Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 44
A PROFECIA REVELADA


Notas iniciais do capítulo

Nenhum capítulo desta fanfic teve seu título trocado tantas vezes quanto este. Mesmo terminada em dezembro de 2005, este título só apareceu em meados de 2009, quando pude finalmente possuir uma versão impressa da história.



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Eles olharam para trás. Os quatro jun- tos. Deram de cara com Voldemort. Ele estava acompanhado pela metade dos Comensais da Morte que sobraram.

— Vocês me ouviram. VÃO!

— Não, Harry é nosso amigo — respondeu Hermione.

— Como ousa. Sua trouxa.

— Olha quem fala — disse Hermione num tom mais alto do que o normal. — Se vangloriando tanto, fazendo uma seleção absurda de sangue. Vinda de quem? De um mestiço filho de um trouxa que largou a mulher quando descobriu que era uma bruxa.

Os olhos de Voldemort estavam vermelhos como um rubi.

Avada Kedavra!

Reducto!

Rony fora o mais rápido, parecia já esperar pela reação de Voldemort. A Maldição da Morte nem cruzara todo o local e se desfez.

— Vamos ficar — disse Rony. — Faremos pelo Harry algo quer ninguém nunca fez por você. Se for preciso, morreremos por ele. Mais uma vez.

Harry nunca viu Rony tomar um ato tão grande de coragem. Ele estava beirando a fúria e a determinação.

— Mas se o Potter tem companhia, eu também terei. Comensais! Agora!

Uma chuva de feitiços voou na direção deles. Harry conjurou um escudo que protegeu os quatro. O garoto ouviu Sirius falando:

— Vamos nos separar. Cada um para um canto. Agora!

O enorme escudo se partiu e passou a proteger cada um individualmente. Os quatro correram para fora e, assim como Sirius queria, os Comensais se dividiram e foram atrás deles. Harry só teve tempo para ouvir Voldemort gritando:

—TRAGAM-ME O POTTER VIVO!

Harry chegou até as escadas. Não havia mais para onde descer. Foi subindo, subindo até onde pôde. Parou no D-6, pois um Comensal da Morte havia aparatado na escada em cima e não deixaria o garoto subir mais um nível.

Não havia como descer de volta. Mas antes que pudesse pensar em qualquer coisa, um Comensal da Morte, num gesto estúpido, pulou por cima dele, forçando o garoto a cair dentro de uma cela. Sua cabeça doía, mas antes que o Comensal pudesse trancar a cela, o garoto gritou:

BOMBARDA!

A parede explodiu, derrubando a grade sobre o Comensal.

Outros dois Comensais vieram na direção de Harry. O garoto gritou:

INCARCEROUS!

Os ferros da grade de uma cela se soltaram da parede e envolveram os dois Comensais, os impedindo qualquer movimento.

Harry enfeitiçou cada um e a todos os Comensais da Morte que apareciam no caminho. Alguns caíram, outros foram atirados no ar. Quando chegou ao E-9, o caminho ficou livre, embora ele não tivesse mais nenhum sinal que fosse de Rony, nem de Hermione e Sirius.

Harry foi descendo cada vez mais devagar os andares. Percebia que alguma coisa estava errada. Não havia nenhum sinal de ninguém. Nem mesmo de Voldemort.

Sabia que algo estava errado. Embora estivesse alerta a qualquer movimento ali. Então não mais sentia o chão. Olhou para baixo. Estava a mais de um metro, quase dois, do chão. Estava dentro de uma esfera de luz branca. Tentou enfeitiçá-la, mas não conseguiu. A única coisa que fez foi provocar uma dor dilacerante que tomou cada centímetro do seu corpo. Parecia que estava sofrendo a Maldição Cruciatus.

Harry foi levado de volta à Sala de Execução B. Apenas Voldemort estava dentro dela.

— Finalmente estão aprendendo a me obedecer — disse Voldemort num sussurro raivoso. — Você não deveria ter fugido de mim assim, Potter. Acho que você merece um castigo, mas já cansei de te lançar a Maldição Cruciatus. Acho que vou deixar dois amigos meus tomarem conta de você. Demachelier! Goldstein!

Esperando ver dois Comensais da Morte, Harry se surpreendeu ao ver dois Guardas de Azkaban surgindo do nada pouco à frente de Voldemort.

Os Guardas avançaram para Harry com os bastões da mesma forma que fizeram no gabinete de Marie Claire Lapaix no natal. Os dois chegaram à esfera que protegia o garoto e encostaram os bastões nela. A esfera se desfez de imediato e Harry caiu no chão. Os guardas foram com os bastões até a testa de Harry, quando o garoto ouviu um grito rouco entrar na sala.

— SOLTEM!

Era Sirius, ele estava com a varinha em punho. Apontava para os Guardas. Estes levantaram a cabeça para ver quem era. Voldemort lançou um feitiço em Sirius, mas o padrinho revidou quase instantaneamente. O feitiço de Voldemort se desfez no meio do caminho. Os Guardas voltaram sua atenção para ele. Estavam com a ponta do bastão a cinco centímetros da cabeça dele… quatro… três…

— EU DISSE PRA SOLTAR!

Dois… um centímetro… no próximo segundo, iriam encostar. Harry tentou se debater, mas havia um outro bastão à mesma distância do outro lado.

— EU FALEI PRA SOLTAR ELE! CRUCIO!

Um dos guardas caiu no chão e se debatia na mais dolorosa tortura. O outro Guarda abaixara o bastão e erguera a varinha, apontando-a para Sirius.

Avada Kedavra!

Reflecto!

O feitiço voltou para o Guarda. Harry percebeu que ele estava morto antes de se desequilibrar e cair no chão sobre as pernas. O outro guarda ainda estava no chão, por demais fraco para se mover. Voldemort mirava feitiço atrás de feitiço em Harry e Sirius, mas o padrinho empurrou logo o garoto para fora da sala. Eles correram para um corredor e Harry viu que as Salas de Execução iam até a letra Q. Harry se imaginou se haveriam tantos modos assim para matar um condenado. Harry gelou de pensar que uma delas continha a pior forma, a que ia além da morte: o beijo do Dementador.

No fim do corredor, eles encontraram Rony e Hermione duelando contra dois Comensais.

— ABAIXA! — Harry gritou para os dois que imediatamente obedeceram. — CORPUS MORTIS!
Harry sabia o efeito daquele feitiço, mas não sabia como: o Comensal atingido caiu no chão. Sua alma levantou de seu corpo e saiu voando em alta velocidade. Hermione olhava aterrorizada para Harry, mas o garoto não deu atenção à amiga. Tudo o que aconteceu desde a hora em que Harry perdera a vassoura quando não estava jogando era culpa de Voldemort e de seus Comensais. E antes que sua boca pudesse dizer, sua mente gritou CRUCIO!

O outro Comensal caiu no chão. Debatia-se que nem o Guarda que Sirius amaldiçoara. Harry se consumia em cólera. Não conseguia cancelar o feitiço. Assistiu pelo o que pareceu muito tempo ao Comensal gritar no chão. Hermione estava dividida entre a vontade de gritar uma ordem para Harry parar com aquilo e o medo de enfrentar o garoto.

Uns poucos minutos depois, Harry ainda não havia conseguido abaixar a varinha. Mas se impressionara de nenhum Comensal ter sido atraído até ali pelos gritos do que estava no chão.

Até que ele parou de gritar. Não tinha mais forças. Harry finalmente abaixara a varinha. O Comensal não mexeu nem um mísero centímetro. Então o entendimento tomara conta da mente de Harry: ele torturara aquele homem até a morte.

Hermione estava imóvel de choque. Harry ouviu passos que vinham da direção do lugar onde Voldemort estava.

— Vamos embora — disse o garoto. — Sirius, você conhece o lugar…

Sirius, que também estava em choque, não disse uma única palavra. Passou por cima do corpo do Comensal e liderou o grupo. Eles andaram por uns cinco minutos, sem dizer uma única palavra.

Ao final de um corredor dois andares abaixo das salas de execução, havia uma porta de madeira mofada, muito velha, onde uma tentativa mal-sucedida de envernizar estava quase toda solta da madeira. Com um aceno de varinha, Harry explodiu a porta. O cheiro de mofo ficou ainda mais forte.

Além da porta, Harry viu um enorme campo gramado, com placas de mármore pequenas presas ao chão. Harry se aproximou de uma para ler.

Cisneros Jiggle

TROUXIFICAÇÃO SEGUIDA DE MORTE

* 06-12-1819  … 30-05-1851

Harry continuou andando. Cada placa continha o nome de um prisioneiro, a razão da morte, a data de nascimento e do óbito. Harry deparou com as causas mais estranhas, mas não estava atento a isso. A única coisa que pôde perceber foi que aquele campo era fechado. Não teriam como sair.

— Não é tão bonito quanto o do meu pai, mas deve servir.

Voldemort esperava atrás de uma lápide. A varinha em punho.

— Já chega de brincadeira, Potter — disse Voldemort com raiva. — Avada Kedavra!

Harry não estava preparado, sentiu o jato de luz verde bater em seu peito com toda a força e sentiu o impacto atingi-lo e arremessá-lo longe. Caiu no chão e bateu a cabeça no túmulo de Lúcio Malfoy. Ele não entendeu nada. Como conseguiu sentir tudo isso. Já deveria estar morto há muito tempo. Levou a mão ao lugar em que o feitiço o atingiu e viu que o alvo acertado não foi ele e sim o pomo de ouro que ele tinha posto há horas no seu bolso.

— Eu acho que você errou. Milorde.

Harry estava de pé. A varinha em punho. Uma coragem quase absurda se apoderava dele. Uma coragem que se misturava fortemente a uma incrível ousadia. Sentia-se o homem mais corajoso do mundo. Não mais considerava Voldemort uma ameaça, mas sim um adversário à sua altura. Poderia ser até difícil, mas Harry sabia que tinha as mesmas chances de matar quanto de morrer agora. Esqueceu a determinação de não mencionar a profecia. Sentiu-se tentado a executar logo um feitiço, mas resolveu se controlar.

— Vamos conversar um pouco, Tom — Harry viu a cara de fúria de Voldemort ao ouvir seu verdadeiro nome. — Faz muito tempo que não vejo o que anda acontecendo com você. Acho que na última vez você estava admitindo alguns Comensais novos. Pena que você perdeu quase todos eles. Você os matou hoje. Não fui eu. Aquele feitiço era reversível e iria parecer que nada aconteceu.

A cara de fúria de Voldemort foi ficando cada vez pior. Mas Harry sabia que não podia parar.

— Mas a mais divertida de todas foi, sem dúvida, ver você na porta do quartel general da Ordem da Fênix se perguntando onde ele ficava. Não adiantou muito descobrir, não foi? Você mandou dois Comensais para a minha festa de aniversário. O que você queria? Que eles me matassem? Não iria adiantar nada, meu caro. Ah, desculpe, às vezes esqueço que você ainda não conseguiu ouvir o que aquela profecia diz, não é? Até mandou um Comensal sequestrar Sibila Trelawney. Mas eu cruzei o caminho dele, não foi? Ele tentou me matar e eu me protegi. Infelizmente, ele morreu.

“Mas as suas atitudes foram incríveis. Responde: o que você queria na Enfermaria Alvo Dumbledore? Bom, não importa. Você ofereceu o seu animal de estimação para a morte.

Mas não vamos fugir do assunto. Estávamos falando da profecia. Realmente, naquele dia no Ministério, ninguém a ouviu. Pena. Mas é por isso que eu gosto tanto de ser um aluno de Dumbledore. Foi para ele a profecia, não? Mas isso você sabia, o Comensal que ouviu aquele pedaço deve ter dito. Mas ele me mostrou tudo.

Bom, ela me explicou muita coisa. Quando descobri que era ofidioglota, achei que era um assassino maluco que nem você, mas não. Foi culpa sua. Foi você que me marcou como igual. Quem me deu tantos poderes, inclusive o que tantos dariam tudo para ter. Eu sou capaz de ver os seus pensamentos mais íntimos. Mas você não consegue usar a Legilimência contra mim. Pena.

Mas sabe o que me deixa curioso? Poderia não ter sido eu. Tantas vezes eu me pergunto o que fez você me escolher e descartar o Neville. Sabe, eu ouvi muito sobre os pais dele. Frank e Alícia Longbottom. Incríveis aurores, eram mesmo. Pena que o estado deles hoje seja tão lastimável. Mas eu não estou reclamando, sabe, eu poderia ter pais, um padrinho sempre presente. Mas não sou injusto, há um verme que é tão culpado quanto você. Mas ele vai encontrar o destino dele, nem que eu tenha que fazê-lo.

Que tolice a minha. Fugi do assunto de novo. Você sabia que até a hora em que eu te matar ninguém poderá fazê-lo? É verdade. Só eu tenho o poder de matar você. Tudo por sua causa. Se você não tivesse me escolhido, eu seria mais um como qualquer outro.

Existe ainda uma outra parte, digamos que eu às vezes esqueço dela. Eu tenho um poder que você desconhece, Lord das Trevas. O que equivale as coisas, não?

Mas você está tão calado, Tom. Quando você conversava comigo, fosse Câmara Secreta, no cemitério, até mesmo dentro do Ministério você me escutou. E eu agora vou escutar. Ah… a não ser que… bom, eu nunca prestei muita atenção ao que não me interessa, Hermione que o diga, mas quando alguém me conta o que eu estou há tanto tempo querendo ouvir, e no seu caso são quase dezessete anos, eu estaria todo a ouvidos.

Mas eu acho que disse tudo. Eu nasci de pais que o enfrentaram com sucesso três vezes, e se você me permite dizer, com os de Neville são mais três: seis. Contando comigo, dez. Você não parece tão perigoso quanto dizem. Mas voltando, eu nasci quando o sétimo mês morreu, mas isso é pura circunstância, vamos à parte em que você é culpado: você me marcou como seu igual, me tornou tão invencível quanto você. E, no final, um vai ter que morrer na mão do outro. E que seja agora” Harry se inspirou mais ainda em tudo o que já aconteceu. Mal terminara de falar e continuou. “Accio!”

A varinha de Hermione voou da mão da garota para as mãos de Harry.

— Assustei vocês — disse Harry rindo. — Mas eu sei que não adianta colocar duas varinhas gêmeas para duelar. Precisava de outra. AVADA KEDAVRA!

O jato de luz verde saiu imediatamente da ponta da varinha. Harry se impressionou que pudesse usar tão bem a varinha de outra pessoa. Voldemort, embora surpreso por tudo o que havia escutado, estava pronto e rebateu o mesmo feitiço quase que instantaneamente. Os dois se encontraram no ar e explodiram imediatamente, causando um forte eco, mas nenhum efeito.

— Cansei de esperar, Tom — disse Harry rindo. — Se eu tenho que colocar um fim em você é melhor fazer isso logo, tem muita gente aqui de prova que eu nunca fui muito paciente.

Harry milagrosamente conseguia ver claramente que Voldemort, por mais que estivesse usando a Oclumência contra Harry, não conseguia esconder um único pensamento, nem um único feitiço.

Várias vezes Voldemort lançou em Harry maldições, mas o garoto desfazia todas. Mas as coisas não estavam muito melhor para Harry. Voldemort desfazia todos os feitiços do garoto. Cansado, Harry abaixou a varinha e disse:

— A gente vai ficar nessa coisa ridícula por muito tempo? Eu tenho mais o que fazer. Crucio! — Voldemort se esquivou do feitiço e este quebrou uma lápide. Vários pedaços de pedra de uma estátua de aspecto medieval foram atirados pelo ar. — Hermione, Rony e Sirius, saiam daqui e se espalhem! Eu encontro vocês. Agora!

Não foi preciso mandar duas vezes. Em menos de um minuto os três já haviam ido.

— Vamos, milorde. Aonde foi parar todo aquele talento excepcional? Olha, realmente somos parecidos. Dumbledore está de parabéns. Fez um ótimo trabalho com nós dois. Aquele homem realmente sabe educar seus alunos.

E Harry ouviu exatamente o que ele esperava ouvir ao dizer essas palavras: bem alto dentro dele. Dando, se possível, ainda mais coragem do que a que ele já tinha: a canção da fênix.

Harry não sabia como, mas conseguiu, sem usar a varinha, lançar um feitiço para Confundir em Voldemort, fazendo-o acreditar que ele não havia se mexido. Quando viu que o feitiço fez um leve, mas não completo efeito, ele correu o mais que pôde e saiu pela mesma abertura em que havia explodido a porta.

Ainda impressionado de ter confundido Lord Voldemort, Harry correu o mais que pôde. Ele não encontrou ninguém no seu caminho. Só os corpos dos dois Comensais mortos. Harry viu umas pedras no chão e pensou que não recusaria companhia.

Corpus Vivadart!

As pedras se contorceram e foram ganhando membros. Homens muito grandes com a face coberta por um capuz o observavam. Seu plano de criar criaturas iguais a Comensais da Morte deu certo.

— Escutem — disse Harry com um pouco de pressa. Achou ter ouvido passos alguns andares abaixo. A esta hora Voldemort já devia ter percebido que fora enganado. — Existem homens vestidos iguais a vocês aqui. Eles são perigosos. E muito. Vocês têm varinha? — O homem a frente concordou com a cabeça. — A única forma de sobrevivermos é lutarmos contra eles. Teremos a vantagem de que acharão que estão do lado deles. Não pensem duas vezes antes de usar maldições da morte. Mas somente contra os outros encapuzados. Inventem um código de identificação e protejam-se. Tentem sempre aparentar que me têm como prisioneiro. Ajudará no disfarce.

Eles procuraram por Rony, Hermione e Sirius em todos os andares, mas não havia nenhum sinal deles. E o mais estranho, nenhum sinal dos Comensais da Morte.

Mas esta sorte não durou tanto. Quando eles chegaram ao D-2, eles cruzaram com uns vinte Comensais. Um deles virou.

— Ah, vocês estão aí. Muito bem. Finalmente vamos entregar o Potter ao Lord das Trevas.

Pelo lado esquerdo de Harry voou um jato de luz verde que acertou o Comensal no meio do peito. Outros tantos voaram na direção deles e todos começaram a travar uma luta.

Harry ouviu um Comensal gritar que eram para manter Potter vivo, que ele era para ser levado para Voldemort.

Se vendo livre do duelo, mas sabendo que poderia ser levado, o garoto aproveitou uma brecha e saiu correndo pela escada abaixo.

Harry correu de volta aos corredores das Salas de Execução. Era o único lugar onde não havia procurado pelos três. Mas achou alguém no fim de um dos corredores com uma aparência muito familiar.

De costas, os cabelos negros muito despenteados sobre as vestes de Quadribol de Hogwarts. Harry não conseguia acreditar que estava olhando para si. Sem perder tempo com perguntas, Harry brandiu a varinha e gritou: Revelio!

O seu outro eu começou a se contorcer. Seu cabelo foi sendo trocado por outro castanho e longo, seu uniforme, pela veste com capuz de Comensal, sua estatura foi diminuindo e o Comensal foi totalmente revelado, mas antes que pudesse tomar uma atitude, Harry foi mais rápido. Pegou a varinha e gritou:

Incarcerous!

Cordas muito fortes saíram da varinha de Harry e imobilizaram o Comensal.

Estupefaça!

O Comensal desmaiou e caiu no chão. Harry olhou para o lugar em que ele estava. Era a Sala de Execução C. O garoto se aproximou da porta e tentou abri-la. Estava trancada. Tentou um feitiço e nada. Harry tentou de tudo, explodir, abrir, partir, mas nada funcionou. Como se fosse resolver alguma coisa, ele apalpou os bolsos.

O mais estranho de tudo foi que ele encontrou uma solução. Em um deles estava a garrafinha que Fred o dera durante o intervalo da partida. O Duplicador Multifuncional.

Harry apertou o lançador e borrifou o líquido sobre si várias vezes. Ao final ele estava na companhia de mais seis dele. Harry nunca se sentiu tão estranho. Era como ter sua capacidade mental multiplicada por sete.

— No três. Um… dois… TRÊS!

Os sete apontaram as varinhas para a porta e gritaram:

METAT NACNIET INIF!

Nada. Aproximando o ouvido da porta, Harry ouviu Rony, Hermione e Sirius. Aparentemente gritavam, mas suas vozes não passavam de um sussurro. Harry reconheceu imediatamente o tipo de sala que estava encarando. O garoto então se lembrou dos feitiços que havia traduzido nas primeiras aulas de Almenídeo. Havia um bem prático que, no texto daqueles papéis, serviria para quebrar parte do feitiço, tornando a porta possível de ser enfeitiçada. Levantando as varinhas mais uma vez, os sete disseram:

LEVIG NITANIA TROPARA CITIEF NEMAS SOPS NEMOH SOEAP MORESAI GAMAOT NEMOME TSENEUQ!

Sete jatos de luz dourada saíram das varinhas e se encontraram, se entrelaçando. Atingiram a porta no meio. A luz se espalhou ao longo de toda ela. Passou quase um minuto e a porta voltou ao normal. Intacta. Harry aproximou os ouvidos e não escutou mais nada.

BOMBARDA!

A porta explodiu revelando no seu interior uma sala muito bonita.

Ela era comprida e alta. Totalmente branca com colunas bem posicionadas. Havia uma mesa de mogno ao fundo com confortáveis cadeiras de chintz. Uma lareira ficava ao lado da porta e havia um vaso de flores preso a ela. Mas não havia flor. Harry reconheceu instantaneamente um vaso cheio de Pó de Flu. Vários quadros de bruxos estavam pendurados. Harry se sentiu tentado em entrar, mas sabia que não podia. Viu que a sala estava vazia.

— RONY, HERMIONE E SIRIUS! SEI QUE ESTÃO AÍ. SAÍAM AGORA! EU AJUDO VOCÊS.

A imagem da sala se distorceu. O que ele viu foi uma sala muito feia, escura e mofada. Não viu nada até que a mão de Sirius apareceu e Harry, se esforçando ao máximo para não ser puxado para a sala, agarrou a mão dele. — Me ajudem — disse Harry para as suas cópias. Elas se seguraram no garoto e começaram a puxar.

Atrás de Sirius saiu Rony, dando as mãos a Hermione, eles pareciam mais fortes do que no verão. Embora quando os três haviam finalmente saído e a porta fechado mais uma vez, desmaiaram.

— Aqui — virou Harry para as suas cópias. Eles se dividiram em duplas e cada uma lançou um feitiço para reanimar em Rony, Hermione e Sirius.

— Harry — disse Rony se levantando. — Qual deles é você?

— Boa pergunta Weasley — disse uma voz atrás deles. Os Comensais o haviam achado. — Qual desses realmente é você, Potter?

Uma cópia avançou.

— Eu. Todos atrás de mim são cópias.

— Ótimo — disse um Comensal erguendo a varinha e gritando: — INCARCEROUS! — As cordas voaram da varinha e quando se encostaram à cópia voltaram para o Comensal, prendendo-o no próprio feitiço. — O que é isso? — Ele perguntou desesperado, sem conseguir sem mexer.

Os outros Comensais avançaram para eles e as cópias avançaram também. O verdadeiro Harry virou para Hermione.

— As cópias vão reverter todos os feitiços, e eu agradeceria uma ajuda.

Hermione acenou com a varinha, mas nada aconteceu. Harry ficou olhando para a garota, que parecia ter conseguido o efeito que queria. Harry olhou então à volta, esperando ver alguém caído, mas nada. Quando se virou para Hermione para perguntar o que fora aquilo, viu que a garota estava cochichando algo com Rony. Virou-se pra frente, se esquivando de um feitiço que ultrapassara o bolo que eram os Comensais e as cópias de Harry. O garoto ouviu um Comensal gritar que nenhum daqueles deveria ser o verdadeiro. Quando avançou para Harry, Rony, Hermione e Sirius, tomou um susto ao ver a vassoura de Harry passar rente às suas orelhas. Harry a agarrou e sentiu a mão de Hermione fecharem fortemente no seu pulso. Ela gritou:

— Rony, AGORA!

E a próxima coisa que Harry sentiu foi como se estivesse sendo esticado como um elástico para todos os lados. Sentia que passava pelo que parecia uma outra dimensão. Mas isso tudo foi muito rápido. Logo ele caiu de joelhos no chão e começou a vomitar.


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