Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 29
ATINGINDO O INATINGÍVEL


Notas iniciais do capítulo

E não é que foi só aqui que eu tinha percebido que tinha esquecido dos Dursleys no começo do livro?! Ainda bem que deu tempo de consertar!



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No meio da sétima música, que embora lenta, era um pouco mais agitada do que as anteriores, Hermione e Rony passaram por Harry e Emily e Hermione disse:

— Se você conseguir prestar atenção, Harry, olhe para Dumbledore.

Harry olhou. O diretor não tinha uma cara muito boa. Parecia preocupado. E, então, como confirmação, aconteceu algo inesperado. Meio metro acima da cabeça dele um fogo apareceu do nada. Desse fogo, saiu Fawkes, que só fez piorar a cara de Dumbledore. A fênix agarrou o diretor pelo ombro e desapareceu, levando Dumbledore com ela. Harry perdeu imediatamente a vontade de dançar. Rony e Hermione também.

— O que vocês acham que aconteceu? — Perguntou Rony, parado ao lado de Harry.

— Eu não sei — disse Hermione.

— Temos que saber — disse Harry se encaminhando para a saída do Salão.

— Como você vai saber isso? — Perguntou Rony espantado. Mas mesmo assim, ele e Hermione foram atrás de Harry.

— Não tenho idéia — disse Harry, que agora já estava no caminho que levava ao baile. — Tenho que chegar a Hogwarts.

— Harry, pensa bem.

— Pensa bem em quê, Hermione?

— Você não pode ir para Hogwarts. Sirius não iria querer isso.

À menção do nome de Sirius, uma onda de fúria invadiu Harry.

— Exatamente Harry — continuou Hermione —, Sirius morreu para te proteger. Não é muito gratificante você ficar andando por aí, só faltando gritar “Vem me pegar, Voldemort!”.

— Seria bom se fosse assim, não seria? — Perguntou Harry ainda mais irritado. Mas não esperou por uma resposta. — Pelo menos aquela maldita profecia da Trelawney acabaria e ele teria o caminho livre, não é?

— Você não quer isso, Harry.

— Isso o quê?

— Morrer nas mãos do Voldemort. Você não quer isso. Eu e o Rony não queremos que você morra.

— Como você sabe que é em Hogwarts? — Perguntou Rony.

— Dumbledore sabe Aparatar, qualquer lugar do mundo que pudesse ser, ele aparataria até lá. Mas não, ele foi com Fawkes. E ela pode aparatar em Hogwarts — respondeu Harry quando eles passavam pelo Expresso de Hogwarts.

— Espera aí — disse Hermione se dirigindo ao trem.

— Pra quê? — Perguntou Harry um pouco irritado.

— Estamos na França — respondeu Hermione.

— E o que isso tem a ver com tudo? — Perguntou Rony também ficando irritado.

— Tem a ver, Rony, que estamos no meio do inverno. Hogwarts fica no norte da Inglaterra. Lá estará muito mais frio do que aqui.

— Que seja — disse Harry, pegando a varinha do bolso. — Accio Casacos!

Pela janela do trem, seis casacos vieram em direção a ele. Dois dele, dois de Rony e dois de Hermione.

— Vestir Casacos!

Uma vez vestidos, os três se encaminharam para fora do castelo. Puxaram o grande portão de ferro com o Brasão de Beauxbatons no meio e Harry esticou o braço direito e o abaixou. Conforme o esperado, o Nôitibus Andante apareceu na frente deles novamente. Mas, ao invés do típico Benvindos ao Nôitibus Andante, Lalau disse:

— Já fui avisado que veria vocês hoje. Desculpem-me, mas tenho ordens de não levá-los a nenhum lugar esta noite. E também tenho ordens de avisá-los que o senhor Alvo Dumbledore trancou o espaço aéreo deste castelo, de modo que nenhuma vassoura, cavalo alado, nada, vai poder levá-los pelo ar. Por terra, podem ir andando se quiserem. Chegarão lá em uns quinze anos. Talvez mais. E, por água, o Senhor Alvo Dumbledore me mandou dizer que o único método seria o navio de Durmstrang, mas os fundos do lago desta escola e o do de Hogwarts estão trancados. Isso é tudo. Tchau. Vamos embora, Ernesto!

Harry se sentia um inútil. Não mais quis voltar ao Baile, mas Hermione disse:

— Você é capitão, Harry. Está no programa do Baile que você vai encerrá-lo. Não pode ir embora antes do fim. Terá de ficar até a meia-noite. Sinto muito.

Harry, altamente enfurecido, fez o seu caminho de volta até o Salão, Emily o esperava.

— Quer dar uma volta? — Perguntou ela abraçando Harry.

— Quero — respondeu ele também abraçando Emily e sentindo o cheiro do seu perfume.

— Então vamos — disse Emily soltando Harry e dando as mãos a ele. Era incrível como ela fazia bem a ele. Ficar perto de Rony e Hermione era muito bom, mas era algo estranhamente diferente. Harry queria tocar Emily, ficar cada vez mais perto dela. Enquanto Emily olhava a decoração do lugar, Harry olhava Emily. Como ela é linda. Ele pensava nisso a todo instante. Ele se sentia idiota. Altamente infantil. Parecia que seu cérebro parava de pensar quando ele chegava perto de Emily. Harry não sabia explicar, mas queria mais.


* * *


Harry e Emily agora dançavam uma música agitada. Faltavam cinco minutos para o fim do baile. Eles, o capitão de Durmstrang e a capitão de Beauxbatons eram os únicos pares que estavam na pista. Era a dança de encerramento. Harry não mais vestia seu sobretudo e Emily não mais usava seu casaco. Harry não ligava para o fato de estar ficando cada vez mais suado. Ele só prestava atenção aos soltos cabelos de Emily que agora molhados de suor estavam. Ela era linda. De qualquer forma.

Então, Os Diabretes Pacíficos finalmente pararam de cantar. E Madame Maxime disse:

— Obrigada pela presença. Esperamos o público de Beauxbatons e Hogwarts no Estádio Oficial em cinco dias, para a primeira partida de Copa Escolar de Quadribol: Beauxbatons X Durmstrang. Boa noite.

Todos os alunos aplaudiram Madame Maxime. Era óbvia a excitação entre os alunos. A Copa Escolar de Quadribol começaria no dia vinte e nove de Dezembro e nem Harry, que não iria jogar, não podia deixar de estar ansioso para a partida. Quando todos os alunos pararam de aplaudir, seus diretores começaram a levá-los para fora do Salão. Primeiro, Plakrroff levou a Delegação de Durmstrang, a professora McGonagall levou a de Hogwarts. Harry se sentia morto de cansaço e não via a hora de cair em sua cama.

Quando ele entrou no quarto, tirou a varinha do bolso do sobretudo.

— Tirar Sobretudo! Tirar Vestes! Vestir Pijamas!

E se deitou. Em menos de cinco minutos já estava adormecido.


* * *


Harry, Rony e Hermione acordaram muito tarde no dia seguinte. Quando Harry colocou os seus óculos, viu uma pequena pilha de presentes ao pé da sua cama.

— Feliz natal! — Disse Harry animado. Hermione e Rony responderam:

— Feliz natal!

O primeiro presente que Harry abriu ao virar para a sua pequena pilha, foi o de Rony. A nova edição do Qual Vassoura.

—Valeu, Rony! — Disse Harry folheando o livro. — Já abriu o seu?

— Tô abrindo agora — respondeu Rony. Conforme ele abria o embrulho da Vestimentas De Quadribol, suas orelhas ficavam cada vez mais vermelhas.

— Ha… Harry — Rony ainda não acreditava. Em frente aos seus olhos estava o uniforme completo dos Chudley Cannons — O… Obri… Obrigado — ele abria um enorme sorriso.

Harry preferiu voltar à sua pilha de presentes. Ele não queria ficar encabulado. Então, abriu o presente de Hermione. Obviamente, um livro. Proteja-se Na Sua Vassoura — Feitiços Para Continuar Voando Em Qualquer Ocasião.

— Uau, Hermione!

— De nada — respondeu a garota. — Mesmo que mil Dementadores apareçam no campo, você continua no ar.

— Já viu o que eu te dei? — Perguntou Harry.

— Já sim, Harry, muito obrigada mesmo! Há tempos que procuro pelo Histórico do Código Mágico Penal. Valeu.

— Eu ouvi você uma vez, na biblioteca, procurando esse livro e não achar. Pensei que seria útil.

— E será — disse Hermione rindo. — Valeu, Harry!

Harry voltou mais uma vez à sua pilha. Embaixo do presente de Hermione, estava uma enorme caixa, ao abrir o papel pardo, Harry viu, em cima, mais um suéter da Sra. Weasley. Verde ácido com o desenho de Harry montado a uma vassoura e com um Pomo de Ouro na mão. Harry gostou muito. Embaixo da suéter, estavam dez bolos confeitados, cada um de um sabor diferente.

— Ela já recebeu o Multidesgnomizador — disse Rony olhando para os tantos bolos na cama de Harry e segurando um suéter marrom com a letra R escrita. — E o papai, a caixa de ferramentas.

E, embaixo dos bolos, estava, ainda dentro da caixa, uma carta do Sr. e da Sra. Weasley agradecendo imensamente os presentes de natal que Harry lhes mandara.

Harry encontrou, embaixo dos presentes da Sra. Weasley, um bilhete. Nele estava escrito: Feliz natal. Tio Válter, Tia Petúnia. E preso a este, uma nota de uma libra. Harry riu abertamente. Ainda se lembrava muito bem do dia em que saiu da casa dos trouxas nas últimas férias de verão.

Trancado na Rua dos Alfeneiros número quatro por uma semana, já tendo mandado Edwiges mais de duas vezes para qualquer membro da Ordem da Fênix, conforme lhe fora ordenado no fim da quinta série, Harry estava arrumando muita paciência, sem saber de onde, para aturar a repentina e irritante falsidade dos Dursley. Harry tinha plena certeza de que aquilo tudo era para que ele fosse bem tratado e manter os bruxos (que buscariam Harry a qualquer sinal errado) bem longe de suas casas tão bem cuidadas. Tia Petúnia às vezes comentava que encontrara a casa deles às moscas no dia em que Harry foi resgatado no verão passado e dos olhares de tantos vizinhos tão esnobes quanto os próprios Dursley eram.

Até Duda teve que ser gentil com Harry. Embora o garoto percebesse que a cada dia de simpatia para com Harry, Duda recebia vinte libras.

Mas, ao fim da primeira semana de férias, algo errado aconteceu.

Sentado à mesa de jantar com Tia Petúnia, Tio Válter e Duda, já quase explodindo de raiva da falsidade dos seus parentes (Tia Petúnia parecia a Sra. Weasley, de tantas vezes que mandava Harry comer. O garoto ganhou uns cinco quilos durante a sua estadia e teve que sofrer para perdê-los), chegaram aos ouvidos de Harry as notas musicais da abertura do jornal das seis. E a primeira notícia dada por um apresentador assustado foi:

— Trinta trouxas somem misteriosamente no sul de Londres. A polícia os procurou o dia inteiro, mas ninguém foi achado. Tal fato não acontece há quinze anos.

Harry ficou paralisado na cadeira. Também ficaram os Dursley. Harry sabia que o culpado por aquilo tudo era Lord Voldemort.

Harry não conseguia pensar em mais nada durante o jantar. Só que não demoraria muito até que Voldemort fosse atrás dele. Mas os acontecimentos daquela noite não acabaram ali.

Ainda sentados à mesa do jantar, Harry e os Dursley ouviram uma notícia de última hora dada por um apresentador ainda mais assustado do que estava no começo do noticiário.

— Urgente. Sete famílias inteiras morreram há poucos instantes em lugares espalhados no país. A causa da morte não foi encontrada. Todos gozavam de perfeita saúde e carregavam uma cara de pânico no rosto. O Primeiro Ministro já está tomando providências para investigações. Mas assim como acontecia num passado não muito distante, essas mortes nunca foram explicadas. Mais notícias vocês conferem no noticiário das dez ou em flashes durante a nossa programação.

Tio Válter estava em um pânico silencioso. Mas abria a boca para dizer algo.

Porém, antes que falasse, uma coruja-das-torres entrou pela janela da cozinha e deixou cair um bilhete em cima da perna de Harry.


Arrume suas coisas. Eu, Olho-Tonto e Tonks iremos buscá-lo em dez minutos.

Lupin


Harry não pensou duas vezes. Sabia o que estava acontecendo. Levantou-se correndo da cadeira e deixou o bilhete de Lupin sobre a mesa. Olhando para trás, Harry viu que Tia Petúnia esticava a mão ossuda até o bilhete.

Já em seu quarto, ele corria para colocar tudo em seu malão. Então, ouviu três altos estalos que vinham da sala de estar e sabia que aquele som eram os três Aparatando na casa dos Dursley.

Logo, Ninfadora Tonks abriu a porta de seu quarto.

— Arrume isso logo.

— Eu não posso fazer magia — disse Harry. Para sua surpresa, Tonks tirou um pedaço de pergaminho do bolso.

— Eu, Cornélio Fudge, Ministro da Magia, dou permissão a Harry Tiago Potter para que este possa usar magia na noite de hoje, por motivos de segurança. Autorizo, também, Remo John Lupin a executar o feitiço Portus para o transporte do adolescente acima citado.

Harry estava abismado.

— Ele não quer mais me matar? — Perguntou Harry abismado.

— Não — respondeu Tonks. — E nem quer que Você Sabe Quem o mate. Vamos logo com isso.

Então Harry apanhou sua varinha em cima da escrivaninha e com alguns acenos de varinha já tinha limpado a gaiola de Edwiges e arrumado o seu malão.
Quando Harry e Tonks desceram, encontraram Lupin e Olho-Tonto Moody conversando com Tio Válter e Tia Petúnia.

— Ah, Harry! Que bom vê-lo — disse Lupin estendendo a mão para cumprimentar Harry. Harry a apertou e apertou a de Olho-Tonto. Lupin pegou a sua varinha e com um aceno transformou o malão de Harry numa chave de portal.

— Tchau — disse Harry se virando para os Dursley. — Até…

— O próximo verão — disse Lupin.

— Até o próximo verão, então. Tchau.

— Prontos? — Perguntou Lupin. Os Dursley ficavam olhando estupefatos. — Três, dois, um!

E Harry sentiu o conhecido puxão atrás do umbigo da chave de portal.

Era incrível. Harry pensava ainda olhando para a nota de uma libra. Harry ainda imaginava o que Olho-Tonto Moody e Lupin conversaram com Tio Válter e Tia Petúnia.

— Para que os seus tios te mandaram esse papel estranho?

Harry quase se assustou. Estava tão absorto em suas memórias que se esquecera completamente de que estava no mesmo quarto com Rony e Hermione, no dia de natal, abrindo os seus presentes.

— Esse papel estranho é dinheiro — disse Harry indiferente. — Pode ficar com ele se quiser. Já te dei cinquenta pence antes. Vai juntando. Faz coleção. Ou pode trocar lá no Gringotes. Você é quem sabe.

Naquele momento, Harry ouviu algo raspar a porta do seu quarto. Ele resolveu abrir a porta para ver o que era. Era uma coruja marrom. Ela carregava o exemplar do Profeta Diário no bico. Harry pegou o jornal e não se surpreendeu muito com a notícia de capa.


ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS ATACADA NOVAMENTE!
VOCÊ SABE QUEM INVADE O TÃO BEM PROTEGIDO CASTELO


O Conselho da Diretoria da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts informou hoje de manhã que a referida escola fora invadida por Você Sabe Quem na última noite.

O Diretor Alvo Dumbledore se encontrava no Baile de Inverno da nova edição da Copa Escolar de Quadribol, que se realiza no Palace Beauxbatons.

Na ação, trinta Comensais da Morte foram mandados sob penalidade máxima para a Prisão de Azkaban. “Os Guardas já aplicaram as Lanças Podres nos prisioneiros mandados”, nos informou o Chefe da Seção de Controle e Proteção da Prisão de Azkaban pouco antes desta edição ser fechada.

O Ministro da Magia em exercício, Arthur Weasley, informou que o Ministro Dumbledore não pode se instalar no país até o fim da Copa Escolar de Quadribol, que vai até junho, por motivos de segurança.

Por culpa das férias de natal, não havia alunos no castelo. O que deixou todos a salvo.

Conforme o Diretor da Escola, para evitar que algum aluno sofra algo grave, como no último ataque à Escola, feito por Dementadores, os diretores da Academia de Magia Beauxbatons, Madame Olímpia Maxime e do Instituto Durmstrang, Henry Plakrroff, concordaram em transferir os alunos para o Palace Beauxbatons — atual moradia dos integrantes da Delegação de Hogwarts.

“A Academia de Magia Beauxbatons terá o maior prazer em receber todos os estudantes da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts até o fim da Copa Escolar de Quadribol” disse a diretora da Academia.

Em relação aos jogos da Copa, o Estádio Oficial já foi adaptado para que todos os alunos que se encontrarem na área possam assisti-los.

O castelo de Hogwarts será trancado — conforme esteve durante todo o ano letivo.

Por culpa da Copa Escolar de Quadribol, o Palace Beauxbatons já oferece toda a proteção necessária aos alunos.

Os professores provisórios, que davam aula no castelo, foram dispensados.

Alvo Dumbledore pede à comunidade mágica, mais uma vez, que tenham cuidado e saibam se defender.

A pedido do Ministro da Magia e em virtude de um ataque a setenta trouxas também feito esta noite (pp.42-46), O Profeta Diário publica um novo Guia de Proteção, que se encontra nas páginas 18-37.

Uma entrevista com Madame Olímpia Maxime, Alvo Dumbledore e Arthur Weasley sobre todos os acontecimentos desta noite e suas consequências, páginas 13-17.

Mais detalhes sobre o ataque de Você Sabe Quem à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, páginas 38-41.


— Alunos aqui? —Perguntou Rony após ter lido a matéria — E como caberão?

— Não sei se você já percebeu, Rony — disse Hermione um pouco irritada —, os alunos não ficarão no Palace, ficarão no trem. Que por sinal, já está pronto.

— Pronto? — Perguntou Harry surpreso.

— É, Harry. Pronto. O refeitório sumiu para dar lugar a uma grande escada que levará a cinco andares, sem contar o nosso. Neste, estará a Delegação de Hogwarts, no de cima, a Grifinória, acima, Lufa-Lufa, então, Corvinal. No quarto andar, estará a Sonserina. E no quinto, o Salão de Jantar.

— Como você sabe disso tudo? — Perguntou Rony.

— Fui à biblioteca. Então, antes mesmo de ir, olhei para os lados e vi que o refeitório estava aberto com uma enorme escada no meio. Resolvi subir para ver onde daria.

— Ei, Harry! — Exclamou Rony. — Ainda tem um envelope na sua cama.

Harry olhou para lençol e viu um envelope de pergaminho relativamente pesado. Nele, estava escrito somente: Para Harry Potter, de Colin Creevey.

— Colin Creevey? — Perguntou Rony rindo. Harry também não entendia. Foi aí que se lembrou.

— Eu que pedi pra ele — disse Harry correndo para abrir o envelope e ver umas vinte fotos. Em todas estava um irreconhecível Draco Malfoy, com todos os efeitos mais estranhos das azarações que Harry pedira para Fred e Jorge mandar para Malfoy no dia de natal. E depois pedira a Colin Creevey que fotografasse Malfoy e mandasse as fotos para Harry. Estavam realmente hilárias. Rony e Hermione, que haviam apanhado algumas para ver, rolavam nas suas camas de tanto rir.

Malfoy estava com furúnculos verdes, azuis e rosa no rosto. Seus lábios deviam medir meio metro. Seu nariz era maior do que um ovo de avestruz. Seus cabelos amarelos estavam escorrendo tinta roxa, produzida pelos próprios fios. Seus braços pareciam de trasgos tal eram os seus tamanhos.

Harry, Rony e Hermione trocaram as fotos até que os seus músculos já estavam doloridos de tanto dar risadas. Recuperando-se das energias, eles se dirigiram ao novo Salão de Jantar para o almoço de natal. Eles viram apenas uma longa mesa no meio e as quatro mesas, que se corresponderiam às das casas, estavam encostadas à parede.

— Feliz natal! — Disse a professora Minerva McGonagall quando os três entraram. — Não somos muitos, por enquanto, então acho que uma mesa basta para hoje. Vamos almoçar.

A comida estava simplesmente maravilhosa. Tudo o que Harry gostava. Era incrível. Dois banquetes em dois dias.

— Balas de Estalo! — Disse Rony segurando uma ponta do tubo e oferecendo a outra a Harry. O garoto puxou e se encontrou envolto por uma fumaça roxa. Então, apareceu um ovo no meio da mesa. Era menor do que o de uma galinha e maior do que o de uma codorna. Emily foi quem deu o primeiro comentário.

— Que lindo! Vocês ganharam um ovo de coruja.

— Gostou? — Perguntou Harry. — Pode ficar.

— Ah, obrigada! Então abre essa comigo.

Envoltos mais uma vez pela fumaça roxa, Harry viu surgir um chapéu cônico verde. Tentou usá-lo, mas toda vez que ele tocava alguma cabeça, ficava mudando de cor e soltando fogos de artifício para todos os lados.

Rony e Hermione ganharam dois pequenos coelhos brancos que se levantaram e se transformaram em um só ratinho menor que a palma da mão de Harry e saiu correndo para fora do Salão de Jantar.

Ao final da terceira porção de Pudim de Yorkshire, Harry já se sentia pesado.

Após o almoço, Harry resolveu dormir um pouco. Não havia nada programado para aquele dia. Ele podia fazer o que quisesse. E tudo o que ele queria àquela hora era um bom tempo de sono.

Não demorou muito tempo e Harry já dormia, e sonhava.

Poderia se dizer que era um pesadelo. O rato que Rony e Hermione tiraram no almoço invadiu o quarto de Harry e comeu o ovo da coruja que ele dera a Emily, mas ele pegara o ovo para ganhar uma aposta com Rony de que o ovo mudaria de cor de forma constante. Mas agora o ratinho comera o ovo. Comera também Edwiges e Pichitinho. Então arrotou uma bola de pêlo laranja. Devorara Bichento. E avançava para Harry.

Então o rato desapareceu. O sonho se modificou.

Ele estava num lugar podre. Sentia-se mal. Era como se estivesse rodeado por Dementadores, mas não via nenhum. Era estranho. Havia celas arrombadas para todo lado. O lugar estava vazio. Ele passava por aquilo montado na sua vassoura. Então foi até uma sala. Posou e desceu da vassoura. Conversou com alguém por muito tempo, mas não conseguia distinguir as palavras. Então viu, como se fosse por uma tela, Rony e Hermione caindo no mesmo véu que Sirius caíra no Departamento de Mistérios em junho. Então ele quis ir atrás.

E acordou suado, com a cicatriz como se estivesse em chamas, na sua cama. Num quarto vazio.

E com a cicatriz ainda ardendo, Harry saiu à procura de Rony e Hermione. Os encontrou no Saguão Central jogando Snap Explosivo. Rony fez o primeiro comentário antes mesmo que Harry se sentasse.

— Você está horrível. De novo.

— Me diz um dia em que eu estou bom — disse Harry sendo muito mais grosseiro do que realmente pretendia.

— Que seja, cara — disse Rony com um tom de desculpas na voz. — Conta o que houve.

— E precisa, Rony? — Perguntou Hermione um tanto irritada. — Se o Harry estava dormindo, é óbvio que ele penetrou a mente de Voldemort de novo. Não foi, Harry?

Harry concordou com a cabeça e contou o sonho que teve. Mas teve o cuidado de não contar a parte em que Rony e Hermione caíam pelo véu. O pânico só aumentaria.

— Não entendo — disse Rony com a sobrancelha franzida. — O Dumbledore não está de olho nas nossas mentes? Então o V… Voldemort não arriscaria abrir a mente dele a você. Arriscaria?

— Vamos por as coisas assim — disse Hermione como quem tenta entender algo impossível. — Dumbledore trancou todas as saídas deste castelo, porém, nada foi anunciado, só o que os bruxos sabem é que Hogwarts está trancada. Então Voldemort acha que, como Dumbledore não está aqui, você faria algo louco novamente.

— Mas eu não faria — disse Harry um pouco alto —, não depois do que aconteceu da última vez.

— Ainda bem — disse Hermione um pouco séria, m pouco a tentar animar Harry um pouco —, você sabe que você tem que aprender combate. Fale com o Dumbledore quando ele voltar. Talvez ele deixe você voltar com a AD. Não custa nada tentar.

— Tá bom. Pode ser — disse Harry tentando realmente se animar um pouco e esquecer o sonho que tivera. Mas era impossível. Só de lembrar de Rony e Hermione caindo por aquele véu, Harry já entrava em desespero.

— Vamos, cara — disse Rony parando de jogar depois do seu baralho ter explodido. — Você já cansou te ter visões da mente do Você Sabe Quem e não ficou assim.

— Olha, que seja. Eu vou para a biblioteca. Ler alguma coisa. Quem sabe eu esqueço esse maldito sonho e essa maldita vida que o Voldemort me deu?


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