Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 36
A ENFERMARIA ESPECIAL




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Hermione disse, à guisa de bom dia, que uma vez que Rony não estava com eles, os dois tinham que ir até o garoto. Por isso, logo que acordaram, os dois procuraram a professora McGonagall para retirar os nomes da lista dos alunos que ficariam no trem nas férias de páscoa.

Por um momento Harry pensou que Dumbledore não os deixaria. Mas depois de muita insistência dos dois garotos o diretor resolveu ceder.

Então, às onze horas da manhã de Sábado, Harry e Hermione foram levados para a porta do Palace Beauxbatons onde encontraram Quim Shacklebolt, Ninfadora Tonks, Olho-Tonto Moody e Remo Lupin à espera dos garotos em frente a um carro comprido, laranja berrante e com as palavras Ministério da Magia escritas em letras garrafais roxas em cada das quatro portas.

— E aí, Harry? Beleza? — Perguntou Tonks animada. A um exame mais atento, Harry percebeu que ela trazia um enorme curativo roxo no braço.

— Tudo — respondeu o garoto sorrindo. — Que é isso?

— Um carro aparatável — respondeu ela. — Não acho que Dumbledore confie muito você nas mãos do Nôitibus Andante então cá estamos. Vamos? — Tonks se virou para Lupin que conversava animadamente com Hermione e Quim. Os dois acenaram com a cabeça e entraram no carro.

Com Tonks à frente, Quim na direção, Harry e Hermione no meio de Lupin e Moody atrás (ainda com espaço de sobra), eles saíram. O carro fez um alto pop e eles estavam andando pela rua londrina onde ficava o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos.

Tonks desceu e logo estava de volta para buscar os outros. Harry e Hermione atravessaram primeiro a vitrine que dava acesso ao hospital e os outros quatros logo os direcionaram para o quinto andar.

— Dumbledore criou esta enfermaria, se não me engano, no verão passado — disse Tonks para os dois. Aquele lugar (pelo menos a porta) não era novo para Harry. Já o visitara na mente de Nagini, a cobra de Voldemort que morrera no instante em que tentava entrar ali.

Quim meteu a mão na maçaneta e abriu a porta.

Harry percebeu que seu queixo despencara.

Aquela era, sem dúvida, a maior enfermaria que Harry já vira na vida. Era absurdamente iluminada, com umas trinta ou quarenta camas. Um grande armário ficava no fim, ao lado esquerdo. Do lado direito, uma porta para uma sala que era também muito iluminada. A porta verde clara possuía uma cruz muito grande e vermelha ao centro. Vários quadros estavam pendurados na enfermaria. Harry teve certeza que eram quadros dos diretores de Hogwarts, que estavam com as outras pontas no escritório de Dumbledore no castelo de Hogwarts e no trem da escola. Ao se lembrar do castelo, uma pontada de saudades invadiu Harry. Mas ao ver Rony, este sentimento ainda tão forte (que nem parecia que foi ontem que surgiu), deu uma aliviada no peito do garoto.

Rapidamente Harry localizou Rony na quinta ou sexta cama do fundo para a porta do lado direito. Ele estava com uma aparência ótima. Parecia realmente recuperado. Harry pensou que os poderes de cura do Hospital eram maiores do que os de Hogwarts.

— Como se sente? — perguntou Hermione se sentando em uma cadeira ao lado dele.

— Muito bem — respondeu Rony sorrindo. Claramente grato da presença dos amigos. — Os curandeiros disseram que em um ou dois dias posso voltar para Hogwarts. Disseram-me que Dumbledore — Rony olhou para Quim, Moody, Lupin e Tonks que estavam conversando bem baixou no canto extremo da enfermaria — não nos quer longe dele por muito tempo. O que é isso?

Rony se assustara (assim como Harry e Hermione) ao ouvir um pigarro atrás deles. Harry logo concluiu que deveria pertencer ao diretor que estava no quadro logo acima da cabeça de Rony. Harry sentiu que agora mesmo, Dumbledore deveria estar sabendo que os garotos chegaram e o que conversavam com Rony. Isso não fez Harry se sentir muito bem.

*        *        *

Harry, Rony e Hermione tiveram um ótimo dia. Quim, Tonks, Lupin e Moody ficaram de guarda, mas longe deles. Harry viu que Rony tinha uns dez livros sobre seu criado-mudo, o que o fez comentar:

— Vocês dois estão ficando tempo demais juntos. Isso não é bom.

Rony riu, mas não respondeu.

— Só gostaria de poder andar um pouco — disse Rony ajeitando a coluna. — Os curandeiros não me deixam sair daqui.

— Mas você disse que já se sente bem melhor — disse Hermione num tom de quem não entendia e não se conformava. — Como podem te manter trancado aqui?

Rony apontou para um enorme quadro que ficava logo atrás do lado esquerdo da porta da enfermaria. Era uma foto de tamanho natural de Alvo Dumbledore. O da direita pertencia a Cornélio Fudge (era o que estava escrito na placa embaixo), mas agora estava vazio. Só com o fundo de risca de giz.

— Ah! Então tá — disse Hermione erguendo as sobrancelhas. Harry achou graça em parte. Ficava cada vez mais farto com toda essa perseguição.

*        *        *

Às cinco horas, Harry e Hermione foram obrigados a ir embora. De acordo com Lupin, eles passariam a noite em A Toca. A Sra. Weasley já os esperava e Dumbledore já lançara seus encantamentos para proteger o lugar.

Os dois foram novamente para o andar térreo, ultrapassaram a vitrine, entraram no Carro Aparatável e logo estavam andando pela estrada que levava para A Toca, em Ottery St. Catchpole.

A Sra. Weasley os esperava de braços abertos à porta da cozinha.

— Harry querido! Hermione! Devem estar com fome. Entrem. Preparei o jantar.

Os dois garotos entraram atrás dela e na frente dos quatro bruxos que ainda estavam com eles.

Lá pelas seis horas Fred e Jorge apareceram. Aproveitavam as férias de páscoa para tomar conta pessoalmente da loja no Beco Diagonal.

Todos os dias, quando estavam com o resto da escola no Palace Beauxbatons, os gêmeos administravam a filial que ficava na Avenida da Magia. Agora haviam trocado de lugar com Lino Jordan, que ainda se hospedava no Expresso de Hogwarts.

— Hum! Comida. Isso é bom — disse Fred da porta da cozinha. — Esperem um minuto.

Atrás dos gêmeos, entrou Gina, que viera com eles. A garota também parecia faminta.

Os gêmeos subiram as escadas que levam aos quartos e logo estavam de volta, não mais vestiam as vestes de trabalho, mas sim vestes verdes que pareciam bem velhas.

A Sra. Weasley preparara carne assada com arroz à grega. Harry comeu até sentir a incômoda sensação de que não cabia mais nas roupas que usava.

Para a sobremesa, ela preparara sorvete de amoras feito em casa e Pudim de Yorkshire.

Harry se sentia a ponto de explodir. Lembrou-se da irmã do seu tio Válter, Guida, e se sentiu provavelmente como ela. Pelo menos o garoto não estava levantando do chão.

Se arrastando pelas escadas até o último andar, Harry se encontrou sozinho no quarto laranja de Rony. Nada mudara ali, isso sem contar o sapo, que deveria ter morrido, pois o lugar onde ele ficava estava novamente com um girino. Harry se deitou na cama de Rony. Não viu o momento em que adormecera.

Mas pareceu que haviam se passado somente cinco minutos até que Harry sentiu alguém o cutucando no braço.

—Harry, acorda. Vamos ver o Rony. Já são dez e meia.

Era Hermione. A garota estava vestida. Harry se olhou e viu que estava com as mesmas vestes desde que deixara o Expresso de Hogwarts.

— Hã? O que foi?

— Anda. Vamos ver o Rony. Já deveríamos estar lá.

Harry foi para a cozinha e empurrou dois pedaços de torrada com manteiga ao lado de uma Hermione que não parava de apressá-lo.

Logo Harry estava dentro do Carro Aparatável. Na rua do Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Na entrada do Hospital. Subindo as escadas. Entrando na enfermaria. Sentando-se na cama de Rony.

— Quem era aquele cara?

Harry se referia a um homem que saiu no mesmo instante em que eles entraram.

Tinha a aparência de um fiscal de prova. Vestia-se totalmente de branco e carregava uma prancheta cheia de pergaminho sob o braço.

O homem nem olhara para o grupo (o que queria dizer alguma coisa, já que Tonks estava com um cabelo quase do tamanho dela que mais parecia um arco-íris e seu nariz parecia mais uma azeitona. Ela também usava uma camisa verde-ácido dos Diabretes Pacíficos).

Rony não pareceu ser muito sincero ao encolher os ombros, mas foi bem convincente dizendo que não fazia a mínima idéia de quem ele era.

— Quando você volta pra casa? — Perguntou Hermione.

— Não sei — respondeu Rony encolhendo os ombros novamente. — Talvez até o fim da semana.

— Isso é bom — continuou Hermione. — Você tem alguns deveres de casa para fazer.

Rony gemeu.

— O Prof. Moody veio aqui mais cedo conversar comigo — disse Rony tentando mudar o ritmo da conversa. Harry também não gostava de lembrar da pilha de deveres que ele ainda tinha para fazer. — Disse que, já que estamos no curso, eu não sofrerei penalidades, mas, quando formos aceitos pelo Ministério, eles nos eliminarão por muito menos. Não acho que ele realmente esteja falando sério.

— Ah, não sei não, Rony — disse Harry preocupado — Lembra que a McGonagall disse que há três anos que o Ministério não pegava ninguém para ser auror? Bom, agora devem ser quatro.

— Não — disse Hermione. — Andei pesquisando e uma tal de Helena Maya, da Corvinal, foi aceita em julho.

— Hum. Legal. Eu não vejo a hora de ir embora — Rony disse. Hermione bufou. Harry riu.

*        *        *

Harry e Hermione se divertiam bastante na enfermaria. Chegaram a até, uma semana antes da páscoa, já na metade das férias, a pedir para ficar ali durante a noite.

Antes que Quim, Tonks, Moody ou Lupin pudessem responder, eles ouviram alguém chamando.

Era a pintura de Alvo Dumbledore que ficava atrás da porta que falava.

— Consultei quem pode dar esta informação. Contanto que dois membros da Ordem fiquem postados, tudo bem.

No segundo seguinte ninguém conseguia mais entender nada. De um lado, os quatro bruxos dizendo que não se importavam e decidindo quem iria ficar ali. Do outro, Harry e Hermione insistindo que preferiam voltar para A Toca. Mas ninguém podia esperar a reação de Rony.

— CHEGA! SILÊNCIO! Obrigado.

Todos começaram a rir.

— Agradeço toda a atenção a mim dispensada, mas prefiro que vocês cheguem a uma conclusão silenciosa.

— Então tá — disse Tonks em tom conclusivo. — Vocês ficam. Os quatro ficam de guarda. Dois dentro e dois fora. Sei que é praticamente impossível alguém passar da porta, mas já ficamos preparados. E podemos revezar a cada duas horas.

Harry e Hermione recomeçaram a dizer que não precisava disso tudo e que não se importavam de ir embora. Mas foram cortados logo por Tonks, que levantou a mão para fazê-los calar e continuar falando.

— Também não nos importamos. A Sede está cheia demais e quatro de nós podem ficar fora.

— Ah, isso me lembra — disse Harry. — Aonde é a Sede? Voldemort invadiu Hogwarts.

— Aonde deveria ser desde julho — respondeu Quim insatisfeito. — Na Casa dos Gritos. É. Eu sei que é engraçado — disse ele ao olhar a cara de Harry e Hermione. — Mas nós fizemos um ótimo trabalho nela. E agora o Salgueiro Lutador é um tipo de saída dos fundos. Já podemos usar a porta. Bom, agora que temos uma porta.

— Tem alguém vindo — disse Moody, seu olho mágico vidrado na porta. — Atenção. Não usa uniforme. Oh, não. Podem guardar as varinhas.

Tonks, Lupin e Quim não obedeceram. Até Harry e Hermione tinham as varinhas em punho. Logo a porta da enfermaria se abriu e um grande grupo entrou.

Cinco curandeiros carregavam uma quinta pessoa, a quem Moody se referia. Harry não a conhecia.

— Mundungo Fletcher — disse Moody olhando para o homem depois que os curandeiros saíram.

— Mundungo Fletcher? — Harry não entendia. Conhecia muito bem Mundungo.

— Mundungo Fletcher — disse Hermione numa cara completamente enojada. Harry olhou com mais atenção. Era verdade, era Mundungo. Mas ele estava irreconhecível. Seu rosto estava transfigurado. Tinha uma horrível aparência de terror. Harry se imaginou se ele sofrera a Maldição Avada Kedavra, mas se ele estivesse morto, não estaria internado. Isso pareceu acalmar Harry, que reuniu forças para perguntar:

— O que aconteceu com ele?

— Maldição Cruciatus — respondeu Lupin. — Em excesso, é claro. Mas fizeram questão de mantê-lo vivo. Estranho.

— E o mais estranho é que ele é o quarto a aparecer aqui assim — disse Moody. — Aconteceu o mesmo com Platt Avnet no mês passado.

— E Avnet saiu da Ordem — comentou Quim in7-feliz. — Gostava dele. Fazia-nos rir durante as missões.

— Então isso não é estranho — disse Tonks.

— Tonks, eu sei que o Dunga também é engraçado — disse Lupin franzindo a testa —, mas isso não faz o menor sentido.

— Eu sei que não — disse Tonks enxotando Lupin com a mão. — Mas o que aconteceu depois que Michael Sussman e Lisa McElwaine foram atacados da mesma forma?

— Não me lembro bem — disse Quim coçando a sobrancelha. — Só sei que eles saíram da Ordem.

— Exatamente! — Exclamou Tonks. — Então o que eles querem é …

— Acabar com a Ordem. É sempre um amenos. Pelo menos vivos, o Voldemort pode persuadi-los a virar Comensais da Morte. Mortos não adiantam de nada.

Todos olhavam boquiabertos para Harry. O garoto sentia que corava.

— Muito bom, Potter — disse Moody sorrindo. — Vocês dois têm razão. Dumbledore precisa saber disso.

— Eu já sei.

Todos olharam para trás. Harry chegou a torcer o pescoço. Eles não estavam olhando para a foto de Dumbledore. Mas sim o diretor em pessoa.

— Desde que o meu retrato que fica do lado de fora viu, me avisou e eu vim para cá. Vocês dois podem ficar — ele se virou para Harry e Hermione —, mas não podem sair daqui. Se quiserem alguma coisa, peçam a um dos quatro. Quanto a vocês — Dumbledore se virou para Quim, Tonks, Moody e Lupin. — Alastor, você fica do lado de fora, alerta para a entrada do Hospital. Remo, você fica com o Alastor e pode revezar com os outros dois, que vão ficar aqui dentro. Se alguém suspeito entrar, avisem.

Dumbledore saiu da enfermaria e Moody foi atrás.

— Bom, já sabemos o que fazer — disse Lupin para Tonks e Quim. — Harry, Hermione e Rony. Dumbledore já disse. Se quiserem alguma coisa, é só nos pedir. Podem fazer o que quiserem, mas aqui dentro.

Lupin saiu e fechou a porta. Tonks e Quim conjuraram cada um uma cadeira fofa perto da porta e ficaram ali, com as varinhas em punho.

*        *        *

Dumbledore, Lupin contou, permaneceu no Hospital até o amanhecer. Mas não entrou na enfermaria.

Quanto a Rony, este voltou para casa dois dias depois. O mesmo grupo que os acompanhava os levou para a casa da Sra. Weasley e voltaram para o Hospital, em missão da Ordem.


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