Clube Do Livro escrita por pituthuca


Capítulo 22
As Cinco Ideias Brilhantes?


Notas iniciais do capítulo

agradecimentos a:
saki-chaaannn ,gabii hyuuga, Leregite, GogetoSenju, Jeh Srta HyuUga Hatake, soareshyuuga, hina_hyuuga, samantinha, akemi miyazaki,
saky_flower, lilihsasunaru, Uzumaki_Thethe, DarkSaku



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FREDERICO

Com certeza pitar o urso da minha irma não foi uma das minhas melhores idéias, agora eu sei como que o cebolinha se sente, é doloroso e humilhante estar todo arrebentado por causa de um urso de pelúcia, não sei o que o Frederico tem de especial, alem do fato que apanhar com ele é extremamente doloroso, mas é melhor do que quando a Temari decidiu que ia estragar o urso, e me bateu com a mão fechada, ainda não sinto meu lábio inferior, e minhas costelas estão doendo, pior foi quando ela usou a porcaria da cera quente como forma de tortura, sabe uma coisa chamada sobrancelha? Pois é agora eu não tenho mais, ela a arrancou sem dó nem piedade, logo depois de me amarrar a uma cadeira.

“Nota mental. Nunca, mas nunca mesmo, mecho com o Frederico novamente, nem sob pena de morte, tortura ou ameaça, sob hipótese alguma.”

Levanto-me ao ouvir  minha irma, a terrível espancadora, bater na porta do meu quarto com força, espero que ela já tenha se acalmado, por que sinceramente tenho medo do que ela possa colocar na minha comida, não, ela não colocaria veneno, mas não duvido nada de um laxante, tremo só de pensar em ter de engolir comida congelada novamente, mas nem em sonhos eu reclamo hoje.

Vou para meu banheiro, que esta uma bagunça depois que o furacão Temari me achou e acabou comigo aqui, e me olho no espelho vendo o resultado de ontem, na verdade contabilizando o estrago. Estou sem sobrancelhas, com o lábio inferior partido, completamente inchado, e o olho esquerdo roxo. Tiro a roupa e vou tomar um banho, olho para meu corpo vendo hematomas em todas as partes.

“A única coisa que se salvou foi o Junior, mas da próxima vez ela pode não ser tão caridosa...”

Engulo em seco ao pensar nisso, e tomo meu banho rapidamente, me visto com roupas que cubram os machucados e desço para tomar café, a minha carrasca  esta na cozinha preparando o café da manha, com a mão enfaixada. Ela me olha e da um sorriso satisfeito, eu seguro minha expressão de desgosto, e não falo absolutamente nada, sim eu estou com medo dela.

“O que posso fazer? Ela me deixou traumatizado”

Meu pai desce para tomar o café, pega sua xícara calmamente, o jornal, e quando vai servir o café me olha e quase deixa a xícara cair.

-O que aconteceu com você? – Ele pergunta depois de se recuperar, ou seja, ele ficou frio novamente, eu suspiro, e vou pegar meu café da manha.

-Ele pintou o Frederico de vermelho. – Minha irma respondeu.

-Então foi bem feito. – Meu pai fala dando de ombros, e tomando seu café tranquilamente como se tivesse falado do tempo, e não do fato que eu fui espancado por minha irma mais velha.

-Gaara, depois de tomar seu café eu vou dar um jeito nesse seu olho. – Temari fala.

“Ela vai arrancar ele!!! Socorro!!! Alguém me ajude!!!”

Eu engulo em seco e olho com certo medo para ela, que sorri divertida. Demoro a comer o café, engolindo-o com certa dificuldade, mas os minutos vão passando e daqui a pouco tenho de ir para o colégio, me enrolo o suficiente, esperando que os minutos passem mais rápido, com minha irma de olhando cada vez mais divertida.

-Vamos Gaara, já deu tempo de você terminar isso. – O meu maior terror no momento fala, me puxando para o andar de cima, a cada passo que eu dou me sinto mais perto da morte.

“Eu nem fiz meu testamento ainda, o computador fica para meu irmão, assim como o vídeo game, ele vai gostar do que tem lá, o resto doe para meus amigos, e as revistas que estão debaixo da minha cama não são minhas então entreguem para o verdadeiro dono, ou seja, Kankuro, você ta ferrado”

Minha irma me leva até o quarto dela e me senta de frente a sua penteadeira, e começa a mexer em uma maleta, cheia de maquiagens.

-O que você vai fazer?- eu pergunto, olhando para aquilo curioso.

-Diminuir um pouco o roxo desse teu olho, sem falar que tenho de fazer sobrancelhas novas em você, - Ela responde pensativa olhando para mim e para a maleta de maquiagem como se decidisse como ia fazer.

Isso foi o cumulo para mim, que alem de aparecer todo arrebentado ainda ia servir de boneca para minha irma, isso foi à gota de água final. 

-Você não vai me maquiar. -  Eu digo irritado, olhando para ela em desafio.

Ela da de ombros e pega sua mochila, a coloca sobre o ombro, e se dirige para a porta. Eu estranho, ela não me socou, não me fez engolir a maquiagem, o que ela esta aprontando?

-Você não vai discutir? – Não consegui me agüentar e perguntei.

-Por que eu faria isso?  É você que vai aparecer todo roxo e sem sobrancelhas no colégio e não eu. Melhor castigo que isso não existe. – Ela respondeu com um sorriso malvado e saiu me deixando ali com a cara no chão.

-Droga. – Resmunguei e fui pegar minha mochila, é hora de enfrentar a humilhação no colégio, que saco.

“Que vontade me matar a porcaria do Frederico, é culpa dele.”

Melhor não mexer com aquele bicho, suspirei e fui em direção ao carro, sentar no banco de trás, e fiquei pensando, que no fim das contas foi bem feito, eu estar todo arrebentado. Pois foi uma idéia de girino,  o Frederico foi um presente da minha mãe para Temari, e por mais que ela diga que não, sei que ela sente falta de nossa mãe, para mim não faz diferença afinal nunca tive uma mãe por perto, mas a Temari sim, sei que ela sempre fica triste no dia em que faz anos que nossa mãe morreu, assim como o nosso pai, e o Kankuro, apesar de que a tristeza do Kankuro é afogada em mulheres, seguro um sorriso triste, apesar de tudo, sei que Temari se sente responsável por nós três, e sei o quanto ela ficou chateada com o fato de eu ter pintado o urso, ela só demonstrou isso me enchendo de pancada. 

Finalmente chegamos ao colégio, e Temari logo some. Quando eu fui sair do carro meu pai me chama.

- Gaara, você esta de castigo uma semana, e vai ficar sem mesada também. – Ele fala sério, e eu aceno afirmativamente com a cabeça, o castigo é merecido. Por que apesar de tudo o senhor Sabaku é justo, ainda mais quando o assunto é punir. Punir-me principalmente.

Entro no colégio, com a cabeça baixa até que encontro o Sai, a lingüiça magricela do mal. Odeio essa cara. Ele me vê com a cabeça baixa o roxo no meu olho, já que isso é impossível esconder.

-Cara uma manada de elefantes passou por cima de você? – Ele perguntou e eu dei um olhar maligno para ele. Chamar minha irma de elefante não faz bem para a saúde. Experiência própria.  – O que foi que aconteceu com suas sobrancelhas? – Ele indagou novamente.

-O que vai acontecer com você se não sai da minha frente. – Respondo mal humorado. E vou para minha sala. Até que encontro o capitão do time de basquete, o Uchiha, ele esta junto com seu melhor amigo o Naruto. Que também é meu amigo apesar de geralmente ele ser burro que nem uma porta, ele é um amigo leal e sincero.

-Cara você anotou? – Ele me pergunta. E eu ergo a parte aonde deveria estar minha sobrancelha.

-Anotei o que Naruto? – Pergunto entediado e irritado.

-A placa do caminhão que te atropelou. – Ela fala com uma cara falsa de preocupação, segurando o riso.

-Vai pro inferno Naruto, ver se lá ta nevando. – Digo no auge de minha irritação, e me dirijo para minha sala. Não antes de escutar.

-Teme, no inferno neva? – Naruto perguntando pro Sasuke, eu reviro meus olhos e sigo meu caminho, com todos me olhando de esguedelha.

“Se odiar matasse, eu já estava a sete palmos.”

Cheguei à sala, e sentei no meu lugar, não tem ninguém respiro um pouco aliviado e abaixo minha cabeça entre meus braços cruzados em cima da mesa. O sinal bate e os murmúrios e conversas começam, os alunos entrando e minha pouca paz se esvaindo. Até que sinto um perfume conhecido, a Yamanaka sentou no lugar dela, a olho com o canto do olho e ela sorri feliz, o que só me fez ficar com mais raiva ainda.

Ela me olha diretamente, os olhos azuis me analisando como se procurando alguma coisa e o sorriso aumentando, eu quase pergunto o que ela esta vendo, porem o professor chega. E ela olha para frente.

-Senhor Sabaku, vai dormir em sua casa, agora aula começou, e se o senhor quiser prestar atenção eu agradeço. – A mala do professor me chama a atenção, e eu ergo a cabeça, todos me olham espantados, e eu olho pelo canto de olho, a reação de quem me interessa. A Ino esta mordendo o lábio inferior segurando o riso, com os olhos brilhando em divertimento.

“Eu definitivamente odeio o Frederico.”

COLA

Acordei como sempre com os gritos da dona Kushina, fala sério minha mãe é maluca, e ela simplesmente pirou ao saber que a Hinata foi para a diretoria por minha causa, estou sem Ramén por um mês e...

-Uzumaki Naruto se você não descer dentro de cinco minutos, você vai para a escola sem comer uma migalha de pão. – Escuto minha mãe gritar interrompendo meus pensamentos, levanto-me rapidamente, e saio correndo para o banheiro, um erro colossal já que eu tropecei na minha roupa que esta espalhada pelo chão, e cai de boca no chão.

-Mas que droga! – Resmungo levantando e me dirigindo para o banheiro recolhendo a roupa pelo caminho, antes que minha mãe veja, já estou cheio de castigos é melhor não deixá-la mais brava ainda. Vou tomar meu banho rapidamente e me visto mais depressa ainda, não quero ir para a escola de estomago vazio, por que isso sempre é extremamente torturante. Desço para a cozinha, correndo e tropeçando nos degraus da escada. Chego à cozinha e me sento na cadeira arfando, e com um sorriso pidão dirigido para a minha mãe, que me olha com uma expressão irritada. Assim como meu pai me olha com uma expressão sofrida.

-Você esta atrasado, de novo, eu nem deveria lhe dar o café da manha. – Minha mãe fala, e eu deixo morrer o sorriso. – Mas como eu não quero filho meu morrendo de fome, você vai comer tudo em cinco minutos, e seu pai vai lhe levar para a escola,  e vai ir falar com a diretora sobre essa historia de cola. – Ela da à sentença, e eu apenas concordo com a cabeça, sei que provavelmente meu pai vai pedir para diretora me dar um trabalho extra.

“Será que da para me matar agora? Ou vão me torturar com mais estudo?”

Finalmente fomos para a escola. Meu pai dirige com cuidado até que começa a falar.

-Naruto, eu não lhe pedi, para você não aprontar? – Meu pai me perguntou, com seu tom de voz sofrido.

-Mas pai eu não fiz nada de errado. – Tento me justificar.

-E colar de uma de suas colegas, não é errado? – Ele indagou, com uma sobrancelha arqueada. Eu suspirei e olhei para a rua.  -Você não estudou? O que foi que aconteceu para você ter de colar? – Ele questionou.

-Não sei pai. Só sei que não consigo entender nada do que os professore falam, é como se eles tivessem falando outra língua. –Explico desanimado.

-Então, se esforce mais meu filho, procure outro jeito de entender a matéria, tem um monte de livros em casa, e você pode procurar em um monte de lugares, o que você não conseguir achar, pergunte, vá atrás, não fique acomodado e dependendo dos outros. – Meu pai falou, sério.

-Certo pai, eu vou aprender, TO CERTO. – Gritei, e ele se encolheu um pouco no banco.

-E eu to certo que vou ficar surdo, se não com os gritos da sua mãe, com os seus. –Meu pai falou, com um pequeno gemido de dor, e eu comecei a rir, logo sendo acompanhado por ele.

Chego ao colégio, e vou falar com meus amigos, enquanto meu pai vai à diretoria, fico conversando com o Sasuke, até ver o Gaara, chegando completamente acabado, o que é uma coisa que eu estranhei, por mais que o ruivo sege briguento, ele dificilmente fica no lado que apanhou. Logo bate o sinal e eu vou para a sala de aula. Ao meu lado, como sempre, Hinata esta sentada, a culpa me corrói cada vez mais. Hoje sinto uma felicidade na Hinata, alguma coisa diferente, a chamam na secretaria, e ela da quase um pulo de felicidade.

“ Ta todo mundo louco hoje?”

Depois de a Hinata voltar, me chamam para bater um papinho com a Tsunade.  Chego à sala dela e sento na “minha” cadeira, e já vou direto ao assunto.

-O vovó, não da para você dar uma relaxada no castigo? – Perguntei olhando pidão para a diretora que me olha com um olhar assassino.

-Primeiro, eu não sou sua avó, então a menos que você queira apreender a voar é bom não me chamar assim. Segundo, eu vou sim lhe passar um trabalho extenso e cansativo, quem sabe assim você não apreende e não precisa ficar colando, e terceiro, eu vou ir almoçar na sua casa hoje. Sua mãe quer conversar comigo. – A diretora fala me olhando com seu olhar maligno e vingativo.

“É nessas horas que você respira fundo e fala: AGORA FERROU!”

-Agora saia daqui que eu tenho muito trabalho. – A diretora me dispensou, com aquele típico ar de fúria, sai correndo da sala dela, e me dirigi a minha.

Passei uma manha completamente chata, e monótona, com a culpa me corroendo, ao mesmo tempo em que penso em como eu me ferrei nessa história, suspiro, e vou em direção, ao carro da diretora, uma lata velha, na verdade.

-Vamos logo Naruto, sabe que sua mãe esta esperando. – Tsunade me apresa.

Entro no carro, e coloco o cinto de segurança, me assegurando que ele esteja bem preso, por que a velha Tsunade no volante, o perigo é constante. Chego a minha casa, saindo do carro apresado, e ao mesmo tempo em que não desejo sair dele. Por que sei que minha mãe, quer meu coro. Suspiro, e entro em casa, afinal não da para continuar correndo de minhas responsabilidades.

“Pelo jeito até eu estou estranho hoje.”

-Espero Naruto que você já tenha pedido desculpa para a menina. –Minha mãe falou em um tom claro de ameaça, logo depois que almoçamos. Estava indo tudo bem até aqui, ela simplesmente parecia ter esquecido-se do assunto, ledo engano.

-Bem... É que... Pode se dizer que....- Comecei a enrolar, por que sempre fui incapaz de mentir para minha mãe.

A verdade é que eu não tive coragem ainda de ir falar com a Hinata, e também a doce menina não ajuda, cada vez que eu a olho me sinto mais culpado ainda. E a coragem de pedir desculpa se esvai de dentro de mim. E hoje, especialmente, ela estava tão estranha, e um tanto avoada, que se eu tinha alguma coragem, ela morreu antes de se manifestar.

-COMO VOCÊ NÃO PEDIU DESCULPAS AINDA??! Tebane.– Minha mãe grita. agora ela esta muito brava mesmo.

-Eu...- Eu começo a falar, tentando dar alguma explicação, porem minha mãe me cascudo na cabeça.

-Kushina, se acalme, ela vai pedir desculpas, você conhece seu filho, e você encher ele de cascudos e gritos, não vai resolver nada. – Meu pai falou, me livrando do próximo cascudo que se aproximava. Minha mãe respirou fundo e se endireitou.

-Tsunade-sama, você poderia levar o Naruto a biblioteca, ele tem muito estudo para por em dia. – Minha mãe pede com um sorriso, ao qual a Tsunade retribui.

“Socorro!!! Vão me torturar com mais estudo.”

PLANO

A manha como sempre foi problemática, varias tarefas para fazer e o pior, ter de agüentar a escola, fala sério castigo que nem esse ninguém merece. Depois dessa manha chata, vou ter uma tarde mais chata ainda. Tenho de me encontrar com um dos jogadores do time do basquete, o nome dele é Gaara, ele é um ano mais novo que eu, e hoje apareceu com a cara cheia de hematomas, e sem sobrancelha.

“Por que eu tenho a impressão que isso foi causado por alguém que eu conheço?”

Enfim, como eu sou o campeão de xadrez da escola, e sou um ótimo estrategista, a diretora, mandou que eu fizesse as estratégias de alguns dos times do colégio, um deles é o basquete, eu teria de conversar com o capitão do time, porém alguma coisa fez ele me ligar e avisar que não ia poder vir, então vou ter de conversar com o ruivo com cara de assassino mesmo.

Nós combinamos de nos encontrar em um dos parques da cidade, um que tem bancos e mesas a disposição. Gosto de lugares ao ar livre, ver as nuvens é meu hobby, acho que quanto mais eu olho para elas mais meu cérebro parece funcionar, então escolher um lugar aonde eu possa vê-las não é apenas uma questão de estratégia, é quase como uma superstição.

Chego no horário e o ruivo já esta lá, sentado em uma das mesas com um caderno na mão, e fazendo algumas lições. Acho que pensamos um pouco parecidos, já que eu também trouxe meus cadernos com as tarefas que tenho de fazer.

-Yo – Cumprimento o ruivo.

-Yo. – Ele devolve o cumprimento, - Você é o Shikamaru? – Ele me pergunta.

-Sim, e você é o Gaara. O Sasuke me avisou que você vinha no lugar dele. – Falei sentando-me.

-Ele teve alguns problemas, com alguém que com certeza ia se dar mal, ou alguma coisa assim, ele estava nervoso quando me ligou. – Gaara me explicou, dando de ombro como se a vida do colega não lhe interessasse.

-Bem vamos começar. – Falei, e abri o caderno começando a lhe explicar uma das idéias que eu tive.

Expliquei algumas coisas, e começamos a fazer nossas próprias lições, para depois terminarmos de discutir alguns pontos, assim ele tem o que questionar, e eu tenho tempo de fazer mais algumas estratégias de jogo. Depois de um tempo alguns meninos apareceram e se sentaram em uma mesa um pouco distante.

-O que eles estão fazendo aqui? – Gaara resmungou olhando para os meninos com um olhar assassino, olhei de canto de olho. Cinco meninos nos olhavam, todos parecendo mal encarados. Olhei para as suas roupas, e reconheci o símbolo de um colégio rival ao nosso. Provavelmente estão aqui para descobrirem alguma coisa sobre o que eu vou planejar.

“ Rivalidade entre colégios, é problemático.”

-Deixe-os Gaara, daqui a pouco eles vão embora. – Falei dando de ombros e me concentrando na tarefa que eu tenho de fazer. Porem não paro de pensar em como eles sabem que sou eu que estou fazendo as táticas do jogo.

“Sempre existem os fofoqueiros”

-Se esses caras continuarem a me olhar desse jeito eu vou acabar com a vida deles. – Gaara me falou com aquele olhar assassino costumeiro, eu suspirei e olhei para cima.

-Gaara, eles não tem noção do que vão enfrentar, então, por favor, vamos continuar com o que estamos fazendo? – Falei, com a voz enganosamente calma.

-Certo, mas Shikamaru não diga que eu não avisei. –O ruivo me falou, depois lançou um rápido olhar para nossos, “colegas” e se dirigiu ao caderno.

Eu olhei para o meu, o exercício completamente feito, de três formas diferentes, dei de ombro, fazer o que se estou entediado.

Depois de dez minutos, eu comecei a me incomodar com o olhar fixo daqueles caras, eles não mudaram de posição, e continuam olhando para nós com a mesma expressão de desafio. Suspirei e tentei continuar o que eu estava fazendo, as táticas para o time. Porem o que já estava me incomodando foi ficando cada vez pior, até que eu não consegui mais me concentrar.

-Gaara? – Chamei o ruivo.

-Hn? – Ele me respondeu monossílabo, também tentando se concentrar em uma tarefa.

-Você ainda ta interessado em pegar esses caras? – Perguntei, como se não quisesse nada.

-Muito mais que antes. – Gaara me respondeu com os dentes serrados.

Ia ser incomodo fazer tanto esforço, por causa de que aqueles idiotas que não paravam de me desafiar, porem eu tentei ignorar, mas foi mais forte que eu.

-Vamos fazer o seguinte...- Comecei a sussurrar o plano, Garra segurava o riso, a expressão dele variando de divertida e maligna.

“Sério, o Gaara precisa se tratar com um psicanalista.”

-Entendeu? – Perguntei, olhando seriamente para ele.

-Sim. – Ele me respondeu o sorriso maligno em seu rosto.

“Por que toda vez que vejo o sorriso do Gaara tenho impressão de já ter visto isso em outra pessoa?”

-Então vamos começar com o plano “gato escaldado”. – Falei. Dando um nome tosco a nossa próxima ação.

-Não seria melhor, “galhinha molhada”? – Gaara me perguntou, sorrindo debochadamente.

-Que sege, começa logo a fazer a sua parte. – Digo em um tom autoritário, e o ruivo, me olha, como se me questionando se eu estava mesmo mandando nele, eu não desvio o olhar, e ele assente com a cabeça. E começamos com a nossa encenação.

-Cara eu to morrendo de vontade de ir ao banheiro. Não da para gente fazer uma pausa?- Gaara fala, em um tom de voz normal, como se conversando normalmente e não encenando.

“Até que o ruivo usa a cabeça.”

-Vai de uma vez. – Digo dando de ombros, e ele sai quase correndo em direção dos banheiros do parque.

Eu começo a rabiscar no caderno, como se escrevendo alguma coisa importante, até que sinto uma presença atrás de mim, logo tem uma sombra tampando o sol. Olho para cima, como se estivesse curioso, a verdade é que eu já esperava por isso.

-Oi geniozinho, nós viemos aqui confiscar alguns desses seus papeis. – Um dos garotos, o maior, falou com uma voz arrogante. Eu olhei para ele, e fingi tentar esconder o papel que eu estava rabiscando.

-Então, vai se fazer de durão, escondendo o “ouro” da gente? – Outro garoto falou, tirando o papel da minha mão.

Depois disso, um deles me derruba da cadeira, e eles saem correndo. Eu me levanto e vejo o Gaara correndo em minha direção.

-Conseguiu? – Perguntei enquanto me levantava, quando ele chegou e me deu a mão, me ajudando. Gaara deu um sorriso maligno.

-Daqui a dois segundo eles vão parecer “galinhas escaldadas”. – Ele fala,e eu ergo a sobrancelha.

“Nota mental: arrumar nome melhores para os planos.”

E como o Gaara falou, em dois segundos os garotos idiotas, estavam correndo, tentando se livrar, do esguichos  de água, dos “regadores automáticos”, do parque. O que não é possível, com todos ligados, os cinco, se batiam enquanto corriam, e caiam no barro escorregando. E quanto mais tentavam se levantar mais eles caiam e se sujavam.

-Paguei, para um menininho colocar sabão, na água que esta sendo usada. –Gaara falou. O sorriso maligno presente novamente. Olhei para os meninos e sorri também.

“Plano concluído com sucesso.”

-E agora? – Gaara me perguntou.

-Agora a gente corre e se esconde antes que eles percebam que não tem nada no papel e venham atrás da gente. – Respondo, pego minha mochila e meus matérias e saio correndo do parque em direção a rua, depois indo parar em uma pequena lanchonete, da qual eu gosto muito. Gaara me segue e senta na mesma mesa que eu, tão cansado quanto eu mesmo. Pedimos um suco para a garçonete, que olha para o ruivo como se ele fosse um deus, mesmo ele estando completamente “colorido”.

-Hoje foi bem divertido. – Ele fala com uma expressão um tanto séria.

“Será que ele só sabe sorrir quando, é uma coisa maligna?”

-Sim foi, mas nós não terminamos de elaborar as táticas do jogo. – Respondi, me preocupando um pouco com o fato de não ter feito o que foi combinado.

-Não se preocupe com isso, é só você fazer colocar em um papel e entregar para o Sasuke. Na verdade só fazemos as táticas por que o técnico nos obriga, a maioria das coisas nós simplesmente não praticamos, principalmente o Naruto, você teria de desenhar, fazer um filme, e explicar umas mil vezes até que ele entenda. E ainda assim, ele vai fazer do jeito dele. Se ganhamos fazendo desse jeito é melhor não mudar. – Ele fala dando de ombros, conformado do jeito que as coisas são.

Nosso suco chega, e nós o tomamos, quase como apreciando um final de uma tarde que não foi nenhum pouco chata quanto eu pensei que seria, olho para o ruivo, acho que achei um companheiro. Ou Talvez eu tenha conseguido um amigo. Vai saber, dou de ombros.

 “De toda e qualquer maneira tenho a impressão que isso vai ser problemático.”

SHOPPING

-Qual é Sasuke, me ajude, é só dessa vez. – Itachi me pede.

-Isso você já falou ontem, e antes de  ontem, e antes de, antes de ontem, e assim sucessivamente, por que você apenas não conta para nossos pais que esta namorando a Sayume, e a pede em namoro para os pais dela, assim acabando com essa novela de quinta? – Falo um tanto irritado pela inércia de meu irmão em assumir de uma vez o relacionamento com a vizinha do lado.

-Eu já lhe expliquei umas quinze vezes. Por que se eu fizer o que você diz, mamãe já vai começar a falar em casamento, os pais da Sayume, serão contra por que vão achar que isso vai atrapalhar os estudos dela, e assim acabaremos separados, e nenhum de nós quer isso. Por isso você vai me ajudar a me encontrar com ela hoje. – Itachi responde a mesma resposta de sempre, e eu suspiro.

-Certo Itachi. O que você quer que eu faça? -  Pergunto, já concordando com qualquer  idéia maluca dele, por que quanto mais rápido for, mais rápido me livro de ele ficar me enchendo.

-Quero que você convença a mamãe a ir para o shopping. – Itachi me responde, e eu o olho desconfiado.

-Por que você mesmo não faz isso? – Indago.

-Por que eu estou pedindo para você fazer. –Itachi me responde meio nervoso. – E também enquanto você a distrai, eu saio pela porta dos fundos. – Ele fala, porem eu sinto que tem algo que ele não esta, me contando.

Porem não tenho tempo para especular o que seja, logo vou ter de sair para encontrar, o Shikamaru, ele é um dos nerds do colégio, é ele que vai fazer as táticas de jogo desse ano, então eu tenho de ir ver, analisar e um monte de coisas a mais, completamente inúteis, devo ressaltar, já que nós simplesmente não fazemos o que esta escrito no papel.

Levanto-me e dirijo-me a porta.

-Aonde você vai? – Meu irmão de pergunta.

-Ir falar com a mamãe. Tenho de sair daqui a pouco.  – Explico em poucas palavras. Saio do meu quarto e me dirijo à cozinha, aonde sei que minha mãe vai estar, já que ela esta terminando uma torta. Chego à cozinha e minha mãe esta virada de costas para a porta, batendo alguma massa.

-Mãe, você poderia ir ao shopping, comprar um novo tênis para mim? – Pergunto com toda a educação do mundo, e com uma carinha de dar dó, sei que ela não resiste ao charme Uchiha.

-Por que você mesmo não vai Sasuke? – Ela me pergunta sem nem olhar para mim.

Irresistível, aham sei...”

-Por que eu tenho um compromisso agora à tarde. – Respondo, indo pegar uma maça, na fruteira, fazendo tudo como se fosse uma coisa normal, e não uma encenação, para meu irmão sair escondido.

-É com uma garota? – Ela me pergunta, e eu quase engasgo com a maça.

“Discutir garotas com minha mãe, é um riso que eu não quero correr.”

-Não exatamente, vou ir ver as táticas do time de basquete. – Respondo com cuidado, minha mãe para o que esta fazendo e me olha.

-E por que você não pode passar no shopping no caminho?- Ela indaga me olhando de um jeito desconfiado.

-Por favor, mãe, faz esse favor para mim. – Peço ignorando a pergunta.

-Não. –Ela fala, e se vira novamente, continuando a fazer a massa.

“O jeito é apelar para o plano B”

Começo a sair de fininho, resmungando, alto o bastante para minha mãe ouvir.

-Só por que o Itachi queria fazer uma surpresa, enquanto ela não estivesse em casa. – Falo.

Minha mãe para de bater a massa e me olha de canto de olho, e eu seguro meu sorriso vitorioso, agora ela vai sair de casa e...

-Sasuke, vamos ao shopping, nós dois juntos. – Ela fala com um sorriso feliz. E eu a olho meio espantado. – Você não faria essa desfeita para sua mãe. Faria? – Ela me pergunta, e eu me sinto encurralado.

-Claro que não mãe. – Respondo forçando um sorriso.

“Deveria ter falado que EU é que ia fazer a surpresa.”

-Que ótimo, eu queria mesmo ir ao shopping, falei para seu irmão, mas o insensível disse que não ia poder ir comigo. Que bom que eu tenho  dois filhos, maravilhosos. – Dona Mikoto, me fala feliz, enquanto sobe para ir se arrumar.

“Então era isso que o Itachi estava escondendo.”

-Por falar nisso, hoje tem uma palestra muito interessante sobre cabelos e esmaltes, que bom que você vai comigo assim não me sinto sozinha. – Minha mãe fala no topo da escada, quase pulando de felicidade.

-Excelente. –Digo, com os dentes serrados.

“Itachi, acho bom você ir aproveitando, por que será seu ultimo dia de vida.”

Liguei para o Gaara, um ruivo maníaco, e lhe disse para ir ver as estratégias do Shikamaru, já estou condenado pela dona Mikoto, e não quero ser morto pelo técnico. Suspirei subi as escadas e fui me arrumar, me preparando para uma verdadeira seção de tortura.

-Sasuke,hoje nós tivemos um dia tão maravilhoso. – Minha mãe fala alegre, quando finalmente chegamos em casa, forço um sorriso e concordo com a cabeça.

Dona Mikoto sobe a escada completamente feliz, com suas sacolas nas mãos, sacolas que até agora fui eu quem teve de carregar. Arrasto-me até o sofá e me jogo nele, completamente exausto, e acabado. Com os ouvidos zunindo, depois de duas horas escutando uma mulher completamente doida, falando sobre algum produto milagroso para as mulheres, e que faria, os cabelos, as unhas e sei lá mais o que, crescerem, ficarem fortes e alguma coisa que ter ver com brilho e chamar a atenção para si.

“Juro que hoje eu realmente desejei me matar, porem uma coisa me manteve vivo... Minha sede de vingança, Itachi , você não perde por esperar, sua fuinha mal amada.”

E é só eu pensar nesse ser dos quintos dos infernos que ele aparece.

-E ai como que vai, irmãozinho tolo? – Itachi fala, segurando o riso ao ver meu estado acabado.

-Otimamente bem, não esta vendo? – Respondi sarcástico, e ele começou a rir.

-Eu estou vendo é que você esta completamente demolido. – Ele diz.

-Não me diga. – Falo irônico, novamente. Minha vontade é de pular no pescoço dele, e sufocá-lo até que ele fique roxo.

“Depois disso, eu vou chicotá-lo, colocar sal nas feridas, decepá-lo e colocá-lo a ferver em óleo fervente. Ou será, que eu o coloco a ferver primeiro?”

Porem, mesmo com toda a minha vontade de matá-lo, eu simplesmente estou cansado demais para isso, e seria trabalhoso demais.

-Não fique tão bravo Sasuke, pelo menos mamãe esta feliz. – Itachi me diz, e eu o olho torto.

“Haaa se olhar mata-se”

Ele começa a rir, e eu olho para cima, pedindo uma ajuda dos céus.

“Kami-sama, mande alguém que me ajude a me vingar, do meu “querido irmão” qualquer um...”

A campainha toca, e a empregada vai atender, Itachi fica quieto, eu fecho os olhos, quase agradecendo, quando escuto um grito.

-TEME!!!- Naruto, meu melhor amigo grita, me olhando.

“ Qualquer um... Menos o baka do Naruto.”

-O que veio fazer aqui dobe? – Pergunto ao loiro.

-Vim fazer uma visita, e pegar seu caderno de português, minha mãe quer comparar. – Ele responde com um ar um tanto desanimado. Estranhei o fato, afinal Naruto é tudo, menos desanimado.

-O que aconteceu? – Itachi perguntou, também notando o ar do Naruto.

-Estou de castigo até a próxima geração. –Naruto respondeu, se jogando no sofá.

-Por quê? – Itachi indagou.

-Por que fui pego, colando de uma menina, minha mãe esta fula da vida. – O loiro diz, e eu sorrio.

-Então é por isso que ela quer o caderno. - Digo.

-Meninos, vamos jantar. – Minha mãe fala descendo da escada, acabando com a conversa. Então ela nota a nossa visita. – Oi Naruto. Vai jantar com a gente? – Ela pergunta ao loiro.

-Se foi a senhora que fez a comida com certeza. –Naruto respondeu com seu costumeiro sorriso.

-Não fui eu que fiz a comida hoje, estava no shopping com o Sasuke. – Minha mãe respondeu, e eu senti minha espinha gelar, se o Naruto souber sobre a palestra, vai me encher até a outra vida.

“É melhor agir, antes que minha mãe fale demais.”

-Então, vamos comer de uma vez. – Levantei em um pulo, peguei minha mãe e a arrastei para a cozinha, com o meu irmão rindo atrás, e o Naruto com uma cara confusa.

Meu pai logo chegou, e começamos a jantar.

-Então como foi seu dia querido? – Minha mãe pergunta ao meu pai.

-Como todos os outros, Mikoto. E o seu? – Meu pai retornou a pergunta.

-O meu foi maravilhoso, eu e o Sasuke fomos ao shopping, e vimos uma palestra muito instrutiva. – Mamãe respondeu, e senti de volta a sensação de frio na espinha.

-Sobre o que?- Meu pai indagou.

-Sobre como cuidar das unhas e dos cabelos. – Mamãe respondeu, e eu vi meu irmão segurando o riso, Naruto e meu pai me olhando com uma expressão de espanto. O espanto não durou muito, visto que quem deveria ser meu melhor amigo, começou a rir descontroladamente de minha desgraça. 

“Que espécime de amigo é esse que eu tenho?”

Eu o fuzilei com meu olhar, e ele começou a rir mais ainda, sendo acompanhado desta vez  por meu irmão.

-E como foi sua tarde Itachi? – Minha mãe perguntou, logo cortando o riso do meu irmão, que quase se engasgou.

-C-como? – Itachi perguntou, enquanto Naruto abafava o riso com a mão, e fica olhando de mim para o Itachi, divertido. Como se decidisse quem é mais engraçado. Afinal até o Naruto já sabe sobre o Itachi e a vizinha.

“Talvez esse jantar  sege bem mais engraçada do que eu pensei.”

BOLO DE CHOCOLATE

A noite esta escura e sem lua, perfeita para meu plano. Saio da cama e desço as escadas com tranqüilidade, e sem fazer ruídos, chego à cozinha, completamente silencioso e no escuro, abro a geladeira, com calma e...

-O que esta fazendo aqui Neji nii-san? – Escuto uma voz infantil me chamar. Olho para trás com um gelo na espinha, fui pego no fraga.

-E-eu...- Tento responder mordendo a língua no ato de gaguejar, Hanabi me olha desconfiada. –O que VOCÊ esta fazendo aqui? – Pergunto fechando a porta da geladeira.

-Provavelmente a mesma coisa que você. –Escuto outra voz, e dou de cara com Hinata. Ergo a sobrancelha curioso.

“Elas também vieram roubar um pedaço do bolo de chocolate?”

-Eu vim pegar um copo de água. – Eu minto, com uma pose de verdade.

-Que estranho, achei que as empregadas colocassem jarras com água em todos os quartos. – Hinata falou, estranhando minha mentira.

“Mas também, podia ter mentido melhor.”

-A minha acabou. –Inventei. Hinata deu de ombros como se acreditando na mentira e veio em minha direção. Abriu a porta da geladeira e pegou o objeto de meu desejo, o bolo de chocolate com cobertura e granulado. Seguro-me muito para não tira-lo das mãos dela e sair correndo escada acima.

-Bom eu vim pegar um pedaço dessa maravilha, assim como a Hanabi. –Hinata fala, com um sorriso doce.

-Nós fazemos isso, sempre que o papai escolhe o almoço da semana- Hanabi fala enquanto mexe nas gavetas em busca de talheres para comer o bolo.

-Então é toda a semana. – Falei. Hyashi- sama sempre escolheu o cardápio. Pelo menos desde que minha tia morreu.

-Exatamente. Temos um pequeno acordo com as empregadas. – Hanabi afirma com um sorriso travesso, e eu fico espantado, olho acusatoriamente para a Hinata, que parece desconfortável com a declaração da irma mais nova.

“Até a santa Hinata tem seus segredos.”

-Mas você não vai contar isso para ninguém. –Hanabi diz. Olhando para mim como se soubesse disso.

-E por que eu não faria isso? – Pergunto a desafiando.

-Por que se você fizer, nós não vamos dividir esse maravilhoso bolo com você. – Hanabi fala com um sorriso, um tanto zombeteiro.

-Quem disse que eu quero o bolo? – Indago querendo mostrar que minha prima mais nova esta redondamente enganada.

“Mesmo que ela esteja completamente certa. Eu quero esse bolo. Me dáaaa!!!”

-Seus olhos. E eu passei pelo seu quarto antes de vir aqui, a jarra de água estava lá, completamente cheia, e eu sei a queda que você tem por chocolates. – Meu monstro particular, ou seja, minha prima mais nova, assiná-la todos os motivos para seu argumento estar certo. Como uma criança pode ser tão impertinente?  Fuzilo Hanabi com meu olhar.

-Neji nii-san. – Hinata me chama. Eu olho para ela. – Quer dividir o bolo com a gente?- Ela pergunta, usando aquela carinha e cachorro sem dono. Erguendo o bolo em um gesto convidativo. Meus olhos se desviam para aquela maravilha de chocolate.

“Resista Neji, Resista. É só um bolo. Um delicioso bolo que você vai se arrepender se não comer.”

-Tudo bem então. – Digo dando de ombros e me sento em uma das cadeiras da mesa, Hanabi, já com três talheres e três pratos nas mãos, com um sorriso enorme.

“Como ela sabia que ia me convencer?”

Hinata, também com um sorriso, corta pedaços do bolo, e os coloca nos pratos, senta-se e nós três começamos a comer em um silencio gostoso e amigável. Olho para a Hinata, os olhos dela brilham em felicidade, há muito tempo que eu não a vejo tão para cima, ela parece envolta em um ar de alegria, satisfação, é como se ela tivesse encontrado a si mesma.

Ou talvez eu que esteja a analisando de outro modo. Talvez eu esteja amolecendo, e a frieza dos Hyuuga esteja me abandonando...

“Não sege idiota Neji, você tem de ser frio. É assim que um Hyuuga é. É assim que tem de ser.”

Acho, que comecei a analisar demais as pessoas, começando por aquela menina da minha sala. Aquela menina me inerva, ao contrario da maioria das pessoas, ela me desdenha, ela me encara, ela tem uma força interior quase indestrutível. E isso me deixa irritado, ninguém deve ser tão segura assim, pelo menos ninguém que me enfrente.

-Neji nii-san, esta tudo bem?  - Hinata me pergunta, olhando-me preocupada.

-Por que não estaria?- Perguntei, sendo um pouco grosso.

-Talvez por que a colher que você esta segurando esta torta. – Hanabi, falou dando de ombros, como se isso fosse apenas uma idéia. Olhei para a minha mão, e realmente a colher esta torta.

“A Mitsashi, com certeza, meche comigo.”

-Não é nada, não se preocupem, eu apenas me lembrei de algo. – Me justifiquei, e fui pegar outra colher.

Estava abrindo a gaveta quando escutei um barulho vindo do andar de cima, alguém esta descendo as escadas. Olhei para as minhas primas, que se olham preocupadas. Hanabi olhou para mim e fez sinal de silencio. Ela começa a se abaixar e se esconder, vejo que Hinata faz o mesmo. Resolvo que vou fazer isso também, sou novo nessa coisa de roubar bolo, é melhor agir como elas. Vou, abaixado, em direção ao balcão, onde elas estão escondidas. E sussurro só para elas escutarem.

-O que esta acontecendo? – Pergunto, com certo gosto amargo na boca, uma reação de desagrado ao fato de elas saberem mais do que eu.

-Acho que alguém, nos escutou aqui em baixo, pode ser um segurança. – Hinata sussurrou também.

A luz da cozinha é acesa, e eu sinto um arrepio gelado na espinha. Evito olhar quem entrou, porem Hanabi demonstra mais coragem do que eu, e olha, logo se segura para não rir. Eu olho para ela, entre furioso e curioso. Hinata também olha, e assim como a irma, segura-se para não cair na gargalhada. A curiosidade me toma. Eu decido olhar também.

“Parece que a família Hyuuga é cheia de segredos curiosos.”

Meu tio, esta abrindo a geladeira, e assaltando-a, ou seja, ele esta pegando o bolo de chocolate, e o mais surpreendente, é a cara de vitória dele, a expressão de felicidade. Realmente é uma coisa cômica. Acho que nem ele gosta dessa comida, que nos obriga a comer.

“Afinal, pimenta nos olhos dos outros, é refresco no nosso.”

Isso só não vale, quando você sofre as conseqüências dos próprios atos, acaba se tornado trágico ou engraçado, e vendo meu tio pegando um bolo, escondido em plena madrugada, com certeza me faz ter vontade de rir.

Minha bochecha dói, já que a mordi, para ver se essa vontade de gargalhar passa, depois de uns cinco minutos, a luz é desligada, e meu tio sai da cozinha, eu e minhas primas nos olhamos,esperamos um pouco e começamos a rir baixinho. Essa com certeza foi uma noite diferente.

-Pelo menos, ele não notou que nós estávamos aqui. – Hinata falou, assim que paramos de rir.

-Isso é verdade, mas seria muito engraçada a cara dele, se soubesse que nós o vimos pegando o bolo. – Hanabi fala sorrindo, ao imaginar a cena.

-Seria trágico, isso sim, Hyashi-sama, não ia gostar nenhum pouquinho de saber que nós sabemos o “segredo” dele. – Retruquei.

-É verdade, mas que esse momento seria impagável, ah isso seria. – Hanabi falou com um sorriso, e depois disso, nós voltamos a comer o bolo. E eu percebi que estou completamente enganado em muitas coisas.

“As coisas são melhores, quando nós olhamos por outra perspectiva.” 


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Notas finais do capítulo

Helow Minna
mereço reviews? Recomendaçoes?
esse é um cap,presente. (inner: Ela espera q seja)
bom, meu pai ainda ta me enrolando no assunto,computer e net,entao por enquanto,to emprestando do meu primo. entao ainda vai demorar um pouco os cap.
nesse cap,eu exagerei, é o maior q eu ja fiz, espero q gostem.
eu particularmente, ri muito com o Gaara,e cheguei a sentir dó do Naruto.(inner: mesmo ele nao merecendo)
Acho q é só
Feliz carnaval.