Heart And Soul escrita por CDJ


Capítulo 14
XIV


Notas iniciais do capítulo

Ai pessoal, foi mal )): Não postei no dia 21, mas enfim, aqui estou eu :D A culpa é da gaabimalavolta, que ficou me distraindo quando fui dormir na casa dela HADOHUI



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 Nós ficamos naquela garagem no subsolo por algum tempo até o resto da Terra se comunicar com a gente. Kenny ligou pro celular do Justin e aí o carro com o bando de seguranças apareceu. A gente achou melhor ficar e jantar naquele restaurante mesmo do que ir pra outro lugar. Ainda chovia muito, mesmo a tempestade de raios tendo parado.

 Nós deixamos a Land Rover cheirando a cachorro molhado e ainda estávamos bem encharcados. Eu torci minha blusa pra tirar um pouco da água e fiz isso em todas as crianças. Justin tirou o suéter e torceu-o, mas não ousou tirar a camiseta branca que estava por baixo, porque eu lhe mandei um olhar maligno de repreensão.

 Eu queria devolver a jaqueta de couro dele, porque ele podia estar passando um frio danado, mas ela estava tão quentinha. E tinha um cheiro maravilhoso, então se eu pudesse ficar com ela para sempre eu ia ficar feliz. Acho que eu ia roubar aquela jaqueta dele. Seria uma boa pedida pro meu guarda-roupa.

 Nós subimos o elevador para o restaurante e fomos recebidos como se fôssemos o rei e a rainha da Inglaterra. Acho que isso era uma boa demonstração de que ser famoso era legal. Quer dizer, uma pessoa normal não poderia entrar num restaurante chique daqueles encharcada daquele jeito. Mas Justin Bieber podia tudo. Ele era quase Deus lá. Mas Justin fez questão de pagar a conta, depois que nós, as crianças e todos os seguranças comemos – lê-se nos empanturramos de comida.

 Fomos embora pra casa depois disso, porque a chuva diminuiu bastante. Kenny quase se recusou a ir dirigindo porque o banco estava muito molhado. Agora que Justin havia virado expert em dirigir Land Rovers também, ele quase não se importou em ir dirigindo, mas o Kenny pegou a direção, de qualquer jeito. Jaxon espirrou mais umas vinte vezes. No restaurante e no caminho de volta pra casa. O bom era que no restaurante havia um garçom com um paninho sempre a postos para limpar o nariz dele, mas no carro eu tinha que limpar o catarro e deixar no lixinho. Justin reclamou por termos infestado o lixo do carro dele com catarro, mas depois que eu dei um tapa na cabeça dele e disse que irmão mais velho era pra essas coisas, ele calou a boca.

 Nós chegamos em casa meio tarde, já passava das dez da noite. Erin estava nos esperando na sala e quando nos viu, saiu correndo para nos abraçar. Ela tinha visto no noticiário que havia acontecido uma tempestade de raios e ela sabia que havia chovido pra caramba. Jaxon continuou espirrando, mas ela não parecia tão preocupada com isso. Eu respirei fundo, mais aliviada.

 - Então você não está brava que as crianças se molharam? E que Jaxon deve estar com gripe? – eu perguntei, apontando o Jaxon, que espirrou mais uma vez para deixar minha opinião bem marcada.

 - Vocês passaram por uma tempestade de raios! É claro que alguma coisa ia acontecer, e fico tão feliz que seja só uma gripe – respondeu ela, pegando Jaxon no colo e beijando sua bochecha.

 Ela então levou Jaxon e Jazzy lá pra cima para lhes dar um banho quente. Eu perguntei se ela queria ajuda, mas ela me disse que eu já estava liberada pra ir embora e que meu pagamento estava na mesa da cozinha. Eu suspirei, feliz e cansada ao mesmo tempo. Louie se aconchegou no sofá e dormiu, porque estava tão cansada quanto eu. Eu queria fazer aquilo também, mas ainda tinha que ir pra casa, tomar um banho e arrumar minhas coisas para a escola no dia seguinte.

 - Eu tenho que ir – eu disse, encarando Justin pelo que eu supunha ser a última vez.

 - É, você deve estar cansada – ele comentou, olhando pro chão.

 - Eu estou. Hoje foi um dia bem cheio.

 Ele sorriu e voltou os olhos para mim. Eu sorri também, mas não sabia mais o que fazer. Não sabia o que dizer. Aquela provavelmente seria a última vez que eu veria Justin Bieber, e para sempre. Então, eu não sabia o que dizer, muito menos o que sentir. Justin era como um irmão agora. Parecia que em apenas dois dias eu havia me acostumado com a presença dele. Havia sido assim com Jazzy e Jaxon, mas eles não eram superfamosos e não tinham a minha idade.

 - Você vai embora amanhã mesmo? – perguntei, subitamente tímida demais para encará-lo.

 - Vou. De manhã.

 - Então acho que a gente não vai se ver mais – eu comentei, suspirando – Isso é estranho.

 Justin riu e me encarou.

 - É muito estranho. Parece que te conheço há anos. Acho até que vou sentir sua falta.

 Eu dei risada também e lhe dei um leve soco no braço.

 - É claro que vai! – e sorri.

 Ficamos em silêncio de novo, sem saber o que dizer. O momento já havia acabado e eu não sabia o que dizer. Queria dizer muita coisa, mas eu ia soar muito desesperada. A gente só tinha passado uma noite e um dia juntos. Isso era tão pouco. E nós brigamos nos dois dias. Quero dizer, eu ia sentir falta daquilo, de ter alguém da minha idade pra brigar.

 - Foi bom te conhecer – ele disse, colocando as mãos nos bolsos e dando de ombros.

 - Foi bom te conhecer também – eu sorri – Você é diferente do que eu imaginava.

 Ele riu e aproveitou pra me zoar.

 - Você nem me conhecia!

 Revirei os olhos antes de me explicar.

 - Mas você mudou o conceito que eu tinha sobre alguém famoso – e então eu sorri de novo – Você não passa de um garoto normal.

 - Obrigado por perceber o que eu vou levar anos pra explicar pra mídia – agradeceu, sorrindo e tocando de leve meu braço.

 - De nada – eu suspirei – Então, acho que é isso. Esse é o fim, Justin Bieber.

 - Pois é, Liv... – ele parou, pensativo – Qual é o seu sobrenome?

 - Mayes.

 - Pois é, Liv Mayes. É o nosso triste fim – brincou.

 Eu soltei uma risada e lhe ofereci a mão. Justin encarou minha mão como se fosse um objeto não identificado extraterrestre.

 - Vem cá – disse ele, me puxando pra um abraço.

 Dessa vez eu retribuí o abraço e o apertei, fazendo com que ele desse uma risada. Ele me apertou e me levantou do chão. Eu soltei uma risada histérica e só parei quando meus pés tocaram algo sólido novamente. Continuamos rindo, ainda abraçados.

 - Desculpa por tudo, tá? – sussurrou ele no meu ouvido.

 - Eu que te devo desculpas. A gente brigou por coisas bobas – sussurrei de volta.

 - É verdade – ele riu – Mas acho que a gente se deu bem, afinal de contas. Você é uma garota muito legal, Liv.

 - Você também é um garoto muito legal, Justin. E eu não digo isso pra qualquer um!

 Ele deu mais uma risada rouca que me fez ficar arrepiada. Por sorte, Justin não percebeu minha reação, mas eu lentamente me separei do seu corpo, voltando à distância de antes. Assim era melhor.

 - Obrigada por tudo – eu disse, sorrindo.

 - Obrigado você – e ele sorriu também.

 Não sei quanto tempo a gente ficou ali parado, se olhando, mas sei que pareceu uma eternidade pra mim. E eu estava bem assim. Justin era um garoto bonito, eu não podia negar, mas tudo o que eu sentia por ele era ternura, como se ele fosse aquele irmão mais velho que sempre esteve fora e agora havia voltado. Como se nós nos conhecêssemos há muito tempo. Eu sentia carinho por ele e queria mantê-lo por perto, porque nunca tinha sentido aquilo por ninguém. Ele era como um velho amigo.

 - Eu preciso ir – disse, saindo do transe e dos meus pensamentos.

 - Claro. Tudo bem – disse Justin, como se também tivesse acabado de sair do mesmo transe.

 Soltamos uma risadinha sem graça e eu caminhei até a cozinha para pegar meus vinte dólares. Voltei e tirei – com muito pesar – a jaqueta de couro de Justin e entreguei-a a ele. Ele nem pareceu perceber que eu a estava usando ainda.

 - Você devia ficar com ela – ele disse, me oferecendo a jaqueta de volta.

 - Obrigada, mas ela é sua.

 - É um presente. Um presente usado várias vezes, mas um presente – ele ofereceu a jaqueta de novo.

 - Não posso aceitar – respondi, dando de ombros.

 - Ah, qual é, Liv! Só dessa vez, por favor, faça o que eu mando – ele disse, sério – E pegue a droga da jaqueta.

 Eu soltei uma risada e peguei a jaqueta, colocando-a de volta.

 - Satisfeito, senhor Bieber?

 - Muito. Você fica bem com ela.

 - Ela deve ficar enorme – eu comentei, olhando para baixo e comprovando meu comentário.

 - Ainda fica linda – ele disse, sorrindo.

 Não respondi porque corei demais. Então a única coisa que fiz foi me virar para acordar Louie, mas estava difícil. Peguei minha bolsa e coloquei-a no ombro, pegando a chave do carro. Seria meio difícil carregar Louie até lá deitada, mas eu fazia o esforço. Não consegui tirar a jaqueta de Jazzy, então resolvi que ia lavar a jaqueta e trazer outro dia.

 - Deixa que eu pego ela – disse Justin, colocando a mão em meu ombro.

 Eu sorri e assenti, dando-lhe espaço. Justin pegou Louie no colo e eu caminhei na frente dele até o carro. Abri a porta de trás e ele colocou-a lá dentro, com o maior jeitinho. Sorri vendo aquela cena. Acho que ele daria um ótimo pai.

 - Pronto – disse ele, fechando a porta de trás.

 - Então, adeus – eu disse, sorrindo de novo.

 - Tchau, Liv.

 Justin se inclinou e me deu um beijo na bochecha. Eu sorri e dei uma risadinha, como uma criança de cinco anos. Ele riu também. Também lhe dei um beijo na bochecha e ele sorriu, feliz. Assim que Justin se dirigiu para dentro de casa, eu dei a volta e entrei no banco do motorista. Antes de entrar, ele acenou e eu acenei de volta, sorrindo. Saí com o carro e fui direto para casa.

 O elevador havia sido consertado, para minha sorte. Quando cheguei em casa minha mãe já estava dormindo, mas tinha deixado um bilhete dizendo que tinha comida na geladeira, se eu estivesse com fome. Acordei e dei um banho em Louie e, assim que coloquei-a para dormir, tomei um banho também. Quando saí, meu celular apitou, avisando uma nova mensagem. Apertei para ler.

Você devia fazer um Twitter pra gente não perder o contato, maninha ;)

 Seu (quase) bro, Justin

 Dei uma risada e coloquei meu pijama. Só Deus sabia como ele havia arranjado meu número, mas aquilo era bom. Pelo menos eu ia poder falar com ele de vez em quando, mesmo que fosse covarde demais pra ligar. Acho que era assim mesmo que eu o via, como um irmão. Talvez aquilo fosse uma coisa boa.

 Deitei de bruços na cama. Bocejei antes de virar para o lado e comecei a pensar no quão sortuda eu era. Bocejei de novo. Milhões de garotas brigariam para estar onde eu estava. Era incrível mesmo. Bocejei pela última vez. Eu estava muito cansada. Quando fechei os olhos, não pensei em mais nada e dormi profundamente.


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Notas finais do capítulo

Geeeente, só pra lembrar, não vai dar pra postar no dia 24. Vocês querem que eu poste dia 23 (amanhã) ou dia 25? Respondam nas reviews ok, minhas lindas? ♥
Ah, e só pra avisar, a fic NÃO acaba aqui, ok? Ainda tem muuuuita coisa pela frente. Eles ainda vão se ver muito. Só pra deixar claro HADUIOHDUI Espero que tenham gostado *--*