_Eu não sei se é uma boa ideia irmos nessa viagem James*. Eu sinalizei para ele, no fundo tentando mesmo era dizer para ele desistir da ideia de lua de mel adiantado, mas ele parecia estar tão feliz com a saída da cidade que eu me senti meio culpada por não querer arredar o pé de fora de casa.

_Ah não Renesmee, já conversamos sobre isso. Por favor, vai ser divertido. Ele disse vindo para o meu lado passando o braço por minha cintura me dando um selinho rápido.

_Não sei não Jay*. Eu continuei sinalizando para ele, ainda estava na duvida se devíamos ou não ir nessa viagem, mas ele me lançou um olhar meio tristonho dele.

Eu dei um sorrisinho. Ele sabia que eu não conseguia me manter firme com ele quando ele fazia aquela cara de “cachorro que caiu da mudança”.

_Por favor?! Pediu ainda mais suplicante. Ele estava realmente querendo sair de viagem.

...

O motorista do taxi nos esperava dentro do mesmo eu ainda esperava James sair de dentro de casa. Ele estava demorando mais do que o necessário. Passaram-se mais cinco minutos e ele finalmente saiu da casa trancando a porta atrás de si.

_Está tudo bem?* Perguntei olhando para sua cara meio pálida. Será que ele finalmente se tocou que aquela viagem era absurda e tinha decidido ficar? Torcia que sim.

_Sim. Vamos Renesmee?! Perguntou colocando uma mão nas minhas costas e me empurrando até o carro. Ele realmente queria sair em viagem pelo que percebi, mas ao mesmo tempo em que eu imaginava que ele queria viajar ele parecia meio estressado um tanto atônito e abatido.

_Tem certeza de que está tudo bem?* Perguntei erguendo uma sobrancelha.

_Está sim. Ele disse simplesmente e deu o endereço do lugar onde iríamos pegar um avião para Nova York. Sinceramente?! Eu achava que ele queria esbanjar algo que não tínhamos, mas não queria aborrecê-lo fazendo este comentário para ele, então preferi ficar calada.

...

_Desculpe Renesmee. Nesse instante um carro preto se aproximou, mas devia ser alguém indo buscar algum conhecido no aeroporto, então não me preocupei, no momento quem me afligia era James.

_O que quer dizer com isso?* Perguntei e lágrimas começaram à brotar no canto interno dos meus olhos.

_Que agora você não é mais minha noiva. Adeus. Quando eu ia voltar a sinalizar para ele, perguntar por que ele estava fazendo aquilo. Ouvi a porta do carro preto se abrir e dois homens altos e fortes saíram de dentro dele, vindo para cima de mim e praticamente me jogando para dentro do carro. Senti alguma coisa no meu nariz, mas antes de eu conseguir perceber o que estava acontecendo à minha volta tudo o que me rodeou foi á escuridão...

...

Como num flash, abri os olhos de uma vez sem entender bem o sonho que tinha tido á alguns segundo atrás. Minha cabeça doía horrores e eu tentei levar a mão ao local onde doía, mas por algum motivo não consegui. Eu não fazia ideia de onde estava e pra piorar o lugar onde eu estava, era terrivelmente escuro.

Eu estava deitada em algum lugar muito confortável, de primeira pensei na possibilidade de ser algum tipo de sofá ou algum outro lugar que fosse tão confortável quanto um. Apesar de ser realmente muito confortável a minha coluna reclamava de alguma maneira. Tentei me virar no sofá tentando arrumar a postura e fazer minhas costas pararem de doer da forma como estava doendo, mas só fez minha coluna doer ainda mais.

Eu não conseguia me mexer e partes do meu sonho vinham á minha mente sem parar. Eu já estava começando a duvidar de que o que tinha acontecido era realmente apenas um sonho e acreditar na possibilidade de James ter me deixado e eu ter sido pega por dois homens que estacionaram perto de mim com um carro preto perto do aeroporto.

Não. Por favor, que eu esteja errada...

Eu tentava me controlar ao máximo, procurando pensar melhor e tentar me lembrar do que realmente tinha acontecido e não ficar imaginando coisas e me desesperando á toa.

Apesar de eu querer me apegar á essa possibilidade eu sabia que as coisas não estavam boas e tinha sérias dúvidas se eu realmente não devia me desesperar.

Eu estava bastante quieta e por isso consegui ouvir passos. Não estavam exatamente perto, mas pelo eco que fazia no lugar onde eu estava devia estar de aproximando. Passei á me concentrar somente nesse som. Passadas largas e fortes no chão e antes do que eu esperava os passos chegaram mais perto e de repente pararam. Ouvi a maçaneta e girar e uma luz forte do outro cômodo bateu em meu rosto pela abertura da porta. Rapidamente fechei os olhos tentando protegê-los da claridade.

_Olá princesa. Vejo que já acordou…

Uma voz rouca e masculina disse vinda da porta que acabara de ser aberta.

Eu ainda estava de olhos fechados e sinceramente não senti curiosidade de saber como era a cara do meu sequestrador então não pretendia abri-los tão cedo.

Ouvi seus paços ecoando dentro da sala onde eu estava e senti-o se aproximar de mim e abaixar ficando exatamente da minha altura.

_Hora de conhecer seu novo chefe gracinha.

Ele disse com a voz cínica e maldosa.

Senti braços fortes passarem por detrás das minhas costas e pernas e rapidamente me levantando do sofá e caminhando comigo no colo. Minhas pernas e mãos estavam amarradas, por isso eu não conseguia me mover e já que meus pulsos estavam presos nas minhas costas eu sentia meu ombro doer e quando o homem me pegou no colo fez ele doer ainda mais. Abri os olhos, mas devagar para não feri-los com a luz que vinha da lâmpada e vi o enorme corredor branco pelo qual ele me levava.

Eu devia estar em algum tipo de casa já que apesar de ser um corredor tinha mesinhas nos cantos das paredes com vasos de flores ou vasos antigos mesmo e as paredes estavam ocupadas por quadros – que pareciam ser bem caros por sinal.

O homem que me carregava no colo não demorou á chegar ao fim do corredor e parar na porta que ficava de frente para todo o corredor dando duas batidas longas e leves na porta de madeira vermelha muito bem talhada.

Ele esperou um pouco até conseguirmos ouvir um “pode entrar” e o homem sem fazer esforço algum abriu a porta de madeira comigo no colo - e não pareceu que o meu peso fazia alguma diferença para ele – e fechando a mesma ao passarmos.

_Não é que James realmente cumpriu a palavra?! Sinceramente, achei que ele iria fugir pra algum fim de mundo com meu pagamento e nunca mais iria voltar pra não ter o risco de cruzar comigo novamente…

Era incrível mais a forma como ele disse isso era ainda mais maldosa do que á do homem que estavam comigo no colo.

A sala de tom bege claro era espaçosa e muito bem organizada. A prateleira de livros perto de uma das paredes da enorme sala não tinha nenhum livro fora do lugar e a mesinha perto da poltrona de tom vermelho podre estava com alguns livros equilibrados, mas parecia ser mais para decoração e não por bagunça. A secretária no meio da sala tinha alguns papeis em cima, mas como tudo na sala estavam todos bem organizados e sem nenhum papel fora do seu lugar.

_Coloque-a na poltrona Quil e antes de sair a desamarre.

Ordenou. E assim o homem que me carregada – Quil fez. Colocou-me sentada na poltrona perto da mesinha de livros e rapidamente soltou minhas mãos e pernas. Assim que meus pulsos foram soltos meus ombros pareceram doer ainda mais do que antes, mas agora estavam relaxados – ao contrario de antes.

Quil terminou de me soltar e sem dizer nenhuma palavra foi em direção á porta saindo da sala e me deixando sozinha com seu chefe.

Eu segurava meus pulsos com as mãos tentando aliviar a dor que as amarras fortes tinham me causado.

_Olá. Meu nome é Jacob e confesso que é um grande prazer te conhecer… Renesmee.

Como ele sabia meu nome?!

Olhei para a mesinha e tinha uma folha de papel e ao lado uma caneta. Eu não sabia se estava ali porque alguém sabia que eu não falava e queria arrumar um jeito de eu me comunicar ou se era pura sorte minha mesmo, mas hoje não é um dos meus dias de sorte, então… Acho que a alternativa correta era a primeira.

COMO SABE MEU NOME?! VOCÊ CONHECE JAMES?!*

Jacob se aproximou da poltrona onde eu estava para ler o que eu tinha escrito no papel.

_Acho que você deve agradecer por estar aqui á seu querido noivo James. Ele estava me devendo umas drogas e quando eu ameacei matá-lo se não me pagasse desesperado ele me deu você pra quitar a divida.

Ele disse de forma calma. Pisquei algumas vezes tentando forçar minha mente á aceitar e assimilar o que ele tinha acabado de me dizer.

Peguei novamente o papel e voltei a escrever.

COMO ASSIM “ELE ME DEU VOCÊ”?!*

Escrevi lhe mostrando novamente o papel e Jacob sorriu com desdém.

_Simples assim. Ele me deu você. Agora você é minha, afinal eu tinha que sair ganhando alguma coisa pra deixar aquele desgraçado vivo não é?!

Voltei a escrever.

EU NÃO SOU NENHUM TIPO DE OBJETO PRA ELE TER ME DADO Á VOCÊ. VOCÊ ACHA QUE É QUEM?!*

Mostrei-lhe novamente o papel e assim que ele leu tomou o papel da minha mão com violência o amassando.

_Você acha mesmo que eu me importo em você ser um objeto ou não?! Você acha mesmo que agora que eu tenho você aqui eu vou te deixar sair só por você não querer ficar aqui e sim com seu noivo?!

Eu ainda estava sentada na poltrona e enquanto dizia essas palavras Jacob se posicionou atrás dela passando a mão por meus ombros.

_Apartir do momento que James disse que eu podia ficar com você se quisesse você deixou de ter alguma direito sobre você mesma. Meu nome é Jacob Black e eu sou um dos homens mais ricos e perigosos de Nova York então se você sabe o que é bom pra você e pra sua saúde… Vai me obedecer e claro… Sem reclamar… Eu posso ser muito bom pra você, mas também posso ser muito mau… Tudo vai depender de você…

Eu já podia sentir meus olhos cheios de lágrimas. Ele não podia estar falando a verdade. Ele não podia mesmo estar me dizendo que não ia me deixar sair desse lugar e voltar para minha casa em Michigan. Voltar para James e pra minha vida de antes. Ele não podia estar dizendo isso… Não pra mim…

Olhei para a mesinha com a vista um pouco embaçada pelas lágrimas que eu segurava á todo custo para não cair e vi um pequeno pedaço de papel em branco. Aproveitei que eu ainda estava com a caneta e peguei o papel escrevendo no mesmo.

O QUE VOCÊ QUER COMIGO?! EU NÃO TENHO NADA QUE VOCÊ POSSA QUERER!!*

Tentei mais uma vez argumentar. Eu não queria ficar aqui com esse homem horrível.

_Não seja ridícula garota. Se não tivesse alguma coisa que fosse do meu interesse eu não á teria trazido aqui pra inicio de conversa e a essa altura do campeonato seu noivo já estaria morto á muito tempo…

Peguei novamente o papel dessa vez com um pouco de raiva.

O QUE VOCÊ QUER ENTÃO?!*

_Você minha querida. Eu quero e terei você pra mim…

Era incrível, mas a forma como ele falou isso saiu ainda mais maldosa do que antes. Eu estava usando uma calça Jeans preta e uma regata rosa – quando eu sai de dentro do aeroporto eu usava uma jaqueta que James havia me dado de presente de aniversario, mas agora eu não á estava usando mais. Jacob levou a mão até a alça da blusa que eu estava usando a descendo pelo meu ombro. Estremeci ao sentir sua mão quente tocar minha pele e encolhi-me na cadeira imaginando o que ele queria comigo.

_Não precisa ter medo gracinha, só vamos nos divertir um pouquinho…

Sua voz era carregada de malicia o que me deixava mais assustada e mais apreensiva em relação ao que ele iria fazer.

_Eu te diria pra não gritar porque seria perca de tempo, já que ninguém vai aparecer aqui pra te ajudar, mas… Acho que não vai ser necessário…