Heart And Soul escrita por CDJ


Capítulo 30
XXX




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 Justin me levou ao seu camarim – no qual ele e Jaxon deram pulos e Jazzy assaltou o minibar – e depois me apresentou a várias pessoas diferentes. Eu nem conseguia me lembrar de todos os rostos, mas me lembrava dos nomes. Ryan, Allison, Scrappy e Dan. O resto não passava de um borrão pra mim. Andamos o backstage inteiro só para que Justin pudesse me apresentar sua outra família. Então, quando finalmente voltamos para o seu camarim, eu me sentei, aliviada.

 - Olha só, vou ter que dar entrevistas agora – ele disse – Então, você vai ficar aqui?

 Eu dei risada e me levantei, ficando animada de novo.

 - Jura? Posso assistir?

 Justin me encarou, com a sobrancelha franzida, e assentiu.

 - Mas por que você quer ver?

 - Sei lá. Não consigo te imaginar dando uma entrevista. É algo tão impessoal, sei lá - eu dei de ombros.

 Ele continuou me encarando como se eu fosse maluca.

 - Tá bom, esquisitinha. Vamos lá.

 E então nós fomos para uma salinha que se parecia mais com um camarim do que com qualquer outra coisa. Havia uma equipe de produção com muitas câmeras, além de vários fotógrafos e alguns apresentadores. Eu não conhecia a maioria deles, mas fiquei quietinha no meu canto. Uma das câmeras começou a nos filmar e eu fiquei paralisada. Jazzy estava nos braços de Justin e eu carregava Jaxon novamente. Minhas pernas não se moviam direito e eu comecei a suar frio.

 - Swag – disse Justin direto pra câmera.

 Eu não entendia como ele podia ficar confortável numa situação daquelas. Aquele monte de gente olhando pra você, só esperando que você desse o primeiro passo em falso pra rir da sua queda. Não era algo que eu poderia suportar se vivesse no mundo da fama.

 Para minha sorte, Justin me puxou pelo braço até um sofá iluminado, para onde as câmeras apontavam. Ele se sentou lá, sorriu pra mim – não pareceu perceber meu desconforto, porque, afinal, eu era uma ótima atriz – e colocou Jazzy no chão.

 - Então, vamos começar! Primeiro, Good Morning, America – disse alguém com uma voz firme no controle da situação.

 Uma mulher loira, com um rosto muito simpático, se sentou ao lado de Justin. Eu puxei Jazzy para o lado e fiquei atrás de uma das câmeras, tentando não ser vista. Mais profissionais entraram em cena e colocaram microfones nas roupas da mulher e em Justin. Jazzy tentou soltar minha mão pra ir ficar com Justin, mas eu agachei no chão e abracei-a, dizendo que era melhor que ela não fizesse aquilo.

 A entrevista começou poucos minutos depois. Eu estava tão nervosa que nem conseguia entender o que a mulher perguntava e o que Justin respondia. Eu só consegui ouvir direito depois que me levantei do chão e continuei de mãos dadas com Jazzy.

 - E a turnê vai ser pequena, não vai? – ela perguntou.

 Justin assentiu. Não parecia nem de longe o Justin que eu conhecia. Parecia sério, profissional e impessoal. Não preciso nem dizer que ele não agia daquele jeito normalmente. Ele era o oposto de tudo aquilo.

 - Sim, vai ser uma mini turnê. É só até chegar o Natal, então a gente vai viajar pelos Estados Unidos e depois para algumas cidades do Canadá. Hmm, é isso. A gente não vai sair da América do Norte – ele deu de ombros, sem sorrir.

 - E hoje, em Nova York, começa a turnê com o primeiro show, certo?

 - Certo – Justin assentiu.

 - As vendas já acabaram ou não? Ainda dá pra algumas das suas beliebers comprarem os ingressos ou não?

 Justin soltou um sorriso fraco quando ouviu a palavra beliebers, mas então voltou à expressão anterior.

 - Não, não dá mais. Infelizmente, o show já está esgotado. Esgotou em pouco tempo, então... – ele deixou a frase no ar.

 A mulher assentiu.

 - Você tem um exército de fãs, não é?

 Justin sorriu pela primeira vez.

 - Graças a Deus – ele deu uma risadinha – Nós somos uma família. Eu faria tudo por elas. Ah, isso me lembra que ontem a gente desceu na porta do hotel e tinha muitos fãs lá. Aí eu passei um tempo com eles, tirei foto, dei autógrafo e tudo o mais. Foi incrível.

 Ela pareceu surpresa com a notícia.

 - Você desceu do seu andar? Isso é bem legal.

 - Sim, sim – Justin sorriu de novo – A ideia nem foi minha. Eu não teria descido, mas a Liv achou legal surpreendê-los.

 Ele olhou para o lado, exatamente para onde eu estava. As luzes se moveram e a câmera também. Fiquei igual a um pimentão. Nessa hora, Jazzy conseguiu se soltar da minha mão – que estava toda suada – e correu até o irmão mais velho.

 - Ei, gatinha – ele disse pra Jazzy, colocando-a em seu colo.

 - Ah, meu Deus. Você trouxe seus irmãos pra turnê também? – perguntou ela, sorrindo pra Jazzy.

 - Dessa vez, eles tinham que vir comigo – e Justin sorriu, afagando os cabelos de Jazzy.

 - Cadê o mais novo? Jaxon, não é?

 - É, isso. Ele está ali – Justin olhou pra mim e apontou – Vem cá, Liv.

 Eu esperei três segundos até que minhas pernas descongelassem e caminhei até o sofá. Justin sentou um pouco mais para o lado para me dar espaço. Jaxon não conseguia ficar parado em meu colo nos primeiros momentos, mas eu beijei sua testa e aquilo fez com que ele se acalmasse.

 - Você é a Liv, então? Você que teve a grande ideia de Justin descer para ver os fãs? – ela perguntou, olhando diretamente pra mim.

 - Isso – eu sorri, com a voz meio falha.

 - E vocês são...? – ela apontou pra mim e pra Justin, sem completar a frase.

 Eu podia sentir algo subliminar naquilo. Ela sabia que Justin namorava Selena, mas quase disse que éramos namorados. Coisa que nunca seríamos.

 Soltei uma risada meio desesperada e neguei com a cabeça.

 - Somos só amigos. Eu sou a babá de Jazzy e Jaxon – expliquei.

 Justin assentiu, sorrindo pra mim.

 - Jura? Tão nova!

 - Pois é – eu dei de ombros.

 - Ela tem muita experiência com crianças – Justin me apontou, voltando à expressão profissional – E já estava cuidando de Jazzy e Jaxon quando resolvi trazê-los pra turnê comigo. Erin, que é a mãe deles, não os deixaria vir se não tivesse ninguém pra ficar com eles. Foi uma luta pra conseguir que Liv viesse, mas, finalmente, ela está aqui.

 Justin sorriu pra mim de novo. Não pude evitar e corei. Eu não ousava olhar para outro lugar além dele. Não ousava olhar para as câmeras. Havia tanta gente nos observando, tanta gente tomando conta daquilo, que se eu olhasse, provavelmente desmaiaria. Eu não gostava desse tanto de atenção.

 - Impressionante – ela disse, sorrindo – E você já tem filhos ou algo assim?

 Eu neguei com a cabeça e dei uma risada.

 - Não, não. Eu sempre cuidei da minha irmã, que tem a mesma idade de Jazzy, porque minha mãe não podia. Eu me sinto como uma mãe, mas não sou.

 - Realmente impressionante – a mulher disse novamente, sorrindo. E então se dirigiu a Justin – Enfim, boa sorte pra você, Justin. Espero que a nova turnê dê tão certo quanto a My World Tour e eu queria parabeniza-lo pelo novo CD. Está lindo, realmente.

 - Muito obrigado – ele disse, sorrindo de leve.

 - Under The Mistletoe – ela pegou uma cópia do CD do colo e exibiu para a câmera – Já está em todas as lojas do país e está na lista dos mais vendidos. É um ótimo CD de Natal, pra família inteira. Você se superou nesse, Justin.

 - Obrigado, obrigado – ele disse, sorrindo mais ainda.

 - Não deixem de comprar o CD! – ela disse, dando uma piscadela pra câmera.

 Depois daquilo, um barulho super alto avisou o fim da entrevista. Algumas câmeras desligaram e a loira se levantou, assim como Justin. Eles se abraçaram rapidamente e conversaram um pouco mais. Eu continuei sentada, me sentindo alvo de atenção e engolindo em seco. Eu odiava aquilo.

 - E você, - a voz dela veio de cima e, quando olhei, ela me encarava – parabéns. Não há muitas garotas hoje em dia que se preocupem com os irmãos mais novos e você cuidou sozinha da sua. Tenho certeza que você é uma ótima babá.

 - Muito obrigada – respondi, surpresa.

 Ela se inclinou e me abraçou forte, mas meio sem jeito. Minha posição não facilitava muito as coisas: eu estava sentada e com Jaxon no colo. Mas ainda assim, ela conseguiu me apertar. Soltei uma risadinha. Ela era bem simpática até.

 - Muito cuidado, querida – sussurrou ela no meu ouvido – Você vai sofrer muito ainda se continuar trabalhando com esse garoto.

 Eu arregalei os olhos e fiquei toda arrepiada. Sobre o que ela estava falando?

 - O que? – perguntei, tentando me afastar dela.

 Mas, ao contrário do que eu queria, ela não me largou. Seu recado ainda não havia acabado. Engoli em seco mais uma vez.

 - Eu não estava brincando quando disse que as fãs dele são um exército. E elas vão vir pra cima de você. Cuidado.

 Quando ela finalmente me soltou, eu sentia como se estivesse encarando um falcão, com grandes olhos perigosos e astutos. Ela havia perdido toda a falsa simpatia.

 - Não vai acontecer nada comigo – eu sussurrei de volta.

 - Eu não teria tanta certeza – ela me deu uma piscadela e voltou a dizer – Se fosse você, ia pra casa. Ou me acostumava com ameaças de morte e xingamentos.

 E então ela me deu as costas e caminhou até o emaranhado de gente. Continuei encarando-a, como se aquilo pudesse resolver o enigma na minha cabeça. Ela devia estar mentindo. Não havia como aquilo acontecer de verdade. Quero dizer, por que as fãs de Justin me xingariam? Ou me ameaçariam? Não fazia sentido.

 Eu me levantei, subitamente tonta e querendo um pouco de ar fresco. Justin conversava com algumas outras pessoas, provavelmente montando o cronograma de entrevistas. Coloquei Jaxon no chão – não estava conseguindo nem me arrastar direito e poderia deixa-lo cair – e peguei as duas crianças pela mão. Passei por Justin sem nem lhe dar explicação sobre onde estava indo e corri para seu camarim.

 Minha cabeça rodava. Enquanto as crianças se sentavam no sofá, eu peguei uma garrafinha de água e fui me sentar ao lado delas. Eu estava muito errada sobre as proporções que tudo aquilo poderia atingir. Eu nunca pensei que Justin fosse tão famoso daquele jeito. E eu estava com medo. Tudo o que eu queria naquele momento era ir pra casa, abraçar Louie e dormir por três dias seguidos.

 Infelizmente, eu não podia. Eu havia decidido fugir da minha mãe. Não podia mais voltar atrás. Respirei fundo e me acalmei. Eu só precisava continuar com a minha vida. Justin não ia deixar que nada acontecesse comigo. Eu não tinha nada com o que me preocupar.


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Notas finais do capítulo

E aeee, quem tá prepararado pra ver o JB fazer 18 anos? Ele cresceu rápido demais, credo. Parece que ontem ele tinha 16 e agora ele vai fazer 18 na quinta feira! Não dou conta, gente. A gaabimalavolta também não dá conta, ela vai chorar pra caramba HAUDODHUI
Eeeenfim, eu sei que eu demorei, me desculpem, juntou carnaval com volta às aulas e eu tenho que ler um livro chato pra pega aí porque vou ter prova dele na escola, mas enfim, tô de volta :D Espero que tenham gostado, nindas *-*