O Outro Weasley E A Outra Potter escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 6
Volta a Hogwarts




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Capítulo 6 – Volta a Hogwarts

         Mary falou mal baixinho quando um aluno do segundo ano pisou em seu pé, passando apressado e sem pedir desculpas.

         Estava no meio da Estação King Cross, embarcando no Expresso de Hogwarts. Ainda estava um tanto impressionada de não ter chegado atrasada, já que os Weasley eram naturalmente atrasados.

         Mas Molly parecia ter preparado tudo esse ano.

         Recebeu um abraço de urso de Molly, antes de conseguir respirar novamente.

         Com ajuda de Rony colocou seu malão dentro do expresso.

- Procurem uma cabine, temos que ir à reunião dos monitores – dissera Hermione.

         Agora, caminhava com Nick enquanto procuravam uma cabine para sentar. E isso parecia uma missão impossível, porque todas estavam cheias.

- Ai – chiou Mary, quando mais um aluno pisou em seu pé – não podemos diminuir nossas malas com um feitiço, não? Não é um feitiço complicado, dá para fazer até com a varinha...

         Porque, para ela, era muito mais fácil não utilizar a varinha – que limitava sua magia – do que usá-la.

         Nick riu e respondeu mentalmente para ninguém suspeitar “Sabe, você está delicada, Malí”.

“Humpf” respondeu a garota, mal-humorada mesmo que fosse mentalmente. “É que agora sou garota, tenho mais necessidades...”.

         Mas Nick limitou-se a rir, enquanto continuavam a andar. Pareceu durar uma eternidade, mas, finalmente, acharam uma cabine.

         E, para a surpresa dos dois – e alegria –, Neville estava ali, junto com Luna, e Colin e Denis Creevey.

         Nick piscou, e abriu a porta de cabine, dizendo: - Podemos ficar aqui? As outras cabines estão cheias.

         Neville olhou para os dois novatos, deviam ser, porque nunca os tinha visto em Hogwarts.

- Claro, podem entrar – falou, dando um pequeno sorriso.

         Ajeitaram seus malões, e sentaram-se, sorrindo para os velhos amigos – que, infelizmente, não sabiam disso.

- Prazer, sou Neville Longbottom – apresentou-se Neville, estendendo a mão.

         Nick apertou, enquanto dizia: - Pode me chamar de Nick.

- Eu sou Denis – apresentou-se o mesmo, olhando encantado com a beleza da garota de cabelos negros.

         Mary Lílian reparou, e rapidamente disse: - Sou Mary Lílian, podem me chamar de Malí, se quiserem.

“É bom o Denis tirar esses olhos gulosos de você” chiou Nick, não muito contente.

         Gina tinha sido colega de classe do Colin – irmão dois anos mais velho de Denis – mas Nick não...

“Você fica fofo com ciúmes” respondeu simplesmente Mary.

- Ah, esta é Luna Lovegood – disse Neville, pensando que o olhar de Mary era questionador.

- E eu sou Colin – terminou as apresentações o mais velho Creevey.

         A conversa a partir daí fluiu, e Mary pode notar as diferenças nos amigos.

         Neville sem dúvida estava mais confiante de si, e Luna, talvez, menos aérea – mas, bom, sempre seria Di-Lua.  Viu que Colin não parecia mais aquele garotinho animado e que tirava foto até da mosca que passava, apesar de estar com sua câmera na mão.

         Rony e Mione chegaram alguns minutos depois. Hermione estava radiante, e Rony estava tão murchado que chegava a ser ridículo.

- Que foi, Ron? – perguntou Nick, olhando o estado do “primo” – bom, era melhor já começar a fingir que era um Weasley americano.

         Mas, afinal, os Weasley eram tantos que não suspeitariam. Agora, Potter só tinha aquela última família...

- Conhecem o Rony? – perguntou Neville, surpreso.

         Nick assentiu. E dando um olhar significativo para Mione e Ron, que ninguém percebeu, mentiu:

- Sim, sou seu primo. Estava hospedado na casa dele, sabe, vim da América – Mary agradeceu a Deus por Nick (que na verdade era Gina, então, naturalmente era irmã de Fred e Jorge) mentir melhor que Rony.

         Hermione acrescentou, risonha: - Bem diferente de Rony, devo dizer, porque Nick, pelo menos, não fica brigando comigo.

         Rony bufou, e parecia mal-humorado demais para brigar até com a Hermione.

- O que foi, Rony? Fala logo de uma vez – insistiu Mary, revirando os olhos.

- Ah, é que ele não virou monitor-chefe – explicou Hermione, mas acrescentou baixinho para Malí – E eu virei, junto com um bonitão da Corvinal.

         Mary riu, e quando olharam para ela, fez um olhar inocente.

         O resto da viagem foi tranqüilo, e compraram montes e montes de doces quando a mulher do carrinho passou.

         E tudo estava bem, conversavam animados e falavam de suas férias, tentando esquecer um pouco a guerra, mas, é claro, que alguém tinha de interromper.

- Ora, ora – disse a arrogante voz de Draco Malfoy. Ele abriu a porta da cabine, Crabbe e Goyle atrás dele, além de Blás Zabine.

         Nick segurou a mão de Malí, para impedir que essa se levantasse. Ela parecia nervosa.

“Como ele ousa voltar a Hogwarts? Depois de tudo que fez no ataque a Hogwarts...” resmungou, mentalmente, para o namorado.

         Ele não respondeu, mas assentiu discretamente, concordando. Também não gostava de Malfoy.

- Ora, vejam só – ele olhou para Mary e Nick – alunos novos. Vocês não têm que ficar com esses sangues-ruins nojentos, sabe.

         Nick revirou os olhos, isso era totalmente esperado.

- Sabe, sou um Weasley, e acho que para uma Doninha Albina como você não vai me querer lá – respondeu Nick, e fez uma cara de nojo – Além disso, sua cabine deve estar tão apertada com seu ego que se mais uma pessoa entrar lá, ela explode.

         Os amigos dele riram da cara de Malfoy. Nick, mesmo sendo um ano mais novo, não parecia ter medo, afinal.

         Malfoy sorriu, novamente com arrogância e puxou com força Mary pela mão, derrubando Hermione no banco.

         Neville segurava Nick, e Gina e Luna seguravam Rony. Ambos estavam quase partindo para cima do Malfoy.

- Me larga, seu ser asqueroso e nojento! – quase berrou Mary.

         Ela não tinha medo de Malfoy, já estivera no mesmo ano que ele. Mas, agora, sendo três anos mais nova e garota, sentia-se vulnerável.

- Você não tem que ficar com esses sangues-ruins – falou sedutoramente para Mary Lílian.

         Mary estava tão próxima que se mexesse o rosto beijaria Malfoy. Os olhos cinzentos dele tinham uma cor irresistível, e isso era nojento. Muito nojento.

- Então estou na cabine certa, porque o único sangue-ruim aqui é você – e, surpreendendo-se com a própria ousadia, se afastou um pouco e deu-lhe um tapa estalado na cara do loirinho.

         O rosto de Malfoy ficou rosa, de vergonha, raiva e pela marca da mão pequena de Malí.

         Ele entrecerrou os olhos cinzentos e nebulosos, e falou tão baixo que só ela conseguia ouvir: - Você ainda será minha.

         Mary nessa hora soube que teria um tormento a mais. Ela mostrou, infantilmente, a língua, enquanto Draco saía da cabine, junto a seus capangas.

         Ela voltou e sentou-se no colo de Nick, que passou os braços em volta dela, como para garantir que se Malfoy voltasse ela não sairia dali.

- São namorados? – perguntou Denis, com uma nota de decepção na voz.

         Nick sorriu: - Aham.

         E continuaram a viajem, e, por sorte, o tapa de Malí pareceu ter feito efeito, porque Malfoy não voltou.

         Quando desembarcaram do Expresso, já com os uniformes, ouviram uma voz familiar gritar:

- Alunos do primeiro ano, aqui, por favor! – era Hagrid. O meio-gigante olhou, viu o grupo e acenou alegremente, enquanto se dirigia aos barcos com os baixinhos e amedrontados alunos do primeiro ano.

         Mary olhou para Hermione: - Mione, nós vamos com vocês, certo?

- Bom, não sei, o Dumbledore não disse, não é? Mas, bom, venha – falou.

         Andaram até as carruagens, e Colin e Denis foram para outra, com os garotos dos seus anos, senão não haveria espaço.

         Mary parou abruptamente.

- Que animais são esses? – e apontou para o que devia estar de frente da carruagem.

         Ela sabia muito bem o que eram, tinha visto Gina morrer na sua frente, e Cedrico também. Mas tinha que fingir não saber, tinha combinado com Nick. E não poderia ser Nicholas a fingir, porque ele realmente não via nada.

         Mas, baseado nos movimentos de Malí, ia fingir ver, porque era isso que estava de acordo com a história.

- São testrálios – explicou Hermione, e ergueu uma sobrancelha, desconfiada – Só podem ser vistos por quem já viu a morte.

- Quem você já viu morrer? – perguntou Rony, sem tato.

         Nick que respondeu: - Vimos meus pais morrerem em nossa frente, lembra? Já falamos. Seus tios de segundo grau...

         Hermione cutucou Rony, a parte de primos de segundos grau era a única mentira naquela explicação – pelo menos, para ela.

- Ah – disse Rony massageando a barriga que levara o forte cutucão – Ah, é.

         Entraram na carruagem, e ela começou a se mexer, aparentemente sozinha, mas com os testrálios puxando.

         Não conversaram muito, aproveitando para manter seus pensamentos para si mesmos. Pensando se Hogwarts estaria mais segura do que no ano passado, que fora atacada. Se tudo poderia acabar aquele ano, sendo no sentido ruim ou bom.

         Afinal, todos estavam preocupados, crianças, adultos, idosos. Mágicos e não-mágicos, bruxos e trouxas – pois até mesmo eles percebiam as coisas estranhas acontecendo, apesar de tentar acreditar no que só eles queriam, não acreditar no “sobrenatural”.

         Quando a carruagem parou, desceram e andaram junto para o Salão Principal, mas quando estavam chegando ouviram a voz da professora McGonagall:

- Sr. Weasley e a senhorita me acompanhem – ficou claro que ela não iria dizer Potter na frente de todos, seria chamativo demais, e obviamente Dumbledore não queria isso.

         Acenando fracamente, andaram junto à professora Minerva.

- Seremos selecionados junto aos alunos do primeiro ano, professora? – perguntou Nick.

- Não, serão selecionados depois – respondeu severamente, e indicou o lugar onde deveriam esperar, uma sala logo ao lado.

         E saiu, pronta para fazer o a seleção do primeiro ano.

         Mary virou-se para Nick.

- E se eu não entrar na Grifinória? – perguntou, angustiada.

         Mas o namorado só revirou os olhos mel e disse: - Começou.

         Ela deu um tapa fraquinho em seu braço.

- É sério. Da primeira vez quase fui para Sonserina. Nesses meses que passamos trocados, mesmo antes de irmos ficar com os Weasley, eu fui sincera de tudo com você.

- É, eu sei que foi, meu anjo – brincou Nicholas, mexendo nos cabelos ruivos e revoltados.

         Mary deu um sorrisinho de canto de boca. Os cabelos de Nick, mesmo sendo ruivos como eram antes, com certeza foram trocados pelos seus, pois eram revoltados, e o hábito de ficar mexendo também fora trocado.

         Ela sorriu.

- Obrigada, tá – ela não sabia exatamente o que agradecia, só parecia um momento bom para dizer aquilo.

- Pelo quê, anjo? – franziu as sobrancelhas, Nick.

- Só... Por existir – respondeu, sorrindo.

         Ele sorriu, mas se concentraram quando ouviu Dumbledore falar lá fora:

- Agora, teremos dois alunos transferidos de uma escola americana, a Escola de Salém – disse.

         Mary falou mal baixinho. Salém era uma escola só para superdotados e supergênios.

- Potter, Mary – chamou a Profª Minerva.

         Malí olhou uma última vez para Nick e saiu da sala ao lado, reparando que esta já dava direto a frente da mesa dos professores. Ela já tinha escutado o burburinho sobre seu nome começar antes mesmo dela chegar ao Salão Principal.

         Enquanto se sentava no banquinho de três pés com o Chapéu Seletor em cima, viu que muitos a analisavam tentando achar semelhanças com Harry. E achavam a cor dos olhos, do cabelo.

- Hum – falou o Chapéu Seletor em sua cabeça, e deu graças a Deus por só ela poder ouvir – Astuta, com certeza. Tem poder, se tem... Um grande desprezo por regras; posso ver. Onde colocá-la, afinal? Lufa-Lufa? Dificilmente. Seria infeliz na Corvinal, mesmo tenha grande inteligência...

Sonserina não, Sonserina não...” pensava Mary, desesperada. Tinha dado certo uma vez não é? Por que não uma segunda?

- Mas, ora, você se encaixa perfeitamente lá. Apesar da coragem... – dizia o Chapéu.

Sonserina não, Sonserina não” mais desespero em seus pensamentos.

- Se é assim... GRIFINÓRIA!  - Mary ouviu, com alívio, o Chapéu Seletor gritar para todos.

         Ela o tirou feliz da vida. Conseguira, de novo, ficar na Grifinória. Caminhou, quase saltitando, sob a palma dos alunos, e quando estava se sentando, viu que seus olhos recaíram sobre Draco Malfoy.

         O loiro tinha um olhar entre um misto de surpresa e malícia, como se seu jogo tivesse ficado mais divertido.

         Malí entrecerrou os olhos, mas virou-se de volta para onde a Profª Minerva chamava:

- Weasley, Nicholas.

         Nick saiu da sala ao lado sob o olhar da ala feminina. Com certeza esses meses fugindo e lutando contra Comensais, além de treinar os poderes novos, tinham ajudado muito em seu físico, mas ele só tinha olhos para Mary, e essa tinha olhares assassinos para as garotas.

         Ele sentou-se no banquinho e logo ouviu o Chapéu falar em sua cabeça

- Sim, mais um Weasley – falou o Chapéu e Nick lembrou-se que ele sabia de tudo, principalmente que ele era mesmo um Weasley – Rá! Por que eu iria mudar a ordem das coisas, garoto?

         E falou para todos: - GRIFINÓRIA!

         As pessoas bateram palmas educadas, exceto a Sonserina, como sempre. Nick sentou-se ao lado de Mary, e sorriu cúmplice para Mione e Rony, que riram.

- Bem vindo alunos novos e bem vindos de volta os que aqui já estavam – falou Dumbledore, com um sorriso gentil – A Floresta Proibida é, como já diz o nome, terminantemente proibida. O Sr. Filch pediu para eu avisar que a lista de objetos proibidos aumentou para 1678 objetos – Dumbledore pareceu segurar o riso.

         Os alunos pareciam ansiosos, e Mary logo descobriu por que.

         Tinha uma mulher de cabelos rosa choque sentada na mesa dos professores, e não devia ter mais que vinte anos. Mais duas cadeiras se encontravam vazias.

- Esta é a auror Ninfadora Tonks, e irá dar aula de Duelos – falou Dumbledore, indicando a mulher. Os alunos aplaudiram animados com a idéia de ter aulas de duelos com uma auror formada.

         Antes que o diretor pudesse continuar, as portas do Salão Principal foram abertas, e Remo Lupin entrou com um cachorro preto em seu encalço.

- Desculpe-me o atraso, Profº Dumbledore – disse humildemente Lupin – coisas a resolver.

         Dumbledore assentiu, compreendendo e, provavelmente, sabendo do que se tratava.

- Para dar aula de Defesa Contra as Artes das Trevas teremos um já conhecido nosso, o Profº Lupin – os alunos que já tiveram aula com o professor aplaudiram animados e Nick, quando olhou para a mesa da Sonserina, teve a sensação de que eles queriam mesmo era vaiar.

         Quando Lupin se sentou, os alunos começaram a se perguntar sobre aquele cachorro preto que sentara em frente à mesa, parecendo conversar através do olhar do Dumbledore.

- Para ser assistente e substituir o Profº Lupin quando necessário temos – grande Almofadinhas se transformou na imagem de Sirius – Sirius Black.

         Os alunos se entreolharam. Tinham certamente visto que ele era inocente, mas, bom, não estavam muito confiantes.

         Sirius somente sorriu e se sentou ao lado de Tonks.

- Agora – Dumbledore bateu palmas e um banquete apareceu nas mesas – bom apetite.

         Os alunos começaram a comer, empolgados, tentando esquecer um pouco a guerra. Contando sobre as férias que tiveram, revendo os amigos, finalmente.

         Mary suspirou, enquanto pegava uma coxinha.

- Vai ser um longo ano – chiou ela.

“Como se nunca fosse” respondeu Nick mentalmente.

         Ela sorriu para ele, o que poderia ser um gesto comum para os outros, mas ela falou mentalmente:

“Preparem uma cama com meu nome na Ala Hospitalar”.

“Não tem graça” retrucou ele.

         Mas Malí só sorriu mais, achando graça em tudo isso.

         Ora, para quem já morrera uma vez, morrer outra era quase como andar na mesma montanha-russa de novo.

         Não muito empolgante, e não tão apavorante quanto da primeira vez.


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