Harry Potter E O Toque Da Morte escrita por RTafuri


Capítulo 13
OS PRIMEIROS N.I.E.M.S


Notas iniciais do capítulo

Uma característica forte desta fanfic é ver como acontece tanta coisa nela. O primeiro mês letivo, iniciado no capítulo 8 chega ao fim finalmente. Também aproveitei mais uma oportunidade de deixar explícito como realmente o mundo da magia está em guerra. Não existem organizações secretas, Comensais da Morte e Ordem da Fênix estão bem às claras.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/170904/chapter/13

Alexandre saiu da Ala Hospitalar um pouco depois do que Madame Pomfrey previra. De acordo com enfermeira, ele teve uma reação nada agradável à poção que ela receitara. No primeiro treino da Grifinória após a saída de Alexandre da Ala Hospitalar, o garoto disse ao time que aos poucos, a perna e braço que ele quebrara ficaram azul, depois roxo, verde, vermelho e após mudar tantas vezes de cor, desapareciam para reaparecer e ficar mudando de cor novamente.

Harry estava feliz em poder treinar novamente, mas Hermione estragou esta felicidade dizendo que em três dias eles teriam exames simulados de Transfigurações. Então fez com que Harry e Rony ficassem todo o fim de semana (enquanto Harry não estava com a AD) estudando para os exames.

— Não é só porque são somente simuladas, que não valham alguma coisa. Ouvi dizer que o melhor aluno ganha vinte pontos e se alguém gabaritar o exame da McGonagall, ela dá cinquenta pontos para este aluno — disse Hermione na noite de sexta quando Rony comentou que não adiantava nada estudar para uma prova sem valor.

Na manhã seguinte, Harry foi tomar café no Salão Principal e depois foi para as reuniões da AD. Ao terminar a reunião com o pessoal da antiga Armada, Harry voltou à Sala Comunal da Grifinória para continuar estudando Transfigurações. No Domingo, foi a mesma coisa, Harry acordou, teve as reuniões com a AD e voltou a estudar. Mas antes da meia-noite, Hermione surpreendeu Harry.

— Boa noite.

— O quê?!

— Eu disse boa noite. Vamos dormir. Os três. Não quero a McGonagall reclamando no meu ouvido amanhã se vocês perderem o exame dela.

Nem Harry nem Rony esperaram que Hermione mudasse de idéia. Os dois se levantaram e foram quase correndo para o dormitório.

Harry acordou na manhã seguinte achando ainda que só dormira meia hora. Mas ao olhar para a janela próxima à sua cama, ele viu que realmente tinha de se levantar, mesmo que tudo o que ele quisesse fosse ficar deitado naquela cama para sempre. Mas, para se certificar de que ele não ficasse deitado por muito tempo, Hermione logo apareceu no dormitório para fazê-lo levantar, e aproveitando o fato de já estar ali, acordou Rony, Neville, Dino e Simas.

— Chega! Eu já ouvi! — disse Harry se sentando na cama após Hermione ter falado pela décima vez que o exame era muito importante e eles não podiam sequer chegar atrasados, que dirá perde-lo.

Sentindo-se mais acordado, Harry trocou o pijama pelas vestes de Hogwarts e foi para o Salão Principal com Rony e Hermione. A garota não parava de perguntar-lhes as fórmulas dois vários feitiços que eles já haviam aprendido.

— Hermione! Acorda! — Disse Rony irritado ao se sentar à mesa da Grifinória. — É um exame simulado, entendeu? Si-mu-la-do! Você não precisa se preocupar tanto. Não vale nota, não vai te reprovar nem impedir você de se tornar o que você quiser. Entendeu?

Hermione não parecia ter entendido, mas ao menos parou de questionar os garotos sobre os feitiços que poderiam estar no exame.

Quando os três foram para a sala de aulas da professora McGonagall, havia uma pequena fila do lado de fora.

— Ela está avaliando um por vez, mas, de todos os que entraram, ninguém ainda saiu — disse Parvati Patil quando Hermione perguntou o motivo de todos estarem do lado de fora com o exame para começar.

Passaram mais de quarenta minutos até que a professora McGonagall apareceu à porta, conforme fazia a cada vez que chamava alguém, e chamou Harry Potter.

— Potter, por favor. Transforme este ouriço em uma almofada para alfinetes.

Harry olhou para o ouriço e tentou se lembrar do feitiço que devia usar. Ele brandiu a varinha para o ouriço e este foi perdendo os espinhos, a face, todo o corpo até começar a se revestir por um pedaço de pano púrpuro e ficar com o formato de uma meia esfera.

A professora McGonagall conjurou alguns alfinetes e os colocou na almofada, esta ficou imóvel e, após colocar todos os alfinetes no ouriço indiscutivelmente transformado numa almofada, a professora McGonagall disse:

— Muito bem. Agora, dê vida a esta almofada, Potter.

Harry brandiu a varinha mais uma vez e a almofada começou a rastejar pela mesa.

— Tire a vida desta almofada, Sr. Potter.

Harry mais uma vez brandira a varinha e a almofada ficou parada imóvel à beira da mesa da professora McGonagall, onde estava quase caindo no chão.

A avaliação se seguiu por mais dez minutos, onde a professora McGonagall mandou que Harry transformasse a almofada novamente em ouriço, mandou com que Harry fizesse o animal crescer, diminuir, voltar a crescer e diminuir mais uma vez. A professora também pediu que Harry transformasse um leão de pelúcia em um animal de verdade sem usar o feitiço Vivadart e várias outras coisas.

— Muito bem, Potter. Pode ir. Para aquela saleta — a professora indicou a Harry uma porta que o garoto nunca vira antes, mas ele foi em direção à ela, abriu e entrou numa sala quase igual a da professora, somente um pouco menor, todos os alunos que já haviam feito a prova estavam dentro desta sala discutindo como cada um fizera o seu exame. Hermione estava com um grande sorriso. Harry pensou que ela estava pensando que provavelmente ganhara cinquenta pontos por ter gabaritado a avaliação de McGonagall. Ao falar com a garota, Harry teve certeza de que era esta a explicação do sorriso dela.

— Ela me falou — explicou Hermione. — Ela me disse que a minha nota foi máxima e que eu ganhei cinquenta pontos para a Grifinória.

Vinte minutos depois, Rony apareceu à porta acompanhado pela professora McGonagall, que disse para todos:

— Vocês devem voltar para a Sala Comunal da Grifinória agora. Nada de passearem pelo castelo. Estudem, pois amanhã terão exames de Feitiços e na quarta, de Defesa Contra as Artes das Trevas. Bom dia para todos.

Harry saiu da saleta, cruzou a sala da professora McGonagall e foi com o resto da turma de volta para a Sala Comunal da Grifinória para dali a vinte minutos, ir até a sala de aulas número quinze para ter aulas de Herbologia.

— Ei, é idiotice irmos para a torre. Se o fizemos, chegaremos atrasados para Herbologia. — disse Rony quando eles viraram o corredor da sala da professora McGonagall. Todos os outros concordaram e eles se dirigiram devagar para o corredor onde ficavam as novas salas de Herbologia.

Eles ficaram cinco minutos sentados no corredor quando a sineta tocou para o início da terceira aula do dia. A quinta série saiu da sala número dezesseis e a professora Sprout os levou para a dezoito. Esta por sua vez, parecia com a que Firenze, o centauro que ensinava Adivinhação junto com a professora Trelawney, usou nas aulas do ano anterior. Só que com todas as plantas da Estufa número quatro, o que fez Harry pensar como estariam as estufas agora, completamente vazias.

— Na quarta série quase ninguém conhecia estas salas. Neste ano, viemos aqui quase todos os dias — comentou Ernesto MacMillam, da Lufa-Lufa.

Harry se sentou em um banco próximo a uma mesa com vários vasos somente com terra, junto com Rony, Hermione e Justino Finch-Fletchey.

— Bom dia meninos — disse a professora Sprout quando todos se sentaram e se acalmaram. — Tenho o prazer de avisá-los de que a Mimbulus Mimbletonia do Sr. Longbottom se procriou — Neville ficou com uma cara que misturava alegria e uma imensa surpresa. Com razão, pensou Harry, como a planta ia se procriar sendo a única Mimbulus Mimbletonia que existia na área? — Também tenho o prazer de lhes avisar de que antes da páscoa, isto se o ritmo se mantiver, vocês estarão trocando várias destas plantas de seus vasos.

Harry não achou esta notícia muito prazerosa. Rony, Hermione e Justino também não pareciam muito animados com a notícia.

— Também quero dar mais um aviso — Continuou a professora Sprout. — O nosso diretor não mais estará nas nossas aulas como ele vinha fazendo desde o início do ano letivo.

— É claro, o Harry não está mais saindo do castelo! — Comentou Rony numa voz alta o suficiente para ser ouvido por toda a turma e também para deixar Harry na dúvida se enterrava a cara no próximo vaso que alcançasse ou se quebrava o vaso na cabeça de Rony.

A aula de Herbologia seguiu normalmente e, ao terminar, Harry não precisou andar muito para chegar ao Salão Principal. Depois do almoço, Harry se dirigiu com Rony e Hermione à aula de Trato das Criaturas Mágicas.

Com Hagrid internado no St. Mungus, Carlinhos Weasley continuava a lecionar sozinho. Quando Harry entrou na sala, viu que Carlinhos não estava sozinho. Nick quase sem cabeça e o Barão Sangrento, o fantasma residente da masmorra da Sonserina, estavam com ele. Em cima de uma grande mesa, uma grande caixa de acrílico transparente aparentemente vazia.

Quando todos já haviam se sentado no chão, a turma da Sonserina entrou na sala. Draco Malfoy carregava seu comum sorriso de desdém, mas ao ver o Barão Sangrento o sorriso se esvaiu quase que imediatamente da cara de Draco. Ele agora mostrava um misto de terror e preocupação se seria ou não uma boa idéia demonstrar este terror na frente do fantasma. Harry ficou satisfeitíssimo em descobrir que Draco temia tanto assim o Barão Sangrento. Quando Harry comentou isso com Rony e Hermione, Rony falou:

— O Barão deve ter feito alguma coisa a ele, que nem quando ele foi transformado em doninha. Mas não sei ao certo o que é. Só o Pirraça teme tanto assim o Barão.

— Bom dia. Hoje nós vamos estudar Krispas. Alguém pode definir o que são Krispas? Hermione?

— Krispas são criaturas muito perigosas. A picada do Krispas mata se ele depositar o ferrão numa pessoa. A prevenção ao Krispas é praticamente impossível, pois ele só pode ser visto por fantasmas. Embora, descobriu-se que o ferrão de Krispas misturado à escrofulária de Mimbulus Mimbletonia adulta é o maior dos antídotos e cura qualquer tipo de machucado instantaneamente se a mistura for passada com força sobre o ferimento. Esta mistura também cura a morte causada pelo Krispas se for passada por todo o corpo da pessoa em uma hora após a picada, que é o tempo que o ferrão de Krispas demora para matar alguém. Pessoas que já passaram por este tratamento dizem que é uma dor incrivelmente insuportável e que preferem os tipos mais demorados de cura já conhecidos pela magia.

— Muito bem. Trinta pontos para a Grifinória. Como a Srta. Granger disse, os Krispas só podem ser vistos por fantasmas, por isso temos aqui sir Nicolas de Mimsy-Porpington e o Barão Corn Sefield, que são os fantasmas residentes das casas de vocês.

Harry nunca parou para pensar, mas agora que Carlinhos falara, era óbvio que o Barão Sangrento não se chamava assim quando vivo.

— Já que vocês não vêem o Krispas, peço que os dois fantasmas os descrevam. Quero de vocês um desenho legendado com todas as informações passadas por eles. Três alunos da Grifinória e três alunos da Sonserina, um sexteto. Preparem-se agora.

A Sonserina tinha uma inimizade tão grande com a Grifinória, e esta por sua vez fazia a recíproca verdadeira, que nenhum aluno se mexeu para se unir.

— Vejo então que eu vou ter de selecionar os grupos. Potter, Weasley, Granger com Parkinson, Bulstrode e Nott.

Harry se sentiu grato por Carlinhos não o colocar com Malfoy (o que seria exatamente a coisa que o Prof. Snape faria), provavelmente, pensou o garoto, Carlinhos sabia da inimizade entre Harry e Malfoy. Porém, nenhum dos seis se levantou para se unir.

— Vocês vão arrumar os grupos ou eu vou tirar cinquenta pontos de cada aluno? — Carlinhos já parecia irritado, uma coisa que Harry nunca antes o vira fazer. Mas, entendendo o recado mesmo sem querer se unir, os alunos da Grifinória e da Sonserina se levantaram sem a menor pressa e começaram a avaliar uns aos outros. Carlinhos não pareceu satisfeito — Eu vou contar três, quando eu terminar, quem não tiver grupo perde cem pontos e estará detento até o fim da sétima série! Um — imediatamente os alunos começaram a se apressar e a se reunirem. Mesmo sendo ruim, uma aula em companhia da Sonserina não poderia ser pior do que quase dois anos em detenção — dois — todos os alunos já estavam em sextetos e sentados — três. Muito bem. Espero não enfrentar este pequeno conflito com vocês novamente. Os senhores podem começar a descrever os Krispas para os alunos.

Nick quase sem cabeça começou. De acordo com ele, o animal era branco pérola, sem pêlos, pura pele, com grandes olhos vermelhos esbugalhados. Antenas saíam por de traz da orelha do animal, que por sua vez era comprida com a ponta dobrada para baixo. Ele tinha o tamanho de um cachorro pequinês, no lugar do rabo, um ferrão que ia mudando suavemente de branco para preto e, na ponta, era verde oliva.

O Barão Sangrento começou a falar e Harry teve de sufocar o riso. Na primeira série, ao ir resgatar a Pedra Filosofal das mãos de Voldemort, Harry, Rony e Hermione encontraram Pirraça perto do corredor do terceiro andar. Para afugentar o Poltergeist, Harry engrossou a voz imitando o Barão Sangrento, só agora o garoto entendia o motivo de Pirraça correr achando realmente que era o Barão, a voz do fantasma era idêntica à que Harry fizera.

Finalmente prestando atenção ao que o fantasma estava falando, Harry descobriu que o Krispas possuía longas e finas patas que mudavam do branco pérola para um branco quase transparente. Ao final delas, ventosas que ajudavam o animal a se prender à sua vítima, estas ventosas, de acordo com o Barão Sangrento, faziam um enorme barulho. O Krispas, conforme o fantasma dizia, também era muito magro, mas não ao ponto de mostrar os seus ossos.

Com as informações passadas pelos fantasmas, os alunos começaram a fazer os seus esquemas. Prevendo o que poderia acontecer, Carlinhos disse:

— Quero um esquema por grupo!

Harry, Rony e Hermione não conheciam Theodore Nott, mas Harry pensou que ele era pior do que Malfoy. O garoto teve certeza disto quando ele disse:

— Eu faço o desenho. Vocês escrevem.

Harry, que achara aquilo um absurdo, pegara a varinha e a estava apontando para o peito de Nott.

— Você escreve. Entendeu?

— Meninos, sem discussões — disse Carlinhos atrás de Harry, embora o garoto percebeu um leve tom de diversão na voz dele. Pelo riso abafado de Rony, o garoto percebera o mesmo.

Nott se encolheu ligeiramente e Harry abaixou a varinha.

— Acho que eu vou desenhar — disse Hermione puxando para ela o pedaço de pergaminho que estava nas mãos de Nott. Como ninguém se opôs, ela começou a desenhar o Krispas.

Harry fez as legendas do desenho de Hermione. Este por sua vez estava idêntico à descrição que Nick Quase Sem Cabeça e o Barão Sangrento fizeram. Ao final da aula, os garotos foram para a aula de História da Magia.

Como sempre, o Prof. Binns atravessou o quadro negro (que nunca era usado) e começou a falar no mesmo tom monótono de sempre. Harry estava quase dormindo com o discurso feito pelo professor, mas antes de dormir, algo que o Prof. Binns falara atraíra a atenção de Harry.

— Chegando à época do século passado, temos a chamada “Reserva de Krispas”, que foi uma época muito tempestuosa na nossa escola. Cerca de quinhentos Krispas fugiram de uma reserva do Ministério da Magia e vieram para a nossa escola, pois a Floresta Negra possui uma região plana, a maior de todas, cheia da planta da espécie Bytraik, que é a melhor moradia para o Krispas. Nos anos de 1835, 1836 e 1837, trezentos alunos de Hogwarts morreram, foi a maior taxa de mortalidade estudantil em toda a história da escola.

Harry anotava cada palavra que o Prof. Binns falava, mas logo o Prof. avançou com o tempo e saiu do tema. Harry ficou como um zumbi a aula inteira.

— Seria muito bom se você se comportasse assim em todas as aulas do Prof. Binns. — disse Hermione quando eles saíram da sala de História da Magia indo para a aula dupla de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— De que jeito?

— Copiando o que o professor fala. Assim você se sairia melhor nos exames.

— Eu só copiei aquilo por que eu vi na Penseira do Dumbledore, quando ele era monitor chefe, quando os Krispas fugiram. Eu só quis saber mais sobre o assunto.

Hermione ficou calada. Logo os três chegaram à porta da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, o Prof. Davi já estava à espera.

— Entrem logo! Hoje veremos pus de Krispas aplicado sobre maldições de alto nível.

— O que é isso? Festival?

Harry pensou no que Hermione falara na aula de Trato das Criaturas Mágicas e pensou que esta não deveria ser uma boa lição, embora Davi estivesse ansioso para começá-la.

Quando todos os alunos da Grifinória se sentaram, o que não demorou muito devido à ansiedade de Davi, o professor começou:

— Boa tarde. Antes de começarmos, vamos pedir que três pessoas entrem.

Davi abriu a porta da sala e quem entrou foram simplesmente Nick Quase Sem Cabeça e o Barão Sangrento, eles carregavam a caixa que estava na aula de Trato das Criaturas Mágicas, atrás, a professora Sprout entrou carregando uma planta gigantesca que Harry veio a reconhecer como a Mimbulus Mimbletonia de Neville, já bem crescida.

— Sabe lidar com ela, Davi? — Perguntou a professora Sprout depositando a Mimbulus Mimbletonia de Neville sobre a mesa.

— Pode deixar. Setenta e cinco graus abaixo do espinho, o único ponto que ela não reage.

A professora Sprout concordou com a cabeça, pediu licença e saiu da sala do Prof. Davi.

— Peço aos dois fantasmas que extraiam os ferrões dos Krispas e peço aos alunos que, em trio, extraiam a escrofulária desta Mimbulus Mimbletonia aqui. Setenta e cinco graus abaixo do espinho. Como eu disse à professora Sprout. Temos aqui — Davi acenou a varinha e várias garrafas de um feitio estranho e de cor verde ácido apareceram —, garrafas para que se coloque a escrofulária e — Davi acenou a varinha e mais garrafas apareceram. A única diferença era que estas eram azuis —, estas são para a solução.

Harry, Rony e Hermione se levantaram e avançaram para um dos enormes ramos da Mimbulus Mimbletonia, este pulsava da mesma forma que fazia quando Harry viu a planta pela primeira vez no Expresso de Hogwarts no início da quinta série. Nick Quase Sem Cabeça e o Barão Sangrento colocaram as mãos dentro da caixa e, ao contrário do que Harry pensava, agarraram o que provavelmente deveria ser o Krispas, embora Harry só visse as mãos dos fantasmas segurando ar.

Em menos de cinco minutos, a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas já esta empestada com um cheiro que lembrava uma mistura de gasolina muito forte, bosta de dragão e mato queimado. O cheiro se devia à escrofulária da Mimbulus Mimbletonia e aos ferrões dos Krispas que, ao arrancados do corpo do animal, se tornavam visíveis e assim acontecia com o animal em si. Harry observou a criatura feia que era um Krispas, mas aos poucos outro ferrão aparecia e, para a infelicidade de alguns, os Krispas voltavam a se tornar invisíveis.

Meia hora depois, as garrafas verdes de Davi já estavam todas cheias e a Mimbulus Mimbletonia ia produzindo mais escrofulária e voltando a inchar.

— Muito bem, parabéns. Vinte pontos para a Grifinória. E darei mais trinta se vocês fizerem corretamente a solução de escrofulária com os ferrões. Obrigado ao Sir Nicolas e ao Barão Sefield.

Os fantasmas fizeram uma reverência a Davi (a cabeça de Nick Quase Sem Cabeça tombou para a frente e ficou pendurada no ar), seguraram a caixa com o Krispas e saíram da sala.

Davi explicou aos alunos como adicionar um ferrão de Krispas a meia garrafa de escrofulária de Mimbulus Mimbletonia e mandou os alunos fazerem as soluções.

O cheiro que fora produzido quando os alunos tiravam a escrofulária da planta de Neville não era nada comparado ao cheiro que a sala tinha quando os alunos misturavam a escrofulária ao ferrão. Quando Lilá Brown quase desmaiou por culpa do cheiro, Davi brandiu a varinha e gritou:

Odorio Limpius!

O cheiro na sala passou a ser muito agradável, mas o feitiço precisava de uma reposição a cada cinco minutos já que eles continuavam a produzir a solução.

Quando todos terminaram e as garrafas azuis estavam quase transbordando, Davi conjurou uma boneca, deu vida a ela, lançou a Maldição Cruciatus nela e esfregou com força sobre todo o corpo dela a Solução de Krispas. A boneca gritava mais com a solução do que com a maldição, mas mesmo com a varinha de Davi ainda apontada para ela, a boneca parou aos poucos de gritar e, pelo visto, não sentia mais nenhum tipo de dor.

— Vêem? A dor é de matar quando você passa a solução, mas depois nenhuma dor pode lhe atingir.

Poucos fizeram cara de gostar do efeito da solução, mas Davi, animado, disse:

— Pergunta! O que vocês preferem, serem amaldiçoados até a morte ou a Solução de Krispas?

Por dois minutos os alunos consideraram seriamente a situação, mas Davi abriu um grande sorriso quando todos responderam que preferiam a solução.

Davi ensinou aos alunos como utilizar a Solução de Krispas e também a teoria desta solução. Após ficarem meia hora escrevendo uma redação ”Com a Solução de Krispas, os métodos mais conhecidos de cura passam a ser obsoletos. Discuta.” (uma redação verdadeiramente difícil, levando em conta que todos tinham uma opinião contrária à de Davi), os alunos saíram da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas e foram jantar.

O Prof. Dumbledore estava em reunião da Ordem da Fênix com quase todos os professores e os outros membros da Ordem, então, Harry não teve Oclumência naquele dia.

Após o jantar, Harry, Rony e Hermione foram para a Sala Comunal da Grifinória.

— Onde vocês pensam que vão? — Perguntou Hermione quando, logo após entrarem na Sala Comunal, Rony e Harry disseram boa-noite à garota.

— Dormir — respondeu Harry.

— Dormir? Sério? Então, deixe-me lembrar que VOCÊS TÊM EXAMES AMANHÃ! Então, tratem de pegar os seus materiais de Feitiços. ANDEM!

— Nós tentamos — disse Rony rindo quando eles entraram no dormitório e pegaram O Livro Padrão de Feitiços, 6ª Série.

Os três ficaram estudando até meia-noite, quando Hermione os mandou ir para a cama.

— Já sabemos — disse Harry quando Hermione fechou seu livro —, você não quer que nós percamos o simulado amanhã.

— Exatamente. Boa noite. Andem! Vão dormir.

— Sabia que você está ficando cada dia mais autoritária? — Disse Rony se levantando do sofá e colocando novamente na lareira o fogo que eles estavam tentando atrair até eles.

Na manhã seguinte, Harry se levantou atrasado, então perdeu o café da manhã e estava quase atrasado para o exame simulado de Feitiços.

— Hermione vai me esfolar — pensou ele calçando rapidamente as meias e enfeitiçando o sapato esquerdo a se encaixar no pé direito. Ele simplesmente não sabia o motivo do sapato não encaixar corretamente.

— Onde você estava? — Perguntou Hermione quando Harry chegou correndo ao corredor dos Feitiços.

— Perdi o exame? — Perguntou o garoto tentando não responder à pergunta.

— Não, mas quase. Lilá Brown já está fazendo o exame. Mas a questão não é essa. Eu mandei vocês dormirem para não se atrasarem. Cadê o Rony?

— O quê? — Perguntou Harry. — O Rony? Não sei. Sinceramente. Não encontrei com ele. Nem no dormitório nem no caminho para cá.

— Ai! Ele vai perder o exame. E daqui a pouco é a minha vez.

— Faz o seguinte. Fica aqui. Ainda está na letra B. Eu o procuro.

— Harry, esse castelo é enorme — disse Hermione.

— Não quando se tem um mapa dele — disse Harry baixinho no ouvido dela.

Harry correu até a Torre da Grifinória e apanhou o Mapa do Maroto.

— Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom!

O mapa de Hogwarts e todas as suas propriedades apareceu no pedaço velho de pergaminho. Analisando a legenda, Harry descobriu que Rony estava no Saguão de Entrada, cercado por três pessoas que Harry sentiu o coração despencar quando ele olhou a legenda.

Harry correu imediatamente para o Saguão de Entrada, onde a aglomeração de alunos já crescia. Ainda na escada, Harry ouviu Rony dar um berro. Isso fez com que Harry se sentisse pior.

— O quê aconteceu? — Perguntou ele tentando passar no meio das pessoas. Rony se achava estirado no chão, com os olhos virados e com um furo no braço esquerdo que, embora fosse visível a profundidade, não sangrava uma única gota — O quê foi isso?

— Com licença. ABRAM CAMINHO! AGORA! — Madame Pomfrey, a enfermeira, e o Prof. Davi Donlon tentavam passar.

— Como monitora, coloco em detenção todo o aluno que estiver aqui ao invés de ir para a aula — a voz de Hermione atingiu os ouvidos de Harry e, imediatamente, todos os alunos começaram a ir embora, exceto Harry. Hermione correu para Rony e desmaiou.

— Não, outra não. Acorda — Harry dava tapas de leve na face da amiga, aos poucos ela foi se reanimando.

— Krispas. Ele foi atacado por Krispas — disse a garota entrando em desespero.

— Disso nós sabemos — disse o Prof. Davi. — Isso vai doer.

Davi despejou sobre Rony um líquido que Harry reconheceu como a Solução de Krispas. O que aconteceu doeu até em Harry.

Rony berrava a plenos pulmões. Ao contrário da boneca na aula do Prof. Davi, Rony foi ficando roxo e apareciam pintas amarelas nele. O volume dos berros de Rony começou a diminuir somente após dez minutos. O Prof. Dumbledore havia feito aparecer cordas a volta do local em que eles estavam para impedir que os alunos curiosos chegassem até ali.

Rony parou de berrar, mas continuou roxo com pintas amarelas. Madame Pomfrey balançou negativamente a cabeça e disse para os curandeiros que Harry viu no Mapa do Maroto:

— Ele vai ter que ser levado. Não tenho meios de curá-lo.

Rony conseguia andar, então saiu assim do Saguão de Entrada com os curandeiros do Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos.

— Vocês vão fazer os seus exames — disse a professora McGonagall.

*        *        *

— Como será que ele está? — Perguntou Hermione no almoço do dia seguinte. Ela e Harry haviam tirado boas notas no exame de Feitiços do dia anterior (ela tirou a maior nota) e Harry ganhara cinquenta pontos do Prof. Davi por ter sido a maior nota no simulado de Defesa Contra as Artes das Trevas. Hermione também fora muito bem no exame, mas ficou claramente desapontada por não ter tirado a maior nota. Não se esquivou de uma maldição que vinha pelas suas costas e perdeu cinco pontos por culpa disso.

— Não sei. Só espero que ele volte logo.
Naquela noite, Rony apareceu na Sala Comunal da Grifinória. Hermione o deixou roxo novamente ao sufocá-lo com o abraço que dera nele e o beijo bem próximo à boca do amigo. Rony mudou rapidamente de roxo para vermelho.

Rony explicou tudo, a dor que a Solução de Krispas causava, como curaram ele da alergia provocada pela medicação e como a pele dele foi voltando ao normal.

— Só me proibiram de comer doces por um mês. Disseram que é o tempo da solução sair do meu organismo e que doces reagem com ela, deixando a minha pele novamente roxa com manchas amarelas.

Os três ficaram conversando até tarde quando Rony disse que estava com sono e eles foram se deitar.

Harry não conseguia dormir. Quando o sono finalmente o apanhou de vez e ele finalmente adormeceu, novamente ele teve a visão de uma cobra, sendo ele o animal.

Desta vez, Harry estava subindo as escadas de um prédio que, a julgar pela decoração, parecia ser o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Harry rastejava vagarosamente pelas escadas e, a cada andar, olhava para a placa que indicava onde ele estava.

Ao chegar ao sexto andar do prédio, Harry leu na placa:

 ENFERMARIA ALVO DUMBLEDORE

ACIDENTES GERAIS CAUSADOS A MEMBROS DA ORDEM DA FÊNIX

ATENÇÃO: NÃO ENTRE SEM SER CONVIDADO

Harry olhou para a porta dupla feita de aço, estava trancada. A porta possuía cinco símbolos em alto relevo. O brasão de Hogwarts no canto superior da porta esquerda, as inicias A.P.W.B.D. no canto superior da porta direita. Um leão no canto inferior da porta direita e as iniciais C.O.F. no canto inferior da porta direita. As duas iniciais tinham as letras entrelaçadas umas nas outras. E, no centro, uma enorme fênix, com as asas abertas e com o rosto virado para o lado e, visivelmente mesmo sendo de aço, com fogo embaixo do animal. Harry se sentiu irritado em ver aquilo e sibilou:

— Típico dele.

Harry percebeu que não havia fechadura na porta, ouviu uma voz na sua cabeça, que disse:

— Passe por debaixo.

Harry se aproximou da porta e tentou passar. Prestando atenção, havia uma grande fresta entre a porta e o chão. Mas, ao tentar passar, foi como se ele tivesse morrido. Ele nada mais via, nada mais ouvia. De repente, a visão dele saiu de dentro da cobra e passou para dentro de uma pessoa, que gritou com raiva:

— NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!  O que fizeram com Nagini?

— Eu disse, não force a entrada — Harry tomou um grande susto. Aquela era a última voz que ele queria ouvir no mundo. Procurando a origem dela, descobriu que a voz vinha de um grande quadro, em tamanho real, de Alvo Dumbledore. O quadro estava localizado à direita do corredor.

— Dumbledore? — Disse Harry, com a mesma voz que não era a dele. A voz que agora, ele sabia pertencer a Lord Voldemort — O quê faz aqui?

— Não sei se você percebeu, Tom — respondeu Dumbledore. — esta é a minha enfermaria. Eu que pergunto: O quê você faz aqui?

— AVADA KEDAVRA!

Um forte jorro de luz verde saiu da ponta da varinha de Voldemort e acertou o quadro em cheio. Porém, nada aconteceu.

— Acho que — disse Dumbledore a Voldemort — quando fui seu professor em Hogwarts, lhe ensinei que não adianta matar um quadro.

Harry se sentia furioso por não ter conseguido matar Dumbledore. Ele tentou, em vão, matar o diretor mais três vezes. Dumbledore, sorrindo (o que deixou Harry ainda com mais raiva), disse:

— É… Pelo visto você não foi um aluno tão bom quanto eu pensava, Tom.

— Eu vou matar você — disse Harry.

— Se você conseguir entrar em Hogwarts, merece me matar. Adeus, Tom.

Dumbledore saiu do retrato e sumiu. Se consumindo cada vez mais em raiva, Harry parou de repente e disse:

— Olá, Potter. Mais uma vez metendo o nariz onde não foi chamado. Que coisa feia. Achei que aqueles seus tios trouxas lhe deram alguma educação. Agora, SAIA!

Harry acordou assustado, suado e, mais uma vez, no chão. Ele percebeu que, assim como no dia em que o Sr. Weasley fora atacado, Rony, Simas, Dino, Neville e a professora McGonagall estavam no dormitório.

— Potter! Novamente?! Quer ver o diretor? — Perguntou a professora, parecendo preocupada.

— Não, não precisa. Ele já sabe.

— Como? — Minerva McGonagall parecia confusa.

— Ele já sabe. Pode perguntar a ele. Se ele não sabe, está sabendo agora. Mas — Harry se pôs a pensar melhor —, há uma coisa que ele não viu. Sim, eu quero falar com ele.

Harry vestiu um roupão por cima dos pijamas, calçou os seus chinelos. Mas não teve tempo e ir até a sala do Prof. Dumbledore, pois ele já havia passado pelo buraco do retrato e encontrou Harry ainda descendo pela escada em formato de caracol.

— Alvo! — Exclamou a professora Minerva ao ver o diretor — Potter teve outra visão e disse que você já…

— Sei. Eu sei o que foi, professora, e também sei o que Voldemort falou com Harry.

— Como sabe? — Perguntou Harry. — Você foi embora.

— O meu retrato ficou. Eu mandei pintá-lo com uma capa da invisibilidade, uma idéia interessante do Gilderoy e que funciona. Mas isso não vem ao caso. Professora, chame o Sr. Weasley e a Srta. Granger.

McGonagall concordou com a cabeça e voltou para os dormitórios. Quando ela voltou com Rony e Hermione, Dumbledore pôs-se de pé e disse:

— Vocês não mais vão fazer Oclumência. Prestem atenção. As Penseiras que vocês usavam vão me mostrar o dia inteiro qualquer coisa que vocês estejam pensando ou fazendo. Se a qualquer momento vocês se depararem com Voldemort, a Ordem da Fênix estará pronta para lhes proteger. Agora vão se deitar. Vocês têm aula amanhã.

— Se já não bastasse prisioneiros em Hogwarts, agora somos prisioneiros das nossas mentes. Não vejo a hora disso acabar — disse Rony.

— Eu que o diga — disse Harry irritado e quase correndo para o dormitório para chegar antes de Rony e não dar oportunidades ao amigo de recomeçar o assunto.

Quando Rony entrou no quarto, deitou-se sem dizer nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter E O Toque Da Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.