O Outro Weasley E A Outra Potter escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 5
Harry/Gina ou Mary/Nick?




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Capítulo 5 – Harry/Gina ou Mary/Nick?

         Faltavam cinco dias para os adolescentes regressarem a Hogwarts. Todos estavam muito ansiosos, mal podiam esperar para voltar, todos os quatro.

         Como estavam na sede, viam com freqüência pessoas entrando e saindo, dando breves noticias, ou algumas vezes Dumbledore convocando uma reunião, mas não que participassem. Não tinham permissão.

         Mary e Nick já tinha se livrado daquele graveto que usavam para fingir de varinha, pois tinha pegado as suas próprias quando foram ao Cemitério de Godric’s Hollow. (A varinha é sempre enterrada com o bruxo).

         A Sra. Weasley cuidava muito bem de crianças, e se tinha uma coisa que ela entendia era como elas se sentiam. Não foi diferente com os dois adolescentes. Ela podia reparar que Nick estava preocupado com a namorada, e que Mary estava nervosa com algo.

         A garota ficava pensativa tempo demais, mais calada que o normal e mais séria que o habitual.

- Tudo bem, querida? – indagava sempre que a via, para ouvir sempre um “Sim” ou “Estou bem”.

         Mary estava sentada em uma poltrona da sala e olhava para a lareira fixamente. O fogo tremulou belamente.

         Dessa vez não houve resposta.

- Malí? – chamou Nick, entrando na sala. Com um rosto tingindo preocupação, como sempre que via a garota assim.

- Ah, olá Nick. Perguntou alguma coisa, Molly? – disse ela olhando para a Sra.

- Não, nada, querida – apressou-se Molly a sair, deixando os dois sozinhos, mas com um olhar “juízo”.

         Mary baixou os olhos, espantosamente verdes. Nick caminhou lentamente até ela, como se tivesse medo que ela explodisse em raiva, como fazia algumas vezes. Ela sempre teve um temperamento ruim, até mesmo antes de voltar para a “vida”.

- Anjo? – perguntou ele, cauteloso e sentando-se ao lado dela, na poltrona – Tá tudo bem?

- Eu quero contar ao Sirius. A Tonks, e ao Remo – ela disse, sem rodeios.

- Contar?- perguntou ele confuso.

- Sobre nós, sobre quem somos nós, eu quero dizer.

         O ruivo parou um instante para avaliar a situação.

- Bem, poderíamos, mas nem sabemos onde eles estão – falou ele.

         Tremeu a cabeça ao ver o sorriso maroto no rosto de Mary Lílian.

- Ah, quando a senhora Weasley me perguntava se estava tudo bem, eu usava... Ãhn... – ela parecia envergonhada agora.

- O calor do fogo? – perguntou ele, dando um meio sorriso.

- É, bom, não posso reclamar que poder usar os elementos são úteis, não? – perguntou ela.

- Sim, é útil. Apesar de que você controla melhor que eu – falou ele, fazendo um beicinho.

- Que fofo. Mas são meros acasos. Mas não acho que isso venha ao caso. – ela interrompeu-se – Então, usei o fogo para relaxar a mente dela e, discretamente, usar Legilimência em sua mente. Procurando, vi a localização de Sirius. Se falarmos com Sirius, ele pode contatar Remo e Tonks.

         Ela foi bem simplista.

- Certo, mas... E como vamos dar uma escapadinha daqui? Quero dizer, não se pode aparatar para fora e não... Bem... Não dá para ir até a porta da frente e simplesmente sair – ele terminou meio irônico.

- Sabe ruivo, às vezes fico impressionada com a capacidade – ela sorriu de lado – Claro que se pode aparatar, se você retirar o feitiço de aparatação ou...

- Ou criar uma onda de calor a sua volta – ele completou, parecendo entender a idéia.

- É. O feitiço anti-aparatação cria uma onda de frio densa demais no ar. E a aparatação necessita de calor, por isso que o feitiço funciona. Mas, se criarmos a onda de calor em volta de nós mesmos da certo – ela terminou o pensamento.

- Você é genial, anjo – elogiou.

- Eu sei.

- E muito modesta também – agora tinha ironia, que fez a morena sorrir.

         Ela esticou o braço para Nick, e vendo o olhar interrogativo dele, explicou:

- Você não sabe onde eles estão, não tem uma idéia de como pode ser o lugar. Vou te levar, senão, querido, você pode estrunchar.

         Ele segurou, enquanto sentia o corpo ficar mais quente à medida que a namorada ia fazendo o fogo ficar em volta deles. De repente, não estavam mais lá.

         Eles aparataram em uma casa. Não era grande, mais poderiam morar duas ou três pessoas ali. Estavam numa pequena sala, tinha dois sofás azuis e uma poltrona azul marinho. Uma lareira clássica, tapete, mesinhas.

         Olhando pelas portas, viram dois quartos com as portas abertas. Um tinha uma cama de solteiro, e outro de casal, que fez os dois adolescentes sorrirem.

         Uma porta dava para o banheiro, e outra para uma pequena cozinha.

         A casa era, de fato, confortavel.

- Remo? Tonks? – perguntou Sirius, a voz vinda do final do corredor onde tinha uma última porta, provavelmente o quarto de Sirius – Já voltaram?

         Nick apertou a mão de Mary, que tremia da cabeça aos pés.

         Quando Almofadinhas chegou a sala não esperava encontrá-los. Era certo que criara certa amizade com os adolescentes, mas só isso. E não se lembrava de ter dito onde morava. Ele comprara aquela casa logo depois de ter sido julgado, era, sem dúvida alguma, melhor que o Largo Grimmauld. Trazia lembranças de Harry lá, com ele.

         Nick estava com um rosto sereno, mas podia-se ver o nervosismo através dos olhos cor de mel. O cabelo ruivo estava um pouco bagunçado, como se não tivesse sido penteado. As roupas eram trouxas.

         Mas Mary Lílian parecia bastante ansiosa – ou seria nervosa? Os cabelos pretos encaracolados balançavam, mas não tinha vento algum. Os olhos verdes esmeralda (que lhe lembrava muito o afilhado e Lílian) estavam tensos e muito brilhantes, como se estivesse prestes a cair em lágrimas. Sua pele estava bem pálida.

         Sirius sorriu ao ver a roupa de Mary. A menina não era muito alta, devia ter no máximo do máximo, um e sessenta. Mas ela usava um bonito vestido que ia-lhe até um pouco acima do joelho, de cor verde. E um salto alto – fino -, mas que não a deixava mais alta que o namorado. Ela sempre seria baixinha, afinal.

- Quais são seus sobrenomes? – perguntou. Vai que era uma armadilha?

- Weasley e Potter – respondeu Nick.

         Sirius visivelmente relaxou.

- Bom, podem se sentar – indicou o sofá – e aproveitem e contem como conseguiram aparatar diretamente aqui dentro e fugir da sede – ele ergueu ar sobrancelhas, questionador. Antes, ele ficaria impressionado (oras, ele é um Maroto, afinal!), mas, nesses tempos, Sirius não se sentiu muito animado a aprontar por aí. Ainda mais depois de perder seu afilhado.

- S-Sirius – gaguejou Mary, mais nervosa do que nunca. Xingou-se mentalmente, dizendo que já conversara com ele mais de mil vezes – Poderia chamar Remo e Tonks para virem aqui?

- Bem... – ele pareceu duvidoso – Não sei se poderão vir, somente se já tiverem terminado o pedido de Dumbledore.

         Mas foi em direção a lareira e chamou:

- Remo?

         Demorou certo tempo, mas a cabeça de Remo apareceu na imagem.

- Sim, Almofadinhas?

- Pode vir mais cedo para cá? Com Tonks?

         Remo pareceu confuso, mas virou-se para seja lá o lugar que estivesse e puderam vagamente o ouvir gritando “Tonks!”.

         E, de repente, ambos irromperam da lareira em chamas verdes.

- O que foi Almofadinhas... – mas sua voz morreu e seu rosto ficou confuso ao ver os dois adolescentes ali – Por que estão aqui?

- Mary queria falar com vocês – disse Nick rapidamente.

         Confusos, os três adultos sentaram-se no sofá vago e na poltrona.

- O que gostaria de nos dizer, Mary? – perguntou Tonks gentil, vendo o nervosismo da garota.

- É... Be-bem... – ela balbuciou e pareceu ficar estressada consigo mesma – Urgh! Não sei qual meu problema, venho aqui para falar com vocês e fico gaguejando! – repreendeu a si mesma.

         Isso pareceu divertir a Nick, que lhe sorriu gentil.

- Não vejo nenhum problema em você, Malí. Você é perfeita, sabe – a garota corou ao elogio, mas concentrou-se novamente nos adultos que estavam em dúvida e um pouco divertidos.

- Eu vim aqui contar para vocês quem eu e Nick somos de verdade – ela disso tudo sem um pingo de ansiedade.

         Sirius e Remo se entreolharam.

- Mentiram para nós? Para Molly, que lhe acolheu tão bem? – perguntou um bravo Sirius.

- Não exatamente mentimos. Contamos meia verdade. Tipo, quando Mione sugeriu que eu fosse Weasley, ela acertou em cheio. Sou um Weasley, mesmo – respondeu Nick firmemente.

- Como pode ser? Molly ou Arthur conhecem todos os seus parentes – disse Remo, convicto.

- E conhecem mesmo – Nick não perdeu a compostura – me conhecem, aliás, desde que eu nasci.

         Esse argumento pareceu os confundir.

- Aliás, também me conhecem de longas datas – falou Mary não podendo se impedir de dar um sorrisinho.

         Tonks franziu o cenho.

- Como assim? – ela perguntou cautelosa – Quem são vocês?

         A resposta fez os adultos congelarem.

- Harry e Gina – responderam em perfeita sincronia.

         Sirius tentava mastigar a idéia, era... Impossível. Remo parecia perturbado, e Tonks congelara no lugar.

         Harry e Gina tinham morrido. Eles viram os dois morrerem. A Maldição da Morte foi muito bem pronunciada, acertou em cheio. As chances de alguém ter sobrevivido era zero. Mas... Mas Harry tinha sobrevivido quando Voldemort o tentou matar, não é?

         Os três estavam brancos como se vissem um fantasma.

- Isso é impossível – disse Sirius, estranhamente calmo.

- Tem certeza, Sirius? Não acho que tenha sido coincidência eu e Harry morrermos no mesmo dia, um segundo depois do outro – disse Nick, erguendo uma sobrancelha.

- Como assim, você e o Harry... – mas a voz de Remo sumiu ao perceber o que o ruivo tinha dito – V-você é a Gina?

         O garoto ruivo sorriu.

- Sim – a resposta foi simples.

         Um lento sorriso se formou no rosto de Sirius, antes de ele explodir em risadas, acompanhado por Lupin.

- Se você... – risadas de Sirius – é a Gina... – risos – Então a garota é... - mais risadas escandalosas e caninas – é o Harry?

         Mary corou, quando as risadas pararam.

- É exatamente isso. Bom, nossos sistemas foram bagunçados quando voltamos, e, bem. Como podem ver Gina agora é Nick, e eu agora sou Mary – ela deu um sorrisinho de lado.

         Sirius levantou-se, sorrindo de orelha a orelha, não podendo acreditar. Puxou uma mão da morena, fazendo-a levantar, para logo depois dar um imenso abraço nela. A garota retribuiu prontamente, sentira imensas saudades do padrinho.

- Como é bom te ver de volta – murmurou Sirius, com a voz rouca.

         Mary sorriu em seu ombro. Agora que tinha corpo de garota e era mais nova, era muito mais baixa.

- Mas, ainda não entendo. Quero dizer, como foram trocar de sexo? E como conseguiu ficar mais novo, Harry? – perguntou Remo, coçando a cabeça, visivelmente confuso.

         Harry – digo, Mary – pareceu ofendida por alguns segundos.

- Com licença, Tio Aluadinho, mas sou garota agora, tá? Já me acostumei, culpa do Nick, mas já me acostumei. Chamar de Harry me ofende! – falou, dando um sorriso mostrando ser brincadeira, enquanto os outros riam.

         Sirius voltou-se a sentar na poltrona, e Mary Lílian foi saltitando feliz até o lado de Nicholas. Tonks sorriu brevemente. Ela era desastrada demais para conseguir saltitar enquanto usava um salto agulha.

- Nem nós entendemos realmente. Mas, bem, não nos lembramos de muita coisa depois de morrermos, sabe – começou Mary, inclinando Nick a continuar.

- Só sei que no instante que a Maldição da Morte me acertou, eu me via num lugar estranho. Era completamente branco, exceto, por uma estradinha de terra que seguia em frente – ele continuou narrando – Logo depois, apareceu Harry, e Harry mesmo, pois ele ainda tinha seu corpo. Decidimos caminhar e ver no que dava. No final, achamos uma pessoa. Bem, mais um vulto preto.

- É. O vulto, Senhor das Vidas e das Mortes, de acordo com ele – isso a fez rir, antes de prosseguir – nos disse que tínhamos duas escolhas: voltar para a Terra ou “seguir em frente”. Nem pensamos, iríamos voltar, não acabamos nossa missão.

         Nick deu um sorrisinho irônico.

- Acontece, que no segundo que voltássemos não iríamos nos lembrar de nossas vidas passadas. Por isso que dizem que não há jeitos de ressuscitar, realmente, os mortos. A maioria volta, mas nenhum recupera sua memória passada. Mas, mesmo assim, iríamos voltar. Queríamos arriscar. Entretanto, antes do Senhor-Vulto-Idiotice encostar a foice em nós para nos mandar de volta, juntamos nossas mãos, sabe. Para que voltássemos juntos.

         Mary sorriu para o namorado.

- É, mas acho que isso alterou tudo. O próximo lugar que eu me vi, foi de frente para Harry e Gina, e eu num corpo de garota – ela riu – Eu ‘tava bem confusa. Tipo, nem sabia quem eu era. Harryzinho e Gin-Gin – riu mais do apelido que os gêmeos Weasley deram a seus velhos eu’s – se apresentaram e eu indaguei meu nome. Deixaram-me escolher. Por isso tenho tanta certeza que meu nome é Mary Lílian, eu mesma criei.

- Por que Mary Lílian? – perguntou Tonks.

- Bom. Eu era Harry Tiago, certo? Procurei algo parecido com Harry, e deu Mary. Minha mãe era Lílian – concluiu a garota morena.

- Comigo não foi diferente. Parei em frente à Gina e Harry também, e eles perguntaram que nome eu ia querer. Lembrei-me vagamente do nome Ginevra Molly Weasley, e como minha mãe me dera e eu não gostava. Então, em “homenagem” a ela, coloquei um nome antigo. Nicholas Jimmy.

         Sirius riu, mas Remo continuava sério. Ansioso por saber.

- A gente mal se lembrava das coisas, então, isso era um avanço. No instante seguinte, eu estava em um beco escuro na Alemanha, vestindo trapos, com Nick ao meu lado. No começo fiquei confusa, mas quando olhei para ele, minha memória de outra vida voltou – falou Mary.

- A minha também. Descobrimos que algumas características nossas tinham se misturado no processo de voltar, devido a nossas mãos juntas. Isso foi o suficiente para bagunçar tudo. Mas, bom...

         Ele parou, constrangido por algo. A morena continuou nervosa.

- Muita coisa mudou. Apesar de que... – e parou.

         Puxou os poucos cabelos pretos que cobria a testa, e lá estava, claramente, uma cicatriz em forma de raio.

- Posso estar feminina, marota, risonha e com certeza absolutíssima, mais chorona. Mas ainda tenho a cicatriz, e imagino que Tio Dumby já tenha falado da profecia para a Ordem da Fênix – concluiu, encostando, levemente, a cabeça no ombro do namorado.

- Sim, ele nos contou depois de vocês morrerem – respondeu Tonks, pois Sirius e Remo ainda fitavam a curiosa cicatriz, que tantos viram.

         Mary jogou o negro cabelo para trás, e isso o deixou um pouco bagunçado, mas o encaracolado deles só parecia dar mais charme.

         Ela suspirou antes de falar:

- Até depois da morte minha vida ainda é complicada e difícil.

         A morena parecia à beira das lágrimas, que não demoraram a cair. Isso pareceu assustar Sirius, mas Nick sorriu: já se acostumara com isso.

- Ah, anjo, sendo você a gente aprende, não é? Mas, só por ser você, a gente fica – entre lágrimas salgadas, a garota riu pela frase do namorado.

- Não sei da onde fico a chorar por qualquer coisinha. Tenho certeza que não era assim quando era Harry, e você também não era assim quando era Gina – disse a garota, secando as lágrimas com as costas de sua delicada mão.

         Nicholas Jimmy sorriu, antes de dizer:

- Eu chorava bastante, mas quando estava sozinha. Você, anjo, aparentemente, é até em público. Mas eu sei que não chora na hora de lutar – e sorriu mais para a morena.

- Graça – disse Mary se levantando ágil e graciosamente, caminhando pela sala – Eu sei que parece estranho eu ser garota agora e parecer tão feminina, acredite, foi mais ainda para mim. Mas, agora, é quase como se eu tivesse nascido garota mesmo. Não espero que vocês entendam.

- É, é. – confirmou Nick, prontamente – Por exemplo, eu queria ser garota! Sempre fui, pensei que sempre iria ser. Mas, como Malí disse, é natural. Como se eu sempre tivesse sido garoto e ela chorona.

- Ei! Bobo – disse dando um tapa fraco no braço dele.

- Só não entendo como ela ficou com quatorze anos, deve ter sido aquela confusão toda. Mas, bem, é ótima. Em geral, os garotos são mais velhos, certo? – perguntou maroto.

         Sirius riu da expressão do, aliás, da afilhada.

- Aproveita, queridinho, aproveita – ela murmurou dramaticamente, com um sorriso falsamente diabólico.

         Nick tremeu a cabeça, mas pareceu despertar, de repente.

- Malí! – disse num salto do sofá – Temos que voltar ao Largo, vão reparar nossa ausência.

- Ah, não exatamente. Coloquei colloportus antes de... – mas foi interrompida por Remo.

- Podem fazer magia? Suas varinhas não são rastreadas? – perguntou. Será que eles usavam as varinhas passadas?

- Na realidade, - agora ela parecia envergonhada, algo bem típico de Harry – não compramos varinhas quando voltamos, já que Olivaras foi seqüestrado e nós não queríamos ser rastreados. Pegamos as nossas varinhas dos nossos túmulos, mas como são rastreadas pelo Ministério... Estamos usando mágica com as mãos.

         A última parte não passara de um sussurro, mas fora ouvido claramente.

- Magia sem varinha? – perguntou Tonks, arregalando os olhos, como se quisesse que eles saltassem para fora das órbitas.

- Bom, ganhamos muitas habilidades, mas conversamos com vocês depois – disse Nick apressadamente – iremos voltar para Ordem, mandamos uma carta.

- Dumbledore disse que não podem mais entrar e sai corujas daquela casa – contradisse Remo.

         Mary Lílian riu.

- Nenhuma coruja vai sair ou entrar de lá – disse ela.

- Ãhn? – fizeram os três adultos presentes.

         Ela riu de novo e falou, melodiosamente: - Hagi!

         Um flash de chamas irrompeu na mesinha de centro de vidro. Quando apagaram, todos puderam ver uma fênix ali. Era toda preta, os olhos eram verdes como os de Mary, que sorria para a ave, que também era levemente detalhada de laranja puxada para dourado.

- Uma fênix? – indagou Tonks, maravilhada – É de vocês?

- Bom, na verdade, é mais da Mary. As fênix podem comunicar-se através das mentes com os donos, e ela só fala com a Malí, e se for falar com outros, pede permissão. Hagi é uma ave muito inteligente.

- O que aconteceu com Edwiges? – perguntou Remo, lembrando-se da coruja das neves.

- Ficou comigo, sabe, ela estava acostumada com um garoto... – disse, com um sorrisinho, Nick.

- Certo, certo – disse Mary rapidamente – Olha, Hagi pode entregar diretamente, ok? Aí vocês já mandam a resposta por ela. Agora, temos mesmo de ir.

         Nick dirigiu um último olhar a eles, antes de sorrir e aparatar.

- Vocês sabem... – começou Remo.

- Sim, é natural – respondeu Mary rapidamente, sorrindo da curiosidade dele.

         Ela abraçou Tonks, dizendo que se veriam em breve. Passou para Remo, que, agora, parecia engraçado, pois ele era muito mais alto.

- Cuide-se Tio Aluadinho – disse rindo.

         Virou-se e abraçou fortemente seu padrinho.

- Se cuida, Sirius – murmurou, pensando em já chorar de novo.

- Que isso, Esmeralda – respondeu.

- Esmeralda? – perguntou ela. Aparentemente, tinha vários apelidos. “O Eleito e O-Menino-Que-Sobreviveu, de quando era Harry, Malí, Anjo, Morena, e, agora, Esmeralda.

- É a cor de seus olhos; e como a pedra preciosa, para mim você vale muito – ele respondeu. Malí fungou feliz – E você também, tente não se meter em encrencas em Hogwarts, mas tenho a impressão que nos veremos logo.

- Você nem imagina – deu um aceno, e aparatou. Hagi sumindo num flash de chamas logo depois.

         Chegou na hora de ver Nick desfazendo o “colloportus” da porta e a Sra. Weasley entrando impaciente depois.

- Para que trancaram? – ela parecia realmente brava – Não fizeram nada errado e comprometedor, não é?

         Nick e Mary se entreolharam, sábia e marotamente, responderam juntos:

- Não.

         E sorriram inocentes, como se aparatar para Londres, de um lugar anti-aparatação, ter uma fênix, ter renascido num corpo de sexo trocados, fosse normal.

         Talvez fosse, para eles, pelo menos.


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