ajeitava com as crianças no banco de trás. Ambos fechamos a porta na mesma hora, mas eu abaixei o vidro e me inclinei.

 - Faça-me um favor e avise aos outros que não quero ninguém na casa dos meus pais, ok? Valeu – e então subi o vidro.


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Notas finais do capítulo

Hahaha, vocês acharam que o Justin ia embora? Ele é persistente, minhas lindas. Ele não quis ir HAUIDA0UI
Espero que tenham gostado *-* Sei que ficou pequeno em relação ao último, mas eu logo posto o próximo. Beijo, gatas ♥