Era incrível, mas a forma como Jacob falou isso saiu ainda mais maldosa do que antes. Eu estava usando uma calça Jeans preta e uma regata rosa – quando eu saí de dentro do aeroporto eu usava uma jaqueta que James havia me dado de presente de aniversario, mas agora eu não á estava usando mais. Jacob levou a mão até a alça da blusa que eu estava usando a descendo pelo meu ombro. Estremeci ao sentir sua mão quente tocar minha pele e encolhi-me na cadeira imaginando o que ele queria comigo.

_Não precisa ter medo gracinha, só vamos nos divertir um pouquinho…

Sua voz era carregada de malicia o que me deixava mais assustada e mais apreensiva em relação ao que ele iria fazer.

_Eu te diria pra não gritar porque seria perca de tempo, já que ninguém vai aparecer aqui pra te ajudar, mas… Acho que não vai ser necessário…

…

Jacob passou a ponta dos dedos na pele exposta do meu ombro, levando-os até meu pescoço. A poltrona de tom vermelho era funda e eu desejava que ela fosse mais ainda. Assim eu poderia me afundar ainda mais nela.

Minha respiração estava muito acelerada e meu coração estava batendo tão rápido que fazia meu peito doer.

Jacob saiu detrás da poltrona vindo ficar á minha frente. Eu me sentia amedrontada demais, assustada demais para se quer me atrever á olhá-lo, então eu mantinha meu olhar para minhas mãos que se mantinham pregadas em meu colo e apertavam firmemente a caneta que eu usara para escrever.

Fugir. Pra onde?! Por onde?! E pra que?!

Eu iria fugir daqui e iria pra onde?! Eu não estava em casa, eu não estava em Michigan, eu estava em Nova York agora. Eu não conhecia nada da cidade, eu não conhecia ninguém… nada. Eu estava sem nenhuma saída.

_Sabe… Eu adoro mulheres, no seu caso, garotas bonitas, mas odeio pessoas covardes. Você me parece um bom exemplo dessas pessoas…

Disse com ar de superioridade.

Segurei a caneta em minha mão ainda mais forte.

_Seu noivinho também é assim sabia?! Fraco. Foi só incluir a palavra morte no meio da frase que ele praticamente se borrou nas calças… Pensei que você seria muito mais forte e corajosa do que ele, mas veja só, parece mais um rato encurralado…

Comentou passando a mão por minha mandíbula erguendo meu rosto para encara-lo. Ele estava perto demais e seu cheiro amadeirado era forte.

Tudo bem… Fugir não seria minha melhor decisão e escolha, mas era tentar sobreviver fora desse lugar e longe dele ou esperar e rezar pra que ele fosse “bom” pra mim, mas eu sabia o que eu teria que fazer para que isso acontecesse e estava fora de questão.

As nodoas dos meus dedos doía com tamanha à força que eu coloquei ao apertá-la na mão.

Jacob bufou soltando meu rosto e se afastando um pouco de mim na poltrona.

_Confesso… Eu esperava alguma coisa á mais sabe?! Muito choro. Você se rebelando contra mim e/ou até uma tentativa em vã de fuga, mas acho que as coisas vão ser bem mais fáceis…

Comentou parecendo casual. Analisei minhas reais possibilidades de fuga. O cômodo tinha apenas uma enorme janela, mas ela estava trancada com trancas e bem fortes pelo que pude perceber mesmo á longa distância. A única forma que eu teria de sair seria da mesma forma que entrei… Pela porta.

Jacob era bastante grande. Era com toda certeza muito maior do que eu acho que para os dois metros de altura faltavam pouco. Ele conseguia ser ainda mais forte do que o homem que havia me trazido para cá. Apesar de estar usando um terno social seus músculos eram evidentes pelo tecido da camisa, ele parecia ser corpo lento, mas mesmo assim era melhor duvidar do que me ferrar. Depois de pensar sobre isso cheguei à conclusão de: Ou eu realmente consigo executar meu plano e fugir e rezar pra que ele não me ache e me mate ou eu não consigo fugir e fico aqui aflita esperando que ele fizesse logo o que queria e que depois me deixasse ir embora, isso, claro se ele não quiser fazer queima de arquivo pra que eu não conte sobre ele á ninguém. Traduzindo: Morrer ou viver. Eu torcia muito pra segunda opção, mas a primeira parecia mais apropriada, contando que nas duas possibilidades cogitadas eu corria o risco de morte.

_Eu gostaria de continuar aqui, olhando você pensando e tudo o mais… mas… eu estou com pressa e quero terminar isso logo…

Disse e se levantou da poltrona tirando o paletó deixando seus músculos ainda mais em evidência. Mexi-me na poltrona, mas meu ombro doeu um pouco. Eu estava preocupada demais com o fato de viver, então, ignorei a dor e me concentrei no homem á minha frente.

Ele dobrou o paletó colocando-o em cima da pilha de livros da mesinha tirando a gravata logo em seguida.

Tá bem… Respirando firme… Eu só teria que correr para a porta, esperar que seus capangas não estivessem de guarda na porta e por algum milagre conseguir sair de casa.

Minha respiração estava mais pesada e irregular ainda.

_Será que o seu olhar fixado na porta seria de quem está planejando fugir?! Não perca seu tempo tentando pirralha.

Por que será que tudo que saía de sua boca soava de forma má ou sarcástica?!

_Se não se importa eu estou cansado e tenho que acordar cedo amanhã, então…

Disse e veio ficar do lado direito da poltrona e levou a mão em direção aos fios de meu cabelo, mas antes que ele sequer pudesse pensar em encostar em mim me impulsionei para a frente me levantando da poltrona.

Olhei para Jacob e ele mantinha um sorriso presunçoso nos lábios.

_Olha! Parece que o rato encurralado não está tão encurralado assim…

Prestei muita atenção nele, me virei em direção à porta, mas antes que pudesse correr para ela senti sua mão – exageradamente quente – em meu braço, me puxando e me fazendo girar em sua direção.

Não sei o que pensei na hora, na verdade sei… queria fugir. O caso é que sem pensar duas vezes, segurei a caneta com força e tentei acertá-lo com ela e confesso que achei que realmente iria machucá-lo, mas com um ótimo reflexo ele segurou minha mão que por poucos centímetros não fura seu pescoço.

Olhei seu rosto que agora estava com semblante muito sério.

_Você ia mesmo tentar me matar com uma caneta?! Apesar do tom debochado sua cara não estava lá muito boa, ele torceu meu pulso com força me fazendo soltar a caneta.

_E depois de cometer o maior assassinato de sua vida?! Iria fugir?! Talvez… Voltar para sua vidinha em Michigan. Pedir… pra que seu querido noivo volte pra você, mesmo sabendo que foi ele quem me deu você…

Jacob apertou ainda mais meu braço e torceu mais meu pulso enquanto falava.

_Você devia me agradecer por te livrar daquele escroto… Mas se quer saber?! Acho que no seu lugar eu também o perdoaria afinal… quando que você vai conseguir outro noivo?! Você não tem nada… vive em uma casinha miserável em um bairro medíocre. Não consegue emprego em nenhum lugar, afinal… você é muda…

O pior de tudo isso é ter que ouvi-lo calada. Sem poder fazer ou dizer nada, mas… ele estava dizendo a verdade, nua e crua.

_Bem… novamente me pondo em seu lugar, eu acho que… não sei… acharia um homem rico que não se importe com minha falta de voz e claro iria pra cama com ele e torcer para ficar grávida e lhe aplicar o golpe da barriga…

Meu sangue ferveu quando ele disse essa ultima parte e já que eu estava ferrada mesmo, sem me importar com as consequências cuspi em seu rosto. Jacob soltou a mão que segurava meu pulso levando-a ao rosto. Soltou meu outro braço para ir pegar seu paletó e pegando um lenço que estava dentro do bolso para limpar – vagarosamente – seu rosto.

Assim que terminou de fazê-lo olhou para mim e seu rosto estava ainda mais sério do que antes.

Antes que ele pudesse fazer alguma coisa de ruim comigo aproveitei que ele tinha me soltado e corri para a porta. Girei a maçaneta empurrando a porta, mas ela não abriu, puxei-a em direção á mim, mas ela continuou fechada.

Eu não o tinha visto trancar a porta, com toda certeza tinha sido o tal de Quil. Droga.

_Como eu previ… uma tentativa vã de fuga.

Ao contrario de antes ele não tinha o tom debochado e sim irritado.

_Parabéns senhorita Swan… você foi à primeira mulher que conseguiu me irritar antes dos dez minutos em sua companhia.

Vir-me-ei em sua direção vendo-o retirar o cinto da calça.

_E isso não é bom…

A coragem que eu demonstrava há alguns minutos atrás já havia desaparecido e agora apenas me restava o medo como minha fiel companhia.

Jacob já estava á poucos passos de mim e eu queria me afastar, mas dei apenas um passo para trás e já estava com as costas coladas na porta.

_Sabe… quando eu falei que eu poderia ser bom ou ruim dependendo de você, eu não menti… mas pro seu azar, você só conseguiu o ruim…

Jacob segurou meu braço com mais força ainda do que quando torcia meu pulso, me levando e arremessando em cima do sofá me fazendo cair deitada em cima do mesmo, que apesar de ser macio não amenizou a dor em meu ombro ao cair de mau jeito em cima dele.

Ele ainda segurava o cinto em suas mãos. Ele realmente iria me bater?!

Antes que eu pensasse mais sobre essa possibilidade, Jacob jogou o cinto no chão perto do sofá e levou as mãos aos botões da camisa desabotoando os três primeiros, deixando um pouco do seu peitoral á mostra. Ele deu um passo em minha direção e eu fechei os olhos com força cobrindo-os com as mãos.

_Parece que voltou á ficar com medo… ótimo.

Disse e segurou minhas duas mãos tirando da frente dos meus olhos levantando meus braços acima da minha cabeça.

_Você realmente… não devia ter feito isso, mas já que fez… vou te ensinar á respeitar os mais velhos pirralha…

Disse próximo ao meu ouvido. Abri os olhos rapidamente me certificando de que ele não teria nenhum tipo de arma em mãos para me machucar, mas ele não tinha.

Jacob segurou minhas duas mãos no mesmo lugar apenas utilizando umas das suas para continuar prendendo-as.

Eu encarei seu rosto agora com destaque nos olhos extremamente negros e me assustei ao vê-los dessa cor.

Antes que eu pudesse pensar mais sobre o assunto Jacob passou uma de suas pernas ao redor do meu corpo me mantendo presa e imobilizada no sofá.

Minha respiração e coração estavam quase parando de tão rápidos.

Jacob adentrou minha blusa com sua mão livre e ao sentir seu toque quente em minha pele virei o rosto em direção ao encosto do sofá.

Senti-o subir sua mão e minha blusa subir acompanhando-a, com uma rapidez absurda ele já tinha a tirado completamente do meu corpo.

Sem protelar levou sua mão em direção ao zíper da calça que eu usava. O que eu estava fazendo quieta?! Eu realmente iria o deixar continuar?!

Antes que ele pudesse realmente abrir o zíper comecei a espernear.

Sua perna em volta de mim não estava me prendendo bem no sofá o que tornava as coisas mais fáceis para mim.

Eu não sabia muito bem o que estava fazendo, parecia mais que eu estava chutando o vento e não querendo acertá-lo.

_Você e suas tentativas ridículas…

Disse e pude sentir seu halito bater em meu rosto.

Eu tentava puxar meus braços para me soltar, mas ele mesmo que com apenas uma mão era muito mais forte do que eu e isso era totalmente injusto.

_Acho melhor você parar com isso…

Ignorei seu aviso e continuei na tentativa de me soltar, mas ele somente apertou mais ainda meus pulsos e mesmo comigo me mexendo embaixo de si ele não viu dificuldade alguma e soltou o botão e desceu o zíper da calça a abaixando até metade das minhas coxas e ao ver que eu continuava com meus protestos soltou um suspiro alto se levantando de cima de mim e ainda segurando meus pulsos me fez levantar de cima do sofá para ele se sentar no mesmo me colocando deitada de barriga para baixo em seu colo.

Ele pegou novamente o cinto que estava perto de sua perna esquerda em suas mãos e voltei a pensar na possibilidade de ele querer me bater com ele…

_Não achou mesmo que eu iria transar com você não é?!… eu costumo passar a noite com mulheres e não com criancinhas choronas, isso eu deixo para meus capangas, afinal… eles também precisam se divertir… mesmo que com brinquedinhos sem graça como você!

Tentei me levantar de seu colo, mas sua mão me impediu firmando minhas costas para frente me impedindo e ir para trás e me levantar.

_Eu fiquei com você porque, afinal… James parecia realmente gostar de você e seria uma ótima vingança não é mesmo?!… ficar com a única coisa preciosa pra ele, mas… quando eu te vi entrar por aquela porta comecei a duvidar se você valia mesmo o preço que eu tinha pagado á ele, afinal… ele me deve muita grana…

Eu pude senti-lo fazendo carinho em meu cabelo. Novamente meus olhos estavam cheios de água e parecia que dessa vez eu não poderia impedi-las de cair.

_Sinceramente eu não me importo afinal meus homens estavam reclamando que não tinham nada pra se divertir, mas acho que já resolvi essa questão… achei a pessoa perfeita para eles… você.

Disse e sem conseguir impedir uma lágrima caiu de meus olhos.

_Claro… eles vão ficar chateados por não te ouvir gemer como uma cadela no cio, mas… tudo bem, afinal eles ainda podem se divertir com seu corpo e isso é o que importa.

Eu odiava Jacob. Odiava a mim por ser fraca e odiava ainda mais á James. Como ele pode fazer isso comigo?! Eu estava pagando por coisas que ele fez, eu estava tendo que pagar sua divida… Com drogas…

Eu estava prestes á me casar com um cretino e não sabia disso… idiota.

_Não fique chateado com seu noivo, ele só salvou a pele dele claro pós á sua em jogo, mas tudo bem…

No pouco tempo que passei com Jacob pude perceber que ele já tinha o habito de sempre falar coisas ruins. Sempre destilar seu veneno, mostrar suas garras…

Eu não pude continuar pensando mais sobre esse assunto, pois senti o couro do cinto em minha pele quando ele me bateu com o mesmo…

Tinha doido, mas acho que ele já sabia disso e essa a sua real intenção.

Mais lágrimas foram derrubadas de meus olhos quando ele me deu outra cintada e outra e outra…

Acho que foi exatamente ali, pensando no rumo que minha vida tinha tomado de uma noite para a outra que eu soube que James tinha estragado e desfeito todos os meus sonhos para um futuro e que não existia pessoa no mundo que eu pudesse odiar mais do que ele e do que o homem que nesse momento me batia sem se importar de eu não ter culpa sobre a divida do meu noivo ou melhor ex-noivo. E por mais que eu não quisesse acreditar ou pensar muito á respeito eu tinha medo das muitas possibilidades de coisas ruins que poderiam acontecer comigo naquele lugar, com aquele ser e a única coisa que eu podia fazer era ficar quieta no meu canto, porque eu estava sentindo na pele o que ele podia fazer quando estivesse mal humorado…