Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 23
DESCONTROLE




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/170904/chapter/23

Harry acordou na manhã seguinte e se sentiu muito mais feliz do que estivera em muito tempo. Embora não demorou muito e ele voltou ao normal.

— Harry, não espere isso novamente, mas eu fiz uma redação para você, é só passar a limpo e entregar à McGonagall hoje. A aula dela é a terceira. Mas você ainda tem que aprender a fazer o feitiço. Então é bom praticar. Toma, eu tenho uma caixa de fósforos.

Harry praticou durante todo o café. Mas nada conseguia, quando Emily Marian entrou no refeitório, deu um rápido beijo em Harry e perguntou o que ele estava fazendo. Quando ele terminou de explicar o dever que tinha a fazer, ela disse:

— Tenta o feitiço Corpus Vivadart, deve funcionar. E pense em algum humano. É o mais importante.

Harry tentou e, por mais revoltante que pudesse parecer após tanto tempo treinando, um dos fósforos se contorceu e dele saíram pernas, braços e a cabeça do fósforo se transformou numa cabeça humana.

Harry transformara o fósforo numa linda mulher loira, de cabelos longos, mas antes que Harry pudesse reparar muito nela, Emily apontara a própria varinha e dissera:

Finite Incantatem! Ninguém dá em cima do meu namorado.

— Ela não estava dando em cima de mim. Estava?

— Estava. E você tava dando bola pra ela. Não vem não que eu vi.

— Tá bom. Desculpa, então — Harry ria.

— E você! — Emily sentou no colo de Harry e dava socos no ombro dele. — Para de pensar em mulher quando for fazer esse feitiço, senhor Harry Potter.

Harry ria cada vez mais abertamente.

— E para de rir, isso não teve graça.Tem aula de que agora?

— Não sei, acho que de História da Magia.

— Argh. Leva um travesseiro.

— E você, tem aula de quem?

— Snape.

— Prefiro dormir na aula do Binns.

— Tem razão.

— Vamos?

Emily concordou com a cabeça e levantou-se do colo de Harry. Os dois foram de mãos dadas até o Saguão Central, onde Harry entrou na porta de número dois e Emily na de número um.

Harry ficou a hora da aula de Binns inteira passando a limpo a redação que Hermione fizera para ele. Quando a sineta tocou, foi a vez de Harry ir para a porta número um, para a aula de Feitiços.

O Professor Flitwick gastou a primeira metade da sua aula com o feitiço Confundus, mas depois, ele disse:

— Bom, vocês já estão muito bons então nós vamos começar a aprender um feitiço de extrema precisão e cautela. Só bruxos poderosos podem fazê-lo e o Ministério da Magia proíbe que este feitiço seja usado sem prévia autorização. É o feitiço para se produzir uma chave de portal.

— Existem várias formas de se produzir uma chave de portal. Pode ser com hora marcada, quando uma determinada pessoa tocar nela, quando a próxima pessoa tocar nela, mas o mais usado é quando o bruxo que a fez prefere que a chave seja acionada quando esta pessoa disser “agora!”, após fazer uma contagem.

“Também é muito importante que se pense com clareza no lugar em que a pessoa que está usando a chave de portal vai aparecer. Tem que ser com muita certeza. Não pode haver dúvidas.

O feitiço correto para transformara algum objeto em chave de portal, é Portus, um fino feixe de luz azul deve sair da varinha de quem o faz, o objeto deve estremecer e voltar ao normal. Embora, vocês não vão treinar hoje.”

O Professor gastou vinte minutos falando do feitiço Portus até que disse:

— Por favor peguem o Livro Padrão de Feitiços e façam um esquema detalhado do efeito do feitiço da chave de portal.

Harry apanhou o seu livro e achou o feitiço Portus na página quinhentos e oitenta e três. Havia o desenho de uma varinha, que estava apontada para um cálice de água. Embaixo, uma representação de luz saía da varinha e ia em direção ao cálice. Depois o cálice estava se estremecendo. E então, no último desenho, o cálice voltara ao normal, exatamente como o primeiro.

Harry copiou os desenhos para um pergaminho grande, colocando números de legenda em cada etapa do feitiço que o Prof. Flitwick falara. Estava anotando os últimos passos quando a sineta tocou. Ele terminou de escrever correndo, virou o pergaminho, escreveu Harry Potter — Sexta Série — Grifinória e o entregou ao professor.

Na aula da professora McGonagall, Harry foi testado para ver se ele aprendera como transformar um objeto em uma pessoa.

— Potter, venha até aqui e transforme este fósforo numa mulher morena de cabelos curtos e lisos.

Harry avançou para a professora, pensou na pessoa que ela havia dito, apontou a varinha para o fósforo que McGonagall entregou à ele e disse:

Corpus Vivadart!

O fósforo se retorceu e assim como aconteceu no café da manhã, pernas e braços brotaram do fósforo e a cabeça dele virou uma cabeça humana. Primeiro ficou grande, depois os cabelos cresceram, então apareceram os olhos, o nariz, a boca e as orelhas. Harry conseguira até produzir argolas de ouro nas orelhas da morena. A pele levemente escurecida era lisa como a de uma criança. Quando ela perguntou onde estava, sua voz era doce e cativante. Harry olhava boquiaberto para ela, Rony também.

— Professora — era Hermione, mas Harry não queria prestar muita atenção à amiga. Assim como Rony, Harry queria ficar ali, parado, olhando para ela.

— Será que a senhora se importa?

— Claro que não, Srta. Granger — respondeu a professora. Se Harry estivesse prestando atenção, veria que ela estava quase sorrindo. — Finite Incantatem!

A mulher se retorceu e voltou a ser um fósforo sobre a mesa da professora Minerva.

— Muito bem, Potter — disse McGonagall. — Vejo que a senhorita Marian lhe ensinou a fazer o feitiço certo. Pode se sentar.

Quando Harry voltou para a sua carteira, viu Hermione brigando com Rony. Mas não quis saber o que ela falava. Somente quando ela se virou para ele, que ele olhou para ela.

— E você também, Harry. Muito bonito. Não podia ter simplesmente ter feito o feitiço e deixar aquela mulher de lado?

— Desculpa.

— Não sou eu quem tem que te desculpar, não, Harry. É a Emily.

— O quê? Você não vai contar pra ela! Vai?

— Não, Harry. Não vou. Mas devia. E acho que você também deveria contar.

— Pra que? Só vai chatear ela. Ela não tem nada a ver com isso. É melhor ela ficar sem saber.

— É?

— É.

— Pois bem, Harry, daqui a quarenta minutos é hora do almoço. Ou você conta ou eu conto.

— Mas pra que tudo isso?

— Tudo isso, Harry. Se fosse eu no lugar dela, eu não ia ficar nada feliz se você não me contasse.

— Mas você não é ela. E isso basta.

Hermione amarrou mais ainda a cara.

— Potter, Granger! Por favor!

— Desculpe, professora.

Harry ficou com um péssimo humor até a hora do almoço. Assim também ficou Hermione.

A professora Minerva pediu que eles transfigurassem objetos maiores do que fósforos em seres humanos. Mas Harry estava tão mal-humorado e sem prestar atenção no que estava fazendo, que disse o feitiço de maneira errada com a varinha apontada para si mesmo. As frentes de suas vestes pegaram fogo e por pouco o fogo não atingiu o rosto dele.

Quando a sineta tocou para o almoço, Harry saiu da sala antes que qualquer um pudesse vê-lo. Ele foi quase correndo em direção ao refeitório e se atirou sobre uma cadeira. Serviu-se de carne, batatas assadas e arroz, mas nem tocou na comida. Não demorou muito e Emily chegou, o humor dele piorou ao vê-la.

— Oi. Tudo bom? Já vi que não. O que aconteceu? — Emily se sentou ao lado de Harry e abriu um sorriso que fez Harry se sentir melhor à mesma maneira que ficava pior.

Harry contou a Emily sobre a morena que ele conjurara na aula de Transfigurações e, para seu grande alívio, Emily continuava a sorrir.

— Bom — disse ela parecendo considerar toda a situação, mas mesmo assim não parava de sorrir. — Se fosse uma pessoa à sua escolha, eu ia ficar mais do que desapontada com você, mas já que foi uma ordem da professora McGonagall, não tem problema. Mas eu quero um pedido de desculpas por você ter ficado olhando pra ela.

— Desculpa.

— Você não entendeu direito. Eu quero um pedido decente de desculpas.

— Emily, você me desculpa por ter olhado para outra mulher?

— Só isso?

— Me desculpa por olhar para outra mulher quando eu só devia ter olhos pra você? — Harry já achava aquilo ridículo.

— Eu quero um beijo. Se eu não ganhar um beijo você vai ficar sem desculpas.

— Então era só isso?

— Era. Eu nunca tive saco pra ficar ouvindo ladainha de ninguém.

— E você me deixando falar?

— Digamos que pela primeira vez eu estava achando um pouco divertido.

— Ha. Ha. Ha.

— O que foi, não achou graça?

— Não.

— Tudo bem. Isso não vem ao caso. Eu ainda não recebi o meu pedido de desculpas.

Harry sorriu, aproximou o rosto ao de Emily e disse baixinho:

— É um pedido rápido, normal, longo?

— Não sei. Estou muito chateada. Não sei se um pedido normal vai te ajudar, muito menos um rápido. Agora, um longo me faz pensar no caso, mas um gigante te deixa logo perdoado.

*        *        *

Naquela noite, ao saírem do jantar e entrar no quarto, Harry, Rony e Hermione encontraram um aviso pendurado no quadro de avisos:

COMPRAS DE NATAL

Nos dias 05, 12 e 19 deste mês, os alunos de Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang irão à Avenida da Magia, galeria local, para as compras de natal. Os alunos devem estar a postos no pátio do Palace Beauxbatons às dez horas e trinta minutos. Cinco chaves de portal levarão grupos de seis alunos e um professor e duas levarão grupos de quatro alunos e um professor. Os alunos voltarão às cinco horas da tarde.

— Legal. Compras de natal — disse Rony. — O que é isso?

Hermione virou os olhos para o teto, num indiscutível tom de impaciência e respondeu:

— A Avenida da Magia, Rony, é uma rua somente com lojas, como o Beco Diagonal, mas fica situada ao sudoeste de Paris. É linda, embora Hogsmeade seja mais bonita.

— Legal — respondeu Rony. — Eu vou pra biblioteca terminar o dever do Snape da Poção da Tristeza. Alguém vai?

— Eu. Ainda nem comecei a redação — disse Harry.

— Você vem? — Perguntou Harry para Hermione.

— Não. Já terminei.

— O QUÊ?

— É. E é bom vocês irem logo.

*        *        *

— Já chega. Eu não aguento mais.

— Nem eu.

Rony e Harry ainda estavam na biblioteca. Infinitos livros de poções sobre a mesa e apenas dois metros de redação para cada um. Já haviam passado das três da manhã. Os dois nem sabiam se aquilo era correto. Harry fazia força para manter os olhos abertos.

— Acho que é hora de dormir — disse uma voz rouca atrás deles. Rony se assustou ao ponto de derrubar o seu pote de tinta sobre a mesa. Ele e Harry tiraram as suas redações bem em tempo. Era Alvo Dumbledore. — Já está tarde. Não esperem isso novamente, mas vocês podem perder as aulas antes do almoço amanhã. E, depois, consultar o livro Poções Controladas E Outras Soluções Proibidas, vai lhes dar um bom material sobre o que precisam. Agora, esqueçam o que eu falei. Boa noite.
Ainda se recuperando do susto e levantando, Rony disse:

— Estranho o Dumbledore ter vindo ajudar a gente.

— É — disse Harry, já alcançando a porta da biblioteca. — Mas foi útil de qualquer forma. Poções Controladas e Outras Soluções Proibidas, não esqueça desse nome.

— Pode deixar — bocejou Rony.

Harry acordou às onze e meia. Rony já estava de pé.

— Daqui a pouco é hora do almoço. Ainda dá tempo de tomar um banho.

Harry concordou, colocou os óculos e foi tomar banho.

Harry se sentia cansado. Tão cansado que tudo o que ele queria era ficar sob aquela ducha para sempre. Mas, a fome falou mais alto que o cansaço e ele logo saiu do banheiro.

Harry saiu do quarto e foi para o almoço. Não demorou muito Hermione chegou. Os vendo, ela começou a correr para eles.

— Harry! Olha isso! Eu não acredito! É horrível. Dumbledore foi pra lá hoje de manhã. Os professores estão num estado de nervos. Vocês tinham que ver o Snape.

Hermione entregou a Harry o Profeta Diário. Não era sem razões Hermione estar daquele jeito.

A QUEM OBEDECEM OS DEMENTADORES?

Na última tarde, o Ministério da Magia perdeu o controle do exílio dos Dementadores. A quem diga que Você Sabe Quem esteja manipulando as criaturas.

Os guardas do exílio foram todos assassinados pela Maldição Avada Kedavra, como diz o Hospital St. Mungus Para Doenças e Acidentes Mágicos.

“Mais de dez mil Dementadores estão à solta pelo país.” Diz o Ministro da Magia em exercício, Arthur Weasley. “Aurores altamente especializados estão à procura deles. Embora não haja rastros deles por nenhum lugar.”

O Ministro em exercício pode estar muito enganado. Pois duas horas após a sua entrevista, cerca de duzentos Dementadores ultrapassaram os portões do castelo da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, que está sendo dirigida pela Professora Minerva McGonagall. Alvo Dumbledore, diretor da referida escola e Ministro da Magia estava na França, no Palácio da Academia de Magia Beauxbatons, onde está se realizando mais uma edição da Copa Escolar de Quadribol.

Alvo Dumbledore deve regressar ao país esta manhã e deverá cuidar pessoal-mente do caso dos Dementadores.

“O mais impressionante” diz uma fonte confiável do Profeta Diário “é que a maioria dos alunos se encontrava apta a realizar o Feitiço do Patrono. Os alunos descobriram a superficial utilidade do Patrono Perfeito, onde a maioria dos Dementadores foi eliminada por estudantes da sexta e sétima série”.
Quim Shacklebolt, membro da Ordem da Fênix, foi beijado por um Dementador, mas outros membros da Ordem, eliminaram a referida criatura e a alma de Quim foi expelida pelo Dementador e devolvida a seu corpo.

“Antes de mais nada” disse Alvo Dumbledore “devemos parar de eliminar os Dementadores. Eles carregam almas perigosas, de criminosos que não pensariam duas vezes antes de se aliaram a Vol…” o Profeta Diário prefere mudar esta parte “Você Sabe Quem e isso é tudo o que não precisamos”.

“Mais uma vez deixo o alerta.” Diz Alvo Dumbledore. “Não se pode mais confiar em quem não se conhece. O mundo da magia está em guerra e os trouxas logo começarão a perceber. Precisamos que a comunidade mágica aprenda a se defender. Nós também precisamos de medidas extremas.”

O Profeta Diário, em busca meticulosa, descobriu que está em votação o cancelamento do Estatuto de Restrição a Pratica de Magia por Menores.

 “Há grandes chances dos menores poderem usar magia fora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, tendo em vista a necessidade cada vez maior da defesa pessoal” disse um dos membros da Suprema Corte dos Bruxos.

A Suprema Corte dos Bruxos também avalia a possibilidade de fazer um rodízio de bruxos para que eles aprendam a combater a Maldição Imperius.

“É melhor assim” diz o membro da Suprema Corte. “Não teremos mais ninguém dando desculpas que estavam sob influência da maldição. Com todos aprendendo a lutar contra ela, a Maldição se tornará inútil, ou, ao menos, não será mais registrada como desculpa”.

A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, que era protegida por dragões, não mais hospedará os animais. Há hipóteses de uma barreira mágica. Os alunos devem passar por uma espécie de proteção pessoal.

“O ataque só não foi pior porque Você Sabe Quem não encontrou o que queria. Harry Potter está sob guarda pessoal de Alvo Dumbledore, Olímpia Maxime e Henry Plakrroff no Palace Beauxbatons” disse a fonte do Profeta Diário.

O Profeta Diário publica novamente guias de defesa contra Dementadores nas páginas 15—23.

Íntegra das entrevistas de Arthur Weasley e Alvo Dumbledore, páginas 06—14.

— Estamos com problemas. — disse Rony.

— Problemas? Isso é pouco — disse Harry. — É torcer para não sermos levados de volta para Hogwarts.

— Você em Hogwarts? — Perguntou Hermione. — O Dumbledore morre antes de você voltar para Hogwarts.

Harry se sentiu mal. Sabia que a amiga tinha razão, mas ele não podia esquecer o conforto que aquele castelo significava para ele.

Quando a sineta tocou para o almoço, Rony estava acabando de ler a reportagem na íntegra. Mas Harry já achou que aquilo o que ele lera era o suficiente.

Será que Dumbledore trouxe Harry para Beauxbatons só por que ele estaria protegido aqui? Será que a Copa Escolar de Quadribol era só um pretexto para tirar Harry perto de Voldemort? “Afinal, a Copa poderia ser em Hogwarts” disse a voz na cabeça de Harry que ele conhecia muito bem. “É. Mas só de imaginar, dá arrepios. Um ataque de Dementadores com duas delegações de visitantes?” respondeu Harry à voz.

E ele ficou até o fim do dia imaginando o que estava acontecendo em Hogwarts naquele momento. Mas ele também não era o único que estava preocupado. A professora McGonagall os deixou praticando, não tinha condições de dar aulas. Mas também não tentou chamar a atenção deles de volta às obrigações quando eles começaram a se dispersar. Na verdade, ela os liberou meia hora antes da sineta. Tempo que Harry aproveitou para ficar sozinho no seu quarto, pensando.

*        *        *

À medida que o sábado se aproximava, crescia a expectativa entre os alunos para as compras de natal. Harry pessoalmente, logo quando descobriu sobre as compras, fez um pedido de cem Galeões na sua conta no Banco Gringotes, que chegou sexta-feira à noite.

— Na hora certa — disse Harry quando Edwiges voltou com uma sacola presa às patas.

— Ei, Harry. Vai levar quanto amanhã?

— Não sei. Acho que uns trinta. Acho que dá.

Boa noite.

— Boa noite.

Na manhã seguinte, Harry acordou mais uma vez com a sineta. Em meia hora, ele já havia tomado café, guardado o dinheiro na carteira que Hagrid lhe dera no último natal (finalmente ele conseguiu descobrir como anular o feitiço Anti-Ladrão) e já estava do lado de fora do trem, nos jardins de Beauxbatons, esperando, com Rony, Hermione e Emily pela chave de portal que os levaria à Avenida da Magia.

Quando a professora McGonagall chegou com uma gigantesca caixa de papelão, onde dentro haviam objetos dos mais variados, Rony disse:

— Podemos ser um dos grupos de quatro alunos.

— É — disse Harry sem prestar muita atenção. — Pode ser.

— Que bicho te mordeu? — Perguntou Hermione.

— Hã? — Harry continuava a não prestar muita atenção.

— Eu perguntei o que está acontecendo com você. Você está estranho. Desde ontem à tarde. Vocês nem fizeram a redação do Snape.

Harry contou a Rony e Hermione, num tom baixo para que nem Emily escutasse sobre o que ele achou da matéria no Profeta Diário. Já era de se esperar a reação deles.

— Não há muito o que eu possa dizer, cara — disse Rony. — Nem a Hermione. Infelizmente você sabe que vai ser assim.

— Eu já sei — Harry cortou Rony, que preferiu não dizer mais nada. Hermione também não falara e Emily nem ao menos escutara.

Harry se sentia mal. Ele não queria ir a lugar nenhum. Mais sabia que não poderia ficar no trem sozinho. Se ele não fosse, no mínimo, Dumbledore também ficaria, e isso, Harry pensou, seria uma grande injustiça.

Não demorou muito e os jardins já estavam lotados com os alunos de Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Quando Harry se perguntou quem iria levá-los, o Professor Dumbledore se aproximou deles, com uma bandeja de prata na mão.

— Não preciso dizer que aonde você for eu estarei junto.

Harry concordou com a cabeça, mas isso não o impedia de achar aquilo tudo muito chato. Ele não queria ser perseguido. Ele queria, por um momento, ser livre. Mas isso era difícil, com um psicopata a solta querendo matá-lo.

— Toquem na bandeja — disse Dumbledore. — Um, dois, três.

E Harry sentiu mais uma vez a sensação de um gancho que o puxava por trás do umbigo e um borrão de cores e som passava por ele. Em pouco mais de um minuto, eles chegaram ao chão.

Quando Harry olhou para cima, viu uma grande placa de madeira, presa, era a única maneira, no ar. Nela, estava escrito em letras finas, em verde escuro, Avenida da Magia. A volta do nome, vários floreios e desenhos. Olhando para frente, Harry via uma rua que parecia não ter fim, cada uma com placas e mercadorias à porta. A neve caía aos poucos, mas Harry não sentia o mesmo frio que sentia quando visitava Hogsmeade. Não demorou muito e ele tirou a capa e começou a carregá-la no braço.

Quando todas as chaves de portal chegaram, Madame Maxime se virou para todos:

— A Avenida da Magia é dividida em partes: Alimentação, Vestuário, Brinquedos, Livros, Utilidades Domésticas, Área de Lazer com Jogos, a Área Exclusiva aos Bruxos de Maior Idade e a Área Negra. Cada uma delas é dividida em cores. Vocês podem andar pela rua toda, mas existem lojas em que alguns não poderão entrar. Vocês devem estar aqui na entrada às cinco da tarde e se alguém precisar, os professores estarão sempre por perto para qualquer emergência.

— Isso me lembra um shopping — disse Harry.

— O que é um shopping? — perguntou Rony curioso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter E O Toque Da Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.