Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 30
COMEÇA A COPA


Notas iniciais do capítulo

Chega de esperar! Está na hora de ver no que a Copa Escolar de Quadribol vai dar! Mas é claro que eu tinha tempo e espaço para algumas ideias novas.



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Faltando dois dias para a primeira partida da Copa Escolar de Quadribol, o restante dos alunos, que havia ficado no castelo, chegou no Palace Beauxbatons. Vários deles estavam admirados. Malfoy quase matou Harry com os olhos. Harry ainda ria abertamente ao se lembrar das fotos que Colin Creevey lhe mandara no natal, e não se importava de falar baixo perto de Malfoy sobre as fotos que Colin fizera, e frequentemente elogiava o fotógrafo que o garoto era.

— Imagina só se a mãe dele recebesse essas fotos — disse Harry rindo na hora do almoço daquele dia. Onde, no Salão de Jantar, já estavam as quatro mesas das casas e a dos professores.

Finalmente Dumbledore voltara. Chegou junto com os alunos. A única diferença do Salão de Jantar para o Salão Principal era o teto. Este não era encantado. Era um simples teto feito, por mais incrível que possa parecer, de pedra.

Mas Malfoy não deixou aquilo passar barato. Pelo menos ele tentou. Quando Harry estava saindo do almoço, Malfoy tentou jogá-lo da escada, mas Rony, que estava do lado de Harry, logo tirou a varinha do bolso e gritou:

Impedimenta!

Então, Harry parou na metade da sua queda. Rony o colocou novamente em pé, e quando o efeito do feitiço passou, Harry ouviu Rony dizer para Malfoy, com a varinha em punho:

— Já te transformei em lesma uma vez. É bom tomar cuidado. Senão você vai gostar da terra para sempre. Vamos embora Harry, Hermione.
Harry e Hermione estavam impressionados com a atitude de Rony. Era bem verdade que Harry já estava com a varinha em punho assim que o efeito de Rony passou, mas a atitude do amigo foi incrível.

— É — suspirou Hermione quando eles voltaram para o quarto. — Felicidade dura pouco. Achei que ficaria livre do Malfoy até junho. E tal liberdade não durou um mês.

— Pelo menos ele está junto com os outros alunos da Sonserina e nós com a Delegação — disse Harry tentando achar um lado bom — se é que existe — da presença de Malfoy.

— Que seja — disse Hermione se voltando para a porta. — Não vou perder o meu tempo pensando no Malfoy. Vou pra biblioteca.

— Estamos de férias! — Exclamou Rony. — O dever do Snape e do Flitwick já estão completos.

— Eu sei — respondeu Hermione —, mas eu quero fazer algo sobre Venenos Múltiplos. Já volto.

— Louca — Harry ouviu Rony dizer.

— Eu estou desconfiado de alguma coisa — disse Harry. — Mas vou esperar até voltarmos das férias. Mas, para não esquecer, vou anotar.

— É tão fútil assim? — Perguntou Rony.

— Não — respondeu Harry —, mas temos, antes disso, uma partida da Copa.

— Explica-se — disse Rony dando de ombros. — Ei, Harry! Podemos voar um pouco. Você ouviu o Lalau no Baile de Inverno, Dumbledore fechou o espaço aéreo daqui, não teremos como ultrapassá-lo. Não tem perigo.

— É — respondeu Harry se animando um pouco. — Vamos, então.

E os dois saíram do quarto com as suas vassouras em direção ao lado de fora do trem.

Ao dar impulso na sua vassoura, Harry subiu mais de sessenta metros. E viu, no Campo de Quadribol Oficial e no campo de Beauxbatons, as duas escolas que jogariam depois de amanhã fazendo os seus últimos treinos. Era como estar de volta à Copa Mundial. Os dois times voavam de deixar tonto a quem assistisse. Embora, o mais incrível de tudo era que, mesmo sem nunca ter sido capitão de um time tão importante assim, Harry e o resto do time de Hogwarts voavam na mesma velocidade. Harry se sentiu orgulhoso por isso.

*        *        *

De volta ao chão, três horas depois de apostar corrida e já conhecer todo o terreno de Beauxbatons pelo ar, Harry e Rony estavam no Salão de Jantar, aproveitando o tempo que teriam livre e imaginando que, depois de amanhã, àquela hora, a Copa Escolar de Quadribol estaria começando. Este era o tema de todas as conversas dos alunos. Com a falta de assuntos interessantes, e tendo o ataque à Hogwarts já se desgastado, os alunos em nada mais falavam.

Harry estava voltando para o seu quarto, quando, do Saguão Central, ele ouviu alguém o chamando:

— Harry! Venha aqui, por favor.

Harry se virou e viu que Dumbledore o chamava. Esperando que não tivesse nada a ver com ele estar voando por aí sem permissão — ele não tinha total certeza se podia ficar voando pelas propriedades do colégio. Rony também não —, ele foi ao encontro do diretor.

— Harry. Eu gostaria de pedir um favor seu — disse o diretor calmo como sempre. — Na verdade, é a continuação de um favor.

“Harry. Eu quero que você dê prosseguimento à AD. Para isso, já temos uma sala para você na porta número três. Você vai começar no primeiro Sábado depois das férias. O esquema continua o mesmo.”

— Professor, a Sonserina aceitou entrar para a AD? —Harry se surpreendeu ao fazer essa pergunta. Para quê ele queria a Sonserina atrapalhando uma coisa que ele gostava tanto de fazer? “E, além do mais, eles não precisam” pensou Harry. “Afinal, já estão do lado do Voldemort”. E, como uma confirmação dos seus rápidos pensamentos, Dumbledore deu um leve sorriso e disse, já se virando para se retirar:

— Digamos que eles não acham necessário, Harry.

Harry voltou para o quarto para encontrar um Rony e uma Hermione discutindo animadamente sobre como seria a primeira partida da Copa Escolar de Quadribol. Mas, quando Harry entrou no quarto, Rony perguntou:

— O quê o Dumbledore queria com você, cara?

— Encurtar meu trabalho — respondeu Harry. —Afinal, eu não precisei pedir a ele para continuar com a AD, ele veio me pedir isso antes.

— Estão vendo como eu estava certa? É importante tanto para o Harry como para nós continuar com a AD. Aposto como o Dumbledore viu o sonho que você teve e já tomou as providências necessárias.

— Que seja — Harry a cortou —, só não vamos trazer esse assunto à tona novamente. Quero esquecer todos esses sonhos que eu tive. Desde o primeiro.

Mas Harry não conseguiria esquecer esses sonhos com tanta facilidade.

O primeiro, Harry estava pensando sozinho à noite, fora no verão que antecedeu a quarta série. Foi antes de tudo começar. Logo depois que Voldemort descobriu sobre o Torneio Tribruxo e planejava colocar o fiel partidário dentro de Hogwarts para levar Harry até ele. O plano sucedera até certo ponto. O leal servo de Lord Voldemort inscreveu Harry no Torneio, levou Harry com folga até o fim da terceira tarefa, até o cemitério onde Voldemort recuperara o seu corpo. Foi aí que o plano falhou onde Harry sobreviveu ao ataque de Voldemort e contou o retorno do Lord a Dumbledore.

Harry estava então, ainda mais longe de esquecer todos esses sonhos, pois, quando finalmente conseguiu adormecer, teve outra visão. A segunda, em menos de uma semana.

Mas Harry caiu no sono antes que seus pensamentos conseguissem ir muito longe, embora o garoto nem tivesse percebido. Harry se sentia feliz, muito feliz pra dizer a verdade. Conseguia aumentar o número de pessoas leais a ele. Estava num campo deserto, de onde aparatavam bruxos usando capuz e vestes pretas de todos os cantos. A felicidade de Harry se completou quando viu que o circulo, que há um ano e meio estava com vários lugares vazios, completo e muito maior.

— Benvindos, Comensais da Morte — disse Harry em voz alta. Sua felicidade começava a diminuir. Como sempre, a voz de Voldemort saiu de sua boca. — Embora esteja muitíssimo feliz de dar as primeiras boas-vindas a muitos novos Comensais. Nove ao todo. Existem coisas que eu não posso deixar passar nem mais um minuto. Nott, queira vir aqui, por favor.

Um homem à direita de Harry se encaminhava para o centro do círculo. Harry disse:

— Você falhou, Nott. Mandei você arrancar aquela maldita profecia da Sibila Trelawney e você a deixou escapar. E olha que desta vez o Potter e aquele bando de pirralhos que ele chama de amigos não estavam no seu caminho, como estava no de Henderson. Outro incompetente.

— Sim, milorde. Assumo que falhei — disse a voz aguda e trêmula de Nott por debaixo do capuz. — Mas, se o Mestre das Trevas me der mais uma oportunidade, trarei aqui aquela tal de Trelawney. Para que o próprio Senhor possa ouvir em primeira mão.

— É claro que esta chance será dada — disse Harry. Nott murmurou “Obrigado pela sua infinita misericórdia, mestre”, mas Harry continuou:

— Mas não a você.

Nott se encolheu o máximo que podia, como se já soubesse o que iria acontecer. Harry levantou a varinha, apontou para a cabeça de Nott e bradou:

Crucio!

Nott começou a berrar de dor, cada vez mais alto. Ele se contorcia no chão, mas Harry não abaixou a varinha. Ficou assim por quase uma hora, até que os berros de Nott começaram a diminuir progressivamente de volume. Até que ele finalmente parou de gritar.

Harry chutou o corpo de Nott, que estava virado de bruços. Arrancou o seu capuz com um aceno de varinha e viu a expressão de infinita dor no rosto de seu Comensal, agora morto. O mais incrível era que Harry nada sentia por ver seu servo ali, morto, estirado no chão. Um outro Comensal da Morte fez menção de ir até o centro do círculo onde estavam Harry e o corpo de Nott. Mas Harry levantou a varinha novamente e disse:

Avada Kedavra!

E o Comensal caiu morto no chão.

— É isso — Harry falou ainda mais alto. — O que acontece com quem não obedece às minhas ordens. Todos eles são tirados do meu caminho como uma barata é tirada de cima de um bolo. Espero que os novos, que agora não mais saída têm, entendam que o seu Lord não gosta de ser desobedecido. Mas, vamos continuar. Existem criaturas aliadas que eu quero que vocês conheçam. Só que, para isso, alguém que já viu coisas demais hoje deve sair. Saia Potter! E espere até que eu o alcance.

E Harry acordou suado, passando mal, com uma parte do corpo no chão e uma perna ainda na cama. Era ainda pior quando Voldemort quebrava o contato. Harry, sem força, desmaiou.

—Harry! Harry! HARRY!

Harry, tonto, acordou lentamente. Ele ainda se sentia horrível. Não conseguiu se controlar. Vomitou na sua frente. Sujando todo o seu pijama e o lençol. Ele ouviu Rony gritar “Eca!”, mas ainda estava fraco demais para enxergar alguma coisa. Ele ouvia alguma coisa. Alguém conhecido, mas ele não conseguia distinguir quem era e nem o que falava. Então sentiu uma mão em seu maxilar o forçando a abrir a boca. Alguém estava forçando um líquido na sua garganta. Tinha gosto de morangos. Mas ele não conseguiu beber tudo. Engasgou e derramou quase tudo. Mas o pouco que havia tomado era o suficiente para se sentir um pouco melhor.

— O que houve? — Harry precisou fazer muita força para conseguir falar alguma coisa. — Onde eu estou?

— Na Ala Hospitalar — respondeu Hermione, mas mesmo assim Harry ainda estava sem força para abrir os olhos. — Você teve outra visão. Acordou e desmaiou. Então o Dumbledore apareceu e te trouxe para cá. Você acordou agora e vomitou. Então, madame Pomfrey te deu uma Poção Revigorante, para que você melhore mais rápido. Mas, mesmo assim, não precisa contar a visão. O Dumbledore já nos disse qual foi.

Harry se sentia mal e cansado. Recostou no travesseiro e logo estava adormecido.

*        *        *

Finalmente havia chegado a hora. Aquilo que todos esperaram ansiosamente por tanto tempo iria começar em duas horas. Depois de passar por uma longa seção de animação, com várias Poções Revigorantes, barras de chocolates e horas de divertimento com Rony e Hermione — Harry tinha certeza que eles tinham ordens de Dumbledore de não tocar no assunto das visões, embora os dois negassem isso firmemente —, Madame Pomfrey deixou Harry sair para o almoço e para a primeiríssima partida da Copa.

Os alunos não mais podiam esperar para que o trem fosse aberto por Dumbledore para que o diretor os levasse para o Campo Oficial.

Então, Dumbledore os levou por trás do Palace Beauxbatons, para um campo enorme, do tamanho do campo onde Harry assistiu a final da Copa Mundial. Por outras duas portas postas nas diagonais do campo, entravamos alunos de Durmstrang e Beauxbatons. Harry percebeu que a parte destinada a Hogwarts tinha quase o mesmo tamanho da de Beauxbatons, mas a de Durmstrang era bem menor.

Havia uma disposição oval das cadeiras vermelhas espalhadas pela arquibancada de forma que cada aluno que fosse assistir à partida pudesse ter também uma boa visão do que acontecia. Eles haviam entrado logo na altura do chão, onde não havia banco algum. Harry olhou para além das cadeiras vermelhas, para cima. E viu quatro camarotes com as luzes internas ligadas. No topo de três deles, estava escrito o nome da escola que o deveria ocupar e também a todas as cadeiras que estavam abaixo. No outro, nada estava escrito, mas já tinha suas luzes internas também acesas. Dumbledore, que estava a uns dois metros atrás de Harry, disse em voz alta para todos os alunos:

— Delegação de Hogwarts, venha comigo. Os outros alunos podem se sentar livremente nestes lugares — e apontou para as cadeiras vermelhas, parando o braço onde Harry viu uma corda que parecia feita de ouro isolando os lugares das três escolas e do público. — Divirtam-se.

Dumbledore não poderia desejar coisa melhor.

Harry e o resto da Delegação seguiram o diretor para cima, os outros alunos iam se dispersando, quase correndo para escolher um bom lugar para assistir ao jogo.

Chegando ao fim das escadas com pequenas luzes com as cores de Hogwarts (vermelho, dourado, preto, amarelo, azul, cinza, verde e prata), eles deram de frente com uma porta. Além dela, estava uma enorme sala — bem maior do que parecia vista de baixo. Harry, Rony e Hermione escolheram lugares no meio da fileira da frente de cadeiras de chintz. Emily se sentou ao lado de Harry. Alguns alunos se sentaram na fileira de trás (a última), mas que também proporcionava perfeita visão dos jogos. Os alunos estavam conversando num tom que beirava a histeria, tal era a excitação deles. Harry consultou o seu relógio e viu que faltavam cinco minutos para o início da partida. Comunicou isso a Rony e Hermione, que disseram, num tom também bem alto:

— Ótimo!

Harry sentiu um braço passar pela sua nuca. Olhou para o lado e viu que era Emily. Colocou, então, o braço na nuca dela, acariciou o seu pescoço, já esquecendo rapidamente a vontade de ver o jogo e disse:

— A nossa vez está chegando! Eu vi o treino deles e estamos voando tão bem quanto.

Harry também não conseguia esconder sua ansiedade, que voltou rapidamente. Então olhou para frente e viu, além dos outros dois camarotes que já iam sendo ocupados pelos integrantes das delegações que não iriam jogar e do camarote que nada tinha escrito em cima — que a um exame mais atento estava ocupado por pessoas adultas —, um quadro. Enorme e luminoso de cor preta, onde palavras eram escritas em letras garrafais douradas e brilhantes a todo tempo como se fosse por uma mão invisível. Da mesma maneira que ele viu na Copa Mundial.

Academia de Magia Beauxbatons

Um Milênio e Meio Servindo à Magia com Determinação.

Instituto Durmstrang

Altíssima Disciplina Sempre Sobre a Perfeita Educação.

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Há Mais de Um Milênio Provando e Trabalhando os Nossos Alunos.

Beauxbatons, Durmstrang & Hogwarts

Oferecem Orgulhosamente a

Copa Escolar de Quadribol.

Finalmente o quadro se apagou e nele apareceu:

Beauxbatons: 0

X

Durmstrang: 0


Então Harry ouviu uma voz muito animada que ecoou por todo o estádio.

— Benvindos à primeira partida da Ducentésima Quadragésima Primeira Edição da Copa Escolar de Quadribol! Meu nome é Pierre Martin e irei lhes narrar este jogo memorável.

“Então! Vamos dizer boa sorte para os jogadores da Academia de Magia Beauxbatons! Goleiro, Artilheiros, Batedores e Apanhador: Marin! Carrabba! Beall! Lipari! Galbe! Thea! EEEE: KLEINBAUM! — Por uma entrada à direita da arquibancada de Beauxbatons, sete borrões usando vestes azuis e verdes passaram correndo pelo campo, no meio de altos aplausos. Fazendo, quando pararam, um meio círculo. — E vamos dar as boas vindas ao time do Instituto Durmstrang! Goleiro, Artilheiros, Batedores e Apanhador: Gaiski! Weiss! Echeverria! Kaeding! Drelichraz! Braustein! EEEE: KRUM!”

Pelo outro lado, sete borrões com vestes vermelhas e prata entraram voando tão rápido quanto o time de Beauxbatons. Vítor Krum parou com sua vassoura de frente para o camarote de Hogwarts e Harry podia jurar que ouviu Hermione dizer “boa sorte” a Krum.

— Agora vamos dar as boas-vindas à nossa juíza. Não antes de explicar àqueles que não sabem que o juiz de uma partida é o juiz da escola que não está em campo. Então, vamos dizer olá para MADAME HOOCH!

E, por onde deveria ser o portão de Hogwarts no campo, que Harry não conseguia ver devido à sua posição, Madame Hooch entrou na sua vassoura e se posicionou entre os dois times.

— Vocês conhecem as regras — disse ela num tom de voz igual ao de Pierre Martin. — Boa sorte!

— EEEEEEEEEESTÃO EM JOGO!

Madame Hooch dirigiu sua vassoura mais para o chão e finalmente começou a partida. Harry sentiu algo aparecer sobre a sua perna enquanto Pierre gritava “ECHEVERRIA! WEISS! LIPARI! KAEDING!…”, Harry resolveu não olhar e só colocar a sua mão. Sentiu nela o que realmente estava querendo. Um onióculo. Ele rapidamente o levou aos seus olhos, queria ver tanto o que estava acontecendo em maiores detalhes que quase se machucou com os seus óculos.

— GOL DE CARRABBA! DEZ A ZERO PARA BEAUXBATONS! BEALL! CARRABBA! LIPARI! WEISS! WEISS! WEISS! WEISS! GOL DE WEISS! DURMSTRANG MARCA! BEAUXBATONS REAGE! DRELICHRAZ TIRA BEALL DE PERTO DO GOL! DRELICHRAZ É ATACADO POR THEA! ÓTIMA DEFESA DE GAISKI! PARECE QUE KLEINBAUM VIU O POMO! ELE MERGULHA! ELE MERGULHA! BELA TENTATIVA, MAS ESTA FINTA DE WRONSKI NÃO FUNCIONOU! BEALL! CARRABBA! BEALL! CARRABA! BEALL! GOL DE BEALL! BEAUX-BATONS: VINTE! DURMSTRANG DEZ!

Através do seu onióculo, Harry via tudo acontecer. Ele quase teve um acesso quando Weiss sofreu uma Pinça de Parkin: dois dos artilheiros de Beauxbatons colaram nele e o outro veio pela frente, fazendo com que Weiss perdesse a Goles e o placar fosse a cento e dez para Beauxbatons contra noventa para Durmstrang.

Beauxbatons estava realmente saindo na liderança. Um incrível Passe de Revés feito por Carrabba levou o placar para cento e trinta para Beauxbatons e cem para Durmstrang.
A narração de Pierre Martin era absolutamente incrível. Ele dava ainda mais emoção ao que acontecia.

— EXCELENTE CABEÇA-DE-FALCÃO DO TIME DE DURMSTRANG! WEISS MARCA! CENTO E VINTE PARA DURMSTRANG! LÁ VEM LIPARI! ELE VAI ROUBAR A GOLES! ELE VAI MARCAR! LIPARI MARCA! CENTO E CINQUENTA PARA BEAUXBATONS!

“LÁ VEM KRUM! PARECE QUE ELE VIU O POMO, MAS NÃO! ERA APENAS O RELÓGIO DO BATEDOR DE BEAUXBA-TONS, QUE ALIÁS, FEZ VALER SUA INTENÇÃO! ACERTOU KRUM EM CHEIO NO NARIZ! MAS ELE NÃO DESCE DA VASSOURA! CONTINUA NO AR!

DURMSTRANG COMEÇA A REAGIR! KAEDING ATACA O ARO ESQUERDO DE BEAUXBATONS E ACERTA! MAS NÃO DEMORA MUITO! ECHEVERRIA SE APROXIMA RÁPIDO! APANHA A GOLES! ELE VAI FURAR O GOLEIRO! ELE VAI MARCAR! E MARCA! CENTO E QUARENTA PARA DURMSTRANG!”

Mas parecia que Durmstrang estava perdendo a força rápido. Beauxbatons nem permitiu um empate. Marcou três vezes seguidas e disparou no placar. Logo, Beauxbatons alcançou os duzentos pontos e Durmstrang perdia gravemente com cento e sessenta pontos.

Ninguém ainda vira o Pomo de Ouro. Krum e Kleinbaum praticamente não tinham trabalho a fazer.

— DURMSTRANG MARCA! CENTO E NOVENTA PONTOS! INFELIZMENTE NÃO VAI AJUDAR MUITO! BEAUXBATONS ESTÁ COM DUZENTOS E SETENTA PONTOS! GAISKI DEIXA MUITO A DESEJAR! AO CONTRÁRIO DE MARIN! EXCELENTE DEFESA DO GOLEIRO DE BEAUXBATONS.

“PARECE QUE GAISKI LEVOU O COMENTÁRIO COMO OFENSA PESSOAL! QUE DEFESA É ESSA? OITO DUPLO! TRÊS TENTATIVAS EM VÃO DO ARTILHEIRO BEALL DE AUMENTAR O PLACAR!”

Realmente parecia que Gaiski levou o comentário de Pierre muito para o lado pessoal. Durante os quinze minutos decorrentes, Beauxbatons só marcou três vezes. Cada uma feita por cada artilheiro: Beall, Lipari e Carrabba.

— DURMSTRANG MARCA! DUZENTOS PONTOS. BEAUXBATONS LIDERA POR CEM PONTOS DE DIFERENÇA.

Foi aí que Harry tomou um incrível susto. Krum quase voou dentro do camarote em que eles estavam para dar uma volta perfeita. Ele mergulhou incrivelmente. Parecia que a Firebolt que ele montava estava se empenhando pessoalmente na descida.

Foi então que o apanhador de Beauxbatons cometeu um incrível erro.

— KRUM TENTA UMA FINTA DE WRONSKI CONTRA KLEINBAUM, MAS FALHA, O APANHADOR ADVERSÁRIO NÃO MERGULHA! — Comentava Pierre. Quando até ele parou de falar.

Se aquilo fosse realmente uma Finta de Wronski, Krum teria saído do mergulho quase vertical em que estava.
Harry já possuíra uma Firebolt e sabia perfeitamente que era muito fácil controlar esta vassoura. O que descartava a hipótese do descontrole. Só poderia ser uma coisa.

Todos os jogadores e espectadores pararam para olhar. Por meio minuto de extrema tensão, o silêncio só era quebrado pelo som do ar sendo cortado pela Firebolt de Krum.

Então Krum se reergueu. Ele estava com o braço esquerdo esticado. Era realmente o que todos pensavam, mas não falavam. Até que Pierre Martin explodiu de vez e seus gritos ecoaram no campo ainda silencioso.

— É INCRÍVEL! ELE PEGOU! ELE PEGOU O POMO! DURMSTRANG VIRA O JOGO NO ÚLTIMO INSTANTE! É INCRÍVEL SENHORAS E SENHORES! DURMSTRANG VENCE!

Foi uma explosão.

Todos começaram a gritar. Harry viu Kleinbaum a um canto se desmanchando em choro e Marin, que só poderia ser o capitão, começou a ralhar com ele, falando francês muito rápido.

Ninguém conseguia ficar parado. Harry se levantou e olhou para frente. Viu então o placar.

Beauxbatons: 300

X

Durmstrang: 350

Harry viu que Krum se aproximava deles na sua vassoura. Hermione deu um berro e correu para ele. Rony e Harry foram atrás.

— Você foi incrível! VOCÊ FOI INCRÍVEL! Todo mundo achando que você estava persuadindo o Kleinbaum a ir atrás de você e você atrás do pomo o tempo inteiro. Eu sabia! EU SABIA! Vocês iam ganhar esse jogo.

— Obrigado, Her-mi-o-nini.

— Foi demais, cara — disse Harry, que ainda não conseguira parar de sorrir. — Nos deixou sem fôlego.

— É! Bem feito para o Kleinbaum — disse Rony também extasiado. — Ninguém mandou ele ficar.

— Deve ter sido inveja — disse Krum em tom de indiferença e encolhendo os ombros. — Viu que eu não caí na Finta de Wronski dele e pensou que eu estava o persuadindo a ir atrás de mim. Como é que vocês dizem? Ah! Otário.

— Vai fazer o quê agora? — Perguntou Hermione.

Krum encolheu os ombros novamente e respondeu:

— Vou ficar no meu quarto. O pessoal vai dar uma festa, mas não gosto muito disso.

— Quer jantar conosco? — Perguntou Hermione.

— É. Quero sim. Obrigado. Her…mione.

— Ah, você está aprendendo o meu nome. Que bom.

— Ótimo — disse Harry —, mas Dumbledore está nos chamando. Se quiser jantar, nós o esperamos na Porta Principal do trem.

— Ótimo. Obrigado, Harry. Em meia hora encontro vocês. Só o tempo de mudar de roupas. Até mais.

Krum, que ainda estava voando, desceu para a entrada de Durmstrang. Harry, Rony e Hermione se voltaram para a porta do camarote, onde Dumbledore os vigiava. Por um breve momento, Harry sentiu uma pontada de raiva novamente do diretor. Mas nada que tivesse ligações com Voldemort, só estava cansado desta vigília constante.

*        *        *

O jantar com Krum foi bastante agradável. Ele chegou na meia hora marcada usando uma roupa normal e deixando visível um tampão que usava no nariz.

Poderia se dizer que o jantar foi de incrível excelência em qualquer termo se um deles não atrapalhasse uma história de Krum jogando Quadribol num país da África, perto do Deserto do Saara querendo um copo de água e os habitantes rindo da cara dele. Krum estava dizendo que até hoje não sabia se riam do idioma estranho que ele falava ou se era o fato dele querer água, quando um grupo de umas trinta garotas do sétimo ano entrou fazendo mais escândalo rindo abafado do que se chegassem normalmente.

Uma delas se aproximou de Krum com uma pena e um pedaço de pergaminho muito mal seguros por uma mão incrivelmente trêmula.

Krum fez um som que parecia um misto de pena, gratidão e incômodo. Virou-se então para a garota, que Harry percebeu ser muito bonita.

— Posso ajudar?

A garota quase caiu no chão. Suas pernas não mais eram capazes de segurá-la. Krum rapidamente se levantou e a impediu de cair.

A garota desmaiou.

— Me ajudem — disse Krum baixo para Harry, Rony e Hermione. Harry puxou a sua varinha e disse:

— Enervate!

A garota voltou ao normal. Estava mais vermelha do que um rubi. Não conseguia dizer uma palavra sequer, só esticou a mão mais trêmula do que nunca a Krum, que apanhou o pergaminho e perguntou:

— Seu nome?

A garota quase desmaiou novamente. Mas conseguiu manter a consciência e respondeu:

— Ângela. Ângela Thornton.

— Bonito nome.

Os joelhos de Ângela não conseguiram suportar tal elogio vindo de Krum, ela quase caiu no chão novamente, mas se apoiou na mesa. Mas, mesmo tendo ela se apoiado, Krum a segurou pela altura do cotovelo e a levantou. Harry, Rony e Hermione se entreolharam e Hermione riu levemente. Krum assinou o pergaminho, porém Harry percebeu que ele não só escrevera o nome, mas não conseguiu ler o que estava escrito. Após ter devolvido a pena e o papel, Krum se sentou. Ficou observando Ângela e o grupo de garotas irem embora e se virou para Harry, Rony e Hermione, suas mãos alcançando a colher, olhou para a cara de Hermione e perguntou:

— O que foi?

— Nada! Se você não sabe, descubra. Eu não direi — Hermione ainda sorria com certo deboche, mas desta vez, muito mais abertamente.

— Bom. Eu estou satisfeito. Mas não quero ir embora, ainda devem estar em festa — disse Krum consultando seu relógio. — Vocês se incomodam se eu ficar aqui?

— Claro que não. Podemos ficar no Saguão Central — respondeu Rony. Harry se surpreendeu grandemente.

*        *        *

Vítor Krum ficou com Harry, Rony e Hermione por mais umas três horas. Harry observou a brusca mudança do comportamento de Rony para com Vítor. Harry pensou que Rony não mais via perigo em Krum e voltou a vê-lo como um excelente apanhador e um novo amigo. Embora Harry não pudesse deixar de notar que Rony abraçava Hermione com mais frequência quando estavam perto de Krum.

No tempo que Krum fez companhia aos garotos, eles jogaram Snap Explosivo, xadrez de bruxo e ficaram um bom tempo conversando sobre as chances de resultados do final da Copa Escolar de Quadribol. Rony até convidou Krum a entrar na aposta que ele, Harry, Hermione e Emily haviam feito no primeiro dia das compras de natal na Floreios e Borrões. Krum apostou na própria vitória. Isso fez Harry se sentir um imbecil. Ele não apostara que Hogwarts ganharia a copa.

A visita de Krum foi marcada por vários momentos de interrupção de fãs de Krum. Parecia que os homens haviam perdido a vergonha e resolveram deixar de lado a desculpa de “manter uma reputação” e alguns também apareceram para pedir autógrafos. Krum atendia a todos, sabia muito bem que o vigésimo fã não tinha culpa de ser o vigésimo e não tinha culpa de Krum estar com a mão doendo e ligeiramente irritado com tantas interrupções. Isso lhe rendeu um grande elogio de Hermione.

Era também verdade que alguns fãs voltavam para mais um autógrafo, com as desculpas cada vez mais esfarrapadas. Uma segundanista da Lufa-Lufa disse que o seu Pufoso de estimação já havia comido dois autógrafos, por isso precisava de um terceiro.

Mas a pessoa que mais voltou foi Ângela Thornton. Era incrível como Krum a tratava muito melhor do que a qualquer outro fã. Em certo momento, os dois chagaram a se distanciar um pouco de Harry, Rony e Hermione e ficaram um cinco minutos conversando. Nisso, Hermione perguntou para Harry:

— A propósito, onde está a Emily?

— Disse que estava com enxaqueca logo quando saímos da partida e foi se deitar.

Rony e Hermione se entreolharam mas não disseram nada, nem quando Harry perguntou “O que foi?”.

Krum se sentou numa poltrona vermelha perto de Harry e olhou para Hermione. Ele trazia um grande sorriso. Hermione perguntou:

— Vão se ver quando?

— Sexta. Ano novo.

— Namorada nova.

— Não é minha namorada, Hermionini.

— Ainda. Vai ser. Pode ter certeza.

— E como você sabe?

— Simples, Vítor. Você ficou mais do que gamado nos joelhos fracos dela. Eu vi.

— Não fiquei.

— Ficou sim. Eu vi os seus olhos vidrados nos dela quando você impediu que ela caísse no chão.

— Pena que não adiantou muito — disse Rony. — Ela desmaiou logo em seguida.

— Mas ela já está bem melhor. Eu perguntei. Ela só ficou um pouco corada.

— Sorte sua ela não ter desmaiado, não? Senão nunca teria dado certo.

— Nah, ela está muito melhor. Menos envergonhada. Ela é bem legal. E mora em Londres. É bem útil. Meus pais compraram uma casa em Surrey. É bem bonita a casa. Fica em Great Whinging. Quase colada com a fronteira de Little Whinging.

— Meus pêsames — disse Harry. — Fiquei a vida toda querendo sair de Little Whinging e ainda não consegui.

— Você mora em Little Whinging?

— Rua dos Alfeneiros número quatro.

— Um cara gordão com uma mulher magricela e um filho delinquente?

— Você conhece os meus tios? — Perguntou Harry incrédulo.

— Meu pai teve uma discussão com a plícia trouxa e eu e ele fomos parar numa… qual é mesmo o nome?

— Delegacia — respondeu Hermione.

— Isso. E lá tinha um casal um pouco… inconformado com a prisão do filho. E não é sempre que se vê um cara tão gordo sem pescoço ao lado de uma mulher tão magra e pescoçuda e os dois chorando. Então eu prestei maior atenção a eles. Eles discutiam com o delegado. Cismavam que o filho não podia estar assaltando uma velha. Ele estava na casa de um dos “coleginhas populares dele” — Krum imitou a voz de tia Petúnia com extrema perfeição. — Quando eles tiraram o garoto de lá, ele estava horrível. Parecia à beira de um ataque de choro. Percebi logo que era puro mimo.

“Peço desculpas por falar assim, Harry. Sei que são a sua família. Mas sei muito bem reconhecer mimo. Meu irmão mais novo faz a mesma coisa. No caso do seu primo, a mãe foi correndo abraçá-lo, se debulhando em lágrimas. Se bobear ainda acredita que o filho é aquela coisinha fofa.

E, convenhamos, ele ainda vai ter que emagrecer muito pra chegar a fofo. Embora a aparência dele fosse a de um elefante que perdeu uns oitocentos quilos. Parecia ter uns trinta anos. Era muito esquisito. O pior de tudo foi ouvir o pai dele, quando saíram da delegacia. Ele parecia conformado. Nunca quis um filho certinho, mesmo.”

— Tem razão. Tio Válter sempre foi assim — disse Harry rindo. — Mas não se preocupe. Não ligo muito para eles. E pode ter certeza de que Tia Petúnia ainda acha Duda um santinho. O mais incrível é que eles não aprendem. O cara já tem dezesseis anos. Há mais de um ano que ele já faz isso e a mãe dele nunca soube. Imagino a cara dela quando recebeu o comunicado que o Dudoca dela estava detido. Bem feito. Pena que eu perdi o espetáculo. Desde que descobri o que o Duda era, sonhava com o momento que os meus tios descobririam.

“Mas está bem assim. Acho que a ficha só vai cair quando o Duda for preso por um crime sério. Não que assalto não seja sério, mas não é ao ponto dos meus tios verem o filho que eles criaram.”

*        *        *

A noite foi muito agradável, Vítor Krum voltou para o navio de Durmstrang após muito tempo de conversa (Ângela Thornton aparecera mais umas duas vezes só para olhar Krum. Ao contrário dos outros fãs, Krum não se aborrecia com isso).

— Espero que isso sirva, Rony — disse Hermione quando ela, Harry e Rony se dirigiam cansados e com sono para o dormitório —, como uma lição.

— Lição de quê? — Perguntou Rony sem entender muito. Harry, por outro lado, entendia perfeitamente o que era.

— Descubra sozinho se você não sabe — respondeu ela entrando no quarto na frente dos dois. Rony ficou e falou:

— Do quê que ela tá falando, cara?

— Do Krum — respondeu Harry rindo. — Você não gostava dele por puro ciúme. E hoje descobrimos que ele é muito mais do que um apanhador famoso que te deixava com medo, mas sim alguém muito legal.

— É isso? — Perguntou Rony abobado. Harry concordou com a cabeça. — Mione, espera — disse Rony entrando no quarto.

Harry mudou de idéia em relação a ir se deitar. Embora cansado, foi até o Saguão Central e enfeitiçou uma parede, conjurando um grande pano branco. Apanhou o onióculo que havia guardado da partida, tocou o objeto com a ponta da varinha e a levou ao meio do pano. Um feixe de luz saiu do onióculo e atingiu o ponto do papel que a varinha tocara. Harry ativou o botão lance a lance do onióculo e, com a varinha, apanhou a cadeira mais confortável.
Passou mais de duas horas até a hora em que Harry viu Krum capturar o pomo. Exausto e com sono, resolveu se deitar com a promessa de começar a treinar assim que acordasse.


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