Sorri para Edward também.

-Bella! -Fui recebida por um lindo sorriso. -O que aconteceu? Achei que tinha enjoado da cidade.

-Não enjoe, não. Eu estava doente. -Sorri em resposta.

-Que bom que está melhor. E que não está enjoada daqui.

Ficamos em silencio.

Lembrei-me do meu sonho, ou pesadelo.

-Eu sonhei com você. -Eu disse timidamente.

Ele me olhou, seu sorriso não saia do seu rosto.

-Como foi seu sonho?

-Sonhei que você era um vampiro, e que estava com muita sede. -Eu disse olhando para seus estranhos olhos amarelos.

Seu sorriso desapareceu de seu rosto na mesma hora.

-Foi só um pesadelo. -Ele disse secamente.

O sinal tocou, e fui para minha primeira aula.

Todas as aulas da manhã foram monótonas.

Nada tinha mudado em uma semana. Se eu estivesse em Phoenix tenho certeza que muita coisa mudaria.

Nossa já fazia quase um mês que eu estava morando em Forks, e parecia que toda a minha vida tava diferente.

Alias, tinha mudado uma coisa sim, Jessica me disse que o Baile dos alunos seria dali a dois meses.

-Eu não vou. Não adianta insistir. Tenho muitas coisas para fazer no dia do Baile. -Eu disse pela milionésima vez.

Ela estava me encarando.

-Mas eu nem te disse que dia vai ser. E alem do mais, você faria muita falta no Baile. -Eu senti que tinha uma mentira ali.

-Jess, neste mês vou estar muito ocupada cuidando dos preparativos para o aniversario do Charlie. Eu ainda nem sei qual presente vou comprar para ele. -Eu disse um pouco da verdade.

O resto seria que eu não iria ao Baile, pois não sei dançar.

Eu tenho dois pés esquerdos.

O intervalo acabou, e eu ainda não tinha visto Edward e sua família.

Quando fui para o meu armário, ele apareceu.

-Oi, Edward. -Eu disse colocando meus livros e meu caderno na mochila.

-Oi. Vamos dar uma voltinha? - Ele disse sem expressar nem um sorriso.

-Mas... Tem aula agora. -Eu fui na direção da nossa sala.

-Às vezes é saudável matar aula. -Eu ouvi um sorriso na sua voz.

Me virei para confirmar se ele estava sorrindo. Não, não estava.

Mas ele estava a centímetros de mim.

Deu um pulo para trás.

Eu já tinha ouvido isso, e eu acho que era a melhor opção.

-Desculpe por te assustar. Mas você vai mesmo entrar na aula? -Ele tinha dado uns passos para trás.

Andei na direção do meu armário ainda pensando se iria ou não dar uma volta com ele.

Guardei todos os meus livros novamente.

Edward continuava sério.

-E então você vai comigo?

-Vou sim. Mas voltaremos antes da ultima aula, ok?

Ele, apenas, concordou com a cabeça.

Eu estava pensando em passar mais tempo com ele, e conhecê-lo melhor, mas parecia que tudo iria mudar.

Caminhamos pelo estacionamento vazio.

Pensei que ele pararia perto do carro, mas continuou andando, mas foi na direção da floresta.

-Aonde vamos? –Eu disse, tentando manter minha voz firme, mas eu estava com um súbito medo.

-Vamos dar uma volta. –Edward disse de costas pra mim. –Se você quer voltar para a ultima aula, vamos a um lugar perto.

Continuei andando atrás dele. Cada passo me deixava com mais medo.

Depois de uns 10 minutos andando, Edward parou, e se virou para mim.

-Bella, tenho que te falar uma coisa. –Edward estava me perfurando com os olhos.

-Pode falar. –Eu disse temendo que tivesse feito errado ao vir para cá.

Ele hesitou.

-Não fale isso para ninguém. –Ele ficou em silêncio novamente, aquilo estava me incomodado. –Bella, o seu “sonho” não foi apenas uma mentira... Eu sou mesmo um vampiro.

Eu só notei que estava andando para trás, quando cai de costas por cima de uma árvore caída.

-Vo-vo-você é um... vampiro? –Eu disse, ainda me arrastando para trás.

-Bella, calma. Não vou te machucar. Eu não quero, e não vou te machucar. Não fica com medo, por favor. –Ele estava com a sua mão esticada na minha direção.

Eu queria me levantar, mas não conseguia, minhas pernas estavam moles.

Edward vinha na minha direção.

-Para. Não de mais nenhum passo. –Eu gritei, pois essa era a única maneira para minha voz sair.

-Bella, não vou te machucar. Vou apenas te ajudar a se levantar. –Ele continuou a andar na minha direção.

-PARA! –Gritei novamente.

-Desculpe. –Eu não via um monstro nele, mas ele era um ser que não pertencia ao meu mundo.

Ele ainda não tinha me machucado, e eu o conhecia quase um mês.

Ele virou as costas para mim. Ele ia me deixar ali? Sozinha?

-Existem outros? –Perguntei, já mais relaxada.

Ele se virou, levemente, para mim.

-Sim. Mais do que você pensa. Mas existem dois tipos de vampiros. Os maus, que os “bons”, se é que podemos ser chamados de bons. –Ele sentia nojo do que era.

-“Bons”? Como assim? –Eu não queria que ele ficasse chateado, então continuei a falar.

-Pois somos “vegetarianos”, ou seja, nos alimentamos de... Sangue animal, ao invés de humanos. –Ele continuou sério.

-Toda a sua família é assim? Quer dizer... Todos são... Vampiros? –Eu sussurrei a última palavra.

-Sim, todos somos vampiros. E também somos vegetarianos.

Eu continuava tentando me levantar, mas cai novamente.

-Posso te ajudar? –Edward se ofereceu gentilmente. Seu sorriso estava voltando a aparecer.

Eu estiquei minha mão para ele me ajudar.