Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 26
A CONVENÇÃO NEGRA


Notas iniciais do capítulo

Lembro de ter escrito os três capítulos que antecedem este simplesmente para chegar aqui. O último sábado de visita à Avenida da Magia precisava ser mais marcante que o primeiro. E as consequências dele não terminam por aqui.



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Harry encontrou o quarto vazio na manhã seguinte. Rony e Hermione já haviam ido tomar café e estavam na biblioteca.

— Que livro é esse? — Perguntou Harry, olhando um grosso livro com várias páginas manchadas e rasgadas.

Poções Controladas e Outras Soluções Proibidas — respondeu Rony. — É o livro que o Dumbledore disse pra gente usar. Ajudou na redação da semana passada.

— É verdade — disse Harry. — Vou pegar as minhas coisas.

Quando Harry estava cruzando o Saguão Central, encontrou com Gina Weasley.

— Harry? Viu o Dino por aí?

— Não.

— Então se você o vir, avisa a ele que ou ele fala comigo em meia hora ou eu vou lançar todas as azarações que eu conseguir nele.

— Tá bom — disse Harry surpreso. — Pode deixar.

— O que o Dino fez? — perguntou Harry para Rony e Hermione quando ele chegou à biblioteca.

— Rolam boatos que ele está saindo com uma garota de Durmstrang — disse Hermione. — E a Gina não está nada feliz.

— Mas é algo confirmado? — perguntou Harry.

— Acho que não. — respondeu Hermione.

— Acho que sim — disse Rony.

— Como? — Perguntou Harry.

— Olha pra trás — disse Rony.

E Harry olhou. E viu Dino Thomas beijando uma garota que ele não conhecia. Indiscutivelmente uma aluna de Durmstrang, a julgar pelo uniforme que contrastava fortemente com as vestes prestas de Dino.

— Eu não sei se eu sinto raiva pelo o que ele tá fazendo com a minha irmã — disse Rony —, ou não sei se eu me sinto feliz dele ficar longe da minha irmã.

— Bom — disse Harry —, eu não sei o que você deve sentir. Eu só sei que esta não é a melhor hora para transmitir o meu recado.

Mas não era necessário. Harry ouviu a voz de Gina berrar alguma coisa que mais parecia com um feitiço atrás dele, porém ele não conseguiu distinguir as palavras. Mas um forte feixe de luzes vermelhas passou pelos seus cabelos, levantando-os. E acertou Dino e a aluna de Durmstrang bem nos lábios (que estavam entrelaçados). Os dois caíram tal como se o ar tivesse sido tirado de seus corpos.

— Passa! — disse Gina alta e rispidamente. Harry não sabia se era para Dino ou para a aluna de Durmstrang. — Volta pro seu navio e reza pra ele não afundar. E você — disse Gina para Dino —, passa daqui.

— Diz que eu posso — disse Rony.

— Pode o quê? — Perguntou Harry.

— Só diz que eu posso — disse Rony.

— Tá bom — disse Harry — Pode.

Furnunculus! — berrou Rony, a varinha em punho, apontada para Dino. Obviamente, alguém o atingiu com outra azaração, pois o efeito não foi o normal daquele feitiço.

Houveram risos de todos os alunos que estavam na biblioteca fazendo os seus deveres conforme Dino saía da biblioteca.

— Quem ele acha que é? — Perguntou Rony.

— Não entendi — disse Harry.— Se você for mais devagar, você pára — disse Hermione. — É claro que o Rony tá falando sobre o Dino e a Gina.

— Foi bom assim — disse Rony bufando. — Ela merece coisa muito melhor.

— Me empresta esse livro aí — disse Harry apontando para o livro que Rony segurava.

— É — disse Rony —, a melhor coisa que eu posso fazer é terminar essa redação.

— Acho bom — disse Hermione. — A Gina tem a vida dela, e quem tem que tomar conta é ela.

Rony bufou novamente.

*        *        *

— Potter.

Harry se levantou e foi apanhar a sua redação. Era aula de Poções de sexta e o Prof. Snape estava devolvendo as redações entregues a ele segunda.

Harry esticou a mão receoso, esperando um D. Ele não achava que fizera uma boa redação.

Harry não pode deixar de abrir um largo sorriso ao olhar sua nota. Ele tirou um E.

— Excepcional — disse Hermione com um tom que mistura orgulho, deboche, felicidade e alta diversão. — Que chique.

— Eu gostaria de poder agradecer — disse Harry — A Dumbledore. Por ele ter nos ajudado tanto.

— Você o conhece mais do que nós — disse Rony. — Vamos à Avenida da Magia amanhã. É o último dia. Talvez você ache alguma coisa legal.

— Não sei — disse Harry — Ele gosta muito de astronomia, acho que tem tudo o que precisa. Ah, espera aí… Já sei o que eu vou fazer.

— Dá pra contar o que é? — Perguntou Rony.

— Não — respondeu Harry. — Até que dá, mas… Sabe como é. A gente tem sempre que esconder de alguém.

— Eu vou começar a fazer isso — disse Rony —, ter todas as minhas idéias e não contar pra ninguém. Aí eu também vou dizer: “Sabe como é. A gente tem sempre que esconder de alguém”.

— Ha. Ha. Ha. Ha. — disse Harry. — Você tentou, mas não foi engraçado. Sinto muito, Weasley.

— Potter. Ou você cala a boca ou eu tiro duzentos pontos de Grifinória e te coloco em detenção — disse Snape.

— Desculpe — disse Harry.

— Agora que Potter fez o favor de manter a sua voz inatingível aos nossos ouvidos — continuou Snape —, vocês vão começar a fazer a “Poção Para Engordar”, que é o contrário da “Poção do Emagrecimento”, já antes vista. Façam.

— Então é só fazer tudo o contrário da “Poção do Emagrecimento”, certo? — Perguntou Harry baixinho para Hermione.

— É. — respondeu a garota. — Só espero que você ainda se lembre como se faz a poção. Eu não consigo lembrar das três últimas linhas da primeira poção.

— Mexa quinze vezes em sentido horário a duas vezes por minuto; coloque cento oitenta e cinco mililitros cúbicos de água mágica e acrescente uma cabeça de cascavel sem os olhos — disse Rony.

— Vejo que finalmente você começou a prestar atenção às aulas — disse Hermione. — Parabéns.

— Obrigado — disse Rony. — Mas é melhor trabalharmos em silêncio hoje, o Snape não vai gostar de nos mandar calar a boca novamente.

— Tem razão — disse Harry.

*        *        *

— ACORDA! Vamos perder a hora!

— Hã! O que? Quem? Por que? Aonde?

— Blá, blá, blá — disse Rony. — Em três minutos o Dumbledore vai sem nós.

— Vai aonde? — perguntou Harry, confuso.

— Hoje é sábado — disse Rony. — Dezenove de dezembro. Último dia das compras de natal.

— Arrumar carteira, Accio Folha de Movimentação, Escolher Roupas, Despir Pijamas, Vestir Roupas, Guardar Pijamas, Pentear Cabelo, Accio carteira. Estou pronto. Vamos.

— Sabe — disse Rony enquanto eles saíam do quarto —, eu gostaria de ter esse dom.

— Dom? — Perguntou Harry. Sobre o que Rony falava? — Que dom?

— O dom de feitiços caseiros — respondeu Rony. Harry se perguntou que dom era esse. — Arrumar as coisas com um aceno de varinha.

— Eu não tenho esse dom — disse Harry à altura que eles alcançaram a porta do Expresso de Hogwarts. — Tenho?

— Tem — respondeu Rony. — Outro dia eu tentei guardar algumas meias e tudo o que eu consegui foi com que elas se enrolassem e começassem a bater na minha cabeça.

— Ah, aí estão vocês — disse Hermione quando Harry e Rony chegaram aos jardins de Beauxbatons. Emily estava ao lado de Hermione. — Por pouco Dumbledore deixava vocês aqui.

— Duvido muito — disse Harry.

— Isso não vem ao caso — disse Hermione —, eu só quis dizer que vocês estão atrasados.

— Vamos? — Perguntou Dumbledore segurando uma longa chave de fenda. — Um, dois, três.

Em pouco tempo, os cinco estavam à entrada da Avenida da Magia.

— Já sabe o que vai comprar para o Dumbledore?

— Perguntou Rony.

— Sim — disse Harry. — Vamos ali, à Roupas Personalizadas para o Bruxo de Alto Nível.

Harry, Emily, Rony e Hermione entraram numa loja de porta estreita, eles nem podiam entrar juntos, e nem Rony que já estava acostumado com o mundo da magia pôde evitar que seu queixo caísse. Após passarem da porta, os quatro se viram diante de uma das maiores lojas em que eles já estiveram.

Longos corredores com quiosques por todos os lados. Várias máquinas de costurar antigas, enfeitiçadas para terem um funcionamento mais prático.

Vários bruxos com as roupas mais excêntricas que Harry já vira na vida circulavam pela loja.

— Ali — disse Harry apontando para uma placa com o formato de uma meia pairava no alto. Nela, estava escrito “meias” —, meias.

— Nós sabemos ler — disse Rony.

— Eu sei — disse Harry. — E não venha com comentários. Você entendeu.

— Tá bom — disse Rony. — Não precisa ficar nervoso.

— O Harry não está nervoso — cortou Hermione antes que Harry pudesse responder e eles começariam a discutir ali. — E você também não está, não é, Rony?

— Ai! Sim, sim. Claro que não — disse Rony depois do beliscão que levou de Hermione no braço.

— Por favor — disse Harry a uma bruxa que usava uma longa meia de tiras coloridas de lã como chapéu, ela fumava um cigarro da mesma maneira que um homem que completamente ignora as regras de boa educação o faria. — Eu quero cinco pares feitos da mais grossa lã que você tiver, de cor neutra, e com o nome Alvo Dumbledore bordado em letras finas, com linha de ouro.

— Sete galeões — disse a bruxa, a voz dela era incrivelmente rouca.

— Tá bom. À vista. Por favor.

Harry pegou sete moedas de ouro dentro da carteira e entregou à bruxa.

— Quais embalagens para presentes vocês têm? — Perguntou Harry.

— Favor olhar na última prateleira — disse a bruxa sem olhar para Harry, absorta na sua máquina.

Harry, Emily, Rony e Hermione se divertiram escolhendo uma embalagem.

— Que tal esta? — perguntou Emily.

— Não — disse Harry. — Ele não é burro para precisar de uma placa gigantesca de “Abra Aqui” com uma seta cintilante.

— Esta seria se ele fosse um vampiro — disse Rony apontando para uma em formato de boca com caninos aguçados. — Olhem, tem até sangue saindo dela.

— Esta — disse Harry apontando para uma réplica do sistema solar perfeita — Por favor. — disse Harry para a bruxa —, eu gostaria de aumentar o meu pedido. Para cada planeta e cada lua, eu quero colocar um par das meias dentro.

— Vinte galeões a mais — disse a bruxa.

— Débito em folha, por favor — disse Harry.

— Achei que você iria pagar à vista. Já ia te chamar de maluco — disse Rony para Harry.

— Não. Eu ficaria só com três galeões — disse Harry.

Em vinte minutos, os quatro saíram da loja. Harry com uma grande bolsa na mão.

Harry, Emily, Rony e Hermione subiram a rua. Era incrível o número de bruxos usando amontoados de vestes escuras e que cheiravam mal. Não só as vestes, como também quem as usava.

— Estranhos eles, não? — Perguntou Rony à altura que eles já passavam pela área amarela e alcançavam a enorme fachada da Gemialidades Weasley.

— É claro, Rony — disse Hermione. — Desde 1428 que se realiza, todo dia dezenove de dezembro, a Convenção Negra de Bruxos das Trevas Anônimos.

— Bruxos das trevas? — perguntou Harry, preocupado. — Alguém deve chamar o Ministério da Magia. Hermione, são bruxos das trevas. Soltos.

— Eu sei disso, Harry. Mas não há nada que você possa fazer — disse Hermione num tom contrastante ao de Harry — Desde que eles não nos machuquem, o Ministério não pode interferir na convenção. Eles ganharam esse direito em 1430. Quando quase não haviam mais bruxos das trevas para fazer a conferência.

— Mas, Hermione. São bruxos das trevas.

— Que têm o direito de se reunirem.

— Mas… — Harry ainda não acreditava. — E as leis?

— Eles estão dentro da lei — disse Hermione. — Enquanto eles não usarem suas varinhas ou seus produtos contra outros bruxos ou trouxas, eles estão nos seus plenos direitos. Muitos deles nunca passaram por Azkaban.

— Azkaban? — Perguntou Harry. — Na França?

— É, Harry — respondeu Hermione — Na França. Ou será que quando você ouviu que Azkaban era a prisão dos bruxos, você achou que era só dos bruxos da Inglaterra? Espero que não. Azkaban é grande o suficiente para todos os bruxos das trevas do mundo. Isso se deve ao fato de que nem todos sobrevivem tanto tempo. Alguns morrem no mesmo dia em que chegam.

— Disso eu sei — disse Harry. — Eu só fico inconformado do Ministério da Magia permitir uma coisa dessas.

— Ficar inconformado de nada vai adiantar — disse Hermione. — Saberemos nos defender se eles nos atacarem.

— Pode ter certeza que sim — disse Harry.

— Legal — disse Rony. — Aonde vamos agora?

— Sei lá — respondeu Harry. — Vamos só andar por aí.

*        *        *

— Estou cansado — resmungou Rony.

— Eu também — disse Harry.

— Mione — disse Rony para a cortina do provador. — Vamos logo.

— Ai, Rony. — respondeu a voz de Hermione pela cortina. — Por favor. Eu ainda não gostei de nada.

— Então não leve nada — disse Rony com um tom de quem achou a solução para um problema sem fim. — É simples.

— Você prometeu — disse Hermione zangada. — Nem começa. O Harry não tá enchendo o saco da Emily.

— É claro — respondeu Harry num tom de “me tira desse assunto”. — Ela saiu há quinze minutos e está te esperando aqui fora.

— Ah — respondeu Hermione sem graça. Em cinco minutos ela saiu do provador.

— Não gostou de nada? — Perguntou Rony inconformado. Hermione carregava numa mão umas cinco saias e, na outra, mais de três blusas e umas quatro calças.

— Se eu tivesse gostado teria levado muito mais — respondeu Hermione. — E não enche.

— Não enche? — perguntou Rony indignado. Mas Harry podia dizer que o amigo se divertia. — É assim que você fala comigo?

Hermione deu um riso torto.

— Ah! Então é assim que você me trata? — Perguntou Rony. — Eu vou te deixar de lado.

— Deixa — respondeu Hermione num tom de diversão. — O Vítor tá esperando você fazer isso. Ele já me disse isso umas três vezes.

— Então diz pro Vítor que ele vai ter que esperar muito. — disse Rony ficando vermelho.

— Mas você acabou de dizer que ia me deixar de lado! — Disse Hermione se divertindo cada vez mais.

— Não vou mais — disse Rony rispidamente. — Não quero a minha Hermione com outro garoto. Muito menos esse Vitinho Krum.

— Sua? — Perguntou Hermione. — Mas você tá ficando possessivo demais!

— E? — Perguntou Rony. — É minha mesmo.

— E — respondeu Hermione —, que é assim que eu gosto. Pelo menos agora, pertinho de você.

— Tem que rir com esses dois — disse Emily se sentando no colo de Harry.

— É — respondeu Harry. — Mas eu prefiro rir com você.

—Harry! Emily! Vamos embora. Hermione já saiu do caixa — disse Rony da porta de A Bruxa Elegante.

Harry ouviu Emily bufar. Mas não sabia ao certo se era um bufo ou simplesmente uma respirada mais forte que o normal, sem significado.

Harry pegou a mão de Emily e os dois saíram da loja (Rony e Hermione já estavam do lado de fora).

Foi quando tudo aconteceu.

Pela orelha de Harry, um jorro de luz verde passou errando-o por pouco. Harry sabia que feitiço era aquele e ia acertar Rony na nuca. Harry puxou a varinha e gritou:

Reducto!

— Ah, garoto! Avada Kedavra! — disse uma voz rouca masculina a uns cinco metros atrás de Harry.

Harry se virou e gritou:

Protego!

— Não dessa vez! Avada Kedavra! — disse a voz de outro homem, este saía da Floreios e Borrões e apontava a varinha para o primeiro homem.

Crucio! — gritou Harry apontando para o primeiro homem.

O feitiço do outro homem vencera o de Harry e acertou o primeiro, que usava várias vestes escuras que lhe cobriam da cabeça aos pés, na altura do peito. Ele caiu no chão. Morto.

Harry levantou a varinha e correu em direção ao homem que tentara matá-lo e a Rony.

— Revele Sua Face! — Disse Harry com a varinha apontada para o homem. Os panos negros começaram a se mover para revelar um rosto que Harry não conhecia.

— Hoje em dia — disse a voz do homem que saía da Floreios e Borrões —, de nada ajuda olhar o rosto. Mas sim, o braço esquerdo.

Harry virou par trás para ver quem fora o homem que salvara a sua vida e viu que era o seu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas: Davi Donlon.

— Acho que você já deveria ter aprendido isso no seu curso, Potter — disse o professor sorrindo amigavelmente.

— Revele Seus Braços! — disse Harry apontando a varinha para os braços do homem morto aos seus pés. As vestes se levantaram e, no braço esquerdo estava uma tatuagem. Um crânio de boca aberta, onde a língua era uma serpente.

— Exatamente o que eu esperava — disse Davi.

 A Marca Negra.

— O senhor esperava? — Perguntou Harry com um alto tom de desconfiança. — Como?

— Andrei Denman — respondeu Davi num grande tom de lamentação. — Fomos melhores amigos em Hogwarts. Até hoje me admiro que ele tenha entrado para Lufa-Lufa. Deveria ser de Sonserina. E olha que são casas de personalidades muito diferentes. Quando terminamos Hogwarts, ele foi atrás de Voldemort. Quando a Câmara Secreta foi reaberta, exatamente no ano seguinte à nossa saída, achei que era culpa dele. Mas descobri que ele procurava por Voldemort em Cuba. Um pouco longe da Albânia. Fiquei, então, tranquilo. Mas quando soube da volta de Voldemort, sabia que não demoraria muito até que ele se juntasse aos Comensais da Morte. Ainda mais quando Voldemort matou todos os Comensais antigos.

— Ele foi experto — continuou Davi. —Aproveitou-se da Convenção Negra para tentar te matar. Pelo menos é um Comensal a menos a nos dar dor de cabeça.

— Mas ele era seu amigo — disse Harry.

— Era — respondeu Davi friamente. — Deixou de ser quando deixou que Voldemort o marcasse como um fazendeiro marca o seu gado. Mesmo assim ele está morto. Marie Claire Lapaix vai aparecer a qualquer instante. Dizem que não é fácil aturá-la. Dumbledore já está atrás de nós.

E estava mesmo.

— Professor Dumbledore — disse Davi —, se o senhor tiver cinco minutos posso explicar tudo ao senhor.

— Ah, Davi! Lamento que não seja necessária a sua explicação. Venho acompanhando Andrei Denman desde que ele cruzou a entrada da Avenida da Magia. Já tinha uma suspeita do que ele queria, mas decidi esperar. Talvez ele mudasse de idéia.

— Agora — continuou Dumbledore —, devemos ser rápidos. Marie Claire Lapaix vai chegar em treze segundos e vai querer levar Harry até o escritório dela.

— Errado, Dumbledore. — disse uma voz feminina que lembrava Dolores Umbridge. Mas não, era Marie Claire Lapaix. Era a primeira vez que Harry a ouvia falando. — Eu cheguei há treze segundos. Percebi que você queria esconder esse garoto de mim. Mas foi inútil. Eu agora vou levar você, o garoto Potter e este outro homem comigo. Até o meu escritório. E não ache que vai passar a perna em mim assim como fez com Cornélio Fudge e Dolores Umbridge há alguns meses.

— De maneira nenhuma — disse Dumbledore. — Não creio que uma tentativa de assassinato feita por um Comensal da Morte vá me levar par Azkaban.

— Isso veremos — disse Marie Claire. — Você, garoto! — disse ela se virando para Harry. — Sabe aparatar?

— Não — respondeu Harry mais secamente do que achava que devia.

— Inútil — disse Marie Claire. Harry achou um absurdo, mas preferiu não argumentar. A voz da Ministra era parecida com a de Dolores Umbridge. Mas seu humor era muito pior. — Vai demorar mais.

— Creio — disse Dumbledore calmamente —, que uma chave de portal resolveria os seus problemas.

— Eu não quero uma chave de portal! Daria trabalho demais! — disse Marie Claire quase gritando. Ela esticou o braço direito e o abaixou. Harry podia jurar que ouviu Dumbledore bufar, mesmo sabendo que o diretor nunca faria algo assim.

Quando Lapaix abaixou o braço, o Nôitibus Andante apareceu na frente deles.

— Ministério da Magia da França! Agora! — Lapaix falava cada vez mais alto e chamava cada vez mais atenção. Ela nem dera tempo de Lalau dizer “Bem vindos ao Nôitibus Andante”.

— Entrem. — disse Lapaix rispidamente para Harry, Davi e Dumbledore. Harry achou que nem precisava mandar duas vezes.


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