Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 33
ATURANDO SNAPE


Notas iniciais do capítulo

Hoje, sete anos depois de ter escrito este livro, eu penso muito "o que é que eu estava pensando?". Acho que minha maior defesa era "eu era apenas um adolescente".



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Harry continuou sentindo toda aquela dor por mais umas duas semanas. Não conseguia treinar direito. Pois aquele que deveria ser o tempo mais prazeroso, era o mais torturante. Já que ele tinha Emily o evitando a todo segundo e o chamando sempre de “capitão”.

Era bem verdade que ele tentara outras vezes se reconciliar com Emily, mas ela não permitia. Até para Hermione Harry já recorrera, mas nem ela conseguiu algum êxito.

— Desisto Harry — disse Hermione no primeiro fim de semana de fevereiro, quando os dois andavam pelo pátio do Palace Beauxbatons. — Ela acha que o seu comportamento foi totalmente inesperado e inexplicável. Não quer saber de você. Não por enquanto.

— Mas você disse a ela que agi sem pensar? — perguntou Harry desesperado. — Disse a ela que eu sei que errei e estou tentando pedir desculpas?

Hermione concordou com a cabeça. A pena de Harry era completamente visível nos olhos dela.

— Me faz tanta falta — disse Harry para Hermione no café da manhã do dia dos namorados. Ele mandara comprar uma enorme caixa do bombom favorito de Emily, várias flores e um cartão dizendo que precisava dela. Harry emprestara a Rony dinheiro para dar a Hermione um livro que ela queria. O que fez a garota saltar no pescoço de Rony. Harry ficou tanto tempo olhando para uma Emily que olhava na direção oposta a ele que nem percebeu que Edwiges estava ali. Carregando uma carta de papel ofício. Foi necessário a coruja bicar seus dedos para chamar sua atenção para ela. Era a resposta dos pais de Hermione.

Prezado Sr. Potter,

Recebemos a enérgica carta que o Sr. nos enviou e queremos primeiramente dizer que você não tem o direito de mandar na educação que damos à nossa filha.

Segundo, depois de um grande momento de reflexão, chegamos à conclusão de que devemos dar o braço a torcer e assumir que o senhor tem razão. Não deveríamos acreditar primeiro no que diz uma repórter e depois em nossa filha Hermione.

Terceiro, Já ouvimos de Hermione histórias sobre esse tal de Draco Malfoy e concordamos que Emília Bulstrode e Pansy Parkinson, como amigas dele, não queriam muitas amizades com vocês.

Quarto, gostamos e damos nosso total apoio ao namoro de Hermione com Ronald Weasley. Já ouvimos muitas coisas boas a respeito dele. Por nossa filha e por uma carta da Sra. Molly Weasley, que chegou a nós no mesmo dia que a sua.

Quinto, o senhor Potter não mais tem razões para ficar triste conosco. Já explicamos as razões.

Sexto, queremos deixar bem claro que temos e sempre tivemos grande orgulho de nossa querida Hermione.

Atenciosamente,

Sr. e Sra. Granger

Harry entregou a carta para Hermione. Extremamente satisfeito. Por um momento imaginou o que dizia a carta que a mãe de Rony enviou para os pais de Hermione.

— Ah, Harry! Obrigada! — Hermione chorava a cada linha que lia da carta. — Muito obrigada mesmo. Não sabe como me sinto melhor. Mas, o que foi que a sua mãe disse para os meus pais, hein Rony?

Rony encolheu os ombros. Harry poderia apostar o que quisesse que o garoto sabia muito bem o que era e decidira não contar. Pensando em aposta, se lembrou de Emily e voltou a olhar para ela. Mas ela já havia se retirado.

Harry voltou para o seu quarto. Era uma fria tarde de Domingo e o tempo já havia mudado muito. A neve já fora embora. A primavera já anunciava que não tardaria a chegar e o inverno já se preparava para ir embora. Mas ainda fazia muito frio. Decorações com corações, confetes e outras coisas estavam por todo o Expresso de Hogwarts, Palace Beauxbatons e Navio de Durmstrang. Harry ouvia várias pessoas dizendo que o amor estava no ar. Ele não achava.

Harry estava no seu quarto se lembrando de como fora o dia dos namorados do ano anterior. Não gostou muito da lembrança. Foi no dia que ele terminou com Cho. E hoje parecia também o fim do namoro dele com Emily. Harry sentiu que derramava uma lágrima. E adormeceu novamente.

Mas, de qualquer forma, a próxima partida de Harry chegava. Por mais que o tempo se arrastasse e Harry não tivesse mais aquela ansiedade toda pela partida, ele treinava.

Harry chegou ao ponto de aproveitar apenas aqueles momentos frios dos treinos em que Emily o evitava, mas pelo menos, estava perto dela.

Na segunda-feira, quinze de fevereiro, os alunos receberam novas tabelas de horários, que se ajustaram à quantidade dos alunos. Harry não gostou nada. Todas as matérias tinham alguma aula dupla. E a primeira, era de Defesa Contra as Artes das Trevas, ainda com o Prof. Lupin. Ele dissera que o prof. Davi já havia melhorado, mas o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos preferiu deixá-lo em observação e ele voltaria a ensinar depois das férias de páscoa.

Mas pior do que ter aulas duplas todos os dias, de estar tão desconcentrado por culpa de Emily ao ponto de segurar a varinha ao contrário e se transformar num enorme texugo na aula de Transfigurações e assim levar uma nota baixa e perder cinco pontos para a Grifinória, foi a aula dupla de Poções. Logo depois da aula da professora McGonagall e antes da professora Sprout.

Snape estava com o seu péssimo humor habitual. Mas Harry não sabia que naquele dia ele extrapolaria.

Snape estava ensinando os alunos a fazer a Poção da Boa Memória. Simplesmente o efeito contrário da Poção do Esquecimento, que eles aprenderam na primeira série, mas muito mais complicada de se preparar.

— Abram o livro Poções Muy Potentes na página oitocentos e setenta e dois e comecem a preparar a poção. Quero uma mostra em minha mesa em uma semana.

Harry começou. Era realmente muito complicada. O livro dizia que ela demorava seis dias para ficar pronta e que podia fazer as pessoas se lembrarem de coisas que podiam jurar que nunca fizeram.

Quando Harry entrou na estufa quatro (as portas para as estufas ficavam dentro da sala de Herbologia), percebeu que estava muito mais frio lá dentro do que no resto do trem. A professora explicou que a estufa estava com clima semelhante ao do castelo de Hogwarts. Isso por culpa da aula de hoje.

Harry e os alunos da Grifinória e da Lufa-Lufa tinham que cuidar de mudas da Mimbulus Mimbletonia de Neville.

— Isso é muito útil — disse a repolhuda professora Sprout à classe ao fim da aula. — Vocês já aprenderam as utilidades da escrofulária. Em um mês, estas plantas já produzirão muita, porém inofensiva. Até lá, nós vamos estudar as propriedades do Dente de Víbora Roxo. Mas — disse ela quando a sineta indicando o fim das aulas daquele dia tocou —, isso fica para amanhã.

Harry foi para cima. Para o Salão de Jantar. Sentou-se à mesa da Grifinória. Estrategicamente atrás de Emily, fazendo com que a garota o visse. Dera resultado, mas ela pareceu incrivelmente interessada num grande grupo de conversa na outra ponta da mesa e para lá foi.

— Vocês acham que isso foi de propósito? — Perguntou Harry para Rony e Hermione no exato instante em que eles se sentavam.

— Não — disse Hermione com convicção. Mas Harry tinha certeza que fora e que Hermione só dissera aquilo para não deixá-lo mal. Ele ficava grato por isso. Mas também ficava aborrecido. — Desculpa Harry. Eu já tentei de tudo, você já tentou de tudo. Mas parece que não adianta. Não por agora — acrescentou ela rápido ao encontrar o olhar de Harry. — Dê tempo ao tempo. Vocês vão se entender.

— E o que me garante? — Perguntou Harry, cruzando os braços sobre a mesa e deitando a cabeça neles.

— Eu garanto — disse Hermione olhando com leve tom de nojo para Rony que enchera a boca de purê de batatas. Harry a ouviu dar um muxoxo de “Não acredito que ainda me surpreende” antes de continuar. — Estava no banheiro hoje na hora do almoço Emily entrou lá com algumas amigas do mesmo ano. E eu a ouvi claramente dizer que te achava lindo e muito fofo, mas que você a tinha magoado.

“Então eu ouvi as amigas dela dizendo que era besteira, que você estava estressado na hora. Então ela disse que não, que sentiu que foi de verdade. Via fúria nos seus olhos.

As amigas dela disseram que tinham certeza de que você estava arrependido, era só ela olhar para os presentes que ganhou ontem.

Então ela ficou irritada, disse que presentes não importavam e entrou na cabine do lado da minha. Eu a ouvi dizendo que o que ela queria era sentimento.

As amigas dela a mandaram para um lugar muito grosseiro e nojento e depois disseram que viam que você gosta dela.

Ela pareceu considerar por um momento e disse que decidiu fazer as pazes.

As amigas dela começaram a dar risadinhas e ela disse que não seria agora. Você ainda não havia aprendido direito a lição.

Ela disse que vai fazer você sofrer com a falta dela o quanto ela sofreu com a sua grosseria.

As amigas dela disseram para ela tomar cuidado. Assim você acabaria dando um fora nela e procurando por outra garota.

Ela pareceu extremamente confiante. Disse que isso nunca iria acontecer e que mesmo se algum dia isso acontecesse, ela traria você de volta em menos de meio minuto.

Eu sei que ela está subestimando você, Harry. Mas em certo ponto, eu tenho que concordar com ela. Você está obcecado pelo perdão dela. Não pensa em outra coisa desde o fim de janeiro. E não adianta dizer que vai procurar outra garota para fazer ciúmes nela. Você não faria isso. Nunca. Eu te conheço muito bem para ter plena certeza que você, como pessoa e como grande amigo, não faria isso.”

Harry concordou com a cabeça. Era verdade. Não faria isso. Nunca. Mas então, uma idéia passou pela sua cabeça. E ele a contou para Hermione.

— Não — respondeu a garota pensativa. — Não acho que faze-la pensar que você desistiu dela simplesmente vai adiantar muito. Ela vai pensar que ainda não está fazendo falta o suficiente e vai demorar mais para se reconciliar com você.

Harry respirou fundo e bufou alto. Desistia. Simplesmente desistia naquele exato momento. Que Emily ficasse longe dele o quanto quisesse. Não ligaria mais. Comeu o mais rápido que pôde e foi para o Saguão Central fazer o seu dever de Feitiços (discuta com clareza e objetividade as propriedades do Feitiço Para Congelar Chamas), que o professor passara na aula de hoje, logo após o almoço.

*        *        *

Os infinitos treinos para a próxima partida da Copa Escolar de Quadribol, HOGWARTS X DURMSTRANG eram cada dia mais cansativos. Principalmente para Harry. Jogar contra Kleinbaum no fim de janeiro já fora algo torturante. Mas nada comparável ao apanhador mundialmente famoso que é Vítor Krum. Harry mesmo exigia o máximo de si. Ele queria mais do que tudo ganhar esta partida de Krum. Era uma enorme glória pessoal.

No primeiro treino, Harry mostrara a todo o time como fora a partida deles contra Beauxbatons através do onióculo de Rony. Harry ficou muito grato ao amigo por ter tirado a cena do grito com Emily. E, pelas cenas vistas, eles melhoraram as manobras, as defesas e os lances.

Quando faltavam dez dias para a partida, eles treinavam cada vez mais. Harry principalmente.

Todos os dias, às sete horas da noite, Harry ia com Rony ou Hermione para o Campo de Beauxbatons, onde um dos dois liberava o pomo de Harry e ele tentava apanhar.

— Está ótimo, Harry — disse Hermione exausta às onze horas da noite do Sábado que antecedeu a partida. Faltava exata uma semana. — Você vai se sair realmente bem, Harry. Realmente. Agora, por favor, vamos dormir. Estamos no meio dos exames simulados de N.I.E.M.s., já estamos no sexto mês. Você realmente deve estudar mais, Harry. Sei que essa Copa é importante, mas acho que ser um Auror deveria ser mais para você.

Harry se sentiu mal por isso. Queria ganhar a Copa. De verdade. Mas não precisava pensar muito para descobrir que queria muito mais ser um auror. O garoto concordou com a cabeça e os dois foram para o chão.

— E como está a AD? — Perguntou Hermione quando os dois já estavam voltando para o Expresso de Hogwarts com as vassouras no ombro. Cada um carregava uma alça do baú que tinha as bolas de Quadribol que Harry ganhara da amiga no dia do seu aniversário.

— Muito bem — respondeu Harry ignorando o fato de alguns alunos do primeiro ano não estarem conseguindo executar a Azaração do Tranco Forte, que consistia em deixar a pessoa desnorteada por um momento. Era mais útil que Everti Stati, uma vez que a pessoa atingida não conseguia levantar tão rápido assim, o que dava tempo para sair correndo pelo outro lado. Se lançada num objeto, este é destruído. — Mas eu daria tudo para não realizar o encontro de amanhã.

— Não entendi — disse Hermione curiosa.

— Amanhã o encontro vai ser com ninguém menos que o Snape.

— Urgh — a reação de Hermione foi espontânea. — O nosso também? — Hermione não gostou nada de ver que Harry concordava com a cabeça, desanimado. — Tem algum problema, hum… bem… se eu não for? — Harry amarrou a cara para ela. — Ah. Tudo… tudo bem, então.

— Quero que você vá — respondeu Harry num tom quase suplicante. — Alguém tem que me ajudar.

— Tá bom. Eu vou. Mas você vai se sair bem.

Quando Harry foi se deitar, já havia virado o dia. Tinha menos de nove horas antes de passar Domingo inteiro na companhia de Snape.

Foi com os passos mais lentos que ele já dera na vida que Harry se encaminhou até a porta de número quatro, aonde, na última porta à esquerda se realizavam as reuniões da AD. Snape já o esperava. Harry estava determinado, desde que Rony e Hermione o desejaram “boa sorte” no café da manhã, que ele não iria aturar nenhuma gracinha de Snape. E parece que o professor começara cedo hoje.

— Está atrasado, Potter. Cinco pontos a menos para Grifinória.

— Escuta aqui — disse Harry já irritado. — Eu tenho permissão do diretor para controlar esses encontros. Dar e retirar pontos. Então, agora, eu estou me devolvendo estes cinco pontos e os tirando da Sonserina. Para que o diretor deles saiba cumprir horários. Estou cinco minutos adiantado. Como sempre. Agora, se você não estiver satisfeito, pode dar meia volta agora mesmo e ir para sua sala. Não precisei de você até hoje. Não vai ser agora.

Snape ficou calado. Harry o encarou nos olhos e vice-versa. O garoto podia jurar que Snape se controlava com todas as suas forças para não estrangular Harry. Chegou até a levantar o braço. Mas parou a meio caminho. Harry então disse:

— Acho que você quer entrar. Pode ir — Harry puxou a varinha das vestes e com um aceno, destrancou e abriu a porta.

Os alunos da primeira série foram aparecendo aos poucos nos últimos cinco minutos. Harry percebeu que vários deles ficaram receosos de entrar na sala ao verem que Snape estava lá dentro. Mas, ao olharem para o restante da sala e verem que Harry estava ali, alguns outros suspiravam aliviados e entravam na sala. Harry percebeu com prazer que Snape estava furioso com o garoto. O que mais divertia Harry e irritava Snape era que o professor sabia que o comportamento dos alunos e de Harry era absurdo, mas ele não podia fazer nada.

— Bom dia Primeira série — disse Harry, como sempre se sentando em um pufe verde ácido (o seu favorito) de frente para os alunos. Mas hoje Harry tinha uma determinação ainda maior. A de ser o mais simpático que pudesse. Só para os alunos verem que Snape não passa de um besouro de cabelos sujos e que qualquer um podia ser um professor muito mais simpático do que ele. Até o mais irritado e ansioso dos alunos. — Alguém pode me dizer onde paramos?

Dylan Arwies, uma aluna da Grifinória que não conseguia manter o braço abaixado, o ergueu (Harry ouviu Ralph Bruewt murmurar “Grande novidade” na frente do garoto). Fingindo não olhar para Snape, que carregava aquele olhar de “Odeio quem levanta o braço na minha aula” Harry apontou o dedo para Dylan, indicando que ela podia falar.

— Estávamos aperfeiçoando a Azaração do Tranco Forte.

— Ótimo — disse Harry fingindo que também não percebera a irritante voz de taquara rachada que Dylan tem. — Alguém quer vir à frente para dar um exemplo?

Ralph Bruewt se ofereceu. Mas não fora o que realmente poderia ser chamado de sucesso. O garoto lançou a azaração numa estátua ao fim da sala (Harry estava usando esta estátua para ensinar a azaração. Era fácil. Os alunos destruíam e ele refazia a estátua), mas a estátua explodiu e pedaços de pedra ricochetearam pela sala. Harry se apressou em puxar a varinha e gritar PROTEGO! Em tempo de proteger a todos.

— Hum, não — disse Harry tentando manter a calma e a simpatia. — Presta atenção, Ralph. Você faz um círculo com a varinha, não um triângulo.

Ralph tentou novamente e desta vez tivera um desempenho muito maior. Harry bateu uma vez as mãos e disse para os alunos treinarem um pouco que depois ele iria entrar num tópico novo.

Os outros alunos se saíam muito bem depois que Harry disse que se deveria fazer um círculo. Aparentemente os alunos quando praticavam sozinhos ouviram um deles dizer que o formato da varinha era para ser um triângulo. Agora, todos eles conseguiam destruir a estátua e deixar os outros colegas bem tontinhos.

— Ótimo — disse Harry para todos depois de uns vinte minutos de prática. — Realmente muito bom. Acho que cada casa merece cinco pontos — Pelo canto do olho, Harry arriscou olhar para Snape. Viu que o professor estava furioso e assim que tivesse chances, tiraria todos os pontos que Harry estava dando.

*        *        *

— E aí. Como tá indo? — Perguntou Rony a Harry na hora do almoço quando, depois de Harry ter dado, em companhia de Snape, aula até a terceira série.

— Pode-se dizer que mal — respondeu Harry se servindo de uma grande porção de peixe frito. Hermione fez uma cara horrível. — Quer trocar? — Perguntou ele com um pouco de impaciência na voz. Já era ruim o bastante sem essa cara de “que isso nunca aconteça comigo, senão eu não aguento”. Hermione mudou a cara para uma de “não foi isso o que eu quis dizer” rapidamente.

*        *        *

Os encontros com a Quarta, Quinta e Sexta série foram, se possível, piores ainda. Mas nada foi pior do que o encontro com a sétima série. Isso se dava ao fato de que Emily estava lá, e assim como Snape, não dispensava um tratamento muito bom a Harry.

Mas uma experiência muito agradável foi o encontro com a antiga turma. Parece que Hermione e Rony comunicaram a todos os outros alunos que Snape estaria junto e resolveram tirar um pouco de proveito da situação.

— Harry, acho que nós devíamos, hum, realmente, praticar algumas azarações — propôs Zacarias Smith. — Podem ser muito úteis e acho que deveríamos nos aprofundar no assunto. — Harry percebeu que Hermione fazia grande esforço para não ter um ataque de risadas. Harry concordou e eles se separaram em duplas e começaram a treinar.

Harry, rindo, perguntou se Snape estaria disposto a dar alguns exemplos. Mas o professor, embora com muita vontade de ter uma desculpa para acabar com Harry, recusou o convite.
Foi incrível o número de vezes que os alunos erravam as miras (que eram os seus próprios colegas) e acertavam Snape.

Harry não sabia se fora sem querer ou de propósito, uma vez que a pessoa que se analisa é Neville Longbottom, mas o garoto acertou em cheio no nariz absurdamente grande de Snape a azaração Furnunculus. O professor ficara irreco-nhecível e cada vez mais irritado. Parecia ainda mais ansioso do que Harry para que aquela tarde acabasse logo.

Harry podia ter certeza que, assim que apontou a varinha para si mesmo e murmurou um contra-feitiço, Snape iria colocar Neville em detenção até o fim da Sétima série, por isso Harry se apressou logo em dizer:

— Muito bem, Neville. Precisa melhorar um pouco a mira, mais o feitiço foi preciso. Sete pontos para a Grifinória — Harry ficou muito satisfeito de ver Snape espumando de raiva do garoto. Sua mão apertava a varinha muitas vezes, se controlando com extrema força para não lançar todas as azarações juntas ou até estrangular Harry. Quando isso acontecia, várias faíscas saíam da ponta da varinha e uma delas, extremamente forte acertou uma almofada e ateou fogo nela.

Neville abriu um grande sorriso e derrubou Rony com a Azaração do Tranco Forte, que ele fora o primeiro do grupo a dominar. Neville conseguia quebrar, espatifar, destruir qualquer objeto, chegava às vezes a deixar alguns alvos humanos desacordados, ao ponto de ter que apontar a varinha e gritar Enervate! (assim como fizera com Rony) para que a outra pessoa pudesse voltar ao normal.

Rony concentrou todas as suas forças para contra-atacar, mas (com grandes chances de ser de propósito) acertou Snape na altura do calcanhar com a Azaração do Queima Cabelo. Harry ouviu Hermione murmurando atrás dele “Quem sabe agora ele faz um cabelo decente”.

Mas não, com único aceno de varinha, Snape reconstituíra o cabelo. Preto, à altura dos ombros, e oleoso como sempre.

Harry até se surpreendeu de ficar um pouco triste do último encontro ter chegado ao fim. Mas a sineta tocou e todos saíram. Snape foi o primeiro. Harry o ouviu bufando pelo corredor.

— Bela aula, Potter — não paravam de dizer os alunos conforme saíam. Harry concordava, ria e agradecia todos os elogios.


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