Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 7
LEGALMENTE LIVRE


Notas iniciais do capítulo

O capítulo sete sempre me chamou atenção por ser mais um momento em ver escritas as coisas que eu queria do que de fato contar uma história. De qualquer forma estava na hora de determinar detalhes que seriam importantes no final.



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Harry se achava subindo as escadas cir-culares que dão no escritório de Dumbledore para mais uma aula de Oclumência às cinco da tarde. Ele melhorara bastante. Ultimamente Dumbledore não conseguia ver nenhum pensamento de Harry.

— Diretor. Senhor. Desculpe-me, mas acho que já sei muito bem me defender do feitiço Legilimens — disse Harry ao se sentar na cadeira em frente à Dumbledore —, eu gostaria que o senhor me ensinasse a bloquear meus pesadelos. Estão cada vez piores, senhor. E quase todo dia eu sonho… eu sonho com Sirius.

— Bem, Harry. Desculpe-me dizer, mas você ainda não sabe se defender do feitiço Legilimens, se o soubesse, não teria mais pesadelos. Mas sonhar com Sirius não tem nada a ver com a Oclumência, Harry. Não creio que Lord Voldemort anda pensando em Sirius a todo o tempo. E se você sonha frequentemente com ele, significa que você está aprendendo a bloquear sua mente. Pois Voldemort não mais consegue entrar nela, ou pelo menos, não quer. Mas deixe-me dizer uma coisa: você sonhar com Sirius só significa que você gosta muito dele e sente a falta dele. Você se lembra do dia em que conheceu o Sirius?

— Sim, senhor. Lembro.

— Você então deve se lembrar do Patrono que você fez para salvar você, a Srta. Granger e Sirius. Presumo que você deve se lembrar de que quando você se viu no vira-tempo, você achou que era o seu pai.

— Também lembro senhor.

— Se lembra também, então de que quando você me disse que havia sido um idiota de pensar que vira o seu pai, eu lhe disse que não. Eu também lhe disse que as pessoas de que nós gostamos, quando morrem, continuam morando dentro dos nossos corações.

— Sim, senhor. Lembro-me também disto.

— Chegamos então aonde eu queria, Harry. Sirius não morreu, ele ainda permanece vivo. Vivo dentro de você. E depende de você, Harry. Depende de você, mantê-lo vivo.

— Sim, senhor.

— E creio que o que Sirius mais queria ao ir ao Departamento de Mistérios em junho era simplesmente mantê-lo vivo. É por isso que você continua e continuará a aprender Oclumência, Harry.

Para que você se mantenha vivo. Tanto que você se lembra da reação de Sirius quando você contou a ele, na lareira de Dolores Umbridge, que Snape havia parado de lhe dar aulas de Oclumência.

Harry não perguntou como Dumbledore sabia daquilo, mas respondeu:

— Ele queria vir até Hogwarts e obrigar Snape a me dar as aulas.

— Isso, Harry. Por isso você está aqui hoje.

Vamos começar?

*        *        *

Harry saiu da sala de Dumbledore mais de uma hora depois, ainda pensando na conversa que tivera no início da aula. Esta dera a Harry ainda mais coragem e vontade para bloquear a mente. Mas a necessidade, a sede de uma vingança, crescia dentro dele desde o dia em que perdera Sirius, ele sentia que tudo o que acontecia dependia dele para parar. Foi ao pensar melhor nisso que Harry viu que só ele iria deter Voldemort, ou iria morrer nas mãos dele.

Harry chegou ao retrato da Mulher Gorda meia hora depois, pois resolvera dar uma volta pelo castelo. Visitara a biblioteca, e se surpreendeu de não encontrar Hermione lá dentro, a enfermaria, o Saguão de Entrada, passara nas cozinhas, onde os elfos domésticos o encheram de comida. Mas, antes de entrar na Sala Comunal da Grifinória, Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma residente da Torre da Grifinória, passara rapidamente atrás de Harry. Seguiam Nick uns vinte fantasmas. Harry se sentiu curioso, mas mesmo assim, entrou no retrato da Mulher Gorda. Hermione e Rony, que jogavam uma partida de Snap Explosivo, não deram atenção a Harry. Então, o garoto foi para o seu dormitório. E logo depois, caiu no sono.

Mais uma vez, ele sonhara com Sirius. O mesmo sonho no Cabeça de Javali, mas antes que Sirius se transformasse na professora Sibila Trelawney, a imagem do sonho de Harry se distorceu e ele passou a ver uma praça, com vários lampiões apagados e uma casa, de número doze, que surgiu entre a de número onze e a de número treze.

Harry ia entrando na casa de número doze e viu que a escada que existe no meio do Salão de Entrada da casa estava com a parte de cima do corrimão faltando e os cabos de madeira que faziam a grade do corrimão estavam partidos como se alguma coisa com dentes muito grandes os tivesse roído.

Harry ouviu um rugido e se virou para a esquerda, de onde o barulho havia chegado aos seus ouvidos.

Um lobo particularmente grande estava no outro extremo do Salão de Entrada e avançava para Harry. Ele recuou e falou, mas a voz que saiu, mais uma vez, não era a de Harry, mas uma voz rouca:

— Você vai morrer aqui. René Henderson me falou que havia um lobisomem nesta casa. Você vai ser mordido até a morte, Rabicho. As pessoas precisam acreditar que você está morto. Só imagino o que estará amanhã no Profeta Diário. Adeus, Rabicho.

— Não, milorde. Minha devoção é…

— Você está em dívida com Harry Potter, Rabicho. Deveria saber que eu não o usaria o tempo todo, só enquanto fosse necessário.

Harry pegou Rabicho e o jogou para o lobisomem, saiu e fechou a porta com um aceno de varinha.

Harry acordou suado, no chão e sem os óculos.

— Dumbledore. Preciso ver Dumbledore. Agora. É urgente. — disse Harry se levantando, colocando os óculos e saindo do seu dormitório circular.

Harry cruzou toda a Sala Comunal ainda usando pijamas, saiu pelo retrato da Mulher Gorda e começou a correr até a sala de Dumbledore. Rony e Hermione, também de pijamas, foram atrás dele.

— Sapos de Chocolate! — Harry abriu a passagem para a sala do diretor, suado e ofegante da corrida. Quando ele chegou ao alto, Rony e Hermione o alcançaram.

Harry bateu na porta com força e tentou entrar, mas a porta estava trancada. Harry bateu com mais força na porta. Dumbledore a abriu e Harry entrou rapidamente. Hermione e Rony o seguiram, mas não entendiam mais do que Dumbledore.

— Senhor. Rabicho. Largo Grimmauld, número doze. Lupin. Os dois estão lá dentro. Voldemort colocou Rabicho trancado lá para que Lupin o matasse. Ele não vai estar em bons lençóis, Lupin. Ele não tem como escapar.

Dumbledore não disse nada, mas saiu correndo, também usando vestes para dormir.

— Harry, — começou Hermione ao ver o estado de Harry — se acalma. Dumbledore já foi tomar uma providência. Fica calmo.

— Hermione, — Harry ficava cada vez mais nervoso — não dá para ficar calmo. Lupin! Ele corre perigo. Pettigrew é perigoso. Você sabe disso.

— Eu sei, Harry. Mas Dumbledore. Preste atenção. Pettigrew não iria tentar nada contra Dumbledore. Ele já foi para o Largo Grimmauld, número doze. Já está fazendo tudo para salvar Lupin. Agora, fica calmo.

Rony, pelo que parecia, não sabia o que dizer, então, perguntou:

— Mas, qual seria o problema se Lupin atacasse Pettigrew? Afinal, ele está na fase de lobo, ele não tem culpa.

— Rony — Harry ficava cada vez mais nervoso —, vamos colocar as coisas assim. Aquela nojenta velha da Umbridge está a fim de acender fogo. Se ela souber o que Lupin fez, ela vai achar um fósforo. Entendeu? Tudo o que ela precisa é de um simples deslize da Ordem da Fênix para que ela acabe com tudo. E fique sabendo, se ela souber, ela pode tentar mandar Lupin para Azkaban.

— Eu continuo sem entender uma coisa — Recomeçou Rony. — Como é possível Lupin ser preso, ou seja lá o que for que fizerem com ele, por ter matado alguém que, para a comunidade bruxa, já morreu há quinze anos? Ficaria estranho.

— O problema não é nem esse — Hermione disse tão der repente que assustou Harry e Rony. — O problema é que Voldemort jogou Pettigrew em nossas mãos.

— O quê? — Harry não havia entendido o que a amiga dissera — Como ele jogou Pettigrew em nossas mãos? É impossível.

— Eu sei. Mas jogou. Voldemort sabe que, ao ser mordido por Lupin, Pettigrew viraria um lobisomem.

— E?

— E, Harry. E que Voldemort também sabe que um lobisomem a solta por Londres é um perigo tanto para bruxos quanto para os trouxas. Voldemort também deve saber que Dumbledore nunca deixaria um perigo deste livre. Entendeu agora?

— Isso pode significar também — pela sua feição, Rony entendera o que Hermione havia dito —, que Você Sabe Quem está querendo um espião na Ordem da Fênix. Agora que René Henderson foi apanhado. Pettigrew já foi espião da Ordem da Fênix antes…

— Falando em René Henderson — Harry parecia ter se lembrado de algo que não poderia ter esquecido —, é bem estranho, não acham? Vários Comensais da Morte foram mortos e foram capa do Profeta Diário, eu não vi nada sobre René Henderson.

— Bem — Rony tentou responder —, tudo, pelo menos até antes de Junho, no Ministério da Magia era resolvido com ouro. E abafar um caso para o Profeta Diário não é tão difícil. Lembram quando a Câmara Secreta foi aberta? Dumbledore não deixou que isso — o garoto encostou o dedo indicador com o polegar — fosse publicado.

— É, você tem razão — disse Harry.— Mas desde que Fudge reconheceu que Voldemort voltou e passou a apoiar a Ordem da Fênix, o Profeta Diário tem publicado tudo por ordens do Fudge. Seu pai me disse num dos primeiros dias da gente aqui em Hogwarts.

— Isso só prova que você não entendeu, Harry — disse Rony.

— Não entendi o quê?

— Já que Fudge está obrigando a publicar, — Hermione respondeu antes que Rony pudesse falar alguma coisa — ele pode também, proibir de publicar.

— Exatamente — disse Rony.

Os três ficaram mais dez minutos na sala de Dumbledore, até que, finalmente, o diretor retornou.

— Senhor. O quê aconteceu? Diga.

— Fique calmo, Harry. Pedro Pettigrew foi levado para o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos, quase morto com tantas mordidas de lobisomem. Agora, todos saberão que ele ainda está vivo.

— Desculpe, senhor. Não estou nem um pouco interessado com o que houve com Pettigrew, quero saber o que vai acontecer a Lupin. Por que se aquela safada, desculpe, se aquela Umbridge fizer alguma coisa contra ele…

— Dolores Umbridge não vai fazer nada contra Lupin, Harry. Ele continua a salvo no Largo Grimmauld, número doze. E só sairá quando a lua cheia passar.

— Ah. É melhor assim. Mas se…

— Ela não vai descobrir nada. Creio que o caso dela está causando problemas ao Ministério da Magia. Ela e o Sr. Percy Weasley ainda não deram o braço a torcer quanto ao retorno de Voldemort. Eles não demonstram nem um pouco de interesse na Ordem da Fênix, Fudge os tentou obrigar a entrar, como eles não aceitaram, foram ambos transferidos para a Seção de Ligação Com Os Centauros na Divisão de Feras do Departamento Para Regulamentação E Controle das Criaturas Mágicas.

— Espera aí — disse Rony —, a Seção de Ligação com os Centauros não é aquela que tem a fama de ser um aviso prévio para a demissão?

— Muito bem, Sr. Weasley — respondeu Dumbledore. — Mas Fudge decidiu que eles estão proibidos de sair de lá, mesmo com a demissão eles ficam. Vocês devem saber o grau de aversão de Dolores Umbridge a qualquer tipo de meio-humano.

— É verdade, vai ser divertido ver a morcegona velha sendo torturada de tal forma — disse Harry.

— Coitada — disse Rony.

— Espera aí… — disse Harry amarrando a cara para Rony — Você está com pena da morcegona?

— Não — respondeu Rony — Estou com pena da minha mãe.

— Por quê? — Perguntou Harry.

— Percy não vai voltar — mais uma vez, Hermione respondera antes que Rony pudesse falar alguma coisa. — A Sra. Weasley achava que com Fudge do nosso lado, Percy voltaria. Mas ele não aceitou a posição de Fudge e se voltou contra ele também.

— Vamos torcer e esperar que o Sr. Percy Weasley — disse Dumbledore — mude de idéia. Ele só terá benefícios com isso.

— É — disse Rony. — Quem mais tem a ganhar com isso é ele. E a minha mãe também.

— Bem, senhores. Está ficando tarde, é melhor vocês irem dormir. As normas de Hogwarts são as mesmas em qualquer época do ano.

Harry, Rony e Hermione voltaram para a Sala Comunal da Grifinória sem dizer uma única palavra durante todo o caminho. No caminho, Harry percebeu que havia começado a chover. Ainda sem falar nada, Harry foi para o seu dormitório, descalçou os chinelos, deitou-se na sua cama de colunas e em menos de dez minutos estava sonhando com um trem verde-ácido que mudava de cor para azul-elétrico e outros tons berrantes enquanto andava, o trem, porém, não chegava a lugar algum e Harry acordou com o barulho da chuva que começara na madrugada e ficara ainda pior, o sol, porém, estava no céu e o dia estava bastante quente.

— Bom dia — disse Harry ao entrar no Salão Principal para tomar o café da manhã.

Todos responderam, Harry se sentou entre Rony e Hermione. Logo após ele se sentar, o correio chegou. Edwiges havia lhe trazido um bilhete e uma coruja-das-torres lhe trouxera o Profeta Diário. Harry estava tirando o bilhete da pata de Edwiges para lê-lo quando um alto estouro assustou a todos no Salão Principal e um cheiro muito ruim alcançou a todos os narizes. Os Weasley se levantaram rapidamente e Rony disse:

— Vamos logo. Isso é bomba de bosta nível oito. Vai ficar cada vez pior o cheiro.

Ele estava certo, quando os garotos alcançaram o Saguão de Entrada, o cheiro ficava cada vez mais desagradável.

— Corre, está piorando.

— Ah, se eu pego quem fez isso — Argo Filch, o zelador, estava se dirigindo para o Salão Principal. Dumbledore havia saído de lá e foi para os jardins, a varinha em punho.

— Aonde será que ele foi? — Perguntou Rony.

— Não sei — respondeu Harry — Só sei que não podemos ir, é além da porta do castelo.

Harry, Rony, Hermione e Gina ficaram sentados na escada de mármore no Saguão de Entrada enquanto os outros tentavam, por meio da magia, solucionar o problema da Bomba de Bosta. Dumbledore havia dito, e a Sra. Weasley concordado plenamente, de que mesmo em Hogwarts, não era bom ele fazer mágicas sem um bom motivo, pois todos os alunos poderiam exigir ficar no castelo para produzirem magia durante as férias de verão.

— Harry, — disse Jorge abrindo a porta do Salão Principal, que estava fechada para evitar que o cheiro se alastrasse. Ele estava com uma cara horrível por causa do cheiro que nauseou Harry nos instantes em que Jorge abrira a porta do Salão. Jorge segurava o bilhete que Edwiges havia lhe trazido e o Profeta Diário, que Harry nem ainda havia olhado — isso é seu.

Harry, finalmente, leu o bilhete, que ele descobriu, ser de Hagrid.

Harry,

Gostaria de saber como você está. Encontre-me hoje após a sua aula de Oclumência na Sala de Aulas número sete. Rony e Hermione podem ir também. Não venha à minha cabana. Você não tem permissão de sair do castelo. E nem tente usar sua capa da invisibilidade.

Hagrid.

Harry achou interessante falar com Hagrid. Já estava com saudades do amigo. Ele não aparecia no Salão Principal durante as refeições e Harry não tinha outra oportunidade de falar com ele. Então ele olhou o Profeta Diário e deu um grito de exclamação ao ver a capa. Atraídos pelo grito, Rony, Hermione e Gina esticaram os pescoços para lerem o jornal.

Sirius Black & Pedro Pettigrew:

Um Verdadeiro Assassinato?

O Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos informou ao Profeta Diário esta manhã que Pedro Pettigrew dera entrada no hospital por volta das três horas desta manhã, causando muitas indagações de toda a população bruxa.

Há quinze anos, Sirius Black fora mandado para a prisão de Azkaban por ter matado doze trouxas e Pedro Pettigrew em plena luz do dia.

Os curandeiros de St. Mungus, em união com o Ministério da Magia, sub-meteram Pettigrew a uma Seção da Verdade, feita com a porção mais poderosa de Veritaserum produzida nos últimos vinte anos.

O Sr. Pettigrew confessou que Sirius Black não tinha culpa de nada, ele havia decepado o dedo indicador para forjar uma mutilação e, realmente com um feitiço, explodira toda a rua, deixando Sirius Black vivo para ser preso pelo Ministério da Magia, o que veio a acontecer.

O Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos diz que vai manter em absoluto sigilo o motivo da internação de Pettigrew, mas afirmou que, quando melhorar, ele vai ser mandado para uma das Celas de Segurança Máxima de Azkaban.

O Ministro da Magia afirma que Pedro Pettigrew, que é um Comensal da Morte (foi achada a conhecida Marca Negra no braço de Pedro) e espião de Você Sabe Quem na antiga Ordem da Fênix, havia se disfarçado de rato (Pettigrew era um Animago clandestino) durante doze anos e havia ido morar com a família bruxa Weasley. Há pouco mais de dois anos ele havia se juntado novamente a Você Sabe Quem e foi ele quem ajudou o Lord das Trevas a retornar a forma humana um ano depois da fuga de Pettigrew. Cornélio Fudge também falou sobre Sirius Black.

“Neste momento, eu pediria perdão e inocentaria de todo tipo de acusações o Sr. Black, mas ele foi assassinado por Belatriz Lestrange, uma das Comensais da Morte que fugiu de Azkaban há certo tempo. O Sr. Black foi assassinado dentro do Departamento de Mistérios na mesma noite em que vários Comensais da Morte foram presos dentro do mesmo departamento do Ministério.”

A pena de Pettigrew seria um Beijo do Dementador, mas com o exílio das criaturas, ele foi condenado a outra pena, que o Ministério mantém em sigilo total.

— Nós não queremos um Comensal da Morte perto de um Dementador. Tememos que eles estejam tentando se aliar a Você Sabe Quem e não sabemos o estado atual dos ex-guardas da Prisão.

A Família Pettigrew, que atualmente mora em Krasnodar, na Rússia, enviou ao Ministério da Magia da Grã-Bretanha, uma carta oficial, deserdando Pedro, que pelo o que se espera, não sairá mais da Prisão de Azkaban.

“Mais uma vez eu peço extrema cautela da população mágica. Temo dizer que estamos nas beiras, se já não iniciamos, uma Segunda Guerra. Não sabemos se será pior do que a existente durante o apogeu de Aquele Que Não Deve Ser Nomeado. Pedimos, com muito pesar, que o sistema de segurança própria seja retomado. Não é mais seguro fazer novas amizades e nem expor suas opiniões” disse também o Ministro da Magia ao Profeta Diário.

O Ministério da Magia e o Profeta Diário trazem nas páginas 11—16, guias práticos de defesa, passos de desarma-mento, dicas de azarações, etc.

Mais informações sobre o caso de Pedro Pettigrew na seção Segurança Bruxa, páginas 23—25.

— Bem — disse Harry ao acabar de ler —, ele teve o que mereceu. Isso aconteceria na noite em que conhecemos Sirius, mas… — Harry não conseguiu falar mais nada.

— C’est la vie, Harry — disse Hermione tentando consolar o amigo. — É a vida. Isso acontece. Tudo o que se exige de todos, é força para superar. Afinal, a sua vida continua. E você tem de fazer tudo para que ela seja tudo o que você precise.

Harry não sabia o que dizer para agradecer a Hermione, então, só pode concordar com a cabeça.

— Onde foi que você aprendeu a falar francês? — Perguntou Rony.

— Não sei se você lembra, mas enquanto você estava no Egito, eu estava na França, Rony. Não tenho culpa se você nem se deu ao trabalho de aprender o idioma local.

— Vamos. Anime-se, Harry. Que tal uma partida de xadrez? — Perguntou Rony.

— É, pode ser. — Respondeu Harry. O garoto não estava com um pingo de vontade de jogar xadrez, mas pelo menos, ninguém falaria com ele sobre Sirius e Rabicho.

No horário de sempre, Harry foi até a sala de Dumbledore, para mais uma aula de Oclumência. Hoje, porém, Harry não fazia o menor esforço em bloquear a mente.

— Harry — disse Dumbledore após várias tentativas em que o diretor já havia visto quase toda a vida de Harry —, sei que você está chateado, ou talvez até com uma ponta de raiva, pelo o que você leu hoje no Profeta Diário. Embora, você não tenha mostrado isso, nem na Oclumência.

— É, é mais ou menos isso — respondeu Harry, sentando-se na cadeira.

— Deixe então, — Dumbledore também se sentou — que eu me expresse melhor. Você está se sentindo culpado pela morte de Sirius.

Harry concordou com a cabeça.

— Você acha então, — continuou Dumbledore — que se você não tivesse libertado Rabicho, Sirius ainda estaria vivo. Afinal, Rabicho não se juntaria a Voldemort, ele não voltaria ao poder, não arrastaria você até o Departamento de Mistérios e Sirius não teria morrido.

Mais uma vez, Harry concordou com a cabeça.

— Harry, eu não sei se você se lembra, mas quando eu te visitei na Ala Hospitalar, no fim do seu primeiro ano, quando você salvou a Pedra Filosofal, eu lhe disse que a Pedra havia sido destruída e você me falou que Voldemort não poderia mais voltar. Eu, porém, lhe respondi que ele acharia outra maneira de retornar, Harry. Aquela poção de osso, carne e sangue, deu certo, Harry. Mas poderia não dar, por inúmeras razões. E se não desse,…

— Ele não voltaria — disse Harry.

— Não daquela vez, Harry. Mas mesmo assim, ele voltaria um dia. Será que você se esqueceu com o que você sonha quase todas as noites. Será que você não se lembra, de que ele um dia vai lutar com você e só um vai sobreviver? Você também tem que se lembrar que, para que ele lute com você, Harry, Voldemort precisaria de um corpo e tudo mais. Ele voltaria de uma forma ou de outra, você não tem que se culpar por isso. Lembre-se do que a Srta. Granger lhe disse quando você acabou de ler a reportagem do Profeta Diário esta manhã.

Harry se surpreendeu por Dumbledore saber o que Hermione havia dito.

— Vamos tentar mais uma vez? — disse Dumbledore se levantando.

Harry também se levantou e Dumbledore disse, levantando a varinha:

Legilimens!

Desta vez, Harry não viu nenhum momento de sua vida, ele viu mais uma vez, Voldemort. Harry não conseguia ver onde o bruxo estava, mas ele estava com bastante fúria.

— Azkaban?! Era pra ele ficar com o Dumbledore! Seu imbecil, você me falou que este plano era confiável. Levava o Pettigrew pra um lobisomem, mostrava isso ao Potter e fazia alguém da Ordem da Fênix ir até lá. Mas mandaram ele para o St. Mungus e de lá ele vai ser mandado pra Azkaban. Com aqueles guardas de extrema confiança do Fudge. Meus homens já tentaram passar por eles três vezes, mas instalaram um alarme que leva o Fudge até lá imediatamente. Já sei, por enquanto é o melhor que temos a fazer. Você vai falar pro Dumbledore que quer trabalhar contra mim, Gretel. E vai ficar de olho em tudo o que acontece na Ordem da Fênix. Entendeu?

E Harry voltou a ver a sala de Dumbledore. Ele veio a descobrir que estava caído no chão, então se sentou novamente na cadeira e, pela cara do diretor, Harry ficou calado.

— Harry, — disse Dumbledore — acho que já está bom por hoje. Pode ir.

Sem dizer uma palavra, Harry se levantou, cruzou a sala do diretor, saiu pela escada circular e se dirigiu à Torre da Grifinória. Ao parar em frente ao retrato da Mulher Gorda, ele se lembrou que tinha um encontro com Hagrid e voltou pelo mesmo corredor até a Sala de Aulas número sete. Rony e Hermione não estavam com Hagrid. Harry pensou que os amigos ainda não saíram da aula de Oclumência.

— O quê foi isso? — Foi a primeira coisa que Harry falou ao entrar na sala. Hagrid estava com um corte verde ácido na maçã esquerda do rosto que de vez em quando sangrava algumas gotas — Foi o Grope? — Grope era o irmão gigante, por parte de mãe, de Hagrid.

— Não, não foi o Gropinho. Ele está bem e está mais calmo, já está falando inglês quase fluentemente. Isso foi um corte de dragão.

— Dragão? Aonde?

— Dumbledore e Fudge os colocaram nas portas da escola, assim como ficavam os Dementadores. Carlinhos Weasley também veio para cá. Você já o viu?

— Ainda não. Mas, Hagrid, você deveria procurar a Madame Pomfrey. Está sangrando cada vez mais — agora, um fino fio de sangue escorria da face de Hagrid, que mais parecia uma torneira mal fechada. — Isso pode ser perigoso.

— Não. É só o espinho da cauda de um Verde Galês. Não é tão perigoso assim.

— Imagina.

— Ei Harry, você não vai adivinhar quem Carlinhos trouxe.

— Não. Quem é?

— O Norberto. Não é ótimo?

— Ótimo. Muito legal.

Harry decidiu não mostrar maiores opiniões. Sabia muito bem o que era viver em companhia de Norberto quando ele era filhote, agora que já deveria ter alcançado a idade adulta… o garoto não gostava nem de pensar sobre isso.

Os dois ficaram conversando sobre dragões (Harry mais concordava com Hagrid do que falava alguma coisa), quando Harry perguntou:

— Hagrid, se eu não posso sair do castelo, como eu vou assistir às suas aulas?

— Dumbledore já deu um jeito nisso. Você está na nova Sala de Aulas de Trato das Criaturas Mágicas. O Carlinhos vai dar algumas aulas enquanto eu estiver em missões da Ordem da Fênix, como a que eu vou iniciar na segunda quinzena de Setembro.

— E qual é, Hagrid?

— Não posso dizer. Dumbledore quer sigilo absoluto. Mas, parabéns Harry. Excepcional em Trato das Criaturas Mágicas. Parabéns.

— Obrigado — Harry teve absoluta certeza de que Hagrid mudara propositadamente de assunto, só para que Harry não tivesse outra chance de falar sobre suas missões para a Ordem da Fênix.

— Hagrid! O quê é isso? — Hermione havia entrado na sala, Rony atrás dela. O garoto tentou esconder uma inconfundível cara de nojo ao olhar o corte na face de Hagrid. — Você devia ir… você precisa ir à Ala Hospitalar, Hagrid. Isso é ferida de cauda de dragão. É perigoso.

Hagrid também mudou de assunto.

— Estava falando com o Harry sobre o Excepcional que ele conseguiu em Trato das Criaturas Mágicas, parabéns também pelo seu Excede Expectativas, Rony, e pelo seu Excepcional também, Hermione. Salvaram a minha pele. Dumbledore veio me falar que foram os melhores resultados em exames de N.O.M.s na matéria nos últimos quinze anos. Toda a Grifinória teve no mínimo Aceitável.

Harry se sentiu muito orgulhoso de Hagrid. Isso era uma prova de que, realmente, Hagrid era um excelente professor.

Hagrid contou a Hermione e Rony sobre as novas aulas de Trato das Criaturas Mágicas. Quando disse que Carlinhos também daria aulas, Rony comentou:

— Fala sério! Eu vou ser aluno do meu irmão?!

*        *        *

Harry, Rony e Hermione estavam há um bom tempo dentro daquela sala com Hagrid. Hermione providenciara uma mesa com chá e biscoitos, que estavam muito gostosos.

Em certo momento Hermione ficou um pouco de fora da conversa, foi quando Hagrid começou a falar das chances da Grifinória de ganhar a Taça de Quadribol sendo Harry o capitão do time.

Eles também conversaram sobre os bichos que Hagrid havia arranjado para a sexta série.

— São realmente incríveis — disse Hagrid um pouco emocionado. — Carlinhos Weasley conseguiu animais fantásticos, alguns que Hogwarts nunca tivera.

Então, Hermione tocou no assunto da Ordem da Fênix:

— Hagrid. Todos aqui fazem missões para a Ordem, você não tem nenhuma?

Hagrid fingiu não ouvir e mudou de assunto bruscamente.

Uma hora mais tarde, os três saíram da Sala de Aulas número sete e se dirigiram para a Torre da Grifinória.

— Gostaria de saber qual é a próxima missão de Hagrid na Ordem — disse Rony quando ele e Harry estavam entrando no dormitório, Hermione também já havia ido se deitar. — Você tem idéia de qual é?

— Ele falou que vai iniciar uma na segunda quinzena de setembro, mas não me disse mais nada — respondeu Harry tirando as vestes e vestindo os pijamas.

— Ei, Harry. Amanhã começa o ano letivo — disse Rony se deitando. — Não vejo a hora de poder treinar Quadribol de novo.

— É, é muito bom o ano letivo começar outra vez. Quero respirar ar puro.

Harry se virou na cama e ficou pensando como seria a sexta série, quando, depois de muito pensar, acabou adormecendo.


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