HINATA

–O que nós vamos fazer- Sakura perguntou enquanto caminhávamos apresadas pelos corredores do colégio.

–Vamos pegar o gelo oras. – Temari respondeu – Mas sem aquelas mulheres horríveis saberem – Terminou com um sorriso um tanto maligno. E eu me pergunto. O que será que ela quer dizer com isso? O jeito é saber do plano que essa loira maluca fez.

–C-como vamos fazer isso? – eu perguntei um tanto temerosa da resposta.

–Você com essa carinha de anjo vai distrair aquelas chatas, feito isso eu e a Sakura entramos na cozinha, enquanto eu pego o gelo ela vai cuidar da porta, para ver se ninguém nos pega. – ela explicou e eu engoli em seco.

–C-como? – eu perguntei, não para entender direito, mas sim para assimilar o que eu teria de fazer.

–Você entendeu Hina-chan, e eu sei que você consegue. – eEa falou enquanto me abraçava de lado, e eu senti um pouco da coragem dela passando para mim. Eu sei que isso é impossível, mas essa sensação é mais forte que a minha racionalidade Hyuuga.

É por esse motivo, essa minha necessidade de carinho, compreensão. Essa esperança louca de ter alguém que me entenda, por isso é que eu concordo com esse plano maluco. Por que por um momento eu posso fazer a diferença. Eu posso ser corajosa, eu posso ser eu mesma, por um pequeno momento, mesmo que isso me leve à direção novamente.

Pensando nisso, concordar com aquele tal de clube do livro foi um tanto arriscado, mas eu não penso direito quando estou sob pressão, e se meu pai recebe mais um bilhete é capaz de me mandar para um internato na conxichina. Afinal seria o quarto ou quinto bilhete só esse ano. Aquele loiro é muito lento. Poxa nem para colar direito ele serve.

“Mas você o ama do mesmo jeito”

Ta eu amo ele, mas mesmo assim... por Kami, por que só eu que me dou mal, é ele que cola e não eu, momento revoltada agora. Respiro fundo.

“Calma Hinata. Doce e gentil, doce e gentil.”

Pronto agora estou melhor, pelo menos isso tirou um pouco do meu medo, pensar em outras coisas sempre ajuda. Mas por que eu tava com medo mesmo? Há sim, deve ser por que eu serei a isca em um plano doido, de uma maluca que eu acabei de conhecer a qual eu me afeiçoei muito. Falando em maluca, a rosada ainda esta com a camisa toda manchada. Será que eu ofereço meu casaco? Bom, não tenho tempo para isso já que chegamos no corredor da cozinha, a algumas mesas perto da cozinha, vamos um pouco rapidamente, até que vimos uma sombra na parede, e pelo jeito vem em nossa direção.

–Se escondam. – Temari fala, e a gente corre para trás de uma mesa se encolhendo, para conseguir se esconder direito. Logo uma mulher rechonchuda apareceu, ela tem uma cara péssima, como se tivesse caído da cama. Depois de uma noite inteira de ressaca. Fala sério ela não é a mis-beleza, mas a expressão dela é horrível. Lembrei-me agora da história do homem-do-saco, juro que essa deve ser a mulher dele, por que tem a expressão que se pegar uma criança ela leva embora. Ta viajei, deve ser o medo de que ela nos pegue. Se acalme Hinata você não pode mais decepcionar ninguém. Muito menos as únicas pessoas que foram gentis com você.

– E agora? – eu perguntei um tanto aflita, vendo a mulher vir cada vez mais para nosso lado.

–Esperamos ela passar rebolando pela gente. – sakura me responde. E eu olho para a mulher, é verdade, ela vem como se estivesse em uma passarela.

–Você quer dizer, se ela não perder a bunda no meio do caminho né? –Temari falou um tanto venenosa, e nós nos seguramos para não cair na risada.

–E depois disso? – perguntei sussurrando já que a mulher estava cada vez mais próxima.

–Esperamos ela ficar fora de nosso campo de visão, e você vai lá e chama uma das cozinheiras, a distrai, enquanto eu e Sakura entramos lá dentro e pegamos o gelo.

– O-o-o que eu vou dizer? – indaguei em murmúrio baixíssimo, ao ver que a mulher passava por nós.

– sei lá, improvisa. –Temari falou, e nós ficamos esperando a mulher passar, quase sem respirar. A hora que não vimos mais ela. Saímos de trás da mesa. Temari me empurrou para frente da cozinha. Eu olhei para traz e ela me deu um pequeno sorriso encorajador. Respirei fundo e chamei uma das cozinheiras. A mais nova delas veio ver o que eu quero, olhei para aonde as meninas estavam ela sorriam um pouco e eu aqui quase morrendo.

–Sim? – ela perguntou, era uma mulher de uns vinte e poucos anos, cabelos pretos e olhos marrons, não é a gentileza em pessoa, posso garantir.

– E-e-eu.. –Tento falar, mas eu não consigo, e usar meu método de fechar os olhos e esquecer-se do mundo não vai adiantar, o jeito é apelar para o plano “a donzela em perigo”. O que não vai ser nada difícil considerando que eu já devo estar mais vermelha que tomate.

–Você esta bem? – ela me pergunta com certa preocupação.

–N-não- eu respondo em um murmúrio, e começo a cair, e a mulher fica simplesmente desesperada.

–Socorro, socorro, alguém me ajude. – Ela grita, ai meus ouvidos, eu to passando mal, mas não quero ficar surda. As cozinheiras começam a sair afobadas e olhando para mim.

Vejo pelo canto de olho as meninas entrando na cozinha. Enquanto a mulher grita e olha para os lados, começo a fechar os olhos lentamente, como se estivesse desmaiando. A mulher se desespera ainda mais. Junto com as outras. Até que sinto alguém me segurando, olho um pouco para cima e vejo a visão dos céus, agora eu desmaio de verdade, o capitão do time de futebol americano, um lindo moreno de olhos verdes que estuda no ultimo ano. Esta me segurando e um pequeno detalhe chama a atenção, ele esta só de sunga.

“Ai meu kami-sama, eu invés de desmaiar eu morri e fui pro céu?”

Agora é que eu quero ver como vou me virar, avermelhei muito mesmo, como qualquer uma ficaria. Imagine um deus grego seminu na minha frente, me segurando.

–Abra um pouco da blusa dela e a deixe respirar- uma das cozinheiras mais velha falou.

Como assim abrir minha blusa? Ta maluca mulher? E como foi mesmo que eu entrei nessa situação. Vou o que? Ficar pelada na frente desse deus? Alguém me ajude!!!!

Uma das mulheres veio em minha direção, para começar a tirar meu casaco, e de vermelha eu passei a roxa. Daqui a pouco fico verde. E nem posso sair correndo, afinal o deus grego me segurava fortemente para eu não espatifar no chão. Fecho os olhos, mesmo desesperada preciso continuar “atuando” afinal as meninas tem de pegar o gelo. Mesmo que para isso eu tenha de passar por essa vergonha.

–Espera um pouquinho- Escuto uma voz falando. E a mulher que ia tirar minha blusa para. - Nós vamos levá-la lá fora, acho que um pouco de ar vai lhe fazer bem. - Seguro um suspiro aliviada, só ouço as mulheres concordando, e alguém me pegando no colo. Braços fortes e másculos. Sinto-me sendo carrega por alguns corredores e sendo deitada em algo gelado.

–Muito obrigada mesmo. – escuto. E logo depois me batem fraquinho no rosto. Eu abro os olhos e dou de cara com a Temari.

–Você esta bem? – ela pergunta preocupada, mas mesmo assim divertida.

–Você estaria? – Sakura pergunta a ela, rindo um pouco.

–Vamos, temos de levar esse gelo, antes que ele derreta.- Temari fala e eu concordo com a cabeça. Levanto do banco e vamos correndo até o jardim, chegamos lá e Ino e a Tenten nos olham curiosas.

–Aonde vocês foram? –Tenten perguntou.

–Pegar o gelo. – Temari respondeu com o sorriso radiante, desviando um pouco do assunto. Tenten revirou os olhos.

–Em que lugar? – Ela perguntou dessa vez sendo mais direta.

–N-na c-cozinha.- eu tentei responder, e me deixei cair no chão, muitas emoções para um único dia.

E sem querer eu comecei a pensar naquele menino, o deus grego, meu kami que situação foi essa? Nem prestei atenção no que as meninas estão falando, pelo menos até a Temari começar a me abanar.

– Por que é que ela ficou desse jeito?- Ino perguntou, sakura e Temari começaram a rir e eu senti minha cara ficando quente novamente.

Elas riem por que não foi com elas, por kami, nunca tinha visto ninguém sem camisa, imagine seminu? Mas mesmo assim, valeu à pena. Mesmo que elas riam de mim, afinal não é de deboche, sinto como se fosse um riso carinhoso. E eu começo a rir junto com elas. Com a Ino e a Tenten nos olhando como se fossemos malucas, ao mesmo tempo em que pareciam curiosíssimas. Mas eu é que não vou contar. Pelo menos não agora, tenho o pressentimento que elas vão saber logo, logo. E isso será como um segredo compartilhado entre nós cinco. O que será que me espera esse ano?