Love In The Winter escrita por King-R


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

A Tama-chan que é uma linda que sempre me da ideias incríveis. E é eu sei eu tenho que terminar os outros pedidos, mas é que isso simplesmente veio a minha mente e eu não podia perder.



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Os meses pareciam passar rápido naquele ano letivo e após o dia das bruxas era como se os dias fizessem maior questão de se adiantar. Realmente fazia frio agora, dezembro era sempre assim, os outrora verdes campos de hogwarts refulgiam o branco intenso marcado com as pegadas dos alunos que se aqueciam sob os pesados casacos. E embora todo esse clima rigoroso fizesse com que todos ficassem tímidos e pequenos diante de sua magnitude, haviam os benefícios suscitados junto deles. Os mais otimistas, e na maioria das vezes os não-solitarios eram os que recebiam o inverno com grande prazer. Ora, qual desculpa haveria de ser melhor para ficar mais próximo de quem se estimava do que aquecer-se? Nenhuma, com certeza. E sem quebrar as regras aqui e ali, em salas comunais, corredores desertos e armários de vassoura, os afortunados que se permitiam deixar-se levar pelo amor juvenil encontravam-se a fim de sentirem-se acolhidos. Mas também havia os que conservavam o inverno como estação preterida, os que achavam somente que todo esse momento glacial só servia para que seus rostos ardessem e os pés ficarem congelados. E num ultimo grupo os que acolhiam a estação de bom grado, mas que se alegravam com a chegada da primavera. Dois amigos peculiares encaixavam-se perfeitamente e respectivamente nesses dois últimos tipos de apreciadores. Enquanto Scorpius Malfoy reclamava entre um espirro e outro do quanto seus dedos inertes pela ação do frio o incomodavam, Albus Potter ria ao seu lado enquanto seus cabelos eram, ainda mais, bagunçados pelo vento. Iam os dois quietos pra primeira aula do dia, e ambos pareciam concordar que pelo menos por hoje mereciam não ter que sair de suas camas quentes e... Mas mesmo assim caminhavam eretos, embora com caras não tão condizentes com o estado de disposição que suas pernas aparentavam ter, iam com os braços próximos, se tocando, nem percebiam. 

Era engraçado como havia acontecido. Às vezes as coisas pulam de geração, alguns dizem. Ou era isso ou era uma enorme coincidência que Potter e Malfoy fossem vistos juntos, sem que palavras hostis fossem ditas. Mas isso era passado, e naquele primeiro de setembro onde pela primeira vez os dois avistaram o castelo pelo que esperavam toda sua infância, uma amizade havia surgido, uma irmandade. De fato, era assim que sentiam, embora às vezes os laços sanguíneos inexistentes fossem apropriados.

Tinham personalidades deferentes, os dois. Enquanto  Scorpius em sua imponência, tinha fama de mal-humorado e fechado, Albus com seus olhos verdes calorosos cativava os que tinha a sua volta, tanto colegas como professores. Na verdade esses últimos pareciam ter um raro contentamento na amizade dos dois, como se torcessem pra que erros passados fossem corrigidos. Ah, se soubessem.

O loiro, enquanto esfregava suas mãos em uma vaga tentativa de tentar fazê-las não congelar, olhou de canto pro amigo e se surpreendeu quando viu que era observado com um sorriso no rosto, não pôde evitar, retribuiu o gesto

- Que foi? – acrescentou como se o reprovasse por ser tão maravilhoso.

Ele sabia que não deveria usar esses adjetivos, mas simplesmente era inevitável quando se estava do seu lado.

- Nada – foi a resposta, simples e curta, mas que com o sorriso seguinte se tornava magnífica.

Riu também, às vezes Al era assim, meio estranho, meio esquisito, meio extremamente fácil de gostar.  Perguntava-se como ele podia ser tão alegre e simpático todo o tempo e com todas as pessoas, mas desistia quando percebia que era isso o que mais gostava nele, sua capacidade de ajudar. Como naquela vez em que uma garotinha do primeiro ano chorava porque suas sobrancelhas mudavam de cor toda hora por conta de uma azaração lançada por um garoto. Scorpius quase riu ao se lembrar de Al dando uma bronca no menino, também do primeiro ano, por ter feito aquilo, depois de ter revertido o ataque a vitima inocente e ganhar um abraço como agradecimento.

Quando chegaram as masmorras alguns alunos já se agrupavam em torno da porta do mestre de poções. Ali era o lugar onde algumas coisas longínquas viam a tona. Como por exemplo, o fato de Potter odiar a matéria e Malfoy adorá-la. Claro, seu professor Horacio Slughorn não era nem de longe tão detestável como outros professores, mas Albus sentia-se descontente com sua inabilidade. O velho gorducho pelo qual até sentia simpatia, declamava em altas vozes como seu pai era um fantástico preparador de poções. Ele até havia pedido algumas dicas a seu pai, mas ele havia, por algum motivo inexplicável, desconversado.

Encostaram-se à parede de pedra, enquanto esperavam os minutos passarem, e em silencio desejarem poder estar dormindo. Mas o professor logo apareceu com seu costumeiro traje verde, homenageando a casa dirigida por ele. Perto da sua mesa ao canto sentaram-se os dois sonserinos.

Talvez parecesse estranho, mas sim, o filho de Harry Potter havia se tornado uma serpente. Corriam boatos que Minerva McGonagall, havia lançado um feitiço para silenciar Fineus Nigellus após ele ter falado por três horas seguidas sobre o ocorrido. Não se podia, embora, negar que isso havia chocado um pouco a todos e pra dizer a verdade a ele mesmo. Mas as coisas se ajeitaram e no natal isso até havia rendido boas risadas a família, quando Ron Weasley fez uma piada sobre ele merecer ser deserdado. As coisas sempre tinham dois lados, e logo Albus viu que Sonserina não era algo tão ruim como havia ouvido falar, afinal Scorpius estava lá também.

Após os “ bom dias “ trocados entre alunos e professores, a lição do dia fora dada, e logo estavam todos em volta de seus caldeirões acrescentando pedras de lua, ou então cortando algum ingrediente escorregadio que teimava em não permanecer parado.  E por mais que Albus se esforçasse, sua poção não estava nem um pouco parecida com o que o livro descrevia, ele olhou para o amigo, que estava concentrado mexendo seu caldeirão, esse por sua vez exalava um odor não totalmente desagradável e parecia ser exatamente como o livro dizia. Murchou um pouco descontente e continuou com sua poção totalmente inútil. Talvez Scorpius o ajudasse, mas não quis incomodar o amigo. Assim no final do dia encheu seu frasco e entregou-o ao professor que deu um sorriso encorajador, mas que juraria ter visto desaparecer assim que virou as costas.

As aulas seguintes pareciam se arrastar pelo dia, e como era de se esperar a medida que as horas passaram o frio não diminuía,ao contrario, no final da tarde  quando apenas as duas ultimas aulas ainda esperavam para ser assistidas, o tempo parecia piorar e quando desceram o terreno de Hogwarts em direção a estufa, a neve caia desesperadamente.

Os dois amigos podiam ver os contornos da casa de Hagrid, onde haviam na sexta a tarde tomado chá, era satisfatória como algumas coisas pareciam se manter com o tempo.

Scorpius, que ia a frente espirrou. Al mal ouviu por causa do barulho do vento. “Era só o que me faltava, ficar resfriado” resmungou consigo.

As portas da estufa estavam abertas, e o professor de Herbologia, Neville Longbotton, que havia substituído Pamona Sprout uns anos antes, recebia os alunos com seu elegante chapéu coberto de terra no topo da cabeça. Dessa vez Al não teve anseios nem qualquer tipo de descontentamento, ao contrario sorriu e cumprimentou o professor com um aceno de cabeça, Herbologia era uma de suas aulas favoritas. Mas Scorpius não fez nenhum gesto simpático, continuava irritado demais com seus espirros, talvez devesse ir à enfermaria. Acomodou-se ao lado de Al, e o amigo às vezes olhava em sua direção. Tentou não parecer muito mal, mas à medida que  vento entrava pela porta aberta, misturado com neve seu estado piorava. Droga!  

Quanto finalmente findara-se o dia letivo, agora os dois foram os últimos a sair, os alunos andavam devagar sobre a neve embora tentassem apressar o passo.

- Scorpius – Al chamou enquanto o outro jovem encarava o chão – tudo bem?

Por um momento algo como “ Eu pareço bem? “ quase escapou, mas Al não tinha nada a ver com aquilo, então somente disse:

-Não – não foi preciso explicações Scorpius não queria falar e ele sabia disso.

Logo saíram também, e não era surpresa não conseguirem enxergar um palmo a sua frente, a subida íngreme dificultava os movimentos, a neve estava escorregadia. E por sua culpa algo que mais tarde viria muito bem a calhar aconteceu:

Meio que de repente Scorpius que ia primeiro escorregou, e inevitavelmente em cima de Albus.  Os dois rolaram pela neve e pararam somente a alguns metros atrás, Al estava por cima ofegante, enquanto Scorpius tinha os olhos arregalados ainda do susto. Mal perceberam como estavam, naquela posição constrangedora, no fundo eles achavam até agradável permanecerem assim tão perto. Scorpius podia sentir o hálito quente de seu amigo e por pouco não juntou seus lábios, como se o tempo pra fazerem idiotices estivesse aberto. A muito queria aquilo, agora seria o momento perfeito. Mas o momento passou.

Levantaram-se, e num gesto rápido já estavam aprumados. Dessa vez com cuidado subiram o terreno e em silêncio. Mas na cabeça de cada um, parecia acontecer um pandemônio imaginando, relembrando e pensando no quase-acontecimento.

Quando chegaram ao castelo e nenhum dos dois havia pronunciado uma palavra, Albus se preocupou. Era sempre assim, dos dois ele sempre era o que se desesperava mais fácil. Como de costume, assim pensava o moreno, eles iriam para o jantar no salão principal, mas quando percebeu Scorpius já ia pegando o caminho pro dormitório sonserino. Não pode agüentar.

- Scorpius, você não vai comer? – a voz saíra baixa.

O loiro por sua vez parecia confuso com sua resposta, mas ao final, já de costas ele murmurou que não sentia fome.

Albus não contestou sua decisão, mas agora sentia um nó em sua garganta se formar. Será que Scorpius estava bravo? Mas ele não tinha culpa embora quisesse muito ser culpado. Porém de nada adiantava, ficar ali naquela batalha de pensamentos, então seguiu com seu caminho.

 Nas quatro mesas alunos falavam alto e riam despreocupados. Albus cumprimentou alguns de seus colegas e pôs-se ao lado de uma garota de cabelos loiros, que pareciam exatamente da cor dos de Scorpius, virou-se para o outro lado, quando novamente  sua mente era invadida com os recentes acontecimentos. Na mesa dos professores, enxergou Hagrid acenando pra ele, e fez questão de retribuir o gesto animadamente.

Como todos os dias, embora mais calado que habitualmente, ele comeu. Na verdade parecia fingir comer, já que quando os pratos desapareceram, ele não havia tocado em nada do mesmo.

Só saiu dali quando todo o salão estava vazio. Devagar andou pelos corredores até o salão comunal de sua casa. Alguns alunos ainda estavam acordados, mas Scorpius não estava ali, por isso foi até onde ficavam os dormitórios dos garotos  e no mesmo instante que adentrou a porta seus olhos se focalizaram no loiro, ele parecia dormir, mas o ataque de espirros que se seguiram o denunciou. Então seus olhos se cruzaram.

- Olá Al – sua voz parecia fraca.

- Oi – ele ia dizer mais alguma coisa mais não sabia o que. Por fim acrescentou – como vai?

O loiro riu sem graça e respondeu :

- Ótimo.

- Desculpe, pergunta idiota.

- Sem problemas.

 E de novo espirrou. Albus queria fazer alguma coisa, então andou em direção a Scorpius e o viu se sentar apoiado a cama. Seus cabelos estavam espetados para todos os lados. Albus sentou-se no espaço que lhe fora concedido. E com uma grande onda de coragem tocou o rosto pálido.

Não sabia o que, mas algo o impelia a  agir assim. Talvez seu coração. Imaginou se o de Scorpius batia tão forte quanto o dele. Encostou a cabeça em seu peito e viu, ou melhor, ouviu que sim. Soube nesse momento que ambos queriam a mesma coisa. Levou seus lábios a orelha de Scorpius e sussurrou boa noite,antes de beijá-lo.


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Notas finais do capítulo

obrigado por ler e já que chegou até aqui, comenta por favor?*-*