Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 14
A IMPERTINÊNCIA DE DOLORES


Notas iniciais do capítulo

Eu sempre gostei de causar problemas com a Umbridge. Não ia desperdiçar meu tempo por nada e tratei de logo arrumar algo para ela. Outra coisa que também gosto muito nesse capítulo é o amadurecimento do Harry como alguém capaz de qualquer coisa para defender e proteger.



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Outubro já passara da metade e as medidas de segurança adotadas por Dumbledore estavam realmente valendo. Os alunos sentiram falta do aviso do primeiro fim de semana em Hogsmeade, mas Harry tinha outras ocupações.

Faltando somente duas semanas para a primeira partida de Quadribol da temporada de Hogwarts (Grifinória contra Sonserina), Harry treinava Quadribol todos os dias na Sala Precisa. Por ter uma porta, era muito fácil impedir a entrada de alunos da Sonserina querendo espiar o desempenho da nova Firebolt Segunda Geração de Harry.

— Harry, já chega. Minhas pernas já estão bambas — disse Gina depois de duas horas de treino numa sexta-feira.

— Mais uma. Nós temos a primeira partida em uma semana.

— Harry! — Gina parecia indignada.

— Prometo que é só mais uma. Depois a gente para — disse ele.

Os garotos voltaram para o ar para mais uma rodada do treino, onde Harry, querendo melhorar o time, deixou propositadamente o Pomo de Ouro escapar três vezes, quando ele achou que o time já estava bom por aquele dia, ele capturou o pomo e todos eles foram, com as pernas bambas, trocar de roupa no vestiário.

*        *        *

À meia-noite, a Grifinória e a Lufa-Lufa se encaminhavam para a Torre Oeste, para terem aula de Astronomia. Porém, a Professora Sinistra havia tomado uma poção para curar uma gripe e estava adormecida há mais de treze horas. Então, os alunos, também com sono (principalmente Harry, Rony e Hermione, pois misturavam o sono e o cansaço), voltaram para as suas salas comunais.

Na manhã seguinte, Harry se levantou para tomar café e ir para as reuniões da AD.

Harry, obedecendo às ordens de Dumbledore, começou a ensinar azarações um tanto pesadas para os alunos que não faziam parte da AD anteriormente.

— Vamos começar com a azaração dos furúnculos.

Neste momento, a porta da sala abriu e Davi Donlon entrou.

— Professor? — disse Harry. — O senhor quer alguma coisa?

— Sim, sim. Quero. É a minha vez.

— O quê?

— É. Você deve ter lido no Profeta Diário que eu iria ajudá-lo em algumas aulas. Hoje vou ficar com você aqui. Até o fim do dia. O quê vocês estão vendo?

— Azarações — respondeu Harry.

— Bom. Muito bom mesmo. Gosto disso. Ei, Dylan! Imobillicorpus!

Dylan Arwies, da Grifinória, foi pega completamente de surpresa e não teve a mínima chance de reação. Ficou completamente imobilizada.

— Finite Incantatem! — disse Davi sem um pingo de emoção na voz.

Dylan voltou ao normal e Harry começou a ensiná-los como praticar várias azarações. Começando com Petrificus Totalus, passando por Furnunculus e indo até os efeitos provocados pela mistura de todas elas.

Às cinco horas da tarde, a AD original entrou na sala e, achando que continuariam a ver azarações, Davi lançou o feitiço Furnunculus em Rony, porém, o garoto gritara “protego!” e vários furúnculos começaram a brotar na pele de Davi. Rony brandira a varinha novamente, dissera “Finite Incantatem!” e os furúnculos de Davi começaram a desaparecer.

— Muito bem. Podemos começar — disse Harry quando todos já haviam se sentado. — Andei fazendo umas pesquisas e descobri que os bonecos vivos usados pelos nossos professores não são considerados humanos. O que significa que eles podem ser submetidos a qualquer tipo de experiência. Então, vamos treinar as Maldições Imperdoáveis.

Houve um grande murmúrio de excitação misturado a outro grande murmúrio, este de aflição da parte de alguns alunos.

— Mas, Harry. É ilegal — disse Luna Lovegood.

— Não é não — respondeu Harry. — Não nestes bonecos. Nem nos Comensais, muito menos no Voldemort.

Harry ficou orgulhoso de ver que ninguém ali dentro sequer se estremeceu à menção do nome de Voldemort.

— Não sei se vocês se lembram —continuou Harry — que quando o prof. Moody ensinou as Maldições, ele disse que nós poderíamos tentar e não iríamos conseguir nada? Então. Este é o segredo. Você tem que querer causar a dor. Senão, não adianta.

Harry conjurou vários bonecos imóveis, deu-lhes vida com o feitiço Vivadart, começou com a Maldição Imperius, passou para a Cruciatus e depois as matava com a Maldição Avada Kedavra. Depois ele distribuiu três bonecos para cada um e mandou que eles praticassem.

— Harry, não dá. Eu não consigo — disse Neville Longbottom ao falhar pela décima vez na Maldição Cruciatus.

— Com você é simples — disse Harry se aproximando de Neville — Pegue toda a raiva que você sente desta maldição e a lance no boneco.

Neville entendera o recado e arrancou berros de dor do boneco em que ele estava praticando.

— É, você vai poder pagar com a mesma moeda — disse Davi olhando para Neville com um tom de orgulho.

Os garotos ficaram treinando até às oito da noite, quando Harry disse que já estava tarde e que o Time de Quadribol ainda teria que treinar.

— Sabe, eu já ouvi o Fred e o Jorge reclamarem muito do Olívio Wood, mas nada parecia ser pior do que você faz, Harry — comentou Gina entrando na Sala Precisa para o treino.

Olívio Wood fora o Capitão do Time de Quadribol da Grifinória quando Harry estava na primeira, segunda e terceira séries. Olívio era fascinado no fato de ganhar a Taça de Quadribol, feito que só se realizou quando Harry estava na terceira série e Wood na sétima.

— Não sou tão ruim assim. Você não treinou com o Olívio — disse Harry. Ele não se achava tão perseguidor. Só queria ganhar a Taça de Quadribol com o nome dele, como capitão, gravado nela.

Os garotos treinaram até às onze horas, quando Gina torceu o pé seriamente.

— Ela está bem. Já pode voltar para a Torre. Para a Torre. Entendeu Sr. Potter? — disse Madame Pomfrey cinco minutos depois de Gina ter sido levada para a Ala Hospitalar.

Harry concordou com a cabeça e saiu da Ala com o resto do time. Porém ele não entendera a ênfase de Madame Pomfrey em fazê-lo entender que Gina deveria ir para a torre. Ele não pretendia retomar o treino. Não se ela estivesse seriamente machucada. “Seriamente”, pensou ele, “somente seriamente”.

No dia seguinte, Harry continuou com as azarações na AD e com as Maldições Imperdoáveis com a turma antiga.

Everti Stati! — Emily Marian, da sétima série, melhorava a cada aula. Harry voou longe.
— O Prof. Davi me ensinou isso: Nunca use Everti Stati contra um Comensal da Morte — disse Harry se levantando após ser atingido por um terceiranista. — É pior para você. Só vai deixá-lo com mais raiva ainda e com mais vontade de matar você.

Neville estava progredindo com a Maldição Cruciatus. Parecia que o fato de seus pais estarem no Hospital St. Mungus já ajudava bastante para que ele pudesse combater alguém com esta maldição.

— Avada Kedavra! — Pelo mesmo motivo que Neville tinha êxito com a Maldição Cruciatus, Harry conseguia muito bem executar a Maldição Avada Kedavra nos bonecos.

Após saírem da reunião, Harry, Rony e Hermione foram treinar Quadribol (“Falta menos de uma semana para o jogo” disse Harry quando Guto Lupro disse que estava muito cansado para treinar). Sob a ameaça de ser retirado do time, Harry convenceu Guto a ir para a Sala Precisa para mais um treino.

— Vamos voar melhor! Vocês estão se acidentando demais! — disse Harry depois que Rony quase caiu da vassoura ao voar bruscamente para a esquerda, protegendo um dos aros do gol.

Quase três horas mais tarde, Harry, com as pernas bambas, liberou todos e foi para a Torre da Grifinória, quando foi surpreendido por um berro que viera do Saguão de Entrada.

— ME SOLTA! SOCORRO! Eu não vou dizer! Eu não lembro! SOCORRO! AAAARRRGGGHHH!

Todo o time correu imediatamente para o local do grito. Harry fazia uma boa idéia de quem fora que gritara. Quando eles chegaram ao Saguão de Entrada, Eleanor quase desmaiou.

Sibila Trelawney, a Professora de Adivinhação, estava toda despenteada e um Comensal da Morte apontava a varinha para ela. Sibila berrava sem parar, aparentemente ela estava sob efeito da Maldição Cruciatus. Quando o Comensal viu Harry, gritou:

— Crucio!

Imediatamente, Harry, que já estava com a varinha bem segura na mão, gritou:

— Crucio!

O feitiço de Harry vencera o do Comensal e este começara a gritar. Harry abaixou a varinha e o bruxo parara, mas imediatamente ele brandira a varinha novamente:

— Avada Kedavra!

— Reflecto!

O feixe de luz verde produzido pela varinha do Comensal fez um giro em pleno ar e atingiu o próprio Comensal no meio do peito. Ele já estava morto antes que sua cabeça batesse no chão com um baque surdo.

— Você matou ele. Harry, você matou uma pessoa — disse Hermione.

— Não — Harry não acreditava que seria expulso ou mandado para Azkaban por ter refletido a Maldição da Morte, não por ter somente refletido. — Não pode ser, Hermione. Não foi intencional. Ele era um Comensal da Morte.

— Eu não sei, Harry. Mesmo assim, você vai ter que, no mínimo, comparecer a uma Audiência.

— Não vai não — disse uma voz grave e baixa vindo por trás dos garotos.

— Professor Dumbledore? — Harry se achava cada vez mais em encrenca. Dumbledore, sendo Ministro da Magia, provavelmente mandaria Harry para Azkaban e, como diretor, expulsaria ele de Hogwarts. — Como assim não vou?

— Você simplesmente venceu um duelo contra um Comensal da Morte. Ele lhe atacou duas vezes e você simplesmente reagiu. Embora, a Srta. Granger tem razão, você terá que depor para registrar o ocorrido. Mas você não deixará o castelo. Eu trarei Amélia Bones até aqui e ela registrará o ocorrido. Agora, se me dão licença, eu vou mandar alguns guardas de Azkaban até aqui para levarem o corpo de… Quem é ele?

Dumbledore se dirigiu até o Comensal e levantou o capuz. Harry não reconhecia aquele rosto, mas Dumbledore disse:

— É uma pena. René Henderson.

— Ei! Não era ele que trabalhava no Ministério da Magia? — Perguntou Harry.

— Sim. Era um excelente auror, mas era um agente duplo. Na época em que foi descoberto, Fudge tentou prendê-lo, mas não conseguiu. Parece que ele havia assumido sua verdadeira lealdade a Voldemort — Alexandre, Guto e Eleanor se contorceram à menção do nome —, mas está morto. E é um a menos a nos preocupar. Agora, se me dão licença, irei pedir aos elfos que o tirem daqui.

— Professor Dumbledore — disse Harry, ele nunca havia parado para pensar nisso — para onde são levados os corpos de bruxos mortos? Para um cemitério trouxa?

— Não, Harry — Dumbledore parecia ter entendido o motivo de Harry ter perguntado isso. — Os bruxos que morrem são levados para cemitérios bruxos, protegidos dos trouxas. Cada família tem um mausoléu. O dos Potter, por exemplo, se encontra em Manchester, num lugar em que os trouxas acham que está em ruínas. É bastante grande, o mausoléu dos Potter. Agora, preciso realmente pedir para que os elfos o tirem daqui e avisem à família Henderson. Mas, antes que eu me esqueça, você não pode sair do castelo, Harry.

Dumbledore acertara em cheio. Harry sentia uma enorme necessidade de ir até Manchester e, quem sabe, encontrar seus pais e o resto de sua família lá.

Talvez fosse por culpa do que Dumbledore dissera a Harry, mas quando ele dormiu, quinze minutos depois, o garoto voltou mais uma vez ao cemitério em que Cedrico Diggory morrera e vira, claramente, os espectros de Cedrico, Berta Jorkins, aquele velho trouxa e seus pais. Quando Harry começou a sentir que levava tapas de leve na face.

— Acorda, Harry. Acorda.

— Hã? O quê? O que foi?

— Eu que pergunto o que foi — disse Rony. — Você começou a gemer e a suar frio. Então nós achamos melhor acordar você.

— Gemendo? Como assim, gemendo?

— É. Algo sobre alguém que queria te matar e você pedia ajuda ao seu pai para trazer o corpo de outra pessoa para cá — respondeu Rony.

— Eu, eu estive no cemitério novamente. Já faz tempo que eu não tenho este sonho.
Harry voltara a dormir e, na manhã seguinte, ele não se lembrava do sonho que tivera após ter ido ao cemitério.

Quando Harry estava com Rony e Hermione descendo para tomar café no Salão Principal, Dumbledore chamou Harry.

— Harry, esta é Amélia Bones. Creio que vocês já se conhecem pela audiência do ano passado.

Harry concordou com a cabeça e Dumbledore continuou:
— Amélia está aqui para registrar o que aconteceu ontem à noite, Harry.

Dumbledore levou Harry e Amélia Bones para o seu escritório e Harry começou a relatar tudo o que acontecera na noite anterior, desde quando ele saiu com o Time de Quadribol da Grifinória da Sala Precisa até quando ele refletira a Maldição Avada Kedavra que René Henderson jogara nele.

Meia hora depois, Harry saiu do escritório de Dumbledore e encontrou Rony e Hermione esperando por ele aos pés da gárgula que dava acesso à sala do diretor. Pela expressão deles, algo acontecera, e não era algo bom.

— O que foi? — Perguntou Harry.

— Leia — disse Rony empurrando a edição do Profeta Diário na mão de Harry.

Harry tomou um enorme choque ao ver a capa do jornal. Três fotos grandes. A da esquerda era de Dumbledore, a da direita de Cornélio Fudge e a central, de Dolores Umbridge. Acima das fotos, escrito com letras garrafais, estava o título da reportagem:

CAOS PARA ASSUMIR O MINISTÉRIO DA MAGIA

Dolores umbridge revela documento em que diz que o cargo de ministra pertence a ela. governo de alvo dumbledore pode estar com os dias contados.

Harry, sem acreditar naquilo, virou a folha e viu outro título, ainda sobre o assunto.

A INDECISÃO DE CORNÉLIO FUDGE AO ESCOLHER UM NOVO MINISTRO

Às três horas da tarde de ontem, Dolores Umbridge, antiga braço direito de Cornélio Fudge, Diretora e Primeira Alta Inquisidora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, entregou ao Profeta Diário uma carta oficial do Ministério da Magia assinada pelo antigo Ministro no dia vinte e oito de dezembro do ano passado.

Umbridge diz que esta carta é essencial para que a comunidade mágica passe pela reforma total de comportamento que já deveria estar passando desde que Harry Potter disse ter visto Aquele Que Não Deve Ser Nomeado retornar.

O Profeta Diário publica o documento apresentado:

MINISTÉRIO DA MAGIA

DECLARAÇÃO DE SUCESSÃO

Eu, Cornélio Osvaldo Fudge, por meio deste indico e aprovo Dolores Joana Umbridge, Alta Inquisidora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, como minha sucessora se qualquer ocorrência vier a comprometer o meu mandato de Ministro da Magia.

Está de acordo com isso, a testemunha Percy Inácio Weasley.

Cornélio Osvaldo Fudge

Ministro da Magia

Percy Inácio Weasley

Testemunha

“De acordo com este documento” disse a Srta. Umbridge “eu tenho todo o direito de remover Alvo Dumbledore de seu cargo de ministro e assumir o Ministério da Magia e acabar com toda esta palhaçada sobre o retorno de Vocês Sabem Quem.”

Alvo Dumbledore, atual Ministro da Magia, disse ao Profeta Diário:

— Como Ministro, abro agora espaço para uma eleição. A comunidade mágica decidirá quem dever ser o novo Ministro. Cada candidato, ou seja, eu e a Srta. Umbridge, deve se apresentar ao Ministério junto com o seu sucessor indicado e aprovado.

As eleições, de acordo com o Ministro, terão lugar às onze horas da manhã do dia vinte e sete de Outubro, o último Sábado do mês.

Seguranças do Ministério irão patrulhar as cento e onze urnas distribuídas pelo país.

Irão votar todos aqueles que não mais frequentam a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Para saber em qual urna você deve votar, consulte as páginas 07-38.

— O que isso quer dizer? — Harry não conseguia processar a idéia de que a qualquer momento Dolores Umbridge poderia se tornar ministra da Magia.

— Quer dizer — disse Alvo Dumbledore, descendo as escadas circulares atrás de Harry — que tudo vai continuar como era. Creio que ninguém quer um ministro da Magia que finge que Voldemort não retornou, até quando toda a população já sabe que isto aconteceu.

— Ei, acabei de lembrar — disse Harry quando eles estavam em direção à aula de Transfigurações. — As eleições vão ser no dia do jogo de Quadribol. É uma pena, Dumbledore não vai poder assisti-la.


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